Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 19
Capitulo dezoito: Wellcome – Parte II




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Capitulo dezoito: Wellcome – Parte II

Bella

- Sue isso é um absurdo. – eu ouvi a voz do Jake se exaltar, mas ainda estava em transe depois que ouvi o que a Sue disse.

- Jake absurdo é você fingir que a Bella ainda é sua esposa. Nossos deuses te deram a Maika e você tem que começar a tratá-la com o respeito que ela merece. – Sue foi dura em suas palavras com Jake. Eu nunca tinha a visto falar assim.

- Isso tem seu dedo podre. – Leah se aproximou um passo de Sam, mas logo Sue se põe entre os dois.

- Você não acha que já causou muitos problemas com suas atitudes? – a frieza com que as duas se encaravam deixava ainda mais claro que muita coisa tinha mudado nessa casa desde que eu fui embora.

- Você não é mais minha mãe. – sem uma gota de remorso na voz Leah pegou Harry que brincava no chão e saiu da casa da mãe sem olhar para trás. Logo Embry a seguiu.

- Eu avisei que você ia criar uma situação assim. – quando Sam se dirigiu ao Jake eu acordei a tempo de ver o Jake lhe acertar um soco.

   Eu estava tão agarrada com a Sunny que eu não sabia se ela estava chorando porque eu a apertava ou por causa da confusão que se deu devido ao soco. Eu não conseguia distinguir os berros, apenas a ordem da Sue rodeava a minha cabeça. Sim, eu sabia que aquilo era uma ordem.

- Chega! – ouvi o barulho de um disparo e logo todos se calaram. – Posso saber o que está havendo aqui? – meu pai perguntou furioso.

   Não sei o que deu em mim. Nunca fiz isso minha vida toda, incluindo a infância. Mas quando ouvi a voz do meu pai tudo que eu quis e realmente fiz foi correr para os seus braços e chorar.

- Filha o que houve? – meu pai perguntou nervoso a me ver aos prantos. – Quando chegou? Porque não me avisou que vinha? – vendo que eu só ia chorar e não responder nada meu pai pegou a Sunny do meu colo e passando por todos que estavam na sala me levou para cozinha.

   A Sunny ficava do colo dele me encarando chorar e isso só me fazia querer chorar mais. Eu tinha colocado a minha filha nessa situação.

- Bells, agora me fala o que houve desde o começo. – meu pai me fez sentar a mesa e puxou uma cadeira para sentar do meu lado.

- Eu voltei para La Push para ficar com o Jake. – eu disse aos prantos, mas meu pai me incentivou com o olhar a continuar. – Só que parece que eu não posso mais morar na reserva e eu vou ter que ir embora.

- O que? Como não pode morar na reserva? – meu pai gritou e Sunny se jogou no colo chorando.

- Ao que parece eu não sou uma Quileute e não posso morar na reserva já que para tradição da tribo agora a mulher do Jake é a Maika... Mas pai... Eu vou para onde?

- Calma filha, eu vou resolver isso. – meu pai saiu da cozinha e me deixou chorando com Sunny no colo.

   Eu sei que eu preciso ser forte e encarar essa situação, mas La Push sempre foi minha casa mesmo quando eu estava com Edward. Ser expulsa daqui acabou com todos os alicerces que eu achei que pudesse ter.

Jake

      A cor sumiu do rosto da Sue quando viu Charlie na porta. Eu sei que era cruel da minha parte, mas eu achei ótimo que ele visse a cena da filha dele sendo expulsa como se fosse uma estranha na reserva. Ele levou Bella para cozinha, mas em menos de dez minutos voltou para sala com uma cara bem irritada.

- Que historia é essa de que a minha filha não pode morar na reserva? – Sue estava num canto da sala com os membros do conselho que ainda se recuperavam da minha briga com Sam.

- Charlie, a Bella não é uma Quileute e o Jake agora está com a Maika...

- Eu não estou não. – Sue me olhou de cara feia enquanto Charlie parecia cada vez mais irritado.

- Eu também não sou Quileute e moro aqui. E a Sunny? Ela é filha do Jake, não é Quileute? Que palhaçada é essa?

- Palhaçada nenhuma. Se o Jake tivesse aceitado que a vida dele mudou há um ano não estaríamos passando por esse constrangimento. – eu e Charlie encaramos Sam boquiabertos. – Além do mais está exagerando Charlie, a Sunny pode ficar com o Jake. A Maika iria adorar cuidar dela.

- Eu vou te matar. – na hora em que eu pulei o sofá para socar o Sam Jared me segurou e foi o tempo que Sam precisava para se transformar.

    Quando ele saiu em forma de lobo toda parte da entrada da casa da Sue ficou destruída. Corri atrás dele e durante a corrida deixei a raiva fazer com que meu lado lobo explodisse. Nós dois nos encarávamos rosnando e nem mesmo os gritos da Sue nos fizeram parar.

    Pulei sobre o corpo de Sam e quando ele tentou morder meu pescoço o arremessei longe com as patas dianteiras. No caminho ele bateu no próprio carro e amassou todo lado esquerdo. Dei um sorrisinho cínico com isso e ele se enfureceu ainda mais me atacando desgovernadamente. Eu não precisei me mover muito para desviar de seus movimentos e arremessá-lo no chão. Escutei alguns ossos se partindo, mas isso não me acalmou.

    Quanto mais eu batia nele e escutava algo se quebrar mais eu me engrandecia e ele se enfurecia. Eu comecei a notar que essa briga se tornará algo de alfa para alfa, uma determinação de poder. Cada um querendo se mostrar mais absoluto que o outro... Estava mesmo na hora de mostrar ao Sam quem era o verdadeiro alfa daqui.

     Esperei que ele se levantasse e o deixei vir para cima de mim. Fiquei aguardando como uma cobra a hora exata de cravar meus dentes em seu pescoço. Seu uivo de dor só fez minha raiva aumentar e meu lado humano ficava cada vez mais longe do meu lado lobo.

- Jake, por favor, para! – ao longe eu escutei uma voz implorar e isso me deu um breve segundo de consciência. – Jake, por favor.

- Emily não se aproxima. – vi Jared segurando Emily que estava aos prantos.

    Ver a Emily fez com que meu lado humano tomasse o controle de novo. Consegui sair de cima do Sam que estava seriamente machucado no chão mesmo que a minha raiva estivesse me dizendo que não era para deixar as coisas assim. Mas eu queria escutar meu bom senso e não a minha raiva, voltei a minha forma humana e deixei que o bando de Sam viesse ajudá-lo a voltar a sua forma humana.

- Eu não creio nesse papelão. – Sue estava parada na porta de casa e sua voz tinha tanta raiva e reprovação que eu preferi não discutir.

- Eu não creio que você tenha resolvido apoiar o Sam agora. – dizendo isso passei por ela e entrei na casa pela porta despedaçada.

    Eu ouvia as discussões paralelas, o conselho falando e tudo mais, mas só a raiva fazia zunido na minha cabeça. Subi até o antigo quarto do Seth e peguei uma roupa qualquer. Depois de me vestir sentei na cama e enfiei o rosto nas mãos, eu precisava me acalmar.

    Não sei quanto tempo fiquei assim, mas quando sai do quarto já não havia mais barulho na sala. Apenas Sue e os membros do conselho estavam sentados na sala, provavelmente a minha espera.

- Estávamos te esperando. – Sue disse enquanto eu terminava de descer as escadas.

- Acho que não temos nada para conversar.

- Graças aos anciões seu pai foi fazer um check up e não veio a essa reunião porque eu não sei se ele seria forte o bastante para ver a vergonha do filho dele.

- Meu pai iria superar e vocês também vão. – quando ia dar as costas para Sue e sair dei de cara com Charlie.

     Ele subiu as escadas com uma mala na mão e nos poucos minutos que levou para descer ficamos na sala em um silêncio desconfortável.

- O que é isso? – Sue perguntou quando o viu com uma mala, sua vara de pescar e uma mochila nas costas.

- Isso é só o reflexo das suas ações, eu sempre fui amigo de todos nessa tribo. Billy é meu melhor amigo desde sempre, minha filha cresceu aqui dentro e agora toda essa confusão é porque ela não pode estar aqui. É duro descobrir o quanto eu me enganei com esse povo, ou melhor, Sue o quanto me enganei com você.

- Charlie, eu...

- Melhor não dizer nada. Num lugar que não tem espaço para minha filha também não tem para mim. Adeus, Sue.

    Charlie foi até a cozinha e voltou com a Bella. Eles saíram sem olhar para trás e antes que alguém tentasse me parar fui atrás deles.

- Charlie? Charlie? – alcancei-os já na viatura. – Para onde vão?

- Para minha casa em Forks. – olhei para Bella sem saber o que dizer ou fazer e ela me respondeu com um olhar de compreensão.

- Eu vou ficar bem. – mesmo com as palavras entrecortadas por seu choro a fala dela parecia firme.

- Eu vou para lá assim que resolver umas coisas. – pensei que Charlie fosse discordar, mas ele apenas fez que sim com a cabeça e entrou no carro com a Bella.

    Eu não precisava virar para ver que Sue estava na porta destruída de sua casa vendo Charlie ir embora, mas isso não me comovia. Ela procurou e achou.

    Tirei a calça e a camisa antes de me transformar e ir correndo até a casa da Maika, no caso minha casa. Percebi que um pouco da raiva que eu sentia era de mim mesmo por ter sido feito de idiota por ela, não... Eu me deixei fazer de idiota. Quando cheguei à luz da varanda estava acesa e eu pude ouvir seus passos irritados pela casa. Voltei a minha forma e antes que eu conseguisse abrir a porta Maika já havia a escancarado se prostrando a minha frente.

- Porque demorou tanto? – ela berrava visivelmente a beira de um ataque.

- Não te interessa. – passei nada delicadamente por ela e subi as escadas até meu quarto.

- Jake? Jake? – ela subiu as escadas me chamando, mas eu ignorava. – Jake, o que você está fazendo? Você não pode me deixar. – por um segundo a encarei e lembrei-me da Bella quando eu tive que deixá-la.

    Era difícil para mim encarar o fato de que a Maika não era frágil e nem inocente. Seu choro e desespero por um momento quase me tiraram do meu foco, mas foi só por um momento.

- Maika, eu vou ficar com a minha esposa. – a forcei a se sentar na cama e fui em direção a porta. Sua risada fez com que eu parasse e voltasse para encará-la.

- Se você pensa que eu vou ficar me matando de chorar está muito enganado. Eu não sou a Bella e não vou ficar choramingando por você, eu não preciso disso. Você é meu e cedo ou tarde vai ter que aceitar isso com dor ou sem dor. – essas palavras deixaram ainda mais claro o quanto a Maika não poderia nunca ser a mulher da minha vida, era impossível que um imprinting fosse tão ruim assim.

- Me esquece, Maika.

   Dei as costas e sai da casa antes que ela me desse alguma ordem idiota como fez da primeira vez. Entrei no meu carro, que estava parado na garagem, e parei por um segundo desconfiando de tanta calma e deboche por parte da Maika. Afundei todos esses pensamentos e liguei o carro pegando o caminho da casa de Charlie. Seja o que for que a Maika esteja planejando vou esperar para descobrir amanhã, hoje a Bella precisa de mim.

Bella

    Eu não conseguia parar de chorar desde que toda essa confusão começou. Quando chegamos à antiga casa do meu pai, ele trocou a roupa de cama do seu quarto e me deixou dormir lá com Sunny enquanto ele dormia no sofá.

   Depois de muito sacrifício e choro a Sunny dormiu. Ela ia acordar espirrando por causa da poeira, mas eu não conseguia me prender a essa preocupação. Sai do quarto, desci as escadas e vi meu pai sentado no sofá com o rosto apoiado nas mãos.

- Pai? – ele se virou devagar e escondendo as lágrimas que eu sabia que estavam ali.

- Adoro quando você me chama de pai, geralmente eu só ganho um Charlie. – ele forçou um sorriso de lado e bateu no sofá para que eu sentasse ao seu lado.

   Corri para o sofá e me encolhi no seu colo chorando como a Sunny chorava no meu.

- Pai, desculpa. Eu não queria que nada disso acontecesse e...

- Shhh! Meu amor, vai passar. Eu tenho certeza que isso tudo foi um mal entendido com o pessoal da tribo logo que tudo se resolver e você vai poder voltar para sua casa com seu marido. – ouvi cada palavra do meu pai e percebi que nelas não tinham espaço para ele voltar à casa da Sue.

   Isso me matou mais por dentro. Além de causar uma guerra entre os bandos eu ainda causo o fim do casamento do meu pai. Fiquei abraçada ao meu pai não sei quanto tempo, quando estava próximo de finalmente pegar no sono batidas na porta me despertaram totalmente.

   Meu pai apertou meus ombros tentando me acalmar, mas nada iria me acalmar na atual situação. Ele levantou e foi atender a porta, depois de abri-la não demorou muito e Jake estava na sala com uma mala não mão. Corri em sua direção e ele me abraçou com tanta força que o ar parecia me faltar. Mas eu não me importei, era disso que eu precisava.

- Charlie se não me quiser aqui eu vou entender. – Jake falou com meu pai sem me soltar.

- Imagina. Parece que estamos no mesmo barco. – quando meu pai disse isso metade do peso dos meus ombros saiu e a exaustão começou a ser mais forte que meu stress.

   Jake depositou um beijo na minha testa antes de me levantar no colo e me levar para cama. Ele colocou a Sunny entre nós dois e ficou acariciando meu rosto por tanto tempo que eu não pude medir.

- Eu te amo. – ouvi seu sussurro quando estava à beira do sono.

- Eu te amo mais. – sorri de lado e mesmo sem abrir os olhos senti que o sorriso do meu sol estava ali bem na minha frente.

    Aconcheguei-me mais na cama e deixei que aquele momento me fizesse esquecer tudo de ruim que estava acontecendo ao nosso redor.

Leah

   Eu vi Embry saindo da casa da minha mãe atrás de mim, mas eu não queria descontar minha raiva nela então tomei outro caminho para casa. Sair pela floresta com uma criança no colo é estupidez, mas eu paro de pensar quando fico com raiva.

   Consegui pegar uma trilha que me deixaria perto da praia e de lá eu pegava o caminho normal para casa, provavelmente ia cruzar com Embry pelo caminho. Quando sai da floresta e coloquei os pés na areia não tive tempo de ver de onde vinha o golpe. Meu corpo foi arremessado através das arvores e eu senti Harry sendo arrancado dos meus braços.

   Levantei em forma de loba pronta para atacar, mas a visão me fez recuar. Eu não via seu rosto, mas eu sabia que era um frio e que não era um Cullen, ele estava com Harry no colo que me olhava assustado e com o choro preso.

- Porque não volta a sua forma humana para conversarmos? – rosnei baixo, mas quando pensei em atacar ele deu um leve aperto no braço de Harry que gritou de dor.

- Para! – nunca tinha voltado a minha forma humana tão rápido em toda minha vida, mas ver meu filho nos braços daquele monstro ao mesmo tempo que me desesperou me deu total controle da minha transformação.

- Boa cadelinha. – o verme disso soltando o braço do Harry. – Eu quero que você dê um recado àquele outro cão, o Jake – ele colocou o Harry em cima de um banco de areia e começou a caminhar na minha direção. – Diga a ele que eu esperei muito e que finalmente a família está completa de novo, sendo assim posso realizar meus acertos com ele com total... Requinte.  – a cada passo que ele dava em minha direção eu dava um passo para trás, mas chegou a um ponto onde não tive mais para onde recuar e ele me imprensou na árvore. – Até que você é bem bonitinha para uma cadelinha. – virei o rosto quando senti aquele hálito gelado, mas ele deslizou os dedos por meu ombro. – Seja boazinha! Não queremos um filhote órfão, ou melhor, não queremos uma mamãe morta e um filhote de cachorro em pedaços, queremos? – olhei para ele com raiva, mas me controlei para não me transformar e pular no pescoço dele. Eu não podia fazer nada que fosse machucar o Harry. – Eu podia matá-la, na verdade eu podia tê-la matado quando invadi sua casa, mas você tem uma coisa... Hum... Não sei explicar! Já que me sinto realmente complacente nesse momento vou te fazer apenas de cartão de visita. Quando te acharem seu filhotinho vai estar bem... Agora seja bem boazinha porque isso realmente vai doer mais do que você gostaria.


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Notas finais do capítulo

N/A: Hello darlins... Prontas para as emoções finais...hushsushsus. Vai ter gente me xingando com o fim desse cap e depois emoções finais. Mas é serio gente entramos na reta final e prometo que os caps não ficar menos tensos que esse....kkkkkkkk. Talvez fiquem, mas é desse jeito daqui até o fim.
Espero que gostem e obrigada por não me abandonarem *___*
Bjks, Katy Clearwater