Passado escrita por Amorita


Capítulo 13
Anna Part 2: Letter and Book


Notas iniciais do capítulo

Merry Christmas!!!!!



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“Você quer brincar na neve?

De alguma coisa que eu não sei?

Faz tempo que eu não vejo mais ninguém

Até com os quadros nas paredes já falei

Firme aí, Joana!

É meio solitário, tão vazio assim

Só vendo o relógio andar...”

A voz da garotinha ruiva escoou pelos corredores sempre desertos daquela ala do palácio, fazendo cada cantinho, por mais desabitado e abandonado que fosse, se preencher de um sentimento até então esquecido pelo resto da família real... Esperança. Era, de fato, impressionante como a menina possuía o mesmo ânimo de quatro anos atrás

Quatro anos... Sim, haviam sido quatro infelizes anos com direito a aniversários nada memoráveis, ceias com uma família triste e constantemente tensa, conversas com quadros e, sobretudo, portas fechadas. Por Deus, era de acabar com a boa vontade de qualquer um.

Mas Anna jamais fora qualquer uma.

A princesa não parecia ter plena consciência da pessoa extraordinária que havia se tornado. Pelo contrário, a garota se subestimava em muitos aspectos. Isso se devia, obviamente, ao fato de ter sido ignorada pela irmã mais velha por tantos anos. Por mais que evitasse, a mesma questão parecia voltar-lhe a mente com uma frequência particularmente indesejável. “Será que Elsa não gosta de mim? E se não gosta, porquê? Será que sou realmente digna da amizade dela?”. Anna procurava manter os pensamentos sempre otimistas. E era isto, este jeitinho espirituoso, que a tornava uma criança admirável.

Contudo, isto não durava para sempre. Claro que não. Anna era, acima de tudo humana. E não uma boneca, com um sorriso fixo e plastificado nos lábios! Portanto, tinha direito a dias tristes tanto quanto qualquer um. E aquele em especial, sem dúvidas era um deles.

Após mais uma tentativa evidentemente fracassada de tentar tirar a irmã daquele maldito quarto, Anna corria levemente triste pelos corredores, as tranças balançando sobre o vestidinho verde. A mesma se encaminhava à cozinha do castelo. Certo que era um local esquisito para uma princesa visitar, mas Anna nunca teve uma postura muito principesca.

Fugir de conceitos formados pela realeza parecia um hobbie para ela. A garota sorriu fracamente ao lembra-se que Elsa também carregava isto consigo. Embora a irmã tivesse muito mais classe do que ela neste quesito... Bom ao menos, a ruiva pensava assim.

E além do mais, o que poderia fazer se a única pessoa que demonstrava paciência e interesse em lhe ouvir passava a maior parte do tempo lá, na cozinha?

A jovem adentrou o cômodo arfando levemente pela correria. A cozinha era sem dúvidas um local muito querido pela menina. Criados corriam de um lado para o outro apressados enquanto o vapor das panelas preenchia o ambiente. Anna inspirou profundamente todo aquele ar, sentindo o cheiro de hortaliças e legumes cozidos, acompanhados por especiarias que vinham de parceiros comerciais como Weselton, Um pequeno reino conhecido como Ilhas do Sul, e até mesmo da própria Arendelle.

A menina observava muito atentamente toda aquela correria para preparar o almoço da família real, analisando cada detalhe. Particularmente, gostava de toda aquela agitação. O barulho, a afobação dos criados, o movimento. Isto tudo a fazia relembrar de um sonho até então desconhecido pela maioria. Visitar o mundo lá fora.

Claro que Anna queria muito que sua irmã saísse daquele quarto, e que ambas pudessem enfim brincar na neve, mas aquilo não era tudo. Depois de tantos anos ignorada, a menina passou a ter ambições e sonhos pessoais. Este, em especial, ela preferira guardar para si. Já que seus pais sempre foram muito cautelosos com sua proteção. Ou ao menos sempre foram desde que ela se lembrava....

– Anna, meu amor! – A figura doce e gentil de Gerda iluminou as feições da garota, até então meio abatida. – O que faz aqui outra vez, minha pequena? – Falou enquanto a abraçava daquele jeitinho amoroso e maternal que a menina tanto gostava.

– Eu vim te ver, é claro. – Anna respondeu sorrindo.

– Mas aqui não é lugar para uma princesinha como você ficar! – A governanta falou enquanto inspecionava o trabalho de uma mulher que lavava enormes pratos reluzentes. Anna imaginou que ali deveriam ter pratos para pelo menos umas oito mil porções...

– Sei disso... – A menina murmurou, a tristeza se apoderando um pouco mais de si. – Mas, sabe... Papai e Mamãe estão meio ocupados pra me dar atenção, e eu não tenho outros irmãos sem ser... Sem ser... – Seus olhos ficaram temporariamente marejados, e a empregada percebendo isso lhe acariciou a bochecha. – Bom, eu não tenho muitas pessoas com quem conversar, e acho que Joana está meio chateada comigo por ter sujado a armadura dela com chocolate na semana passada... – A garota falou gesticulando meio frenética. Gerda ergueu uma sobrancelha.

– Joana, o quadro?

– Sim! – A garota exclamou exasperada, assustando alguns empregados ao seu redor. – Dá pra acreditar que até mesmo um quadro não quer mais falar comigo?

Gerda não sabia exatamente como encarar aquela situação. Sem dúvidas a imaginação de sua pequena era muito fértil... Isto não era de agora. Não, mesmo quando tinha cinco anos a garota já conversava com bonecos de neve. A governanta sorriu penalizada e direcionou a menina para um canto, possibilitando a passagem de um homem que carregava grandes sacas cheias de nabos.

– Elsa não te respondeu? – A governanta falou, sentindo-se momentaneamente culpada, pois já sabia a resposta.

– Não. – Deprimiu-se a garota. – Estou cansada Gerda. Eu quero muito que Elsa saia de lá. Quero que eu... Que nós possamos sair desse castelo. Conhecer coisas novas! Quem sabe ela não me ensina a andar na bicicleta? Seria tão bom! – A menina falou sonhadoramente de forma rápida. Como costumava fazer quando ficava nervosa ou se empolgava com algo. – Claro que papai e mamãe hesitariam. Eu queria saber o motivo para não deixarem sair do castelo. – Anna falou pondo uma mecha atrás da orelha. Gerda a olhou tristemente, focalizando a mecha platinada em meio aos fios ruivos. Por Deus, se ela ao menos soubesse...

– Creio que eles apenas se preocupem com sua segurança. – Disse por fim.. – Mas sabe, há outras formas de conhecer o mundo e experimentá-lo enquanto esta liberdade tão desejada por ti não vem.

A menina arregalou os enormes olhos azuis.

– Mesmo? Qual?

A governanta sorriu.

***

“Livros!” resmungou Anna. Consigo mesma, “Humpf! Onde Gerda estava com a cabeça?” Falou espanando a poeira de um antigo exemplar, analisando-o. Quando sua querida criada lhe falara sobre outras formas de conhecer o mundo, nunca nem sequer havia pensado na possibilidade de acabar indo para a biblioteca real. Um local que, com o passar dos anos deixou de agradar e muito a garota, que só ia até lá para suas aulas sobre história e geografia local. Duas matérias particularmente detestáveis para a mesma.

Anna contudo, conseguia vislumbrar alguns flashs de quando mais nova. Ela e a irmã, sentadas perante a lareira, aquecidas por um grosso cobertor de lã, tomando montes e montes de chocolate quente enquanto a mais velha contava-lhe histórias do folclore local. Anna conseguiu sorrir ao se lembrar daquilo. Passou por um quadro, murmurando “E aí, Joe?” Para a imagem de um homem curvando-se para uma bela dama toda vestida de azul. Anna vasculhou algumas prateleiras sem demonstrar muito interesse no que fazia. Não sabia nem ao menos como livros poderiam ser diversão para alguém.

Até hoje, os únicos que conhecera foram os de estudo, e não esperava como poderia obter divertimento com aquilo. Seus olhos percorreram vários títulos e capas, algumas belas e adornadas em ouro, outras rasgadas e manchadas. Anna nunca escolheria uma manchada. Afinal, o que poderia se esperar de um livro com uma aparência daquelas? Por fim, quando estava prestes a desistir uma rajada de vento, gélido como o ar de uma noite de inverno, derrubou um livro que estava na beira de uma prateleira alta que a menina nunca conseguiria alcançar sozinha.

Anna virou-se, vendo um breve reflexo da luz do sol contra um cabelo muito claro. Piscou, mas percebera que havia sido apenas impressão. Olhou ao redor e percebeu que não havia nenhuma janela aberta na biblioteca. E curiosamente, fazia um dia bonito do lado de fora. O jardim tinha apenas alguns picos de neve, que pouco a pouco iam derretendo, simbolizando o fim do inverno. Ela deu de ombros, preferindo não pensar muito no assunto. Embora tivesse sentido uma sensação estranha, quase como se reconhecesse aquilo de algum lugar. Apesar de não se lembrasse claramente de onde... Por fim, resolveu observar o livro caído mais de perto. Tinha uma bela capa azul, com adornos dourados, e uma moça muito bonita estava desenhada nela. Embora não fosse propriamente uma moça, pois da cintura para baixo, ela era um peixe.

Primeiro pensara que um peixe estava engolindo-a, e suas sobrancelhas brevemente se arregalaram, mas após alguns segundos se lembrou daquela história que sua mãe costumava lhe contar. Sobre seres mitológicos, meio humanos meio peixes que habitavam as profundezas dos mares. As tais sereias. Anna percebeu que ela lançava um olhar apaixonado na direção de um homem muito bonito, na proa de um navio. Em arabescos também dourados lia-se “A Pequena Sereia”.

Parecia de fato um bom livro. Talvez o fato do título ser um apelido, fizesse com que ela sentisse algo a mais pelo exemplar. Em geral, estava tão acostumada com todos aqueles títulos complicados que eram acompanhados por páginas cobertas de termos técnicos, que algo mais pessoal a fez ficar feliz. Ou talvez, realmente tenha gostado do livro por ser bonito. Um pouco dos dois. Resolveu que o levaria, e meio hesitante, murmurou um “obrigada” Para seja lá quem ou que fosse que a permitiu encontrar uma obra, no mínimo... Interessante.

***

Com o passar do tempo, para a sua surpresa, Anna virara uma grande adepta ao “Leia e viagem para outro mundo”. Era sem dúvidas uma atitude muito divertida e que de certa forma continha um pouco toda aquela energia que ela tinha no corpo. Ler relaxava e a fazia sonhar com aventuras, mistérios, e até mesmo romances... Sim, porque este era o seu gênero preferido de leitura. A menina sonhava avidamente com aquelas histórias em que um belo príncipe com um lindo cavalo branco, arriscava a própria vida para proteger sua amada. Ela podia se imaginar facilmente no lugar das princesas, encarando belos olhos sonhadores, de um rapaz disposto a tudo para ficar com ela. E era assim, em meio a suspiros apaixonados que a mesma virava páginas e mais páginas por horas. Sonhando com o dia em que um jovem atencioso e gentil, a levasse para conhecer um mundo até então desconhecido.

Talvez o motivo de tanto gostar de histórias de romance, fosse uma espécie de necessidade a ser suprida, já que outros tipos de amor lhe faziam muita carência desde cedo... Talvez esta necessidade de desejar atenção e delicadeza fosse simplesmente por sentir falta de tudo aquilo. Talvez, toda esta ilusão não existisse se irmã estivesse presente nas horas em que mais pedira. Logicamente nada disso passava pela cabeça da princesa ao ler aqueles livros. Mas no fundo... No fundo sabia de tudo aquilo.

Sorridente na mesa de refeições, a menina folheava, sem nem ao menos desviar os olhos, o novo livro que pegara na biblioteca mais cedo. “A Bela Adormecida”.

– Estou lhe dizendo Idun, não é o momento ainda. – Agdar falou impaciente, enquanto a mulher revirava os olhos e bufava.

– Como vai saber, se não der a ela uma chance de se provar? – A rainha indagou.

– Ora, bobagens! – O rei falou, espetando um pedaço de carne com o garfo. – Ela não está pronta. Precisa aprender a controlar seus instintos melhor. Escute, o que estou lhe dizendo, Elsa precisa de mais tempo.

– Elsa? – Anna perguntou retirando os olhos daquelas páginas amareladas pela primeira vez naquela manhã. – O que tem Elsa?

O pânico que se instalou nas feições do rei foi inexplicável.

– Ah,não, Anna... Eu quis dizer Elisa, desculpe... – O rei falou levemente constrangido, trocando um olhar com a rainha que assentiu nervosamente.

– Sim, Condessa Elisabeth. Você se lembra dela Anna? Aquela senhora que nos visitou no outono de... Ora, claro que não se lembra! Você tinha apenas três aninhos! – E depois disso deu uma risada muito nervosa, sem muita coragem de encarar a filha.

Anna fez bico e cruzou os braços.

– Estão mentindo pra mim.

A rainha arregalou os olhos, e fazendo um gesto nervoso com as mãos disse:

– Não, não! De verdade, inclusive foi ela que me deu este livro que está lendo agora. Foi quando a mesma voltara de sua visita a Paris.

A garota quis muito insistir em tudo aquilo, e descobrir o que seus pais estavam falando sobre Elsa. Mas tinha certeza de que não lhe contariam nada.

– É um livro muito bom. – A menina falou.

Agdar só faltava suspirar de tanto alívio.

– É sim! Um excelente livro. Particularmente, minha parte preferida é quando o príncipe mata o dragão.

– Eiii! – Anna protestou. – Não revele o final!

Agdar murmurou um pequeno “Ops!” enquanto Idun ria graciosamente, encobrindo um pouco o sorriso com uma das mãos. Anna deu uma risadinha também.

– Posso...perguntar uma coisa? – Hesitou a menina.

– Claro, minha filha. – Falou a rainha, acariciando os cabelos da menina, em especial a mecha platinada, que parecia lhe causar lembranças particularmente emotivas, pois seu sorriso foi ficando meio abatido.

– Como vocês se conheceram? – Indagou a ruiva com olhos brilhantes e sonhadores. O rei trocou olhares com sua esposa que Anna não costumava ver a um tempo... Algo carinhoso, realmente afetivo e genuíno. Amor. Ele pegou a mulher pela mão, acariciando toda a extensão da mesma de forma delicada, como se tratasse de uma flor muito frágil e Anna muito contente em ver tudo aquilo, sentiu as bochechas corarem levemente.

– Nós nos conhecemos numa festa. – Contou-lhe o pai, particularmente animado. – Lembro que pedi sua mãe para dançarmos, e ela recusou.

Anna franziu as sobrancelhas.

– Mas seu pai não desistiu. – Complementou a mãe. Sem retirar os olhos do marido, uma troca de olhares carinhosos ocorreu. – Ele persistiu tanto, mais tanto, que cedi e resolvi dançar com ele. Embora eu não soubesse muito bem, na época.

– E então... Bom, eu senti que a sua mãe era a pessoa ideal para mim. Foi como amor a primeira vista. E mais tarde, acabamos descobrindo curiosamente que já estávamos destinados a casar.

– Como nos livros! – Suspirou a menina, comovida com aquela cena fofa. Ela podia até mesmo visualizar sua mãe e seu pai dançando em belos trajes de baile, apaixonados. Ela desejou viver algo assim com alguém.

***

Era natal em Arendelle. Simplesmente uma das datas favoritas da princesa mais nova.

Poderia parecer infantilidade mais a mesma ainda acreditava no espírito natalino e principalmente, no papai noel. E ao perceber que todos os anos ele realizava seus mais excêntricos desejos, como receber um enorme bolo de chocolate, ou algum de seus brinquedos favoritos, a mais nova tinha um plano para este ano, que simplesmente não poderia dar errado!

Após convencer Joana de que não havia manchado sua armadura de propósito - Ela resistiu muito, pois disse que Anna havia ferido seu orgulho de guerreira, mas no fim, acabou perdoando-a - a princesa começara a escrever sua singela cartinha de natal para o homem de barba branca e vestes vermelhas que ela tanto adorava.

– O que você acha Joana? - Indagou a menina pulando no pequeno sofá para mostrar a carta. - Eu fiz um desenho também, pra deixar bem claro o que quero... - Disse sorridente para o quadro, que como de costume, nada respondeu.- As vezes queria que você pudesse falar...Até mais Joana!

E assim, nesse pique todo, direcionou-se para o salão principal, que já estava todo decorado. Saltitando sem olhar muito bem para onde ia, a menina acabou esbarrando na mãe.

– Mamãe! - Falou, enquanto a abraçava. - Feliz natal!

– Oh, meu amor! Feliz natal para você também. - Venha, já está escurecendo. Seu pai está a nossa espera para começar a ceia.

– Ah eu já estou indo! Só preciso fazer uma coisa antes. - A ruiva falou, soando importante.

A rainha Idun franziu o cenho.

– O que vai fazer?

– Nada de demais. - Disse a menina dando de ombros. - Só vou pôr a minha cartinha para o Papai Noel aqui na árvore - Falou agachando-se para pôr o papel ob a sombra de um enorme pinheiro adornado com bolas e enfeites. - Precisa estar bem visível para que ele a veja, certo?

A rainha riu, achando muito fofa a ingenuidade da criança. Todos os anos, ela e Agdar liam as cartinhas de Anna, e carinhosamente atendiam seus pedidos. A rainha secretamente guardava todas as cartinhas da filha, e em noites tristes de insônia, propunha-se a lê-las.

– Sim. E o que você pediu ao bom velhinho? - Indagou curiosa, com um sorriso travesso nos lábios, já se preparando para contar ao marido, e providenciar imediatamente o presente da filha.

Anna parou de repente, baixando os olhos com um leve rubor nas bochechas. Ela mexia as mãos nervosamente, agora.

– Bom, eu pensei que.. Se pedisse a ele um dia com a Elsa, ele pudesse realizar esse desejo.

A inocência da menina, somada a aquele tão genuíno e puro desejo foram o bastante para deixar a rainha em choque. Idun simplesmente não esperava algo tão amoroso vindo da filha. Uma vontade, intensa e forte de chorar a preencheu. Mais do que nunca queria sua amada filhinha de volta. Elsa simplesmente estava se tornando fria... Distante. Os olhos azuis resplandecentes da mulher ficaram repentinamente opacos, pois sabia que este desejo, a mesma não poderia realizar.

– Quem sabe minha filha... Não fosse melhor pedir outra coisa?

– Elsa é a coisa que mais quero nesse mundo. - Disse a menina persistentemente. Idun chorava rios de lágrimas por dentro agora. Ela queria poder abraçar sua mais velha, dizer que a amava, e que ela poderia sair daquele isolamento cruel. Porque ver não só ela, como também Anna sofrerem desta forma, era quase como ter uma adaga cravada no coração, que parecia se afundar cada vez mais em si. Trêmula, a mesma sorriu. Um sorriso vazio e pequeno e disse.

– Bom, vamos então... Afinal, é natal! Seu pai não vai querer esperar por muito mais tempo. Ouvi dizer que Gerda fez um espetacular fondue de chocolate para você.

Aquela última frase bastou para convencê-la.

– Oba! Fondue!! - E sorrindo alegremente, pegou a mão delicada da mãe, e ambas saíram do salão. Idun porém, antes de sair, lançou um último olhar a cartinha da mais nova, Sabendo muito bem o destino da mesma.


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