O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 3
Sonho vs. realidade


Notas iniciais do capítulo

Será que os sonhos podem se tornar realidade? Bulma tem suas dúvidas, mas quer levar o relacionamento com Yamcha adiante. E planeja fazer isso durante a festa de aniversário de casamento de seus pais. Isso, se Vegeta não atrapalhar, como sempre costuma fazer...



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Estava em meio a um salão decorado de rosas e vestia um deslumbrante vestido rosa, que mataria de inveja Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida e outras princesas juntas dos contos de fadas. E tinha uma linda rosa vermelha em sua mão. Mas, de repente, o vento soprou fazendo com que as pétalas vermelhas se soltassem. Elas flutuaram ao sabor do vento e, no lugar delas, surgiu alguém vestido com um traje elegante de príncipe, um traje vermelho.

Logo Bulma reconheceu aquele homem. Era Yamcha, que estava incrivelmente atraente, como um desses galãs de cinema.

― Gostaria de dançar comigo? – ele perguntou já lhe oferecendo a mão.

― É claro, Yamcha! – ela estendeu a mão.

Os dois começaram a dançar uma valsa. Quando terminaram, ele desapareceu, transformando-se em pétalas vermelhas de rosa que voaram ao sabor de mais um sopro do vento.

― Yamcha! Cadê você?

Corria, segurando a longa saia do vestido, à procura de seu namorado. Não havia sinal dele. Mas parou ao ver no chão uma rosa diferente, que parecia rara. Era azul. Só havia visto uma assim no jardim de sua mãe. Parecia ainda mais linda que a vermelha, pois possuía algo de misterioso. Mas novamente o vento soprou e fez com que as pétalas daquela rosa voassem a certa distância.

Bulma seguiu as misteriosas pétalas azuis e encontrou um sujeito vestido com um traje semelhante ao de Yamcha, mas, em vez de vermelho, era azul. O seu rosto estava encoberto pela penumbra.

Ela se aproximou mais dele para descobrir quem era, mas...

 

*

 

― AAAHHH!!! O QUE É ISSO?!?

Bulma caiu da cama, achando que havia uma goteira bem em cima de sua cara. Quando se levantou do chão, com parte da franja grudada na testa, se enfureceu pra valer:

― O que você pensa que tá fazendo, hein, Vegeta?! – ela esbravejou com fumacinhas saindo de sua cabeça ao vê-lo com uma jarra de água na mão e os dedos molhados e gotejando.

― Acordando você!

― Ah, que maneira delicada de se acordar uma dama... – ela ironizou. – O que você quer pra vir aqui jogar água fria na minha cara e interromper meu sono de beleza?

― O que acha? Te garanto que não foi pra te ver dormindo esse seu “sono de beleza”... – disse com sarcasmo e fazendo aspas com os dedos.

― E então?

― Você é burra ou o quê? – Vegeta rebateu com sua já típica impaciência. – Os mini-robôs! Preciso de mais pra treinar! Entendeu, ou quer que eu desenhe pra você?

Bulma pegou a primeira coisa que sua mão alcançou e arremessou contra Vegeta. Ele interrompeu a trajetória de um travesseiro, que tinha endereço certo para sua cara.

― E você acha que isso iria me ferir? – ele continuava com seu sarcasmo.

Bulma quase espumava de raiva. Aquele saiyajin troglodita tinha conseguido a façanha de atrapalhar o seu sonho. Vegeta apenas se divertia com a raiva alheia. Tinha que admitir que azucrinar a mulher de cabelo azul-turquesa era um de seus passatempos favoritos.

 

*

 

― Yamcha, aonde você vai? – Bulma perguntou ao ver o namorado passar pela porta do laboratório sem sua roupa de treino.

― Ah, vou procurar um apartamento pra morar. – ele respondeu enquanto entrava.

― Apartamento?

― É... Acontece que a academia em que eu entrei é meio longe daqui e não quero chamar atenção. Imagina se o povo me vê voando...! Além disso... A gente bem que podia pensar num lugar pra morar... – ele corou. – A festa de noivado tá perto, não é?

― MINHA NOSSA!!! – Bulma exclamou e se levantou da cadeira num salto.

― O que foi?

― Yamcha, eu já estava me esquecendo!

A cientista pegou o calendário e conferiu.

― A festa de noivado... Vai ser daqui a QUINZE DIAS!! E eu ainda não marquei nada, nem cabeleireiro, nem aula de valsa, nem encomendei a fantasia!

― Ah, relaxa, Bulma... Vai dar tempo de fazer tudo isso, não se preocupe!

― Você tem razão em parte, mas... As aulas de valsa não são só pra mim, são pra você também!

― P-Pra mim... Também...?

― Claro, você vai ser o meu par na festa! Esqueceu que meu futuro noivo é você?

― Ah, é... – ele deu um risinho entre embaraçado e nervoso. – Eu viajei...!

― Bom, é melhor eu procurar um professor de dança. Vou buscar a lista telefônica. Só vou deixar esse mini-robô pronto, antes que “Sua Alteza” resolva baixar por aqui.

― E, por falar no diabo... – Yamcha disse, após sentir a aproximação do ki de Vegeta. – Ele já tá vindo aí.

― Já terminou? – Vegeta perguntou à beira da porta.

― Tava demorando... – Bulma suspirou. – Espera um pouquinho, só falta um ajuste aqui.

― Pelo menos hoje você está menos lerda.

― Como você reclama! – Yamcha interveio. – Esqueceu que ela é uma humana, não uma máquina? Ninguém aqui é obrigado a te aturar, sabia? A Bulma não tem que ficar aguentando os seus surtos e as suas encheções de saco!

― Se ela não fizer o que eu quero, mato todo mundo! Simples assim.

― Se você matar todo mundo, vai se ver com o Goku! Simples assim.

― Vai encarar?

― Com certeza! – o ex-ladrão disse. – Sei que se você me matar, vai acabar se dando muito mal!

Os dois se encararam com direito a faíscas saindo dos olhos de ambos. Mas o clima de tensão entre o saiyajin e o lobo do deserto foi bruscamente quebrado:

― Pronto, Vegeta. Tá aqui. Tchau!

Nisso, o saiyajin deu as costas para Bulma e foi para o seu “santuário”. Ela suspirou aliviada porque já havia feito o conserto de vários mini-robôs, até mesmo nos de reposição. Teria um bom tempo de sossego até o próximo aborrecimento. Yamcha também suspirou aliviado. Não sabia onde estava com a cabeça ao arriscar seu pescoço daquela maneira.

― Bulma – ele disse. – Vou ao centro da cidade procurar um apê. Devo voltar às seis.

― Pode ir. – ela deu um sorriso tranquilizador. – Não se preocupe comigo, eu sobrevivo aqui.

― Tá bom, mas antes...

Yamcha a beijou. Em seguida, foi até a porta e se despediu:

― Até mais tarde!

― Até!

 

*

 

Bulma começava a se preocupar com os preparativos da grande festa. A festa não era necessariamente para o seu noivado com Yamcha; na verdade, era para comemorar o aniversário de casamento de seus pais. E para variar, eles inventaram uma festa temática. O tema era contos de fadas. Ela se fantasiaria de princesa e Yamcha, de príncipe.

E teria a tal da valsa... Só a Sra. Briefs mesmo pra inventar uma dessas. O maior problema era que nem ela e nem o namorado sabiam dançar valsa. O jeito era contratar um professor de dança.

― Alô? Le Fleur? Aqui é a Bulma, gostaria de saber se pode dar umas aulas de valsa pra mim e o meu namorado... Ah, sim... Então, dá pra gente aprender em quinze dias? Que bom! Amanhã? Deixa ver... Cinco da tarde é um bom horário... Aqui? Não, não é problema... Dá pra ser aqui, tudo bem... Obrigada, a gente combina o pagamento... Tchau!

“Ufa, missão cumprida!”, pensou. “Amanhã começam as aulas e só espero que o chato do Vegeta não atrapalhe.”


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Notas finais do capítulo

Este capítulo não ficou lá essas coisas, mas o próximo sai melhor, é só esperar...

P.S.: Bem, a roupa de Yamcha no sonho de Bulma, eu imaginei como se fosse a do Touga Kiryuu, de Shoujo Kakumei Utena - que, diga-se de passagem, é um gato! (*_*) É só pesquisar no Google as imagens...

Em breve posto o quarto capítulo, é só esperar! Valeu e até a próxima!