Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 13
Capitulo doze: Vírgulas e pontos – Parte II




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/51995/chapter/13

Capitulo doze: Vírgulas e pontos – Parte II

Bella

- Alice eu pensei que a festa fosse para poucas pessoas. – eu estava observando a quantidade de comida que a Alice estava separando para festa e ela descaradamente desviava das minhas perguntas.

- E é! Mas você sabe que eu não quero que falte nada. – ela me respondia quase se enfiando no mar de salgadinho que era a cozinha da mansão.

      A Sunny estava estranhando tanta movimentação e ficou meio manhosa o dia inteiro. Eu estava preocupada que na hora da festa ela não quisesse nada a não ser colo. O Edward estava tentando distraí-la com um desenho na TV, mas as pessoas passando para lá e para cá sempre chamava mais atenção que o programa.

      Minha mãe chegou hoje pela manhã e estava na sala com a Esme arrumando as bolas. Eu achei graça dela se impressionando com o fôlego que o Emmett tinha para encher bolas, mas não comentei nada.

- Alice! – chamei quando a vi abrindo a vigésima caixa de salgadinho.

- Ai! Você não confia em mim? – ela fez aqueles bicos de cortar o coração e que revelavam culpa.

- Em termos de festa? Não! – ela armou mais ainda a cara de choro e eu suspirei já imaginando a noite que me esperava.

- Bella vai dar tudo certo! – ela disse gesticulando para que eu saísse da cozinha.

- Ok! Eu vou arrumar a Sunny. – sai da cozinha ainda desconfiada de Alice, mas assim que cheguei à sala fiquei mais preocupada com a Sunny.

       Já era noite, a festa estava marcada para sete, e os Denali haviam acabado de chegar. Eles tinham feito algumas visitas durante esse ano e no geral a Sunny gostava muito deles, principalmente da Carmem. Mas hoje foi só a Carmem tentar tirá-la do colo do Edward que ela abriu o berreiro.

- Desculpa. Ela não está acostumada com tanto movimento. – Edward ficou sem jeito com o escândalo que a Sunny fazia.

- Oi. – eu disse aos Denali me aproximando de Edward. – Vem com a mamãe amor. – estiquei as mãos para pegar a Sunny, mas ela se agarrou com toda força a camisa de Edward e começou a chorar mais ainda.

- Bella está matando a menina? – minha mãe perguntou rindo do outro lado da sala.

- Não. Só beliscando. – dei um sorriso forçado e Edward me olhou de cara feia.

- Eu vou com você arrumá-la. – ele deu um beijo na Tânia, na verdade tentou dar um beijo na Tânia porque quando ele se aproximou a Sunny enfiou a mão no meio e não os deixou se beijar.

- Sunny! Que feio! – a peguei do colo dele na marra e ela veio batendo as pernas e gritando.

- Cruzes! Ela tem mais ciúme do Edward que a Tânia. – a Kate, irmã da Tânia, fez todos rirem com a piada menos a Tânia que a olhou bem irritada.

- Tem Edward para todas. – eu me esforcei o máximo para não rir da piadinha do Edward, mas foi impossível.

- Amanhã você me paga. – Tânia deu um beijo rápido em Edward que logo veio para perto de mim pegar a Sunny de volta no colo. – Agora ele é seu, te emprestei hoje tá bom? – de longe a Sunny deu tchau e sorriu para Tânia como se não tivesse acabado de fazer um escândalo.

- Folgada! – Edward deu um beijo no rosto da Sunny e ela deu o primeiro sorriso do dia.

      Deixamos o pessoal da mansão ainda rindo encantado com as gracinhas da Sunny e fomos para minha casa. Ela realmente não desgrudava dele nem um minuto, eu achava graça dessa dinâmica dos dois. Mesmo com o corpo gelado que Edward tinha a Sunny nunca se importou em ficar com ele. Na verdade eu achava que ela o preferia até mais que a mim.

- Banho! – ele disse para ela assim que entramos em casa.

- Não. – ela falou enrolada uma das poucas palavras que dizia.

- Não?! Você é porquinha agora?

- Não.

- Você só sabe falar não?

- Não.

          Enquanto a levava para o banho Edward ria das suas gracinhas e eu fui separar a roupa dela rindo das gracinhas dos dois.

- Edward, meu pai confirmou se viria? – na verdade eu não queria saber do meu pai e sim da companhia dele.

- Seu pai sim. A Leah não. – ele me olhou de rabo de olho enquanto levava a Sunny pelada para o banheiro.

- Você lê meus pensamentos agora? – eu perguntei debochando.

- Não, mas ainda tenho vontade. – ele gritou por cima do barulho do chuveiro.

       Voltei a arrumar a roupa da Sunny e tentei me concentrar na festa, mas eu estava preocupada mesmo com a presença da Leah. Eu não queria nada relacionado ao Jake, queria que ele continuasse sendo uma pagina virada na minha vida.

Leah

       Eu estava mais ansiosa com o fim dessa festa do que em ir a ela realmente. Assim que chegamos a Los Angeles alugamos dois carros e dois quartos num hotel próximo à mansão dos parasitas. Tirando a parte absurda de vampiros numa das cidades mais quentes do país até que escolha era boa. O lugar é bem agradável e assim como a mansão em Forks esta é enorme e ostenta riqueza.

- Lee, por favor. – o Embry me olhou com aquela cara de acusação e não tínhamos nem saído do carro ainda.

- O que? Eu estou quieta!

- Exato! Permaneça assim! São apenas algumas horinhas e a gente volta para Forks. – ele abriu a porta do carro, mas parou antes de sair e me olhou novamente. – E nada de dizer ao Jake onde a Bella está!

- Eu acho que deveríamos ter dito a ele que estávamos vindos na festa de aniversario da filha dele e não indo ver o Seth. Não concorda? – eu usei um tom bem irônico e ele voltou para dentro do carro batendo a porta.

- Olha bem! A Bella não quer saber do Jake! Tem mais ou menos um ano que eles não se falam e ela não está nem aí para ele. Não aceita o dinheiro que ele manda para Sunny, mudou os números de telefone para ele não falar com ela e nem com a filha. Simplesmente ignora o fato de que legalmente eles ainda são casados e vive a vida dela como se o Jake não significasse nada, então não! Não deveríamos ter dito ao Jake que estávamos vindo para cá e, na verdade, só viemos porque a sua mãe fez questão que demonstrássemos que não temos nenhum rancor da Bella sendo que temos. – eu abri a boca para falar, mas ele me calou com o dedo. – Nada de dizer ao Jake que viemos aqui. Eu quero que ele se diverta semana que vem na festa do Harry como se fosse essa. A Bella não precisa dele e ele não precisa dela. Capiche? – revirei os olhos bem irritada, mas concordei com o Embry.

      Eu não ia dizer para ele que só concordei com essa idéia estúpida de comemorar o aniversário do meu filho na festa de outra criança porque a Emily teve a brilhante idéia de que eu, logo eu, poderia conversar com a Bella sobre o Jake.

       Depois do discurso descemos do carro e em quanto Embry tirava o Harry da cadeirinha de bebê eu pegava as bolsas na mala. Eu soube que o bebê da Bella com o Jake era uma menina quando a minha mãe me avisou da festa, isso quer dizer bem em cima da hora. Comprei uma daquelas bonecas que patina e canta musiquinhas horrorosas. A criança ia amar o brinquedo e a Bella enlouquecer com a música, duas coisas maravilhosas com um gasto só!

       A Cullen naniquinha veio nos receber e mesmo estando toda sorridente para minha mãe, não conseguiu disfarçar a cara de surpresa a me ver.

- Eu também achei que não viesse. – eu a disse no lugar do oi e tanto Embry quanto minha mãe só faltaram me matar com o olhar.

- Eu não esperava que fosse você a vir, mas que bom que veio. – eu franzi o cenho sem entender o que ela queria dizer com isso, mas ela saiu saltitando para receber os outros convidados e nos deixou sozinhos.

- Leah! – o Embry sussurrou me repreendendo e eu bufei de raiva.

- Tá! – peguei o Harry do colo dele e fui entrando na festa.

     A festa realmente estava linda. O tema era Princesas Baby e tinha várias meninas vestidas de princesa. Assim que viu as crianças Harry fez a maior festa querendo ir para chão. O deixei descer, mas fiquei segurando firme sua mão. O cheiro de sanguessuga não me inspirava confiança, nunca!

- Oi, Leah. – Bella veio caminhando em minha direção com uma linda garotinha. Nossa! A menina era a cara do Jake, até no sorriso.

- Oi Bella. – ela forçou um sorriso para mim e se abaixou para brincar com o Harry.

- Oi neném, e você é quem? – ele se enfiou no meio das minhas pernas com vergonha e a menininha riu.

- O nome dele é Harry, por causa do meu pai. – eu respondi e ela sorriu colocando a menina no chão.

- O nome dela é Sunny. – ela disse simplesmente e eu entendi que deveria ter alguma coisa haver com o Jake. – Tem brinquedos, salgadinho, algodão doce e um monte de outras coisas. – ela me apontou a festa e apenas balancei a cabeça concordando.

- Legal! Eu trouxe isso para ela, espero que ela goste. – entreguei o embrulho a Bella, mas a garotinha era bem esperta e logo pediu colo para poder abrir.

- Obrigada.

- Por nada. – aquela conversa trivial estava desconfortável, imagina uma mais séria. A Emy era drogada só pode! – Eu vou levar o Harry para dar uma volta. A gente se fala. – forcei um sorriso e sai de perto antes que o clima ficasse mais tenso.

      Quando cheguei à entrada de uma sala decorada de bolas o Embry sorriu para mim com um copo descartável de refrigerante na mão.

- Viu? Nem doeu ser legal. – ele me deu um selinho e eu sorri.

- Doeu sim. – Harry conseguiu se soltar da minha mão e correu para o mar de bolas onde outras crianças também brincavam.

     Fiquei o observando brincar e instintivamente me virei para trás para olhar para Bella e sua filha. A imagem das duas era incompleta sem o Jake. Olhei para o Embry e meu peito deu uma fisgada, minha imagem também seria incompleta se fossemos apenas eu e o Harry.  Ignorei meus instintos e decidi que iria conversar com a songa sobre o Jake. Talvez a drogada fosse eu e não a Emy, na verdade acho que somos duas.

Bella

        O encontro com a Leah não foi tão ruim quanto eu imaginava. Foi ruim, mas não tanto. Durante a festa não encontrei muito com ela, mas nem que encontrasse teria tempo de me irritar. Parecia ter umas mil crianças correndo para todos os lados, eu sabia que a Alice estava aprontando pela quantidade de comida. Aqui tinha o triplo de gente do que ela havia me informado.

- Está ficando tarde. Vamos cortar o bolo? – o Edward me perguntou pegando a Sunny antes que ela pulasse na piscina.

- Vamos sim. A Sunny está num fogo só, mas as outras crianças já estão quase dormindo. – Sunny foi pulando para o colo do Edward e voltamos para mansão.

       Alice tinha feito a festa com o tema das Princesas e comprou um vestido de Cinderela para Sunny usar. A essa altura o vestido estava mais para o da versão gata borralheira da Cinderela do que para Cinderela do baile, mas ela começou a festa que nem uma princesinha de verdade. Linda!

      Juntamos todo mundo no salão de jogos, Alice transformou o salão em sala do bolo. O troço era tão grande que precisava mesmo de uma sala só para ele.

- De quem é esse bolo? – o Edward tentava distrair a Sunny para consertar a coroa que ela insistia em tirar do cabelo.

- Não. – ela respondeu apontando para o bolo.

- Eu perguntei de quem é o bolo.

- Você consegue ler os pensamentos dela? – eu cochichei no ouvido dele curiosa com essa dinâmica toda. Apesar de tanto tempo de convivência e estranheza deles dois nunca tinha perguntado isso antes.

- Consigo, mas não passa muito de fralda, mamadeira e Barbie. – nós dois rimos e a Sunny começou a cantar o que de longe lembrava um: Parabéns para você.

- Vamos começar? – Alice veio animada para sala junto com os convidados que faltavam.

- Vamos. – peguei Sunny do colo de Edward e ele mesmo puxou a música.

      Foi impossível não transbordar de felicidade. Minha filhinha, tão linda, fazendo um aninho. Parece que ela nasceu ontem e hoje já está no meu colo batendo palminha e mandando beijo. Me deu vontade de chorar. Eu não queria que ela crescesse rápido, mas não queria que fosse criança para sempre. Agora eu entendo o que a minha mãe queria dizer quando ela falava que ser mãe era ser dividida em duas o tempo todo.

      Assim que terminou o parabéns começamos a cortar o bolo e foi questão de meia hora para todos estarem indo embora. O horário da festa foi impróprio para crianças, mas eu não podia fazer a festa durante o dia e deixar os Cullens de fora. Eles são minha família, mesmo comigo sendo humana.

- Foi lindo filha. – meu pai veio me abraçar antes de ir embora.

- Foi sim minha querida. Sua filha é uma princesinha mesmo. – Sue elogiou a Sunny que sorriu para ela no meu colo.

- Obrigada. – dei um beijo no rosto da Sunny e ela bateu as pernas para descer do meu colo. Só entendi a animação quando vi o Harry correndo em nossa direção acompanhado por Embry e Leah.

- Parabéns pela festa e pela bonequinha. – Embry brincou com a Sunny e não me encarou enquanto falava.

- Obrigada. – agradeci novamente só que dessa vez desconfortável com quem me dava o elogio.

- Eu posso falar com você um minuto? – Leah pareceu não surpreender só a mim, mas a Embry também. – É só um minuto. – ela disse olhando para o marido e não para mim.

- Eu vou esperar no carro. Tchau Bella. – Embry sorriu para mim, um sorriso que não chegou aos olhos, e saiu com o Harry no colo.

      Meu pai e Sue também logo saíram e me deixaram sozinho com a loba má, literalmente.

- Bella, eu...

- Olha, caso seja sobre o Jake não perca seu tempo porque eu não quero saber. – preferi ser rude e evitar uma conversa desagradável do que começar a ouvir e me irritar depois.

- Eu sei que você está magoada com ele. Não tem como não estar, mas já tem tempo que vocês estão separados e muita coisa ficou mal explicada. Vocês têm uma filha e uma historia toda, não dá para deixar de amar uma pessoa assim de uma hora para outra. – quando ela disse isso foi como se toda raiva que eu tinha do Jake fluísse como no o primeiro dia que eu havia a sentido.

- Fala que não dá para deixar de amar de uma para outra para o Jake. Foi ele que me abandonou! Grávida ainda por cima! Eu não quero nada do Jake, não quero ter nada haver com ele e caso ele apareça aqui tentando ver a Sunny eu vou bater com a porta na cara dele porque nem perto da minha filha eu quero aquele... Aquele... – eu estava com tanta raiva que nem vi a Sunny sair de perto de mim assustada e chorando por causa dos meus berros.

- Bella o Jake te deixou porque ele foi obrigado não porque ele quis. Você não lembra nada do que falávamos sobre o imprinting, o lado bom e o lado ruim? – eu já mal ouvia a Leah só prestava atenção na Sunny.

- Não me interessa! – eu gritei e a Sunny chorou mais. Quando dei por mim todos os Cullens e os Denali estavam na sala.

- Mas...

- Papai... – a voz da Sunny espantou todos não só pela clareza, mas pela palavra. Ela mal falava não e de repente falou uma palavra inteira e uma que ela mal ouvia.

      A Sunny correu para o colo de Edward ainda chamando papai e isso fez o silêncio ser tão firme que poderia ser cortado a faca. Isso até a risada irônica da Leah interrompê-lo.

- Uma vez a garota dos vampiros sempre a garota dos vampiros. – ela disse irônica.

- Você não tem o direito de...

- Cala a sua boca! – a Leah gritou ameaçadora e Rose deu um passo em minha direção, mas Alice a segurou. – Você sabe o que é ter suas vontades tiradas de você e passar a ser dependente das emoções de outra pessoa como se perdesse metade de tudo que você é num piscar de olhos? A historinha de almas gêmeas é muita linda quando é com quem te completa não com quem te impulsiona contra sua vontade. Eu não acredito que eu encorajei o Jake a brigar com essa força maior por causa de um sentimento que ele nutria por você. Enquanto ele se matava por dentro lutando contra o destino você estava aqui se esfregando no vampiro como a boa piranha que você é.

- Você não tem o direito de me chamar de piranha! – eu sabia que a Leah era muito mais perigosa do que aparentava, mas a minha raiva me fez gritar na mesma altura que ela.

- Você vai embora grávida de um e agora sua filha chama outro de pai. Isso é ser o que? Você e essa sua cara de songa enganam e eu não acredito que eu deixei me enganar. É bom mesmo você ficar longe do Jake, longe de La Push e que você crie sua princesinha dos vampiros bem longe dele! Se você pensar em colocar os pés em La Push de novo eu mesma mato você. – sem me dar chance de resposta ela virou as costas e foi embora me deixando perplexa com tudo que ela havia dito.

      Ouvi o carro cantando pneu na varanda e quando pensei em me virar Edward já estava me abraçando e me levando para casa.

- Cadê a Sunny? – perguntei quando ele me sentou na cama.

- Com a Rose. Você precisa se acalmar. – ele me deu um copo d’água e eu vi o quanto estava nervosa quando tremi ao segurar o copo.

- Eu sou totalmente capaz de cuidar da minha filha. – acabei soltando o copo e espalhando cacos de vidro por todo quarto. – Desculpa. – eu chorava compulsivamente agora e minha cabeça parecia que ia explodir com tantas palavras que a Leah disse.

     Deitei na cama e me enfiei nos travesseiros tentando abafar os sons das palavras, mas eles vinham da minha cabeça e nada os calava. Nem a voz da Leah e nem a do Jake. Sim! O Jake estava ali, mais nítido do que nunca e eu via tudo como num filme.

"É difícil descrever. Não é como se fosse amor à primeira vista, na verdade é mais como... Ação da gravidade. Quando você a vê, de repente não é mais a terra que está te segurando aqui. Ela te segura. E nada importa mais do que ela. E você faria qualquer coisa por ela, seria qualquer coisa por ela... Você se torna qualquer coisa que ela precisa que você seja, seja o protetor dela, ou um amante, ou um amigo, ou um irmão.

Quil será o melhor irmão mais velho e o mais gentil que alguém já teve. Não existe um bebê que seja mais bem cuidado do que aquela garotinha será. E depois, quando ela for mais velha e precisar de um irmão, ele será mais compreensivo, confiável e presente do que qualquer pessoa que ela conheça. E depois, quando ela for adulta, eles serão tão felizes quanto Emily e Sam.”(1)

“Você sabe o que é ter suas vontades tiradas de você e passar a ser dependente das emoções de outra pessoa como se perdesse metade de tudo que você é num piscar de olhos? A historinha de almas gêmeas é muita linda quando é com quem te completa não com quem te impulsiona contra sua vontade.”

     Eu tinha que tirar isso da minha cabeça. Ele mesmo me disse que o imprinting era para fazer as pessoas felizes. Ele não me queria! Não podia ser!

“Eu não acredito que eu encorajei o Jake a brigar com essa força maior por causa de um sentimento que ele nutria por você.”

      Deus e se fosse verdade? E se ele me amasse e eu simplesmente tivesse...

“Enquanto ele se matava por dentro lutando contra o destino você estava aqui se esfregando no vampiro como a boa piranha que você é.”

- Eu não deixei ele. – eu disse a mim mesma ainda chorando.

- Bella, por favor. Você precisa se acalmar. – Edward me puxou da cama e me sentou de frente para ele me fazendo o encarar.

- Se ele me amava porque ele não veio atrás de mim. Ele viria... Não viria? – eu nunca parei para pensar que talvez ele não pudesse vir e depois eu o mandei ficar longe. Foi tanta coisa! Coisa demais! Eu passei muito tempo tentando me convencer de que eu não amava o Jake que agora sentir que eu ainda o amo como no primeiro dia parece uma bomba nuclear explodindo no meu peito. Eu não vou agüentar.

- Bella, se ele pudesse ele viria. Viria, com certeza. – ouvir Edward confirmar minha duvida só me fez chorar ainda mais.

- Eu não desisti dele, eu só pensei que ele não me amava. Eu não tive culpa. Eu sinto muito. – eu dizia a Edward tudo que eu queria dizer a Leah, ao Jake. Eu precisava ver o Jake, mas será que ele ia querer me ver?

- Presta atenção! – Edward puxou meu rosto e me fez olhar para ele fixamente. Se quiseres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus - ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. (2) – Continuei o olhando sem entender e ele riu da minha burrice, como se eu já não tivesse problemas o bastante. – Imprinting é uma “coisa” que liga duas almas, amor vem desse plano. Apesar de o amor ser algo superior e sublime não são as almas que se apaixonam e sim os corpos, as almas se completam depois que os corpos se unem. Não dá para amar só com a alma mesmo que esse amor venha de um plano espiritual. A alma do Jake pode ter sido destinada a se unir a essa menina, mas só em vida você pode decidir o que quer fazer do seu corpo, ou escolher de quem vai ser o seu corpo.

- Agora eu me sinto pior. Porque eu sei que meu corpo sempre vai ser do Jake, mas depois de... – Edward me calou com um dedo e sorriu para mim.

- Então você tem muita coisa para consertar, mas primeiramente você precisa se acalmar. – deitei na cama e me encolhi nos travesseiros sem conseguir parar de chorar.

- Mas e a Sunny?

- Eu cuido dela. Agora dorme e descansa. – eu não ia conseguir descansar muito menos dormir, mas mesmo assim me encolhi na cama tentando fazer com que minha mente parasse de me carregar de culpa.

.

.

Dois dias depois...

Jake

       A Leah estava feliz demais desde que voltou da visita ao Seth. Eu ainda não tinha falado com o Seth sobre essa viagem, mas deve ter acontecido algo ótimo para ela estar tão alegre.

       Já a Maika estava cada vez mais triste. Eu sentia sua tristeza e também sentia culpa por ela. Eu não poderia ser o homem que ela queria que eu fosse, nem hoje, nem nunca.

- Eu fiz bolo de carne para o almoço. – ela disse mexendo nas panelas quando eu entrei na cozinha.

- Tudo bem. – respondi me aproximando dela.

- Se for para não encostar em mim você pode fazer isso de longe. – assim que disse ela desviou do meu toque e se afastou de mim.

- Maika eu...

- Vocês deixam a porta escancarada assim sempre? – quando vi a Leah estava parada na porta da cozinha e com aquele sorriso brilhante que ela emoldurou no rosto tem uns dias.

- Eu esqueci aberta. – eu disse no automático e a Maika me olhou de cara feia.

- Maika, eu vou a Seattle comprar algumas coisas para festa do Harry. Eu vim te buscar para ir comigo, se você quiser é claro. – tanto eu quanto a Maika olhamos para ela assustados.

- Você está brincando né? – Maika perguntou tirando as palavras da minha boca.

- Não. – Leah sorriu parecendo ainda menos ela. – Vamos?

- Claro. – Maika tirou o avental e subiu as escadas correndo. – Eu só vou trocar de roupa.

- Sem pressa. – Leah falou enquanto ela subia a escada.

- Você está bem? – eu perguntei preocupado com a sanidade da Leah.

- Estou ótima! Só finalmente percebi que sendo sua amiga e querendo o melhor para você é meu dever aceitar a va... Maika. – Leah sorriu entre os dentes e eu fiquei mais preocupado ainda.

- Estou pronta. – Maika quase pulou da escada do lado da Leah.

- Vamos. O Harry está no carro. – as duas se despediram de mim e me deixaram com cara de idiota.

      Fiquei vagando pela casa até o meio da tarde. Achei que a Leah não iria passar nem dez minutos sozinha com a Maika, mas elas já estavam fora há horas e eu sabia que a Maika estava bem porque eu estava bem. Muito estranho.

       Deitei para assistir a um jogo na TV quando o telefone começou a tocar me forçando a levantar novamente.

- Alô?

- Jake?

- Emily? O Sam não está...

- Jake eu sei que o Sam não está aí, mas agora me escuta. Eu sei que você não tem nenhum motivo para acreditar que eu quero te ajudar, mas aposto que você também está achando a mudança de humor repentina da Leah muito estranha. – ela parou de falar de repente me deixando curioso.

- Continua.

- Eu tenho o endereço da Bella e acho que você deveria conversar com ela. Ainda mais depois dessa mudança da Leah.

- O que a mudança da Leah tem haver com a Bella? Emily você está sendo incoerente.

- Jake você só precisa dizer que vai viajar para ver o Seth e eu te passo o endereço da Bella agora. Então Jake, você quer a minha ajuda ou não?

Bella

       A Sunny brincava na sala com Edward e Emmett. Dava para ouvir a gargalhada dela dobrar com as gracinhas deles.

- Bella disca esse número e liga logo! – Alice ficava me “encorajando” a ligar para o Jake enquanto eu ficava só com o telefone na mão.

- Alice eu...

       A campanhinha tocou e todos se entreolharam. Os Denali ainda estavam hospedados aqui e eles eram a única visita que recebíamos. Todos se olhavam como se soubessem quem estava à porta. Rose atendeu.

- Pode entrar. – a escutei dizer e fui para o hall de entrada ver quem era.

- Oi Bella.

- Jake?

- Eu sei tudo que você disse, mas eu pensei se eu podia ver a Sunny. Posso?

      Eu estava sem ação diante dele. Eu tinha muitas coisas para falar, mas as palavras simplesmente não saiam. Esse com certeza não é o encontro que eu planejei.

__________________________________

N/A: Oi amores, aposto que agora vcs estão com duas expressões predominantes: 1° Ela esperou esse tempo todo para eles se encontrarem assim?? 2° Como assimmm ela para nessa parte? ODIO! Calma, calma! Mais emoções nos próximos caps...rsrsrs. 
Eu sei que estou hiper na divida com vcs com os reviews, mas eu leio todos, amo a maioria e RESPONDO mesmo demorando *vergonha* 
Eu quero muito agradecer a juallevato, MillachanxD e a Montoya pelas recomendações. Fico super honrada quando as pessoas recomendam o que eu faço, obrigada mesmo.
Estamos, a partir do próximo cap, entrando numa segunda fase da fic. E aí prontos? Espero que sim... rsrsrs. Bjks e até a proxima ^^

(1) Twilight Saga - Eclipse - Capítulo oito, pág. 132/133
(2) A arte de amar - Manuel Bandeira

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!