O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 27
Previsão do tempo de hoje: Neve, muita neve




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O telefone tocou com insistência, mas Bulma demorou a chegar. Estava dentro do laboratório entretida com o conserto de algumas peças danificadas da nave Cápsula 3. Saiu de lá correndo e atendeu ao telefone.

― Alô? Papai? Aqui tá tudo bem, e com você e a mamãe? Como é que é? Vão prolongar a viagem? Não, não, tudo bem... Dá pra me virar aqui... Ok... Então, tchau!

― Eles não vão voltar agora, não é?

― Não, Vegeta. – Bulma respondeu. – Eles vão ter que ficar onde estão. Está tendo uma grande nevasca na região e com isso a volta foi adiada.

― Então o conserto vai atrasar, não é?

― Vai. Até porque o meu pai disse que só lá é que tem a peça necessária para colocar no computador que regula a gravidade. Sem ela, a gravidade não vai aumentar e nem diminuir.

― Que droga! – ele bufou.

Toda a conversa tinha uma música de fundo. A música vinha do rádio do laboratório.

― Interrompemos a nossa programação para uma notícia de última hora. Uma forte massa de ar polar está estacionada sobre a nossa região e poderá começar a nevar a qualquer momento. Os meteorologistas dizem que essa forte massa de ar polar pode se encontrar com a frente fria que já está sobre a Capital do Oeste e chegar até a gerar uma nevasca, como a que está deixando a cidade de Aise isolada.

― Aise? – Bulma estava pensativa. – É lá onde estão os meus pais.

Olhou para o quintal pela grande janela da sala. O céu estava repleto de nuvens cinzentas e começava a nevar conforme anunciado via rádio. Já começou a sentir um pouco de frio e foi até o laboratório, onde estava o termostato do aquecedor da enorme casa. Vegeta, para variar, havia evaporado. No entanto, ela caía de cara no chão, dando um verdadeiro estabaco.

― Você não olha onde anda, não? – Vegeta perguntou furioso. – Atrapalhou a minha série de duas mil flexões!

Ela estava caída no chão, ainda com as pernas sobre as costas do saiyajin, que permanecia de bruços no chão.

― E aqui, por acaso, é lugar pra você fazer flexões, Vegeta?

― Enquanto você não consertar a nave, sim. – respondeu aborrecido, com uma mão apoiando o rosto e a outra tamborilando o chão.

Os dois se encararam por algum tempo. Era estranha a sensação que agora acontecia entre eles ao se lembrarem de que estavam completamente sozinhos. Em vez de se sentirem à vontade, pareciam muito mais constrangidos com isso. Depois de se encararem, se ruborizaram e cada um saiu para um canto.

Bulma olhou mais uma vez para a janela. A neve começava a cair em maior quantidade e intensidade.

― Nossa, está nevando mais do que eu pensava... – disse, enquanto esfregava os braços. – Puxa, que frio! Vou lá ajustar o termostato.

Foi até o laboratório e olhou o termostato do aquecedor para depois ajustá-lo para uma temperatura mais alta. Enquanto isso, Vegeta foi fazer sua sessão de duas mil flexões na ampla sala. Entre uma flexão e outra, o saiyajin pensava em como poderia progredir em seu treinamento, mesmo impossibilitado de usar a gravidade aumentada da nave. Levantou-se, interrompendo seus exercícios para prestar um pouco mais de atenção no clima que se apresentava lá fora. Pensava em como era intrigante o clima do planeta onde ele estava. Durante um ano, notou que eram quatro situações climáticas diferentes.

A Terra era um planeta bem diferente daqueles por onde havia passado.

Seus olhos negros estavam fixos na neve que caía. Aquilo dava ao saiyajin a impressão de que o frio externo o contagiava. Era tão estranho... A paisagem ganhara tons solitários de cinza e branco e flocos minúsculos e delicados de gelo caíam bem lentamente. Seus olhos permaneciam fixos nos flocos de neve. No entanto, seus pensamentos pararam de flutuar quando viu que ventava mais forte e caía mais neve.

E mais uma vez a programação de rádio era interrompida pelo noticiário:

― Mais uma vez, interrompemos a nossa programação para uma notícia de última hora... Segundo o instituto de meteorologia da Capital do Oeste, há grandes chances de evolução para uma nevasca. Por isso, as autoridades aconselham os moradores a não saírem de suas casas a não ser em caso de emergência.

― Que ótimo. – Bulma disse aborrecida. – Só porque eu queria dar uma saidinha hoje.

O saiyajin apenas grunhiu como resposta.

― Vou ter que arranjar algo pra espantar o tédio.

― E a manutenção das peças da nave?

― O que eu podia fazer sem aquela peça que o meu pai teria que trazer de Aise, eu já fiz. Depois é só colocar a tal peça que será possível fazer os últimos ajustes.

Um breve silêncio se fez entre os dois, que olhavam a neve cair com ainda mais intensidade e acompanhada por fortes rajadas de vento.

― Parece que evoluiu pra nevasca. – Bulma rompeu o silêncio. – Por esse vento forte e essa neve toda... E mesmo que a nave pudesse funcionar normalmente, Vegeta, você se congelaria lá fora antes mesmo de chegar até ela.

― Mas a nave não está pronta, e isso não me tira o tédio de ficar enfiado aqui nesta casa.

― Tédio, não é? Eu sei muito bem como é isso, ficar presa em casa é tão chato... Que tal ver um pouco de TV?

O saiyajin não questionou e a acompanhou até a sala. Estava disposto a fazer qualquer coisa para espantar o tédio enquanto o tempo ruim não passava lá fora. Sentaram-se no sofá, enquanto Bulma pegava o controle remoto e ligava a TV. Na programação, só davam as notícias sobre a nevasca sem precedentes na Capital do Oeste. Já havia anoitecido há tempos e a programação continuava com a cobertura especial.

E nisso, os dois acabaram tomados pelo sono e passaram a noite ali mesmo, no sofá e com a TV ligada para as paredes.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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