Alison

― Se você queria saber a razão do mau cheiro, mãe, uma sangue-ruim acabou de entrar ― Draco disse.

Madame Malkin tentou acalmar a situação, mas mesmo assim eu, Harry e Rony apontamos nossas varinhas para o Draco.

— Peça desculpa a Hermione e peça agora! — disse encarando o Draco com os olhos semicerrados

— Desde quando você manda em mim, Black? — Draco disse com um sorriso debochado no rosto

Revirei os olhos.

— Não, não façam nada, sinceramente, não vale a pena — Hermione sussurrou.

— Ah, vale sim! — Kimberly disse — Para de falar besteira, Draco! Você não está em posição para julgar ninguém.

Assenti concordando com a Kim.

— É, como se vocês se atrevessem a usar magia fora da escola — Draco disse claramente debochando — Quem lhe deu o olho roxo, Granger? Quero mandar flores para eles.

Encarei Mione e reparei em seu olho. Realmente está roxo. Franzi as sobrancelhas e ela sussurrou "telescópio esmurrador".

— Diferente deles, eu tenho muita coragem para usar magia fora de Hogwarts. Quer ver? — disse com um sorriso irônico no rosto

Ele me encarou com desprezo, mas não falou nada. Abri a boca para falar o feitiço estuporante, mas Madame Malkin me interrompeu.

— Agora já basta! — disse olhando por cima do ombro — Madame, por favor...

— Guardem isso! — Narcisa Malfoy disse friamente saindo de trás da arara de roupas — Se vocês atacarem meu filho outra vez, vou garantir que seja a última coisa que farão na vida.

— Verdade? — Harry disse dando um passo à frente — Vai mandar uns coleguinhas comensais nos matar, vai?

Eu e Harry temos isso em comum: não levamos desaforo pra casa.

Ri debochada e Kim me acompanhou na risada.

— Alison... — Hermione disse com um olhar de súplica

Mas eu não posso deixar isso barato.

— Você não está em posição de ameaçar ninguém já que seu marido está preso e eu filho é um idiota — disse — Eu posso ter apenas 16 anos, mas você não tem ideia do que eu sou capaz de fazer por aqueles que eu amo.

Fiquei ao lado de Harry querendo demonstrar que estou ao lado dele. Trocamos um olhar rápido.

— Francamente, vocês não deviam fazer acusações... Dizer uma coisa perigosa dessas... Guardem as varinhas, por favor! — Madame Malkin disse aparentemente nervosa

Mas apenas Rony abaixou a varinha. Eu e Harry nem nos movemos.

— Estou vendo que o fato de ser o favorito de Dumbledore lhe deu uma falsa sensação de segurança, Harry. Mas Dumbledore não estará sempre aqui para protegê-lo — Narcisa Malfoy disse e eu sorri

— Ele não precisa. Eu estou aqui. Se qualquer um da sua laia tocar nele, terá que se resolver comigo — disse com as sobrancelhas erguidas.

Mas em um movimento rápido, Harry pegou a minha varinha da minha mão e guardou.

— Uau... Quem diria. Ele não está aqui agora e Alison está sem a varinha. Então, por que não experimenta? Talvez lhe arranjem uma cela de casal em Azkaban para fazer companhia ao perdedor do seu marido — Harry disse

Olhei para o Harry fingindo estar surpresa com a atitude dele, mas eu não preciso de uma varinha para fazer feitiços. Qualquer movimento suspeito da parte dela, eu uso minha habilidade ao meu favor.

Mas apesar disso, Harry está passando dos limites. Esses comensais são imprevisíveis.

— Harry, vai com calma coisinha! — sussurrei

Draco fez um movimento agressivo na direção do Harry e entrei na frente do meu namorado. Porém Draco tropeçou em suas vestes e perdeu toda a moral que ele pensou que tinha.

Eu, Rony e Kim não aguentamos e rimos alto.

— Não se atreva a falar com minha mãe assim, Potter! — Draco disse

— Tudo bem, Draco! — Narcisa disse segurando no ombro do filho e eu semicerrei os olhos — Prevejo que Potter irá se reunir ao querido Sirius antes de eu me reunir ao Lúcio.

E uma raiva tomou conta de mim. Quem ela pensa que é para falar do meu pai sendo que a irmã dela o matou?

Antes que alguém pudesse falar mais alguma coisa, eu empurrei o Draco para o lado e tentei pular no pescoço dessa esposa de comensal nojenta. Senti braços ao redor da minha cintura e me ergueram do chão.

Comecei a me debater loucamente e gritei que nem uma louca na loja. Vi os cabelos ruivos de Rony, mas isso não me fez parar de me debater.

— Ali, para! — Hermione disse

— Alison, vai com calma! — Kim disse

— Lave sua boca para falar do meu pai, sua megera! — gritei ignorando minhas amigas — Sei que a cadela da sua irmã o matou!

— Sinceramente Black sempre pensei que você tivesse mais classe que isso! — Narcisa Malfoy disse

Livrei-me dos braços de Rony e tentei pular no pescoço dela de novo, mas ele me segurou de novo. Madame Malkin parecia querer estuporar todos nós, mas as tentativas dela de apartar a briga eram falhas.

— Harry, me devolve minha varinha! — gritei e arranhei o braço do Rony para ele me soltar

Essa megera da Narcisa Malfoy vai se arrepender da ameaça implícita que fez ao Harry e vai se arrepender de ter mencionado o meu pai.

— Mãe, acho que não quero mais estas vestes — Draco disse e tentei chuta-lo, mas falhei nisso

— Você tem razão, Draco! — Narcisa disse me lançando um olhar de desprezo — Agora sei o tipo de ralé que compra aqui. Será melhor comprarmos na Talhe-Justo e Janota.

Respirei fundo e Rony me colocou no chão. Ele ficou segurando meu braço e quando Narcisa passou por mim, eu tentei avançar nela, mas ele me segurou.

— Louca! — Narcisa sussurrou e saiu

Harry me devolveu minha varinha e Kim e Hermione me encararam surpresas.

— Você está bem? — Kim perguntou arrumando meu cabelo que provavelmente está todo bagunçado

Assenti e guardei a varinha.

Harry se aproximou de mim e o abracei o mais apertado que pude.

— Não vou deixar ninguém da laia dela tocar em você. Nem que eu precise me machucar para isso — sussurrei

— Não quero que você se arrisque assim por mim! — Harry disse e eu soltei-o

— O que eu fiz aqui não foi por você, Harry. Foi por mim — disse

Kim me abraçou de lado e eu suspirei.

Madame Malkin estava meio aturdida na hora de nos vender as vestes e quando terminamos de comprar, ela pareceu até meio aliviada.

Encontramos com os Weasley's, Amber e Hagrid na saída da loja e fomos na boticário e no Empório das Corujas. Depois de comprarmos o necessário, fomos à loja dos gêmeos.

Não comentamos sobre nada que aconteceu na loja, mas todos ainda estão tensos sobre isso.

Entre as fachadas sem graça, a vitrine de Fred e Jorge chama a atenção de todos. Era como comparar cinza com rosa neon. Esses gêmeos pisam na cara da concorrência mesmo.

Eu simplesmente não conseguia desviar minha atenção da placa, mas todos pareciam assim. A vitrine da direita está com um cartaz roxo como o do ministério, mas enfeitado com letras amarelas bem chamativas.

Para que se preocupar com Você-Sabe-Quem?

Devia mais se preocupar com

0-APERTO-VOCÊ-SABE-ONDE

a prisão de ventre que acometeu a nação!

Ri fraco. Eles não prestam.

Assim que entramos na loja, eu pude perceber o quanto ela está cheia. Eu, Kim e Amber nos separamos do grupo e ficamos olhando os produtos da loja por um tempo. Mas depois fomos direto ver o kit mata-aula. Kim pegou um e me encarou.

— Preciso de um desse! — ela disse e eu dei um tapa no braço dela

— Amber está aqui. Não seja uma má influência! — disse e Amber riu

— É a Kim. Esse jeitinho doido dela é o melhor — Amber disse e rimos

— Isso tudo aqui é incrível! — Kim disse

— Eles são uns gênios! — disse

— Sabemos disso, Alison — alguém atrás de mim e virei pra trás.

É o Jorge e Fred está ao seu lado. Sorri para eles. Um sorriso sincero. Abracei-os ao mesmo tempo.

— Como você está? — Fred pergunta

— Melhor agora — disse e soltei-os

Eles sorriram para mim e eu sorri para eles.

— Sentirei falta de vocês em Hogwarts! — disse e Fred bagunçou meu cabelo

— Claro que vai! O que é de Alison Black sem nós dois? — Fred disse e eu ri

— Bem, eu e Amber ainda estamos aqui e eu quero muito comprar esse kit Mata-aula — Kim disse e eu ri.

— Você é bonita e amiga da Ali, então são dois sicles e um nuque para você — Jorge disse e piscou para a Kim.

Ela riu e deu o dinheiro para ele. Ela colocou o kit na bolsa e me encarou.

— Vamos lá falar com os outros! — ela disse e fomos até os outros

Ficamos conversando por um tempo até vermos Malfoy andando sozinho parecendo estar fugindo da mãe. Os outros estavam ocupados com outras coisas, então seria fácil despista-los.

— Entrem depressa aqui em baixo — Harry disse tirando a capa da invisibilidade da mochila — Eu, Rony e Mione vamos dentro da capa. Ali, você pode usar um feitiço desilusório em você?

Assenti.

— Ei, eu vou junto — Kim disse.

— Ah... Não sei, Harry — Mione disse olhando para a Sra. Weasley que está ocupada com outras coisas.

— Anda logo! — Rony disse

Fiz o feitiço em mim mesma e na Kim, e fomos. No fim das contas, Draco entrou na Travessa do Tranco, rua dedicada às artes das trevas, e entrou na Borgin Burkes.

Eu e Kim ficamos o mais perto possível da loja, ninguém estava nos vendo mesmo. Para não nos perdemos uma da outra, ela estava segurando o meu braço.

—... O senhor sabe como consertar? — Draco perguntou

— É possível! — respondeu Borgin — Mas primeiro preciso vê-la. Por que não traz aqui à loja?

— Não posso! — Draco disse — Tem de ficar onde está. Só preciso que me diga como consertar.

Draco e Borgin continuaram conversando, até que Draco disse para ela não contar nada a ninguém e saiu da loja.

— Vou segui-lo e ver se descubro algo! — Kim disse

— Não! Vamos entrar na loja e descobrir o que Draco quer, mas sem os outros. Só nós duas — disse

— Tudo bem!

Mas antes que pudéssemos ir, Hermione entrou na loja. Mas a atuação dela não foi tão digna assim e o cara percebeu tudo. Ele expulsou-a da loja e pendurou um aviso de "fechada".

— E agora? — perguntei a Kim

— Daremos um jeito — ela sussurrou como resposta — Hermione pode ser a melhor aluna de Hogwarts, mas quando se trata de atuação nós somos as melhores.

Suspirei.

— Garotas? — Harry perguntou

— Oi! — eu e Kim respondemos em uníssono

— Vamos? — Mione perguntou

— Podem ir. Vamos dar uma volta por aqui — Kim disse

Eles concordaram e não falaram mais nada, imaginei que eles tinham ido. Esperei mais uns minutos e desfiz o feitiço em mim e na Kim.

Peguei no meu bolso a bolsinha com dinheiro que minha mãe me deu antes de virmos para cá.

— Tive uma ideia — disse

Parei em frente à loja e balancei a bolsinha. Borgin me encarou e eu continuei balançando a bolsinha. Ele olhou em volta e como só viu eu e Kimberly, ele abriu a porta.

— O que querem? — Borgin pergunta

— Comprar um presente. Para o meu... Tio! — Kimberly disse

Troquei um olhar com Kim e entramos na loja. Vi um crânio e encarei Borgin.

— Quanto é? — pergunto

Kim me encarou com as sobrancelhas franzidas e ergui uma sobrancelha.

— Por favor, todos sabem que seu tio tem um gosto... Peculiar — disse e ela deu de ombros

É óbvio que falei do Draco, mas Borgin não percebeu e nem perceberia.

— Dezesseis galeões — ele disse

Kim apontou para um colar.

— Gostei desse — Kim disse e Borgin a encarou — Para mim, claro. Só vai dar eu em Hogwarts.

Ri do que ela disse.

— Você abalaria corações! — disse

— Mil e quinhentos galeões — Borgin disse.

— Minha mãe não me deixa tirar tudo isso do banco — Kim disse encarando os próprios pés

— E esse armário? — disse apontando para um grande armário na minha frente

— Não está a venda! — Borgin disse

— Nem pela quantia certa? — pergunto e Borgin nega — Vacilo!

Franzi as sobrancelhas. Por que Draco quer um armário?

— Bem, vamos dar uma volta por ai. Qualquer coisa voltamos para comprar algo — Kim disse — Obrigada!

Eu e Kim saímos da loja e trocamos um olhar.

— Por que Draco quer um armário? — Kim disse

— Quando formos para Hogwarts, vou tentar achar algo sobre esse armário, mas não podemos contar isso a ninguém. Feito? — pergunto

— Feito — Kim responde