Depois de tomarem café, com direito a trocas de olhares apaixonados que não passaram despercebidos por Molly, Ron e Hermione foram escrever as cartas para os amigos que eles convidariam para ser padrinhos de casamento.

— Tudo bem, eu escrevo para Luna e você para o Neville, pode ser?

— Pode, apesar de você escrever bem melhor que eu, não?

— Eu reviso para você depois. - Ela disse docemente.

Ele concordou e começou a rabiscar um pergaminho assim como ela.

“Cara Luna,

Quanto tempo! Soube que voltou da viajem cheia de novidades sobre novas espécies, não é? Como vai Sr. Lovegood? Eu espero que bem.

Não sei se sabe, mas como as notícias correm, é bem provável que sim. Eu e Ronald estamos noivos agora, é, isso aconteceu no casamento do Harry e da Gina, contudo não tivemos tempo de contar para todos na festa. O almoço do dia seguinte fez o papel de almoço de noivado improvisado.

Estou tão feliz, e gostaria de saber se aceita ser minha madrinha junto a Neville. Harry e Gina serão de Ron. Nós mandaremos os convites daqui um mês aproximadamente e, pra falar a verdade, nem conversamos sobre isso ainda. Mandaremos outra carta convidado o Nev também. Esperamos de verdade que aceite. Saudade.

Mione.”

— Terminei, acho que ficou boa. - Sorriu.

— Só mais um minuto. - Respondeu sem tirar os olhos da carta que escrevia. Ela aproveitou para reler a sua.

“Neville,

Como vai, cara? Espero que esteja tudo em ordem ai em Hogwarts com os pirralhos. Eu sei que já fui um, mas, sério, crianças são um pouco assustadoras. Nunca pensei que diria isso, mas sinto falta dai.

Então, não sei se já sabe, mas eu e Mione estamos noivos. É, eu finalmente criei coragem e fiz o pedido. Foi no dia do casamento de Harry, mas eu preferi raptar a Hermione do que contar para todo mundo.

Eu estou muito feliz e nós queríamos que aceitasse nosso convite para ser padrinho, Mione está mandando uma carta para Luna, que seria a madrinha. Tudo bem que você terá que aguentá-la no altar falando sobre como os zonzóbulos estão tentando atrapalhar a cerimonia, mas faça esse esforcinho pelos seus amigos, hein? Ainda marcaremos a data e lhe falaremos. Um abraço.

Ronald.”

— Pronto, foi o que eu consegui. - Entregou-lhe a carta com um pouco de receio.

Hermione demorou um minuto para ler a carta, se emocionar com algumas partes e ficar zangada com outras como a que falava sobre a Luna e os zonzóbulos.

— Está perfeita, Ron. - disse selando ambas e colocando os endereços. — Vamos mandar, vem.

E, puxando a mão do ruivo, desceram e colocaram as cartas uma em cada coruja que logo estariam longe da vista de ambos. Ron levou Hermione para a cozinha e pegou um bloco de folhas que Molly deixava pendurado em uma das paredes.

— Olhe. - Disse passando algumas folhas. — Daqui a quatro meses. O que acha? - Ele apontava o Mês de dezembro.

Ela observou aquele calendário bruxo que, além do que um calendário trouxa possuía, trazia previsões de nascimentos, casamentos, fertilidade, sorte, amor, felicidade. Olhou para ele.

— Acho que seria perfeito. - Ela reparou que todos as estrelas para as categorias estavam pintadas, era o mês perfeito.

— Mãe! - Gritou Ron.

— O que foi, meu filho? Não precisava gritar, estava chegando já.

— Acha que consegue preparar um casamento para dezembro?

— Vocês decidiram a data? - Perguntou emocionada.

— Sim, Sra. Weasley. Dia seis de dezembro. - Ela olhou para o noivo que concordou com a cabeça.

No almoço eles contaram a novidade para o resto da família. Gina começou um discurso de que os vestidos tinham que ser encomendados o quanto antes e as vestes masculinas também. Hermione disse que veria isso nas duas semanas seguintes e Gina se ofereceu para ajudar. Mesmo com um pé atrás a morena aceitou a ajuda da ruiva que, afinal, só queria o melhor para a cunhada.

Até o próximo final de semana Hermione já havia decidido o modelo de seu vestido de noiva - na revista da mãe achou um modelo que julgou perfeito. Ele era justo, sem brilhos, com um babado muito discreto na barra que dava leveza e balanço ao modelo e com as mangas compridas de renda, para o clima do mês. Para não dizer que nada lhe dava um diferencial, tinha um bordado do lado esquerdo da cintura, que descia até a barra pela parte de trás e o decore era quadrado.

Hermione se apaixonou e logo levou até a costureira a revista, junto com a mãe que já escolhera um vestido lilás e encomendara a roupa de seu pai. Isso a fez lembrar que a ajuda da sogra para as vestes do noivo seria bem-vinda.

Na manhã de seu dia de folga, foi cedo até a Toca e combinou com Molly, que ficou feliz em poder ajudar. Logo aparatou nos fundos das Gemialidades. Ao entrar foi recebida pelo cunhado.

— Mione, que surpresa boa. - Ele a abraçou. — Veio ver o Roniquinho? Ele saiu, mas já deve estar voltando. Foi até o Gringots.

— Jorge, na verdade, antes eu quero lhe pedir algo.

— Fale, se estiver ao meu alcance.

— Eu gostaria de lhe roubar o Ron por hoje. - fez cara de pena. — É meu dia de folga e queria aproveitar para vermos algumas coisas para a casa. - Esperou por uma resposta negativa, que o trabalho estava a mil e precisava do irmão.

— É claro! Lembro-me quando Angelina me fez fechar a loja um dia para irmos atrás dessas coisas. Pode levar meu irmão sim, só você para aguentá-lo.

— Obrigada Jorge. - Ela o abraçou e deu-lhe um beijo no rosto.

— Por nada. Vem ver uns produtos novos enquanto Ron chega.

Ele mostrou a ela as novas invenções que agora tinham ideias de Ronald também e Hermione pensou em como ele era genial, embora doces e brinquedos que pregavam peças em todos que o usassem não deixavam de ser geniais.

— Quer feijõezinhos, Mione?

— Acho que com esses eu não corro risco, não é mesmo? Não foi você quem fez. - Ela riu e pegou um roxo dentro da caixinha. Ela o olhou, mas não teve tempo de colocar na boca. Ron chegara.

— Ron! - Exclamou a menina abraçando-o, Jorge soltou um muxoxo, pois ela não tivera tempo de colocar o feijãozinho na boca, mas nenhum dos pombinhos percebeu a cara do mais velho, quando se viram para ele, o mesmo sorria.

— Que surpresa boa. - Ele ia segurar a mão dela. — O que é isso na sua mão, Mione?

— Ah, feijõezinhos. - Ela ia levar a boca quando Ron a parou e retirou o doce da mão dela. Virando-se para Jorge começou.

— Ficou maluco? Se ela tivesse comido isso eu te mataria, tá ouvindo?

— Calma irmão, o efeito passa em algumas… Horas?

— Calma? Calma? Não testamos isso ainda.

— Exatamente. Nada contra você, Mione, mas precisávamos testar em alguém.

— Alguém que não seja minha noiva, por favor.

Hermione, que já conhecia o cunhado, resolveu arrumar a situação, não que estivesse confortável com o fato dele querer lhe dar um doce adulterado, mas não valia a pena, ela queria ir logo com Ron.

— Ron, esquece eu não comi, está bem? Que isso não se repita Jorge, eu não quero ser cobaia, mas eu te desculpo.

— Tudo bem. - Olhando para Jorge, Ron fez cara feia.

— Vim te chamar para sair comigo, e Jorge deixou. - Ela disse feliz.

— Jura? Que ótimo. Vou deixar esse papel na sala, já volto.

Ele entrou e conversou brevemente com o irmão, Jorge pediu desculpas e Ron o agradeceu por ter o liberado do dia de trabalho.

— Quer um desse? Pode pegar. - Ele disse para Hermione quando se aproximou e viu que ela olhava para uma caixinha em formato de estrela com algum brinde dentro. Ela se virou para ele. — Esse não prega nenhuma peça eu garanto.

— Então eu vou levar. - Pagando o presente, eles saíram da loja.

O tempo estava agradável, porém uma brisa de outono bateu contra os dois fazendo Hermione apertar o casaco.

— Saiu comigo e nem perguntou onde vamos.

— Eu vou pra qualquer lugar com você, é só chamar. - Ele disse, e olhando para ela e com as mãos no bolso ofereceu lhe o braço. — Mas vamos aonde afinal?

— Curioso. Vamos escolher as cores da nossa casa.

— Sério? Eu adoraria se pintássemos tudo de laranja e.... - Ele foi interrompido por um tapa no braço vindo de Hermione. — Ai! Eu estava brincado. - Ela riu.

— Tudo não, mas quem sabe alguma das paredes?

Aparataram próximo a casa e lá passaram a tarde, no final a casa estava toda creme, com as janelas marrom. O quarto do casal tinha uma parede laranja, como o rapaz quis e os outros tinham na cor azul-claro. Sentaram no sofá.

— Isso foi rápido. - Falou a morena.

— Que horas são?

— 11:30.

— Por isso já estou com fome, é quase hora do almoço. Para a Toca?

— Sim. - Ela disse e levantou-se com ele.

A tarde a morena foi para a loja de vestidos com Gina que estava na Toca e fez a moça aceitar que deveria ajudá-la a escolher seu modelo. Molly também as acompanhou e escolheu um modelo na cor cereja. Já Gina um de cor azul-escuro com muito brilho.

— Ah! Mione, esqueci de contar. Eu e Harry vamos viajar no feriado desse ano. Lua de mel atrasada, eu já estou ansiosa. Você e Ron já sabem para onde vão depois do casamento?

— Ainda não, nem conversamos ainda sobre isso, mas acho que quero aproveitar a folga em casa mesmo. Merlin é tanta coisa será que dá tempo?

— Relaxa, dá sim. - a ruiva piscou para a cunhada.

Mais tarde Hermione voltou para casa e Molly aproveitou que Ron estava desocupado para ir com o filho encomendar suas vestes.