O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 40
Negociação e instabilidade emocional


Notas iniciais do capítulo

Já ouviram falar que a gravidez mexe com os hormônios e as emoções da mulher? Com Bulma está acontecendo exatamente isso... Principalmente com as emoções da cientista. E essa instabilidade sobra pra quem? Adivinhem!



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O inverno havia chegado mais uma vez, mostrando a sua cara através do céu cinzento, das árvores sem folhas e da neve, além do frio propriamente dito. Para Bulma, este inverno lhe trazia algumas doces lembranças... Como o voo acima das nuvens com Vegeta. Mas logo suas divagações foram interrompidas com o som do telefone tocando.

― Alô? – ela atendeu. – Sim, é da casa dele. Sim, ele está! Não, ele não está ocupado... É urgente? Tudo bem, vou chamá-lo! Hã? Sim, sou eu! Está bem! Aguarde aí um minutinho, ok? Vou chamar!

A cientista, com sua barriga de mais de seis meses, foi até o laboratório encontrar o pai. Ao entrar no local, deu de cara com uma grande pilha de metal retorcido.

― M-Minha nossa...! – ela disse. – Passou um furacão aqui?

Como se ela não soubesse... Arrependeu-se logo da pergunta, porque pela bagunça sabia muito bem que o “Furacão Vegeta” havia acabado de passar por ali.

― Queria falar com alguém, filha? – o Sr. Briefs perguntou assim que saiu do meio da lataria destruída com o seu gatinho preto no ombro.

― Ah, sim... – ela lembrou-se da razão de ter ido encontrá-lo. – O vice-presidente de uma das filiais da Corporação ligou para cá e está esperando o senhor no telefone. Disse que é um assunto urgente.

― Oh, claro, já estou indo!

Ele saiu do laboratório depressa, a fim de atender logo o telefone e ignorou completamente a voz que berrava:

― Ei! Aonde você vai, velho? Ainda não terminou os meus mini-robôs!

Uma mão com luva branca saiu do meio da sucata assustando Bulma, que soltou um grito e pulou para trás.

― Vegeta...?

― Quem você esperava? Um androide?

Mais um pouquinho do sarcasmo de Vegeta, como de praxe.

― Não, Vegeta... Só não sabia que você tinha resolvido “ajudar” o meu pai.

― Eu não vim ajudar. – ele tirava a sujeira de seu traje azul. – Apenas vim trazer esse monte de sucata pra consertar de novo. E vim ver se ele já tinha terminado os novos mini-robôs.

― Vindo de você, não poderia mesmo ser alguma ajuda... Bom, estou indo. – ela disse virando-se para sair. – Vou ver se preparo pra mim um chá de hortelã pra tomar com creme de leite. E comer um pão doce com mostarda. Já faz tempo que tenho desejo de comer isso!

 ― QUÊ?? – o saiyajin arregalou os olhos e caiu surpreendido para trás.

― Ué, Vegeta, o que foi?

― Eu é que te pergunto... – ele já havia se levantado. – POR QUE AGORA VOCÊ ANDA COMENDO TANTA COISA ESQUISITA?

― Como assim, esquisita? E por quê?

Uma veia começava a latejar na testa do príncipe:

― Porque NEM EU comeria isso que você come! E olha que já comi de tudo o que você possa imaginar nas minhas andanças pelo espaço! Também aposto que nem mesmo o desmiolado e esganado do Kakarotto faz essas loucuras como você!

― E por que você tá implicando com o que eu como ou deixo de comer? – Bulma já estava alterada.

― Porque, se você não notou, está carregando o filho de um príncipe saiyajin aí na sua barriga! – ele respondeu igualmente alterado.

Aquela frase a pegou de surpresa. Ele nunca havia falado algo do tipo antes. Mas a ficha logo caiu para ele:

― Olha só o que você me faz falar...! – resmungou totalmente embaraçado.

Bulma só pôde rir da cara que Vegeta acabava de fazer.

― Qual é a piada? – ele questionou ainda mais carrancudo.

Não obteve reposta, pois ela não parava de rir. Francamente, não conseguia entender as mudanças repentinas de humor daquela terráquea. Ela já era instável, mas com a gravidez ficou pior. Mudava seu humor ainda mais abruptamente, ou seja, acontecia muito mais rápido do que uma simples troca de roupa.

E ao que parecia, a tendência era só piorar.

 

*

 

― Espera aí, papai... Como é a história? O que aconteceu de tão grave com a filial da Corporação Cápsula, pra ter que viajar imediatamente?

― Bom, Bulma... – o Sr. Briefs começou a explicar. – A filial anda tendo alguns problemas graves com o presidente de lá e é preciso que eu vá supervisionar até mesmo o processo de escolha do novo presidente. E infelizmente é algo realmente urgente, porque com o escândalo envolvendo o atual presidente, os lucros e a popularidade estão caindo muito, junto com a credibilidade da Corporação. Sem contar que a população mais radical da cidade está conseguindo fazer com que haja um boicote aos produtos da empresa.

― Isso realmente é bem complicado... – a filha disse pensativa.

― Com certeza. E por isso vou precisar de você assumindo o meu lugar aqui na matriz. Claro, se isso não prejudicar a sua gestação.

― Não se preocupe, papai. Eu posso assumir a presidência durante esse tempo, pode confiar em mim.

― Obrigado, minha filha. Qualquer coisa referente ao trabalho na presidência, é só procurar orientação com a minha secretária, a Srta. Tida. Ela é extremamente confiável.

― Está bem, não se preocupe. Tenha uma boa viagem!

― Obrigado, filha!

― Se cuida, tá, meu querido? – a Sra. Briefs disse ao marido. – Eu gostaria de te acompanhar, mas a Bulminha e o Trunks precisam de uma atenção especial agora!

― Não se preocupe tanto, meu amor. Eu ficarei bem.

E assim se despediram do Sr. Briefs no aeroporto. Ao voltar para casa com a mãe, Bulma tratou de dar uma olhada nos papéis que seu pai deixara, a fim de estar mais atualizada sobre os compromissos que teria nos próximos dias, como presidente interina da Corporação.

E, antes de fazer isso, teria que fazer outra tarefa igualmente desafiadora: uma negociação com Vegeta.

 

*

 

Em seu quarto, Bulma olhava para a pilha de pacotes e caixas do enxoval de Trunks. As roupinhas, os acessórios e principalmente uma toquinha azul-marinho com orelhinhas de gato. Mal esperava o tempo passar para ver o rostinho do bebê.

Ouviu passos no corredor e saiu do quarto. Já sabia quem estava passando e resolveu interceptar.

― Olá, Vegeta!

― Hã? – ele estava ligeiramente surpreso com a aproximação.

― Eu preciso falar com você!

― Comigo? E o que é?

― Você está sabendo que os quartos vão passar por algumas reformas, não é?

― Sei. Por quê?

― Porque eu pretendo reformar um dos quartos para ser o do Trunks.

― E por que você está falando isso comigo?

― Porque gostaria de falar com você sobre o seu quarto.

― O meu quarto? E o que tem o meu quarto?

― É que vou precisar dele.

― Pra quê? – ele já começava a se aborrecer com aquela conversa.

― Quando o Trunks nascer, ele vai precisar de um quarto só dele. E preciso de um quarto que fique perto do meu, para quando ele precisar de mim. Assim, posso chegar mais rápido até ele e...

― Como é que é? É pra isso que você quer o meu quarto? – ele interrompeu.

― É sim. Por quê?

― Porque não tenho nenhuma pretensão de sair de lá.

― Como é que você disse? – Bulma já mudou de humor mais uma vez, agora estava começando a ficar brava.

― O que você ouviu! – o saiyajin já começava a ficar nervoso.

― Você... Você é muito egoísta...! – agora ela ameaçava chorar. – Custa fazer um favorzinho pra mim...? Por que você é tão insensível...?

Vegeta, obviamente, ficou totalmente constrangido com a situação. Definitivamente, o humor da terráquea estava cada vez mais inconstante. Ela, por seu turno, começava a esfregar os olhos na intenção de enxugá-los. Começava mesmo a chorar, com direito a soluços e lágrimas. Ficou desconcertado e não sabia o que fazer diante daquilo. Odiava ouvir choro, principalmente dela. Deu um suspiro cansado e cedeu:

― Vai, usa o quarto como você quiser... Apenas quero ir dormir... Mas vê se para de chorar feito um bebê!

De repente, ela parou de chorar e seu rosto se iluminou. Seus olhos azuis ainda marejados brilhavam e um sorriso surgiu nos lábios da cientista, que se aproximou mais do saiyajin e começou a enchê-lo de beijos por sua face já levemente rubra.

― Ah, eu sabia que podia contar com você! Muito obrigada! Por isso que eu gosto tanto de você... E te acho mesmo o meu príncipe encantado...!

Após isso, Bulma correu cantarolando, feliz e quase saltitante para o seu quarto... Deixando pra trás um príncipe saiyajin totalmente confuso e em choque, além de ter ficado com o rosto todo marcado de batom.

― Ela... Está cada vez pior, ou é impressão minha...? – ele por fim questionou após se recuperar do choque.


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Notas finais do capítulo

Continua...

Gente, espero que tenham gostado deste capítulo. E agradeço a todos que leem a minha fanfic, por ela ter chegado ao que é agora: chegado aos 40 capítulos, e com mais de 300 reviews!! Muito obrigada mesmo a todos que acompanham a minha fanfic!

Bom, é isso! até mais!!