Havia se passado dois dias desde o que aconteceu no banheiro da Murta. Hoje é domingo. Eu e Draco não comentamos sobre isso e sempre que nos víamos fazíamos questão de ofender o outro. Não contei para ninguém do ocorrido. Ninguém precisa saber.

Depois do jantar, sai do salão principal e esbarrei em alguém. Cai sentada no chão e olhei para a pessoa. Amber.

─ Ali! Estava te procurando. Não nos vemos desde que chegamos em Hogwarts – ela diz e me ajuda a levantar

─ É verdade – digo

─ Como foi a detenção? – ela pergunta

─ Tive que escrever – digo – Você está bem?

─ Menos mal. Ah estou ótima. – Amber diz sorrindo

─ Que bom! Tem mandado cartas para a mamãe? Ainda não tive tempo para isso – digo

─ Sim. Ela está bem. O Snuffles também está bem – Amber diz

─ Fico aliviada em saber que tudo está bem - digo

─- Eu tenho que ir para o meu salão comunal. Tchau Alison.

Amber sai andando e suspiro.

Vou andando em direção ao meu salão comunal. Ouço alguém me chamar e olho para trás. Pansy.

─ O que você quer? – pergunto para Pansy

─Minha vingança

Devo ter colado chiclete na barba de Merlin para merecer um negócio desse.

─ Pansy você é cão que ladra, mas não morde. Não tenho medo de você – digo.

─ Deveria – Pansy diz

─ Vai me arranhar com suas unhas mal feitas? Ui que medo! – digo sorrindo debochada

Ela me lança um olhar ameaçador, mas continuo com o sorrisinho debochado no rosto. Ela pega a varinha e aponta para mim. Pego a minha e aponto para ela.

─ Estupefaça!– Pansy diz

─ Protego. – digoe o feitiço dela bate no meu e volta para ela

Pansy é jogada longe e cai no chão.

─ Não enfrente alguém se você sabe que não vai aguentar – digo

─ Trip Jinx ─ alguém diz

Tropeço e caio no chão. Nada legal. Olhei em volta e duas amigas de Pansy estavam me olhando. Apenas uma com a varinha apontada para mim. Pansy estava me encarando com raiva.

Levanto e aponto minha varinha para ela.

─ Immobilus

Pansy fica paralisada. Aponto a varinha para a amiga dela que havia me enfeitiçado.

─ Expelliarmus! – digo e a varinha voa da mão dela – Incarcerous.

Cordas se prendem no corpo dela e ela cai no chão.

─ Conjunctivitus – a outra amiga da Pansy diz

─ Protego– digo - Petrifucus Totatulus

─ Protego – ela diz - Taranta...

Antes que ela pudesse terminar de dizer, uma loira aparece e diz:

─ Estupore!

A amiga da Pansy é jogada para longe, bate as costas numa parede e cai no chão desmaiada. Olho para quem me ajudou e vejo Amber.

─ Escutei um barulho e voltei para ver o que era. Fiquei escondida esperando você vencer as três, mas se eu não tivesse chegado você não teria chance - Amber diz.

─ Ela só ia lançar um feitiço para eu ficar dançando que nem uma otária. Eu mesma poderia desfaze-lo - digo.

─ Um "obrigada" seria bom - Amber diz

─ Obrigada, Amber. Você me ajudou muito - digo e ela sorri

Guardo minha varinha e ela olha para a minha mão.

─ O que é isso? ─ Amber pergunta

─ Minha detenção ─ digo.

─ Mas... ─ Amber diz

─ Alison, se você quer guerra, você vai ter - Pansy diz interrompendo minha irmã.

─ Eu não quero guerra

─ Ops... Tarde demais. Você começou essa quando me transformou em galinha.

Se eu continuar aqui estarei encrencada.

─ Vamos sair daqui - Amber diz e vai para o seu salão comunal

Saio correndo para o meu salão comunal. Digo a senha para a Mulher Gorda e entro no Salão Comunal ofegante.

─ O que aconteceu? – Harry pergunta. Só ele, Hermione e Rony estavam no salão comunal.

Conto tudo para eles e Hermione me lança um olhar severo.

─ É a segunda vez que você e a Pansy se enfrentam – Mione diz

─ Eu sei.

─ E ela pode contar para alguém – Mione diz

─ Eu sei.

─ Só queria ter visto a cara da Pansy e das amigas dela – Rony diz

─ Foi engraçada – digo rindo um pouco.

─ Se descobrirem que foi você... – Harry diz

─ Eu vou ficar bem.

Aponto minha varinha para um dos livros de Hermione e digo:

─ Accio livro.

Ele vem direto para a minha mão.

─ Pronto. Se tentarem descobrir o último feitiço que fiz, vai ser um que não pode me incriminar.

─ Menina esperta – Rony diz

Dou de ombros.

─ Estão fazendo o que? – pergunto e devolvo o livro para Hermione

─ Dever de casa – Hermione diz

Harry do nada agachou no tapete e ficou olhando as chamas da lareira.

─ Harry? Por que é que você está ai embaixo? – Rony pergunta

─ Porque acabei de ver a cabeça de Sirius no fogo – Harry diz calmamente

Corri até ele e sentei no tapete.

─ A cabeça do meu pai? – pergunto e ele assente

─ A cabeça de Sirius? Você quer dizer como na vez que ele quis falar com você durante o Torneio Tribruxo? Mas ele não faria isso agora, seria... Sirius! – Mione diz

─ Pai! – digo sorrindo

Não é que a cabeça do meu pai estava mesmo no fogo? Ele sorria para a gente.

─ Eu estava começando a pensar que vocês iriam se deitar antes de todos os outros terem desaparecido. Tenho verificado de hora em hora. – Sirius diz

─ Você é doido? Se a dona Katherine Scott souber disso te mata. Você sabe, Crucio, Avada e Bombarda – digo e ele sorri

─ Com sua mãe eu me viro – Sirius diz

─ Você tem aparecido no fogo de hora em hora? – Harry pergunta

─ Só por uns segundos para ver se a barra estava limpa – Sirius diz

─ Mas e se alguém tivesse visto? – Hermione diz

─ Bom, acho que uma garota, caloura pelo jeito, talvez tenha me visto de relance mais cedo, mas não se preocupe. Desapareci no instante em que ela me encarou, e aposto que deve ter pensado que eu era uma tora de madeira de forma esquisita – Sirius diz.

─ Isso é perigoso – digo

─ Exatamente. Sirius, isto é um risco enorme – Hermione diz.

─ Vocês estão parecendo a Molly. Alison o que aconteceu com você? – Sirius diz

─ Só me preocupo com você – digo

─ Esta foi a única maneira que pude imaginar de responder a carta de Harry sem recorrer a um código: os códigos são decifráveis – Sirius diz

Sirius, Harry, Rony e Hermione estavam falando sobre a carta que Harry enviou. Só voltei a prestar atenção na conversa quando falaram da Umbridge.

─ Duvido. Conheço a reputação dela, e tenho certeza de que não é uma Comensal da Morte – Sirius diz.

─ Ela é maligna o bastante para ser – Harry diz e Mione e Rony concordam

─ Ela tentou usar Leglimência em mim. Provavelmente para descobrir onde você está – digo

─ E o que você fez? – Sirius pergunta

─ Pai, não se preocupe. Ela não vai conseguir arrancar nada de mim – digo.

─ O mundo não está dividido entre os bons e os Comensais da Morte. Mas sei que ela não é flor que se cheire... Vocês deveriam ouvir o que Remo diz dela – Sirius diz

─ Você deveria saber o que ela fez comigo e com o Harry ─ digo

Harry me lança um olhar feio e eu murmuro um “desculpa”.

─ O que ela fez? ─ meu pai diz

─ Nada. Tenho que ir. ─ digo

Levanto e vou para o meu dormitório. É... Acho que falei demais.