Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 8
Capítulo sete: Ponto Final




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Capítulo sete: Ponto Final

Uma semana depois...

 Jake

      A mudança tinha sido tranqüila. Apesar dos pais da Maika não gostarem da idéia da filha sair de casa para morar com um homem que é casado com outra mulher percebi que os dois não se opunham a nenhuma vontade dela.

- Nem acredito que está tudo arrumado. – ela corria escada abaixo para me abraçar.

      Eu estava tentando olhar para casa e assimilar que ela era minha, por isso estava parado na porta de costas para rua. Vê-la descendo animada como criança com brinquedo novo acendia algo em mim por ela que eu não sabia explicar, não era nada que eu tivesse sentido antes. Não era nada comparado com a Bella.

- Ficou lindo. – falei enquanto ela estava agarrada a minha cintura e ela sorriu.

- Tem que ver nosso quarto. – Maika me puxou pela mão, mas sem força nenhuma a puxei de volta.

- Seu quarto. Já falamos sobre isso. – eu falava com ela de uma forma tão paternal que só a Maika mesmo para imaginar outra coisa entre nós.

- Mas vai ser nosso quando a gente se casar. – ela fez bico de choro e eu me preparei para entrar em mais uma das nossas costumeiras discussões quando a Leah bateu a porta.

- Olá. – ela disse para mim e olhou a Maika com desprezo.

     A Maika bufou e subiu a escada forçando os pés nos degraus de tanta raiva. A Leah abafou um riso quando a viu fazendo birra e entrou na “minha” casa.

- Como você está? – ela me perguntou séria.

- Nem sei mais. – dei meio sorriso e ela revirou os olhos irritada.

- Como não sabe? Minha... – ela ia falar um palavrão no exato momento em que o Embry entrou.

- Olha a boca. – ele riu e a censurou.

- Cala a boca, pudico. Eu só ia dizer a ela um lugar para pegar informação! – ela deu careta para ele e com essa eu tive que rir.

- Vocês parecem duas crianças. – eu disse. Embry abraçou a Lee que o empurrou ainda bem irritada.

- Nós somos crianças e você o quadrúpede que veio morar com a biscatizinha. – Embry olhou a Leah mais uma vez a censurando e ela bufou de raiva.

- Eu sou um idiota. O que você quer que eu faça? – fui seco e enfático na minha pergunta.

- Para de agir como um idiota. A gente devia ir à casa do Charlie pegar o telefone da branquela insossa, já que a idiota não atende o celular, e falar com ela. – a Lee mais uma vez se referia a Bella como solução dos meus problemas.

- Mas nem pensar! – antes que eu pudesse responder a Maika já estava descendo a escada mais enfurecida do que subiu.

- Ah é mesmo? – a Leah perguntou irônica.

- Fica longe do meu marido. – a Maika parou ameaçadora na minha frente e a Leah gargalhou alto.

- Seu marido? O marido é da outra songa que é nojenta, mas muito menos que você. Agora, com licença. Jake, vamos! – a Leah me puxou pelo braço e me fez dar a volta na Maika.

- Solta ele. – ela gritou para Leah. – Jake você não vai! – senti os cabos que me ligavam a ela me puxando com extrema força e mesmo que minhas pernas quisessem obedecê-la, meu corpo ainda se sentia preso ao aperto extremo que a Leah fazia no meu braço.

- O Jake é um líder! Tem responsabilidade e uma imagem. Ephraim Black deve estar se revirando no tumulo em saber que um herdeiro Quileute está perdido no mundo por causa do próprio sangue dele. – a Leah usava um tom quase teatral. Eu e Embry a encaramos assustados.

- Sua vaca! Você está usando a historia da magia Quileute para ficar entre eu e o Jake. – a Maika a acusou e Leah deu um sorriso debochado para ela.

- Sim estou! E é bom se acostumar porque funciona. – a Leah soava confiante, porém Maika deu um passo em direção a ela totalmente ameaçadora.

- Você nunca vai descobrir nada que acabe com um imprinting. Você podia facilitar a vida de todo mundo parando de dificultar essa transição na vida do Jake, mas já que você quer usar dos “bons costumes” do bando para criar PEDRAS no meu caminho fique a vontade. Não tem nada a seu alcance que me afaste do Jake definitivamente. Você pode fazer a ceninha que quiser porque no fim ele sempre vai voltar para mim. – a Leah era bem mais rápida que o Embry, mas eu consegui tirar a Maika do alcance dela no exato instante em que suas mãos iam para o pescoço dela.

- Me solta que eu vou matar essa fedelha agora. – a Leah gritava e agora Embry já estava com os braços em volta da sua cintura.

- Não chega perto dela. – as palavras saíram como um rosnado involuntário da minha boca.

      Ela era minha e eu deveria protegê-la. Cuidar dela! Independente dos meus sentimentos a magia do imprinting aflorou em mim nesse momento e tudo em que eu pensava era em como proteger a Maika.

- Você fez de propósito. – a Leah olhou enfurecida para Maika que tinha um sorriso maldoso nos lábios.

- Ele sempre vai estar do meu lado. – a Maika se agarrou ao meu braço e eu senti o Embry tomar o mesmo ódio por ela que a Leah tinha. – Mas você tem razão. Deveríamos falar com a Bella. Porque não vamos todos na casa do Charlie e ligamos para ela? – a Maika ainda sorria e nós três trocamos um olhar de desconfiança. – Calma! Eu não vou falar nada. O Jake pode falar com ela se ela quiser. – olhei perplexo para ela.

- Mas você disse que... – eu não completei a frase apenas a encarando assustado.

- Retiro o que disse. Vamos lá falar com a Bella. Assim que você ouvir dela que ela é a garota do vampiro de novo e essa esperança boba acabar a gente pode viver nossa vida, juntos! – Leah e Embry a encararam com desprezo.

- Não conte muito com isso. – a Leah disse entre os dentes e se soltou do Embry. – Então vamos né. – ela disse de mau humor e saiu seguida por Embry.

- Vamos de moto. Eu te levo para você ver como eu piloto bem. – a Maika se agarrou a minha cintura cheia de animação.

- Tudo bem. – respondi desconfiado e ela sorriu.

     Saímos de casa e seguimos o carro de Leah que já saia em direção a pequena estrada de terra. Eu tentava me animar, afinal eu poderia falar com a Bella. Mas no fim isso não me cheirava boa coisa.

Bella

- LIGA! – a Alice gritava mesmo estando do meu lado.

- Eu vou ligar para o meu pai. – respondi nervosa e ela bufou de raiva.

- Eu não acredito que estou gastando minha beleza para te forçar a ligar para o totó. – ela bufou irritada e se jogou na cama.

- Você poderia não quebrar minha cama? – sorri amarga quando ouvi a cama ranger.

- Não! – ela respondeu fazendo birra e eu sai do quarto para não discutir com ela.

       Desde ontem estava totalmente alojada na minha nova casa. Mas não fazia muita diferença já que a Alice passava o dia inteiro aqui e em fração de segundos todo mundo saia e entrava. Sentei no sofá da sala e disquei o número do meu pai.

         Estava tentando me acostumar com o fato de que várias posições me incomodavam agora. A minha barriga era quase nada, mas já tinha um pequeno relevo. Eu ficava que nem uma boba passando a mão na expectativa do bebê mexer.

Alô? – a Sue atendeu.

- Oi Sue. É a Bella.

Oi minha querida. Eu vou chamar o Charlie para falar com você. – eu nem precisei pedir.

        Aguardei uns dois minutos meu pai aparecer. Não tinha notado sua chegada, mas quando olhei para o lado Alice estava sentada na poltrona me encarando com bico ainda. Quando ela abriu a boca para falar mais algo meu pai pegou o telefone.

Oi filhota. – ele disse animado.

- Oi pai. Tudo bem? – a Alice estreitou os olhos e se jogou na poltrona bufando de raiva.

- Tudo bem sim. E o neném? – meu pai falava ansioso e eu sabia que isso significava que ele estava me escondendo algo.

- Tudo bem com o bebê, mas agora fala o que não quer me dizer. – meu pai ficou mudo na linha. Mais um sinal de mentira.

Não sei o que você está querendo dizer. – ele desconversou. Mais um sinal.

- Pai fala logo ou o Seth vai me falar. – eu ri e ele também. O Seth era mais língua solta. Sempre foi.

Não quero que você veja as coisas de forma errada, por isso melhor não te falar. – quando meu pai disse isso pude sentir meu estômago dar voltas. Sabia que era em relação ao Jake.

- Pai me fala logo. – eu comecei a ficar nervosa e Alice veio sentar do meu lado no sofá.

Menina para de teimosia. Quando eu for aí te explico tudo com calma. Muita coisa mudou por aqui, mas agora você tem que se preocupar com o seu bebê. – se meu pai estava me escondendo não era nada de bom.

- Ele está com ela não é pai? O Jake está com a Maika. Ele me esqueceu, a mim e nosso filho e é isso que você não quer me falar. – eu já estava aos prantos, mas esperava a confirmação para me desesperar.

Bella não é exatamente juntos. Ele foi morar com ela...

- O QUE? Ele está morando com ela? – eu gritava e chorava, e me afastei da Alice quando ela tentou pegar o telefone.

Bella eu tenho que te dizer como...

- Pai eu não quero saber como. Eu quero que o Jake...

Oi Jake. – escutei a voz da Sue no fundo da ligação e meu pai se calou. – Pai eu quero falar com ele.

Bella eu acho melhor você se acalmar. – meu pai me censurou.

- Eu não quero calma nenhuma! Eu quero falar com ele agora! Chama ele agora!– eu fiquei de pé aos berros e quando pisquei os olhos Rosalie e Edward já estavam ali com Alice.

- Eu vou chamar. – ele disse derrotado.

      Eu tentava respirar, mas o nó de raiva que havia na minha garganta não deixava. Eu não acredito que ele me trocou assim como se eu não fosse nada. Como se o filho dele não fosse nada.

Jake

      Ainda cheguei antes que a Leah na casa da Sue. A Maika parou a moto e ficou do lado dela esperando. Quando a Leah e o Embry chegaram entrei com os dois e a Maika permaneceu do lado de fora esperando perto da moto.

      Quando entrei a Sue me recebeu animada, mas logo atrás dela surgiu o Charlie com cara de velório.

- A Bella está no telefone e quer falar com você. – pelo tom dele coisa boa não era.

- Leah. – eu a chamei e ela me puxou para um canto da sala.

- Fica calmo. – ela disse vendo minha feição.

- Ela não me procurou por um mês e agora isso. – apontei para Charlie e ela entendeu. – Ela não vai querer me ouvir. Ela não vai entender que eu não podia falar com ela até hoje. – eu estava começando a me desesperar.

- Jake você ama essa songamonga e ela também te ama. Eu tenho certeza que por mais raiva que a Bella esteja sentindo ela vai te ouvir. Ela está grávida de um filho seu e isso conta muito. Ela vai te ouvir. – Leah me abraçou bem apertado e depois em encarou com firmeza. – Agora vai lá e diz tudo para ela.

- Tudo? – eu perguntei nervoso.

- Não sabe o que dizer não é?

- Sim sei. Quero dizer que eu a amo mais que qualquer imprinting e que eu queria que ela estivesse aqui. Se ela não tivesse ido embora tudo ia ser mais fácil porque eu iria ter ao que me agarrar e... – a Leah colocou a mão na minha boca e sorriu calma.

- Então pega o telefone e fala tudo isso para ela. – ela me encorajou e eu fui para cozinha pegar o telefone.

       Respirei fundo antes de colocar o telefone no ouvido. Algo me dizia que a reação da Bella não ia ser boa. Eu só esperava que depois de gritar ela me ouvisse.

- Oi Bells. – eu disse quando peguei o telefone.

- Oi Bells? Oi Bells? Como você tem coragem de dizer isso? – ela gritava histérica e eu preferi ficar calado a discutir no momento. – Jake como você pode fazer isso comigo? Depois de tudo que a gente passou junto. Você não ligou nem para saber do bebê.

- Eu não podia. – consegui sussurrar antes de ela começar a gritar.

- Claro que não podia! Estava ocupado demais arrumando a nova casa com aquela fedelha. Jake eu nunca mais quero ouvir falar de você. Espero que esteja muito feliz com a sua nova vida porque é tudo que você vai ter. Se pensar em mim, não pense. Pare de pensar. Esquece que eu existo! Esquece esse bebê. Esquece! E se você aparecer atrás de mim eu peço para o Edward arrancar sua cabeça. Maldita hora que eu escolhi você!

     Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa à linha ficou muda. Eu tentei me conter, mas as lágrimas rolavam por meu rosto sem permissão. Agora sim era o fim... Para sempre.

“Isso pode mudar. Bella se algum dia se arrepender do que está me dizendo agora, por favor, não me procure para dizer que voltou atrás. Eu não suportaria passar por tudo aquilo mais uma vez. Você é muito mais que a minha vida, muito mais que qualquer imprinting.”

      Eu vi minha vida com a Bella passando diante dos meus olhos e o fim era aqui. Joguei o telefone longe e sai da casa da Sue sem me despedir de ninguém. Acabou!

     A Maika estava encostada na moto com um sorriso nos lábios. Minha primeira reação foi ódio porque se não fosse por ela nada disso estaria acontecendo, mas ela logo foi suprimida pela sensação de vazio. Algo tinha sido arrancado do meu peito.

- Tudo bem amor. – ela se aproximou de mim e limpou as lágrimas no meu rosto. – Agora sua vida sou eu e eu prometo que nunca vou te fazer chorar. Vem, vamos para casa. – ela me puxou pela mão e eu subi na moto dessa vez pilotando.

       Vi a Leah na porta da casa da Sue bufando de raiva, mas ela não tentou me parar. Dirigi para casa e deixei a Maika entrar primeiro. Já estava quase anoitecendo e eu tinha que ir para floresta arrumar um lugar para passar a noite.

- Não precisa mais fazer isso. – a Maika disse da porta de casa e me chamou com a cabeça. – Eu faço o jantar para você. – ela deu um sorriso e entrou antes de mim.

       Olhei para a floresta e para casa, depois de alguns segundos de analise entrei na casa. Uma casa que não era e nunca seria minha, mas nunca mais teria outro lugar para ir.

Bella

     Assim que desliguei cai no sofá soluçando de tanto chorar. Eu sentia o ar faltar nos meus pulmões, mas mesmo assim não conseguia parar.

- Rose pega um calmante para ela. – a Rose sumiu de visão no mesmo instante que Edward falou.

- Dá um tapa nela. – a Alice disse histérica e Edward a olhou rosnando. – O que? Você viu o piti que ela deu? Ela escutou dois segundos de ligação e depois só gritou. – eu levantei em fúria quando Alice terminou de falar.

- Você é tão minha amiga. – eu disse debochada.

- Sou mesmo e por isso brigo com você quando faz merda. Liga de novo. – ela me entregou o telefone e o taquei na parede quebrando o aparelho em dois.

- Vai lá e fica com o Jake você já que gosta tanto dela. – eu gritei e Alice bufou de raiva.

- A questão aqui é você. Eu quero te ajudar a ser feliz não a ficar pelos cantos remoendo tristeza. E quando você tem a chance de falar com amor da sua vida o que você faz? Dá um piti. – ela falava irritada e gesticulando.

- Você não sabe como eu estou me sentindo. Como é estar grávida e ser largada pelo homem que jurou te amar até o último suspiro. Você não sabe e nunca vai saber então cala a sua boca. – vi o rosto de Alice mudar da irritação para tristeza num segundo.

- Eu não sei de nada mesmo. – ela saiu andando sem me olhar novamente.

- Alice, eu... – tentei andar atrás dela, mas Edward me conteve.

- Depois vocês duas conversam. Vai ser melhor. – ele me abraçou e eu coloquei a cabeça em seu peito para chorar.

       Eu não me imaginava numa situação pior que há de uma semana atrás, mas parece que o fim não estava certo. Precisava de um ponto. O ponto que foi dado hoje. O ponto que determinava o fim entre eu e Jake.

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N/A: Eu ainda tô aqui atrás do muro tá? *se encolhendo*

Não me bate!...rsrsrsrs. Ainda falta muita coisa e eu tô vendo umas leitoras nervosas abrindo temporada de caça a Katy *-*. Isso não é bom!!!

Tadinha da Alice, tenta ajudar e ainda toma passa fora. Bella burra ¬¬', mas enfim... É a Bella né gente!!!! Vamos deixar ela agindo com a sua naturalidade. Bjo, bjo.


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