O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 4
"Mas eu me mordo de ciúme..."


Notas iniciais do capítulo

O que uma trombada inocente pode causar ao namoro de Bulma e Yamcha? Leia e descubra!



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Quinto dia de aula com Le Fleur. Bulma e Yamcha já estavam se saindo muito bem, a evolução do casal se dera bem antes dos quinze dias de prazo. Na verdade, com exercícios tão exaustivos do exigente professor de dança, não poderia dar em outra.

Ao fim de mais uma aula, o professor aplaudiu o casal:

― Lindo! Maravilhoso! Vocês foram bárbaros! Ar-ra-sa-ram!! Bulma, você estava divina! Yamcha, você estava um espetáculo! Amei!

“Claro! Fazendo a gente dançar quatro horas sem parar, né...?”, Bulma pensou.

Depois do fim das aulas e do pagamento do dia, Bulma foi buscar uma garrafa de água pra Yamcha. Ainda estava pensando em ir à costureira, tinha que ir experimentar a roupa que usaria para a festa, comprar o par de sapatos perfeitos, escolher os acessórios... Tudo isso seria bem rápido se não fossem as constantes manutenções na nave Cápsula 3 e nos mini-robôs de treinamento de Vegeta. No fim das contas acabava cansada demais para fazer qualquer outra coisa, visto que o professor Briefs ultimamente estava mais ocupado com os assuntos da empresa do que com as manutenções exigidas pelo “hóspede” da casa.

Resumindo, tudo que fosse referente a Vegeta agora sobrava para ela.

Distraída com esses pensamentos, saiu correndo com a garrafa de água na mão. A tampa começou a escapar por estar frouxa e, enquanto ela a arrumava no lugar, acabou dando um forte encontrão com alguém. A garrafa saiu voando para cair longe. Bulma e o “alguém” caíram no chão.

Esse “alguém” era justamente quem menos queria: Vegeta. E eles estavam numa posição extremamente embaraçosa.

Com o encontrão, o saiyajin caiu de costas e ela, por cima dele. Esse não era o maior problema. O pior é que eles ficaram paralisados, um olhando para o outro. Explicando melhor: Bulma olhava para Vegeta, que naquele momento estava sem camisa, e exibia seu tórax escultural; Vegeta olhava para Bulma, mais especificamente para o conteúdo da blusa de alcinhas dela. Para completar, ela ficou vermelha com o jeito com que caiu em cima dele. E ele, por seu turno, estava pior... Estava com o rosto totalmente vermelho-escarlate e começou a engolir em seco porque não conseguia tirar os olhos daquele decote.

Nunca havia passado por uma situação dessas em toda a sua vida.

E pra piorar ainda mais a situação dela e do saiyajin, que ainda estavam na tal posição comprometedora...

― Ô Bulma, cadê a água? Por que tá demorando... Tanto...?!

... Apareceu Yamcha, que ficou mudo ante aquela cena durante alguns instantes. Quando se recuperou do choque, esbravejou:

― Ah, eu não acredito, Bulma... Você, se atirando logo nos braços de um assassino?!

― O quê?! – ela se levantou de repente. – O que faz você pensar que eu iria me atirar nos braços dele?

― Te vendo naquela posição... – ele revirou os olhos.

― Não é o que você está pensando, Yamcha!

Yamcha ficou ainda mais bravo:

― Como não é o que eu tô pensando, Bulma?! EU VI! Eu te vi bem em cima dele!

― Como é que é? Como pode tirar conclusões assim?

― Não preciso tirar conclusão nenhuma... Eu já desconfiava de você. Claro, dando atenção ao Vegeta quase o tempo todo, fazendo manutenções com tanta frequência e não tendo muito tempo pra gente namorar... É claro, como não me toquei?

― Do que você tá falando?

― De você... E do Vegeta! – pronunciou o nome do saiyajin com asco.

― Espera aí! Foi apenas um acidente, e...

― Acidente?! Já faz tempo que eu percebi que você tá olhando diferente pra ele!

― O quê?! – Bulma ficou desconcertada. – Você ficou maluco? Eu, com o Vegeta?! Isso não passou de uma trombada inocente, nada mais... Tá aqui o Vegeta que não me deixa mentir, e...

Olhou para trás, vendo que não tinha mais ninguém. Vegeta tinha vazado.

― Ora, aquele saiyajin infeliz... Me deixou na mão! – ela grunhiu com raiva.

― Vou nessa! – disse o ex-ladrão. – Já achei um apê pra alugar e me mudo pra lá hoje!

― Pode ir! Pra mim está ótimo!

― Vou mesmo! Pra mim também está ótimo!

― Ótimo!

― Ótimo!

Ótimo!— disseram os dois, de costas um pro outro, ao mesmo tempo.

 

*

 

Encostou-se ofegante na parede da nave. Ainda estava vermelho depois da cena com Bulma. Nunca, em toda a sua vida, havia passado por uma situação semelhante. Teve que agir como um covarde e fugir, ou cometeria uma loucura ali mesmo, com seus hormônios fervilhando como nunca. Aquela trombada fora demais, apesar de ele já estar se sentindo estranho toda vez que via aquela mulher maluca. Sentia seu coração acelerar, começava a suar frio e tinha prazer em discutir com ela, sentia-se bem com isso.

Era toda vez mesmo que ele se sentia assim. E isso já fazia meses. Aquela trombada o deixou em vias de ficar louco, principalmente por ter se fixado tanto no conteúdo daquela blusa de alças que ela usava.

“Eu só posso ter ficado maluco!”, pensou. “Será que agora não consigo pensar em outra coisa a não ser nessa mulher?! Maldita hora em que fui receber aquela trombada!”

Conseguiu se concentrar a muito custo e se acalmou, o suor ainda escorria pela face. O coração voltou a bater compassado depois de alguns minutos.

Alívio.

Agora precisava retomar os treinos logo ou iria pirar com aquela mulher.

“Falar é fácil”, pensou. “Agora não consigo tirar aquela maluca escandalosa da minha cabeça...”

Respirou fundo e foi até os controles que regulavam a gravidade da nave. Ajustou a gravidade para aumentar em 350 vezes. Precisava se concentrar novamente em seus treinos e tinha que fazer isso de qualquer maneira. Começou a sentir o peso exercido pela gravidade sobre o seu corpo enquanto tentava pôr sua cabeça no lugar. Devia se concentrar em se fortalecer a fim de derrotar os androides e depois ter sua revanche contra Kakarotto.

Nada lhe dava mais prazer do que lutar. Estava no seu sangue, era a sua sina. Não deveria se importar com o que sentia ultimamente, principalmente em relação àquela mulher terráquea maluca.

Após fazer um alongamento, começou a distribuir golpes velozes pelo ar. Era seu aquecimento antes do seu exercício com os robôs. Os golpes eram cada vez mais velozes e intensos, cortando o ar.

Desceu ao chão, sem parar de treinar os golpes cada vez mais ágeis. Mas a sua concentração acabou indo embora outra vez e conseguiu cair de cara no chão, puxado pela gravidade. Culpa de quem? Da mulher de cabelos azuis. Teve trabalho para se levantar com a gravidade aumentada em 350 vezes. Como aquela doida escandalosa, mesmo sendo fraca e estando a metros de distância dele, era capaz de tirar-lhe a concentração?

Tentou se concentrar de novo e se levantou com dificuldade. Passou a mão no nariz dolorido enquanto se readaptava à pesada gravidade. Olhou para seu próprio reflexo em um dos vidros e fechou a cara pra valer.

― Vegeta, você é mesmo um imbecil! – começou a dar bronca em si mesmo. – Como é que você consegue ficar doido por causa de uma terráquea escandalosa como aquela! Por uma simples trombada e você fica maluco desse jeito? Você é o príncipe dos saiyajins, tem que se concentrar apenas em alcançar o poder de Super Saiyajin, pra derrotar aqueles bonecos de lata... E depois acabar com a raça daquele retardado do Kakarotto!

Ao fim de sua autocrítica, Vegeta sentiu o estômago roncar. Estava na hora de parar e ir jantar. Não sem antes tomar um banho para ver se conseguiria tirar o perfume de Bulma impregnado em seu corpo.


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Notas finais do capítulo

Continua...