O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 45
A ambição se cumpre: O despertar do Super Saiyajin


Notas iniciais do capítulo

Socou o chão com raiva e fitou a mão direita, com a luva esfarrapada – assim como seu uniforme – e saindo sangue. Ajoelhou-se e, de repente, sentiu que algo mudava em seu corpo, em meio ao cansaço extremo e aos seus ferimentos. Seu sangue começava a correr furiosamente em suas veias, fazendo-as pulsarem violentamente, assim como o seu coração.

[Capítulo baseado no episódio 129 de Dragon Ball Z - Saga dos androides]



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A nave Cápsula 3 por fim aterrissava em terra firme, na qual seu ocupante acabava de pôr os pés. Vegeta olhou detidamente para a paisagem ao seu redor. Era um local completamente inóspito e solitário. Era um planetoide meio escuro, de solo árido e ar seco e a gravidade diferente da gravidade da Terra. Pelos seus cálculos, seria aproximadamente cinquenta vezes maior. Estava solitário como gostava. Nada e nem ninguém para incomodá-lo num raio de milhares de anos-luz. Nem o verme pamonha, nem o velho, nem a loira e nem aquela irritante mulher de cabelos azuis. Nenhum deles iria aborrecê-lo naquele planetoide ermo.

Estava completamente sozinho. Apenas ele e a nave. Mais ninguém.

Nada iria fazê-lo se desviar de seu principal objetivo, da sua maior ambição: a transformação em Super Saiyajin.

Agora, sim, sentia que voltava a ser o mesmo de antes. Voltava a ser o orgulhoso príncipe dos saiyajins em busca de cumprir sua grande ambição e saciar sua sede de poder. Se concentraria melhor em sua busca por mais poder e a transformação no lendário Super Saiyajin. Depois disso iria acabar com a raça do maldito Kakarotto.

E seria o saiyajin mais poderoso do universo.

Procurou se desligar de tudo ao seu redor e deixar que apenas seu instinto guerreiro o dominasse.

― Finalmente vou ter um treino decente. – pensava alto, sentado em uma das pedras do local. – Mas como vou surpreender os androides e o imbecil do Kakarotto? Primeiro vou ter que pensar em uma técnica nova. Um “elemento-surpresa” pode ser o meu trunfo e isso pode ser decisivo para se derrotar meus adversários. Hmmm... Quem sabe...

Vegeta já vinha tentando elaborar algumas técnicas novas para serem utilizadas contra os androides. No combate corpo a corpo havia aperfeiçoado um pouco mais o equilíbrio entre a velocidade e a potência dos golpes. Porém, os cálculos que fizera a respeito do impacto de cada golpe não eram tão precisos, visto que não possuía um adversário de treino mais eficiente do que os mini-robôs que usava costumeiramente.

Agora faltava apenas uma técnica especial para atacar a longa distância. Deveria ser mais poderosa do que as suas anteriores. Ela deveria superar o seu Super GalickHo e também ser mais poderosa, ou pelo menos ter o poder equivalente ao da técnica de seu arquirrival – o Kamehameha. Após ficar pensativo por alguns minutos, o saiyajin se levantou, ficando em frente a uma coluna de pedra, mas a umas dezenas de metros de distância. Além de ser poderosa, essa nova técnica deveria ser rápida de se executar. Fazia algum tempo que estava bolando algo do gênero, só faltavam alguns detalhes para definir se seria sua técnica mais poderosa ou não.

Pôs-se de lado em relação à coluna de pedra. Enquanto o braço esquerdo repousava relaxado ao lado de seu corpo, seu braço direito era estendido para a direção de seu alvo e sua mão – e os dedos unidos – com a palma apontada para ele. Seus olhos negros se detiveram em seu alvo. Instantaneamente, uma aura branca surgiu ao seu redor e parte da energia gerada por ela começou a migrar para a palma de sua mão. Vegeta, totalmente concentrado nessa tarefa, tomava todo o cuidado para que essa energia se concentrasse em apenas um ponto na palma de sua mão, formando uma esfera luminosa de tamanho considerável.

Após terminar de carregar seu ki em sua mão, Vegeta disparou uma grande esfera azulada de energia contra a grande coluna de pedra. O choque da bola de ki lançada com o seu alvo acabou por gerar uma grande explosão.

 

― Você já ouviu falar da “Teoria do Big Bang”?

― Não.

― Você nunca ouviu nenhum cientista falar sobre isso, Vegeta?

― Não. Conversas de cientistas nunca me interessaram muito. São enfadonhas.

― Hmmm... Certo. – Bulma disse. – Sabia que os cientistas daqui dizem que todo o universo foi criado a partir de uma grande explosão? Eles também dizem que as partículas, que foram o resultado dessa explosão, se reuniram dando origem a planetas e estrelas de vários sistemas solares de várias galáxias. Por isso, o nome de “Big Bang”, que é o mesmo que “Grande Explosão”.

 

Vegeta, ante essa curiosa lembrança, sorriu enquanto olhava para o que sobrava do que fora a grande coluna de pedra. Em seu lugar estava uma grande cratera.

― Uma “Grande Explosão”... “Big Bang”... Parece que acabo de encontrar um nome para a minha nova técnica... O Ataque “Big Bang”!

 

*

 

Dias e dias se passaram naquele lugar de forma despercebida. Vegeta perdia a noção do tempo enquanto treinava com afinco tanto na nave, usando a gravidade 550 vezes maior que a da Terra, como no lado de fora naquele planetoide. Tudo para poder chegar ao seu limite. Mas o que começava a incomodá-lo não era nem o local e nem o clima. Em seus momentos de breve descanso – fora as horas de sono – ele se sentia bastante incomodado com a solidão.

Definitivamente, estava mal-acostumado agora.

― Será que aquele moleque já nasceu? – perguntou-se. – E será que a Bulma parou de surtar?

“Bobagem!”, ele pensou de imediato. “Pra que pensar nisso? Não posso perder tempo com isso, tenho que me concentrar nos meus objetivos.”

Mas não adiantava muito. Por mais que tentasse se esquecer de tudo o que havia acontecido, não conseguia. A verdade é que aquela solidão realmente o incomodava junto com a sensação de ter agido como um covarde.

Por quê?

Porque havia fugido. Ele sentia que havia fugido da Terra. E, de fato, fugira de lá. Fugira de seus sentimentos, fugira de seus desejos e fugira de Bulma. Tudo o que havia acontecido voltava à sua mente naquele momento. A primeira explosão na nave, a atenção que a terráquea lhe dedicava e tudo o que aconteceu depois. Até mesmo o fato de ser enredado pela mulher de cabelos azuis e, por fim, teria um filho com ela.

Era mesmo um covarde. Concluía isso não por ter fugido, mas por ter chegado a tal ponto de não conseguir mais voltar à sua vida de outrora.

 

*

 

Agora a sua estadia naquele planetoide completava quase um mês. Estava com o seu penúltimo uniforme dos vários que levara. Os outros haviam sido praticamente destruídos durante todas as suas pesadas sessões de treinamento dentro e fora da nave Cápsula 3. A cada dia que passava, suas habilidades eram cada vez mais aprimoradas, especialmente os seus golpes. A sua técnica especial – o Ataque Big Bang – seguia em fase de aperfeiçoamento. Ainda precisava melhorar a sua velocidade de execução, bem como carregar energia mais rapidamente na sua mão e aperfeiçoar a sua pontaria para não desperdiçar tanto ki.

Agora faria mais uma sessão de treinamento fora da nave.

Já no lado de fora, Vegeta treinou mais os ataques a longa distância. O único problema era o fato de os alvos não serem móveis, ainda assim conseguia levar adiante os exercícios de velocidade, pontaria e precisão, acertando várias formações rochosas ao seu redor. Após mais essa série de movimentações envolvendo golpes e rajadas de ki, o saiyajin sentiu necessidade de uma pequena pausa. Dessa vez havia gastado mais energia do que antes. Mas antes que resolvesse se sentar em uma das pedras, olhou para o céu escuro.

Tinha a sensação de que algo estaria errado. Muito errado.

De repente, raios surgiram com intensidade no céu encoberto por densas nuvens negras. Era uma tempestade magnética, onde os raios caíam do céu e atingiam o solo e as descargas elétricas faziam também o caminho inverso, do chão para as nuvens eletrificadas. Um asteroide que orbitava bem próximo estava em rota de colisão com o planetoide. E estava prestes a explodir, independente de ter o impacto ou não.

Onde muitos, apavorados, veriam uma grande catástrofe, Vegeta via como um grande desafio para botar à prova os resultados de seu treino.

Terremotos começavam a ser gerados com a colisão, além de ocorrer uma precipitação em massa de meteoritos incandescentes. Vegeta levantou voo a fim de não ser acertado por eles, o bastante para perceber que sua velocidade havia melhorado ainda mais. Saltava também entre os rochedos escuros, tentando escapar dos meteoritos. A fim de proteger a nave que garantiria sua passagem de volta à Terra – sem contar o fato de proteger a si mesmo – e de testar seu potencial aumentado nas últimas sessões de treinamento, o saiyajin disparou rajadas de ki contra os meteoritos, conseguindo acertar vários deles.

No entanto, deu de cara com um meteorito infinitamente maior do que aqueles que ele havia pulverizado ou desviado. Disparou contra aquela coisa imensa uma poderosa rajada de ki a fim de desviá-la. Porém, o meteorito gigante não recuou. Vegeta tentou afastar o perigo com toda a energia que ainda podia usar, mas o meteorito acabou se desfazendo numa fortíssima explosão que o arremessou para longe.

O saiyajin só parou no chão depois de colidir com vários rochedos durante a sua queda livre. Tentou se recompor, mas estava muito ferido, mal aguentando seu próprio corpo.

― Argh... Droga...! – exclamou frustrado.

Havia chegado mesmo ao seu limite máximo.

― Assim nunca vou superar... O Kakarotto...!

Socou o chão com raiva e fitou a mão direita com a luva esfarrapada – assim como o restante de seu uniforme – e saindo sangue. Ajoelhou-se e, de repente, sentiu que algo mudava em seu corpo em meio ao cansaço extremo e aos seus ferimentos. Seu sangue começava a correr furiosamente em suas veias, fazendo-as pulsarem violentamente, assim como o seu coração.

A frustração dava lugar à fúria naquele instante, despertando os instintos mais ferozes de Vegeta. Sentiu que alguma coisa dentro dele estava presa e queria desesperadamente se libertar. Numa fração de segundo, um grito selvagem ecoou e, em seguida, houve uma explosão de energia que envolveu o saiyajin em uma aura dourada enquanto sua aparência mudava. Os olhos negros passaram a ser verdes. E os cabelos, também negros, passaram a ser loiros.

O Super Saiyajin dentro de si acabava de despertar. Sua ambição, por fim, fora alcançada.

― Me aguarde, Kakarotto! – vociferou, já começando a se embriagar com aquele poder. – Eu derrotarei as latas velhas e depois eu acabarei com você!


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Notas finais do capítulo

Continua...