O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 47
Chegando...!!


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem quem está chegando?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52015/chapter/47

Bulma sentiu dor outra vez. As contrações haviam começado de verdade e a deixaram alterada:

― TÁ SURDO, É? O BEBÊ VAI NASCER!

Yamcha, ainda assustado, conseguiu entender que era sério. Sentia que o ki do bebê se tornava mais forte. Ouviu outro gemido da cientista, que começou a respirar tal como havia aprendido nas poucas reuniões de gestantes que conseguira frequentar.

― GRRR! ANDA LOGO, FAÇA ALGUMA COISA! – ela gritou a fim de fazer Yamcha “acordar”. – Tá doendo muito!

― Já tô indo! Já tô indo!

Ele saiu correndo da mesa, que se balançou derrubando o copo de suco e encontrou facilmente o estojo de cápsulas na sala. Ali estavam, já prontas e devidamente encapsuladas, as coisas que levaria para o hospital conforme as recomendações do Dr. Ofu. O ex-ladrão tirou uma das cápsulas do estojo e foi para fora jogá-la e fazer aparecer o aerocarro.

Péssima hora para tudo isso acontecer porque os pais de Bulma haviam acabado de sair.

― Eu... Já estou pronta... – ela já estava ali à porta da casa, já ofegante e pôs a mão na barriga de nove meses. – Anda logo, que tá doendo demais...!

Yamcha a ajudou a subir no aerocarro e em seguida assumiu o banco do motorista, dando logo a partida.

― Tenta ficar calma, Bulma. – ele disse tentando transmitir calma a ela. – Vou te levar rapidinho até lá. Mas tenta ficar calma.

Ela fez outra careta de dor:

― Falar é fácil, né, Yamcha...? Não é você que tá em trabalho de parto aqui!

― Eu tô tentando fazer você manter a calma, já que o inútil do pai do seu bebê não tá aqui... Ei! Você pirou?!

Sentiu que lhe agarravam fortemente a gola da camiseta e, quando percebeu, estava nariz a nariz com Bulma, que estava pálida, suada e fora de si:

― Retira AGORA o que disse sobre o Vegeta...! Ou EU, do jeito que estou, SOU CAPAZ DE TE MATAR COM AS MINHAS PRÓPRIAS MÃOS!

Yamcha, claro, ficou aterrorizado. O pobre guerreiro engoliu saliva e disse:

― Tá bom, tá bom... Eu retiro tudo o que disse! Mas me deixa dirigir, por favor...! E tenta ficar calma...!

 

*

 

― Atenção. Entrando na atmosfera do planeta Terra. Iniciando o procedimento de aterrissagem. Confirmar localização. Localização confirmada. Ativar cinto de segurança. Cinto de segurança ativado. Preparando sistema de absorção de impactos. Sistema de absorção de impactos ativado. Aterrissagem em poucos segundos.

Uma estrela brilhou rapidamente em plena luz do dia. Em fração de segundos, ouviu-se um forte estrondo no quintal da grande mansão amarela. Era a nave Cápsula 3 que acabava de aterrissar e formar uma nova cratera. A porta se abriu, permitindo que seu piloto, ainda meio atordoado da aterrissagem nada confortável, saísse.

― Isso que dá ficar dois anos sem viajar no espaço... – resmungava o agora Super Saiyajin Vegeta.

Estava com cara de cansado e com o último uniforme de luta que lhe restava todo puído e rasgado. Isso, sem contar com a armadura quebrada, as luvas em frangalhos e as botas gastas. Depois de analisar tudo à sua volta, ele entrou sem dificuldades na casa. Só que, estranhamente, não sentiu nenhuma presença ali. Tudo estava muito silencioso, até demais. Não havia nenhum sinal de vida. Adentrou a cozinha onde encontrou um copo caído e suco entornado na mesa. O suco havia se secado, restando apenas uma meleca doce e grudenta ao tato, já com presença de algumas formigas.

― Esse povo maluco deve ter dado uma saída. – pensou alto, sem se preocupar em detectar novamente as presenças pelo ki. – Eles voltam logo.

Vegeta subiu, tomou um banho rápido e vestiu uma roupa comum por falta de opção. Uma camisa polo branca, calças jeans e sapatos. Ainda estava cansado, mas pelo menos não estava mais maltrapilho. Resolveu descer à cozinha a fim de pegar um lanche. Mas, antes de chegar à geladeira, estacou. Havia acabado de sentir algo diferente. Vários kis conhecidos estavam agrupados num mesmo lugar. Dois deles eram bem fracos. Além desses dois, havia mais um, que era mais forte. E mais um, alterado. E por fim, o último ki se desmembrando do anterior.

― Os dois velhos... O “pamonha”... A Bulma... O... – pausou incrédulo. – Moleque...?

O último ki era um ki saiyajin. Esse ki era o que estava se separando do outro, de Bulma. Agora caía mesmo a ficha para o príncipe saiyajin:

― O moleque... Está nascendo!

Não pensou em mais nada e saiu correndo da cozinha. Assim que alcançou o quintal, voou em disparada até onde os kis estavam, usando o restinho de energia que ainda possuía.

 

*

 

― Oh, Yamcha! Que bom que nos avisou! Muito obrigada por trazer a nossa filhinha!

― Ah, não foi nada! – Yamcha respondeu. – Só fiz a minha parte reunindo a família!

― E então, como ela está? Já sabe alguma coisa?

― Ela deu entrada na sala de pré-parto há mais ou menos uma hora. O médico plantonista disse que ela ainda precisa ser preparada para o parto. E o Dr. Ofu, acho que é esse o nome dele, acabou de chegar para dar uma avaliada.

Foi só falar do médico excêntrico que ele apareceu com sua estranha cabeleira verde.

― Com licença... Yamcha, não é mesmo?

― Sim, sou eu.

― Esses são quem?

― Ah, são os pais da Bulma.

― E cadê o pai do bebê, o Vegeta?

― Ele... Bem... Está bem ocupado...

― Bem ocupado no espaço?

― Que nada! – Yamcha argumentou. – É que...

― Relaxa. – Dr. Ofu interrompeu. – Eu sei que ele é um alienígena.

― Tá... Tá legal... Mas eu não sou um alienígena, sou um humano como você!

― Quem me garante se você não tem algum vestígio de cauda?

― Como é que é?

― Brincadeira! Mas, voltando ao assunto... O Vegeta tá mesmo no espaço?

― Tá, sim.

― Que pena... Ele não sabe o que vai perder. Mas mesmo assim eu acharia interessante alguém estar junto com a Bulma nessa hora... Alguém que possa passar um pouco de tranquilidade a ela. Alguém pode fazer isso?

― Querida – o Sr. Briefs disse à esposa. – Acho que ninguém é melhor do que você para ficar junto com a nossa filha nesse momento.

― Eu irei. – ela disse com um sorriso emocionado. – Estou tão ansiosa pra ver como é o nosso netinho!

― Então vamos – Dr. Ofu disse conduzindo a Sra. Briefs. – Sua filha vai ficar mais tranquila agora.

Restaram apenas os dois homens na sala de espera tentando conter o máximo possível da ansiedade que tinham. O Sr. Briefs, pela chegada do tão aguardado neto. Yamcha, apenas para fazer companhia ao cientista e por consideração a Bulma.

O lobo do deserto, absorto em seus próprios pensamentos, murmurou:

― Ele tá chegando.

 

*

 

Corria com destino certo. Havia tomado a precaução de parar de voar a alguns metros de onde se localizavam os kis de Bulma e dos outros. Precisava alcançar aqueles kis, mas não queria ser notado e não queria saber de gente o atrapalhando a chegar ao seu objetivo. Só que precisava bolar um plano para tal.

Pôs as mãos nos joelhos em sinal de cansaço. Estava ofegante devido ao voo e à corrida, pois não tivera tempo de descansar logo que chegara. Durante a viagem de regresso à Terra, Vegeta não parara de treinar a não ser para se alimentar ou para dormir pouquíssimas horas, a fim de dominar mais rapidamente a transformação recém-adquirida em Super Saiyajin. Enfim, não havia descansado adequadamente.

No entanto, teve uma ideia e logo a botou em prática.

 

*

 

A ansiedade começava a dominá-la cada vez mais em meio às contrações que sentia. Ainda estava assustada com tudo o que lhe acontecia naquela hora e não conseguia processar direito as mudanças que ocorriam. E essas mudanças a assustavam muito, talvez até mais do que as reviravoltas constantes que a sua vida dava. Apesar de se sentir feliz por conta do filho prestes a nascer, estava com medo.

Muito medo.

Por mais que lhe pedissem para ficar tranquila, ela não conseguia. Parecia uma criança com medo de abrir uma porta desconhecida, pois não sabia o que iria encontrar por trás dela. E agora que seria mãe? Como ficaria sua vida de agora em diante? Criaria Trunks sozinha? Não, claro que não. Seus pais com certeza a ajudariam. Mas teria a presença de um pai? Isso era uma incógnita. Quem preencheria tal lacuna? Preferia não pensar nisso e acreditar numa remota chance de Vegeta retornar.

E aos poucos sentia que continuava a acreditar nesse retorno. Essa pequena esperança começava a crescer, como crescia a vontade de colocar um fim àquela espera de nove longos meses pelo seu filho. Queria que tudo isso acontecesse, e logo. Não aguentava mais aquelas dores tão cruéis que estava sentindo e que ela procurava suportar quase em silêncio.

Afinal, ela era Bulma Briefs, um gênio e também uma mulher forte!

― Vamos lá? – era a voz do Dr. Ofu que acabava de chegar. – Sua mãe vai estar junto com você. Sabia que ela quer ser uma das primeiras a ver o bebê?

― A minha mãe é assim mesmo... – ela sorriu fracamente. – Ela está mais ansiosa do que eu...!

― É verdade, deu pra perceber. Mas seria melhor se o pai do bebê estivesse aqui num momento desses.

Logo o semblante da cientista ficou triste:

― Tem razão. Mas nem sei se ele volta.

― Ele tá viajando pelo espaço, não é? Como um típico alienígena?

― Embora as pessoas comuns não acreditem nisso, ele está no espaço.

― E você sente muito a falta dele?

Ela nem precisou responder ao médico-ufólogo. Dava para perceber muito bem.

― Eu espero que ele volte. Ele não sabe dar valor ao tesouro que tem.

― Isso é uma cantada? – ela olhou o médico, já desconfiada.

― Não, que é isso...?

― Como posso acreditar em você?

― Eu não teria coragem de tirar uma mulher de outro homem. – ele respondeu aos risos. – Muito menos de um alienígena que pode ser capaz de me pulverizar em segundos...!

Ela riu um pouco mais tranquila.

― Viu? – Dr. Ofu disse. – Só com essa conversa você ficou mais relaxada. Vamos lá, a sua mãe quer ver você bem forte e segura! E o Trunks está louco pra ver a mãe bonita que tem!

 

*

 

― Que demora... – disse o Sr. Briefs. – Espero que tudo esteja correndo bem com a Bulma!

― Fica tranquilo. – Yamcha disse. – A Bulma é uma mulher muito forte.

O dono da Corporação Cápsula sorriu ante tal afirmativa.

― Estou cada vez mais orgulhoso de minha filha. Ela realmente se tornou uma mulher forte. Até mesmo quando ela poderia. E hoje devo agradecer a você por ter lhe dado atenção, mesmo depois de terminarem o namoro. Foi um gesto muito bonito de sua parte querer continuar como um amigo.

― Que é isso! Ela é quem teve um gesto bonito me perdoando por todas as burradas que fiz... O mínimo que eu deveria fazer era me redimir!

Yamcha olhou mais uma vez para o relógio de pulso após sentir algo.

“Agora é só questão de tempo”, pensou.

 

*

 

Chegava a hora em que, finalmente, veria o rosto do bebê que por tantas vezes fora imaginado de várias maneiras. Mal via a hora em que isso aconteceria. Por isso, queria terminar logo tudo aquilo. Faltava pouco. O delicado rosto estava bastante suado por conta de tanto esforço. Mas, apesar disso, não queria parar. Já estava quase terminando. A Sra. Briefs segurava firme a mão da filha que, a cada esforço que fazia, apertava mais forte sua mão.

― Muito bom, Bulma! – incentivou Dr. Ofu. – Tá quase! Faz força de novo!

― Ai...! Dói demais!! – ela choramingou.

Apesar do choramingo, respirou bem fundo e fez o que o médico mandou.

― Ainda falta... Muito...? – perguntou arquejante.

― Não! Agora pode ser a última! Então, dê o seu melhor!

Era agora. Era agora que veria Trunks pela primeira vez. Era agora que sua espera teria o tão ansiado fim. Era agora que colocaria fim aos longos nove meses de espera e teria seu rebento em seus braços.

― Agora, Bulma! – a Sra. Briefs incentivou.

― Vamos, lá, Bulma! – Dr. Ofu encorajou. – Essa é a última! Força!

Num último esforço de colocar o bebê para fora, Bulma respirou fundo outra vez, fechou os olhos. Seus dentes trincavam enquanto seu corpo se encarregava de “expulsar” Trunks de dentro dela. Jogou a cabeça para trás, totalmente esgotada e ofegante. Foi quando ouviu um choro e lágrimas brotaram de seus cansados olhos azuis, junto com um sorriso em seu rosto.

― Parabéns, mamãe! – cumprimentou o médico de cabelos verdes. – Acaba de nascer um belo garotão!

Bulma recebeu Trunks nos seus braços e o acalmou. Deu-lhe um beijinho na testa e disse:

― Seja bem-vindo, meu pequeno príncipe...! Seja muito bem-vindo, Trunks...!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente, Trunks acaba de nascer... Mas, no próximo capítulo, tem mais! será que o Vegeta vai se encontrar com Bulma e com o filho recém-nascido? E, se encontrá-los, qual será a reação do saiyajin?

As respostas? Só no próximo capítulo!