O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 20
Papparazzi, confissão e derrota


Notas iniciais do capítulo

O que uma foto tirada por um papparazzo enxerido e publicada numa revista sensacionalista pode causar à vida de três pessoas?

Leiam o capítulo e confiram!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52015/chapter/20

― Eu não acredito! – esbravejou acertando mais um soco contra mais um dos mini-robôs que o cercavam. – Não acredito que caí de novo! Caí de novo numa cilada!

Mais uma vez, sentia que fizera novamente papel de trouxa. Como? Como se deixara levar por tamanha idiotice?

Mais um mini-robô se aproximou. Furioso, Vegeta disparou um raio contra ele, que lhe devolveu o ataque na mesma intensidade. O saiyajin conseguiu se desvencilhar do raio sem grandes problemas e revidou, destruindo o robô. Mas nada parecia acalmar aquele coração furioso. A sensação de arrependimento o deixava assim. Olhou para seu reflexo em um dos vidros da nave onde via seu rosto, mas ao mesmo tempo se sentia irreconhecível. Sentia que seu orgulho lhe cutucava nessas horas.

“Ótimo! Agora estou me contaminando com os sentimentos idiotas dos terráqueos!”, pensou. “Um príncipe saiyajin como eu, se apaixonar? Só posso estar realmente contaminado!”

― Para! – ordenou a si mesmo. – Para de pensar nisso, Vegeta! Lembre-se de que precisa superar aquele retardado do Kakarotto!

Precisava manter o foco em seu treinamento. Já se passara quase um ano e ainda não tinha se fortalecido o suficiente. Sabia disso porque sentia que o ki de Goku se fortalecia cada vez mais a cada dia. Era frustrante se matar de tanto treinar e saber que seu maior rival – um guerreiro idiota de terceira classe – parecia ganhar tudo numa bandeja de prata. As coisas eram mesmo muito mal distribuídas: ele, o príncipe, não conseguia o poder de Super Saiyajin; e Kakarotto, um reles guerreiro retardado de terceira classe, já dominava a transformação.

Aquilo era tão degradante... Principalmente para alguém de sua classe.

Mas ele não era do tipo que desistia de suas ambições tão facilmente. Não. Ele estava determinado a se tornar um Super Saiyajin de qualquer maneira para acabar com os tais androides e, depois, acabar com a raça de Kakarotto. Para isso teria que se concentrar mais em seu treinamento, por mais que isso fosse difícil na atual situação em que se encontrava.

 

*

 

Um grito ecoou longe. Tão longe que os pássaros do parque próximo do prédio saíram das árvores numa grande revoada. Esse grito havia partido de um dos apartamentos desse mesmo prédio.

De quem era?

― Yamcha, o que aconteceu?! – Pual perguntou após chegar esbaforido à sala.

Yamcha estava paralisado, sentado no sofá e com uma revista aberta nas mãos. Parecia completamente atônito com o que poderia ter visto nela. O gatinho azul ficou preocupado ao ver tal cena. Entrou na frente dele e agitou a patinha diante de seus olhos.

― Yamcha, o que foi?

O ex-ladrão demorou mais alguns segundos para se recuperar do choque. Quando se recuperou, apenas disse:

― Dá... Dá uma olhada nisto, Pual...!

Na página da revista estava estampado o seguinte título: “Herdeira da Corporação Cápsula tem novo affair: O seu hóspede misterioso. Confira foto exclusiva!”

― Isso só pode ser um pesadelo bizarro! – Yamcha disse. – É impossível! Não pode ser verdade... A Bulma... E o Vegeta... Se... Se... SE BEIJANDO!!

― Yamcha, relaxa...

― Não! – ele ignorou Pual. – Não é possível que ela esteja apaixonada justo por aquele monstro. Não... Ela só pode ter sido forçada a isso... Sim, é isso...!

Levantou-se do sofá e saiu disparado.

― Pual, eu já volto.

― Aonde você vai, Yamcha?

Ninguém respondeu. Yamcha já estava longe.

 

*

 

― AAAHHH! QUEM FOI O DESGRAÇADO QUE TIROU ESSA FOTO?!

O rosto de Bulma ficou parecendo uma paleta de cores, todas derivadas do vermelho. Não podia acreditar que tinha por aquelas redondezas um enxerido que fosse capaz de flagrar aquele beijo no laboratório. Por causa disso, fervia de raiva e queria matar o paparazzo idiota que fizera aquilo. Sua cara faltou cair de tanta vergonha, mas... Pensando bem, a foto tinha ficado até boa!

“Você não queria uma retribuição?”

“N... Não gosto de dever nada a ninguém!”

Olhou com mais atenção para a foto. Era a primeira vez que via o saiyajin tomar alguma iniciativa nessa parte. Mais uma vez havia percebido que ele era muito desajeitado para algo tão simples. “Será que ele nunca beijou antes?”, pensou. “Eu não acredito que ele nunca tenha feito algo assim, nem que fosse à força...”

No entanto, os pensamentos de Bulma foram interrompidos por um barulho repentino da porta do laboratório se abrindo e alguém chegando todo esbaforido.

― Yamcha?!

― Oi, Bulma... – ele disse sorrindo na maior cara de pau.

A cientista logo fechou a cara. E fez uma assustadora expressão, de quem estava louca para matar a primeira vítima que estivesse à sua frente. Tanto que labaredas medonhas de fogo pareciam surgir por trás dela e seus olhos azuis começavam a soltar faíscas.

― O. QUE. VOCÊ. VEIO. FAZER. AQUI?! – ela perguntou bem pausadamente.

Ele assumiu uma postura séria de metido a super-herói.

― Eu vim te salvar!

Bulma logo perdeu a aura de criatura assassina. Primeiro, ficou surpresa...

― Hã...?!

... Depois, tentou segurar o riso...

... Mas não aguentou e soltou uma sonora gargalhada, deixando Yamcha pasmado.

― Me salvar? – ela perguntava, mal conseguindo respirar enquanto ria. – Conta outra, Yamcha! Me salvar de quem?

A jovem de cabelo azul já sentia os olhos encherem de água e a barriga doer. O ex-ladrão tentou manter a pose de “herói”:

― Vim te salvar do Vegeta!

Bulma logo parou de rir e encarou o lobo do deserto. Mas a gargalhada dela voltou a explodir no laboratório.

― Do que você tá rindo, hein, Bulma...? – Yamcha perguntou após cessar mais um ataque de risos.

― Você... Me salvar? E do Vegeta...? Por quê?

― Eu vi a foto dele te beijando na revista. E aposto que ele te forçou a isso.

―E de onde você tirou essa ideia? – ela já estava séria.

― Na foto, ele te segurou pelas mãos. E ninguém faz isso com a MINHA garota!

― Ela não é sua! – disse outra voz atrás dele.

― Por que você é tão inconveniente, hein, Vegeta? – Yamcha perguntou e começou a ficar ainda mais nervoso.

O saiyajin não deu atenção à pergunta dele e prosseguiu:

― Você se esqueceu, por acaso? Ela terminou com você porque não passa de um verme asqueroso e traiçoeiro!

― Asqueroso é quem me chama!

― Não mais do que você. – o príncipe replicou com seu sorriso irônico.

― Você deveria ficar longe da MINHA garota! Eu sei que você forçou ela a te beijar!

― Como é que é? – Vegeta arqueou a sobrancelha. – Eu o quê...? Forcei...?

― Ah, não se faz de desentendido! Tá aqui na foto! – Yamcha mostrou a revista.

Nem é preciso dizer o quanto Vegeta ficou vermelho com tudo aquilo. Como alguém havia conseguido flagrar aquela cena? Seu instinto assassino lhe dizia que deveria procurar o tipo que fizera isso e pulverizá-lo, mas não sabia quem era o dito-cujo.

― Não vai me dizer que não é você na foto, vai? – Yamcha insistiu.

― Sou eu, sim. E daí?

Yamcha nem se importava que aquele sujeito de azul fosse um ser pertencente à poderosa raça saiyajin. Queria apenas estrangulá-lo, nada mais.

― Você me paga!

― PARA COM ISSO, YAMCHA!!

O ex-ladrão estacou ao ouvir o grito de Bulma.

― O quê?!

― O que você ouviu!

― Por que tenho que parar?

― Ah, mas você é burro, mesmo! Ele não me forçou coisa nenhuma!

― Não?

― É claro que não! Repara bem na foto... Se eu tivesse sido forçada, eu tentaria escapar.

Yamcha olhou para a foto e, depois de alguns instantes, sua cabeça processou as últimas informações.

― Quer dizer que...

― Sim, Yamcha... Eu gosto dele. Desde a noite da festa.

Ela deu uma pausa.

― Desde... Aquela noite...?

― Desde que te flagrei com outra.

O mundo pareceu desabar para Yamcha. Ainda tentava entender o que acabava de acontecer. A foto da revista sensacionalista, a declaração de Bulma...

 

“Ela não é sua.”

“Eu gosto dele.”

 

As duas frases ecoavam na sua cabeça sem parar. Já não conseguia entender mais nada, muito menos a razão de Bulma dizer aquilo. Não conseguia acreditar que ela estava caindo de amores por um assassino frio e calculista como Vegeta. Isso não lhe entrava na cabeça, nem mesmo à força. Esse pesadelo não podia ficar pior... Ou podia?

Podia, sim... E ficou pior.

Bulma se aproximou de Vegeta, que ainda estava imóvel como um espectador de toda a cena. A cientista queria acabar com aquela confusão de uma vez por todas e mostrar ao ex-ladrão que não adiantava tentar reconquistá-la, pois já a havia perdido. Foi quando desferiu o golpe de misericórdia, surpreendendo o saiyajin ao se atirar nele e lhe roubou um beijo, que se tornou intenso. Imediatamente, o guerreiro correspondeu à ação dela sob o olhar aterrado de Yamcha.

Quando tudo terminou, Yamcha estava paralisado e Bulma, embora tivesse gostado do que havia feito, encarou-o com expressão de “Agora entendeu por que não te quero mais?”

Vegeta não conteve seu sorriso vitorioso ao ver a cara de derrotado do outro guerreiro. Na verdade, tinha gostado de ter sido surpreendido e queria mesmo acabar com aquele verme de alguma forma. Gostaria mesmo era de pulverizá-lo, mas se contentava em acabar com ele moralmente.

― Você... Você ficou louca, Bulma?! – Yamcha perguntou, ainda em choque.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua no próximo capítulo... Espero que tenham gostado deste...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O príncipe, a cientista e o plebeu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.