O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 29
Virando rotina




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Há muitos e muitos dias, Piccolo estava intrigado com uma coisa que martelava a sua cabeça sem parar. Aquilo o incomodava dia após dia, principalmente quando se referia à “espionagem” que ele e Goku faziam esporadicamente para checar se as informações de Trunks de fato aconteceriam como ele dissera. Era uma pergunta intrigante mas, ao mesmo tempo, ele a considerava incrivelmente idiota.

Havia passado praticamente todo o inverno e parte da primavera com inúmeros pontos de interrogação ao seu redor, quase tão visíveis quanto os mosquitos. No entanto, ainda não tivera a chance de perguntar algo a Goku. A principal razão era que os treinos estavam sendo mais intensos e Gohan estava durante todo o tempo com eles.

Mas aquela dúvida persistia na sua cabeça.

No entanto, ele não podia fazer nada a respeito; estava tão de mãos atadas quanto Goku e com isso a “espionagem” que ambos faziam estava bastante comprometida e limitada.

Diante disso só lhe restava continuar a cultivar o dom da paciência.

 

*

 

Aquilo estava se tornando rotina. O inverno havia passado, a primavera já havia chegado – na verdade, já estava no final da estação – e Bulma não tinha refresco. Não conseguia escapar de fazer as sucessivas manutenções na nave e elas estavam com uma frequência assustadoramente maior. Claro, os treinos de Vegeta estavam cada vez mais intensos e faziam com que ela tivesse dúvidas em relação ao quanto a Cápsula 3 poderia suportar com aquelas sessões cada vez mais duras de treinamento.

O final da primavera estava atipicamente quente, tinha mais cara de que o verão havia chegado mais cedo.

― Você podia tomar um pouco mais de cuidado nos treinos, Vegeta. – ela disse ao saiyajin enquanto fazia mais uma de suas intervenções na máquina de ajuste de gravidade.

― Não preciso disso. – ele respondeu. – A minha resistência aumentou bastante e já faz dias que não saio ferido.

― Dãããããããããããã... – ela fez, quando se virou para ele. – Não tô falando de você, convencido...! Eu falo da nave!

― O que tem ela, desta vez?

― Bom... Ela tem tudo, Vegeta, menos condições para funcionar.

― Como assim?

― Não se faz de desentendido e olha bem ao seu redor!

Não era preciso ser nenhum perito para perceber que a nave estava em condições bem precárias para voltar a funcionar. Principalmente porque, dessa vez, o computador central da máquina de gravidade estava seriamente avariado e uma peça solta acabava de cair pesadamente no chão, fazendo um grande barulho. Vegeta percebeu com isso que havia passado da conta. Mau sinal? Muito pelo contrário, pelo menos para o saiyajin. Isso só mostrava que estava ficando cada vez mais forte, o que já era alguma coisa.

― E quanto tempo vai levar pra arrumar isso tudo? – perguntou coçando o queixo com ar pensativo.

― Não dá pra calcular um tempo exato, mas... Deve dar mais ou menos uma semana.

― Uma semana? Por que todo esse tempo de enrolação?

― Não é enrolação, Vegeta. Você não viu que a nave tá quase acabada? Não falta muito pra virar uma sucata espacial.

― Claro, meu poder de luta aumentou comparado ao que eu tinha quando comecei a usar essa joça aí. É só aumentar a resistência dela e pronto!

― Ah, tá... Como se fosse muito simples, né, Vegeta... – ela disse com sarcasmo. – Pra você tudo é simples, tudo é fácil, já que não é “Vossa Alteza” quem vive consertando a nave!

Ele assumiu ar de superioridade com seu sorrisinho cínico:

― Você não faz mais do que a sua obrigação.

― Como é que é? O que disse?

― É surda? Você não faz mais do que a sua obrigação! – ele afirmou categoricamente.

― Devo estar surda mesmo... – ela recobrou seu ar irônico. – Quer dizer que eu, Bulma, uma bela garota, um prodígio de cientista, herdeira da Corporação Cápsula e praticamente dona desta casa, tenho que ser sua “criadinha” particular? Ah, me poupe! Eu não sou sua escrava, entendeu?

Ela guardou as ferramentas na caixa. Só para pirraçar, deixaria o serviço pela metade, apenas para ver a irritação de Vegeta. Mas o resultado não foi o esperado.

Olhou para trás mas não viu ninguém. Sentiu um vento soprar, agitando o seu cabelo longo.

Mas... Vento...? Como seria possível entrar vento assim na nave para fazer isso, se estava fora da área onde teria vento proveniente da porta aberta? E ainda por cima um vento contrário que, em vez de entrar na nave, parecia sair rumo à porta? Pois bem, isso aconteceu. Bulma nem teve tempo de raciocinar alguma coisa, logo se sentiu agarrada pelos pulsos, por duas mãos que mais pareciam ser feitas de aço.

Quando se recuperou desse susto...

― Ve-Vegeta...? – balbuciou. – O que você está fazendo...?

A primeira resposta foi pura e simplesmente um beijo roubado. Com esse beijo, vieram também os amassos e uma “mão boba” começando a percorrer as costas da cientista, que ficava ainda mais arrepiada com esse tipo de contato. E quem disse que ela não gostava? Principalmente porque aquilo estava começando a se tornar rotina. Bastava ficar alterada e começar a reclamar, que logo era silenciada e entrava no jogo dele.

Durante mais essa aproximação agora “agressiva” do saiyajin, Bulma decidiu fazer outros planos com relação à nave avariada.

Aquilo tudo, definitivamente, estava virando rotina.


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Notas finais do capítulo

Capítulo meio bobo, não?

Prometo que o próximo sai melhor, ok?



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