Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 28
Com grandes poderes....


Notas iniciais do capítulo

Jujubas estou de volta e com aquele cap super esperado!! Duda finalmente descobre de quem é filha! ( Só ela mesmo, pq a gente já sabia huehueheu)
Aproveitem!!
OBS: Leiam as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519619/chapter/28

Sabe quando você volta a consciência logo depois de ter quase, mas é tipo quase mesmo, morrido e a primeira coisa que houve é alguém gritando bem no seu ouvido?

Não? Não sabe?

Ok, vou tentar melhorar minha comparação.....

Sabe quando você acorda com aquela dor de cabeça que parece que uma bomba de 10 segundos foi posta na sua cabeça, e ela já esta nos 2 segundos, e antes mesmo de abrir os olhos alguém saído direto do Submundo grita “Bom Dia!” bem naquela parte sensível do seu corpo chama ouvido?

Acho que agora melhorou.

Foi deste jeito que me senti ao perceber minha cabeça voltando a pensar corretamente e a primeira coisa que ouvi foi um grito bem ao meu lado.

— Ela não está respirando!

Pensando bem agora acho que não foi bem um grito, mas naquele momento todos os meus sentidos pareciam ampliados e até mesmo um sussurro parecia um trovão em minha cabeça. Mas o que mais me assustava era o que a voz dizia.

Como assim eu não estava respirando? É claro que eu tinha que estar respirando senão....

Tum, tum

Tum, tum

Meu peito afundava e voltava ao lugar abruptamente. Como se alguém o empurrasse com toda a força. Agora não apenas uma, mas várias vozes soavam ao meu redor e comecei a forçar a memória. O que tinha acontecido?

Uma bola de fogo me atingiu.

Voei pro meio do mar.

Um jacaré/dinossauro me atacou.

Eu joguei ele pra longe.

Percy apareceu.

Eu apaguei.

Tudo isso voltou repentinamente fazendo aquela bombinha ir para o 0,5 segundos de estourar. Tentei acordar, mostrar as pessoas que estavam ali, que pareciam aflitas, que estava tudo bem. Eu estava bem. Mas nem ao menos meus olhos me obedeciam. Meu corpo parecia dominado pela exaustão e não respondia as ordens do meu cérebro. Ouvi aquela voz novamente entendendo que era a voz de Percy. Ele falava apenas para que eu ouvisse enquanto continuava com a massagem cardíaca.

— Você vai acordar. Vamos lá Duda! Mostre que aquela garota que sobreviveu tanto tempo embaixo da água ainda está aí!

Meu peito afundou mais uma vez. Eu tinha que acordar. Eu precisava. Mas parecia tão bom ficar ali, dormindo, descansando. Ali eu não precisaria mais lutar, sofrer ou me arriscar. Despreocupada, tranquila. Eu merecia isso. Calma e conforto me invadiam, me convidavam a ficar ali pelo resto da vida.

Ou morte.

E ali senti meu corpo relaxar, mas não como quem descansa depois de um dia cansativo. Não. Era como se alma se calasse e buscasse seu lugar final, definitivo. E eu deixaria me levar se as vozes não houvesse aumentado e alguém repetisse várias e várias vezes “não, não, não....”. Ele estava certo.

Não!

Eu não podia me deixar levar. Eu não teria enfrentado tudo o que enfrentei para no fim ceder pelo cansaço. Eu não era esse tipo de garota! E eu ia sim acordar! Nessa hora minha mente voltou a controlar meu corpo e, como quem acorda de um sonho onde está caindo, despertei repentinamente e com os pulmões em chamas. Expeli quase meio mar por minha boca enquanto cerrava os olhos para ver os donos das vozes ao meu redor. Nunca vi pessoas tão aliviadas! Eles sorriam, mas eu continuava alerta. Qualquer coisa que acontecesse eu estava pronta. Mas Percy pôs suas mãos calmas e quentes em minhas costas o que me fez relaxar aos poucos.

— Calma, calma. Tá tudo bem. Você está salva agora. Nada vai acontecer. - Ele me olhava com seu sorriso acolhedor o que fez meu coração ainda acelerado descansar e eu suspirei sentindo o ar voltar para meu corpo, seu devido lugar.

— Graças a você! - retribui o sorriso da melhor forma que consegui enquanto olhava para Leo e Annabeth ainda sentados ao meu lado com seus sorrisos brilhantes. Mas, de relance, vi um vulto negro adentrando a floresta rapidamente. Cabelos da cor da noite. “Não, não poderia ser ele. Pura imaginaçãa minha com certeza!”.

— Você tá agradecendo por eu ter salvo sua vida? Pode parar! É sempre um prazer salvar a vida de uma dama indefesa. - Percy me tirou de meus pensamento se erguendo, limpando a calça e me estendendo a mão. Aceitei, ainda rindo de seu discurso. - Você não sabe o susto que nos deu! Mas acho melhor irmos andando antes que Quíron mande um batalhão atrás de nós. Está na hora do almoço e você, mocinha, vai acabar ficando doente se continuar com essa roupa encharcada assim!

Como se confirmando suas palavras um espirro involuntário balançou meu corpo. Ele me olhou fraternalmente enquanto calafrios me faziam abraçar meu próprio corpo. Droga de momento em que decidi me tornar a própria Dorothy! Apertei meus braços ainda mais forte ao redor do corpo enquanto meus dentes batiam uns contra os outros e então senti Leo passar seu braço por meus ombros e me puxar para perto de seu corpo. Todo o frio pareceu evaporar na hora. Aconcheguei a cabeça no ombro de Leo enquanto Percy levantava Annabeth da areia e eles pareciam ter uma conversa silenciosa, mas ainda consegui ouvir Annie dizer algo como “mas você deveria ter ao menos lembrado de trazer uma toalha pro novo membro da família, Cabeça de Alga!”. Seguimos calmamente a trilha na floresta, eu e Leo na frente enquanto Percy e Annie andavam logo atrás. Ao virar o rosto percebi Percy me observando com um brilho diferente nos olhos, posso arriscar dizer que era orgulho puro. Me aconcheguei mais a Leo, se é que era possível, e sussurrei:

— Ok, porque Percy está me olhando como se eu fosse a última Coca Cola no deserto? - Sorri nervosa olhando de relance para trás enquanto Leo ria abertamente. O calor que seu corpo transmitia aumentou quando seu olhar fixo encontrou o meu.

— Quem sabe não foi porque você enfrentou um monstro enorme e sozinha? - Encarei-o assustada. Como ele poderia saber? Ele piscou e me empurrou de lado – Eu sei de tudo, baby. Ou ao menos foi o que consegui entender do que Percy falou enquanto ele tentava te ressucitar. Você é a nova Indiana Jones do acampamento! Tantanrantaaann tantanraaannn.

Empurrei-o de lado enquanto segurava o riso.

— Rá rá, muito hilário senhor Valdez! Se você tivesse passado pelo mesmo duvido que estivesse rindo!

— Você está certa. Me desculpe. - Ele pareceu arrependido, mas sorriu mostrando que estava tudo bem. Ele me encarou pensativo e brincalhão. - Mas ele também pode estar com esse olhar por você ter sobrevivido embaixo d'água mais tempo do que qualquer um conseguiria? Ou quem sabe não é porque você respira embaixo d'água. Não me olhe assim! É claro que ele também contaria isso.

— Percy andou falando muito! E você não sabe como descobrir isso foi bizarro! - falei ainda lembrando do momento em que percebi as bolhas de ar saindo de minha boca sob a água. Ele olhou pra frente com um sorriso no rosto tirando um galho do caminho. - E derrotar aquele monstro com um tremendo jato d'água saído direto das minhas mãos foi totalmente irado!

— Espera aí? Jato d'água? - Leo voltou-se para mim assustado e eu dei de ombros, modesta. - Você vai ter que contar essa história melhor porque essa parte Percy esqueceu de mencionar.

— Quem sabe eu não escrevo um livro? - pisquei enquanto ele ria. Andamos mais um pouco e ao ouvir a risada de Percy às minhas costas, enquanto ele e Annie conversavam, um pensamento me veio a mente: como Percy surgiu na praia do nada? Olhei para Leo com um sorriso agradecido transbordando por meus lábios. - Mas eu não estaria aqui pra contar a história se não fosse por você ter chamado o Percy para me....

— Acho que você está agradecendo a pessoa errada. - Ele me interrompeu com um olhar triste. - Foi Nico quem chamou Percy e eu sinceramente nem sei como ele descobriu que você estava no mar. Ele surgiu do nada ao lado de Percy.

— Acho que arranjei um guarda costas... - Revirei os olhos.Mas por dentro algo me balançou. Não foi coisa da minha cabeça. Ele estava lá! Como da outra vez em que estive em perigo. Ele sempre estava. Saí de meus devaneios e vi Leo cabisbaixo, com os olhos voltados ao chão. Abracei-o mais forte. - Leo nada daquilo foi culpa sua. Eu sei que você nunca me machucaria!

— Mas machuquei! - Ele parecia com raiva de si mesmo, tanto que um pedrinha foi parar longe quando passamos. - Eu quase te matei. Eu mereci tudo o que Nico falou. Nunca pensei que fosse admitir isso, mas ele estava certo. - “Como assim? O que Nico disse? Nico brigou com Leo? Por mim?”. Leo pareceu ler minhas perguntas mentais e minha cara de interrogação. - Ele quase me matou com o olhar e com tudo que se pode matar alguém. E não estou falando figurativamente! Parecia realmente irado como nunca vi antes.

— Ahh depois vou ter uma conversinha com o senhor Di Angelo. Ele vai ouvir e muito! - Cruzei os braços. Nico não tinha esse direito. Até porque ele havia feito basicamente o mesmo e pouco tempo antes. Pensar nisso me lembrou dos olhos vermelhos e furiosos de Nico na clareira. O mesmo vermelho que vi nos olhos de Leo quando este me atirou para o mar. Não podia ser apenas coincidência. - Leo eu vi. Sua íris ficou vermelha. Você não parecia ser você mesmo. Era como se...

— Algo tivesse tomado meu corpo. - Ele completou sem pestanejar me olhando de lado. Concordei. - Foi exatamente isso que aconteceu! Não sei explicar. Era como se em um momento eu fosse eu e no outro alguém estivesse no comando do meu corpo e eu só podia obdecer.

— Mas você já passou por algo parecido antes. - Ele pareceu confuso até eu lembrar. - Em Nova Roma. O espírito que entrou em você quase quebrou a frágil aliança entre gregos e romanos.

— Não. Dessa vez foi diferente. - Ele falou sério, mal parecendo o Leo brincalhão que eu conhecia. - Esse era com certeza bem mais forte. Naquela hora achei que não fosse mais voltar a ser eu mesmo de novo. Não sei como isso aconteceu, mas se este não tiver sido um caso a parte, o que eu acho que não foi, e outros campistas sofrerem o mesmo, pode ter certeza que vamos estar bem ferrados!

Podem ter certeza que não foi um caso a parte....”.

Um silêncio pesaroso se instalou entre nós. Cada um submergiu em seus próprios pensamentos. O que diabos estava acontecendo? Quem era aquele ser que havia tomado o corpo dos dois garotos no mesmo dia? E o mais confuso, bem na hora em que eu estava com eles o que fez os dois reagirem em mim. Eu não sabia que tipo de assombração era aquela, mas que ela tinha algo grave contra mim, com certeza tinha! Oh Zeus, como alguém mal chega no acampamento e já tem inimigos que vem dos mortos pra puxar seu pé? Vai ter sorte igual a minha lá no Olimpo! Estava tão absorta pensando na fantástica sorte que tinha que só percebi que o Leo divertido e despreocupado tinha voltado quando este me empurrou de lado com seu sorriso fácil nos lábios e repetiu uma pergunta antiga.

— Mas e agora eu te pergunto de novo: Quem será o seu pai?

Pergunta retórica. Com certeza a pergunta mais retórica do século!

Estávamos perto do fim da trilha. Abaixe a cabeça com um mínimo sorriso. Eu tinha certeza de quem era meu pai, isso era óbvio agora! Mas falar em voz alta era algo diferente. Falar em voz alta era o mesmo que aceitar tudo aquilo. Aceitar os perigos que vinha por encomenda para mim porque como o Peter Parker diria: “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades” e no caso dos semideuses grandes batalhas e grandes, gigantescas chances de passar dessa pra melhor facinho facinho! E eu, com a sorte de sempre, ainda tinha aquele brinde: ser uma Língua Encantada. Ou seja perigo triplicado. Expectativa de vida? Basicamente zero! Mas, acima de tudo, era aceitar que o todo poderoso Rei dos Mares havia me abandonado nas mãos daquelas pessoas que nem ao menos merecem ser chamadas de pessoas! Minha mãe morreu e ele nem ao menos pra mandar um sinal do céu dizendo “ESTOU AQUI!” ou quem sabe um cartão postal dizendo o quanto sentia muito e um golfinho de pelúcia só pra tentar consolar quem sabe. Melhor, poderia ao menos ter afogado meus tios quando eles iam a praia, sei lá. Certo, esse terceiro pedido não precisava ser atendido, mas e os outros dois? Qual era sua desculpa. Porque não me tirara de lá? Eu já havia passado e muito da idade de ser uma novata semideusa. Explique isso, papis? E eu estava prestas a soltar tudo isso sobre Leo quando nós terminamos a trilha, ainda afastando alguns galhos do meio, e nos deparamos com alguns semideuses olhando atentamente para nós.

Ou melhor, para mim!

Espera, porque eles estavam olhando para mim e ainda comentando com os outros ao redor, fazendo agora quase o acampamento inteiro estar de plateia e eu sendo a atração principal? “Ah, não. Que não seja pelo mini vestido, que não seja pelo mini vestido!”

— Não me diga que isso tudo é por causa do meu cosplay de Dorothy... - Sussurrei para Leo enquanto cerrava os olhos a espera dos risos e piadas que todos soltariam. Mas nada disso aconteceu.

— Acho que o mini vestido da Dorothy, que por acaso caiu super bem em você, é seu último problema agora. - Leu sussurrou de volta. Seu tom parecia admiração. Abri os olhos ainda receosa e vi todos encarando o topo de minha cabeça. Alguns com desdem, outros com surpresa e admiração, mas todos encaravam sem desviar o olhar. Observei Leo que fazia o mesmo que os outros. A boca aberta e olhando para o alto de minha cabeça. Certo, aquilo tudo não podia ser por conta do ninho que deveria estar meu cabelo, ou seja....

Deixei o suspense de lado e olhei para cima a tempo de ver algo que me deixou tão admirada quanto todos ao redor. Eu estava cercada por um aura azul que ia dos pés a cabeça e a centímetros dela um tridente prateado girava majestosamente declarando que eu havia sido finalmente reclamada por meu pai olimpiano. Meus lábios tremiam e até mesmo algumas lágrimas escaparam. Sim, eu já sabia quem era meu pai antes mesmo do tridente surgir sobre minha cabeça, mas você que também é semideus vai me entender. Você que não é, bem, imagine descobrir que aquele lugar que você ama com as pessoas que você aprendeu a amar é agora oficialmente seu lar, sua casa de verdade. Agora você deve entender como me senti naquele momento!

Nada daquilo parecia real. Era um sonho se tornando realidade pela segunda vez em três dias! Acho que minha sorte não estava tão ruim assim. Eu estava realmente ali, sendo reclamada como filha de um deus. E mesmo com aquele turbilhão de emoções, senti alguém se aproximar e me abraçar de lado. A primeira coisa que vi por entre as lágrimas foram os belos cabelos negros de Percy, depois seu sorriso brilhante surgiu como um convite. Ele estava com uma felicidade contagiante, radiante. Minha atenção se desviou quando ouvi a voz grossa e impactante de Quíron soar por todo o acampamento como trombetas.

— Seja bem vinda Eduarda Swan, filha de Poseidon!

E todas as vozes soaram em unissom: “Seja bem vinda!”. Todos se curvaram lentamente em minha direção. Pude ver os Stolls com seus sorrisos travessos e até mesmo Leo ao meu lado se curvou fazendo seus cachos cairem sobre os olhos. Eu simplesmente não sabia como agir ou o que falar. Então apenas me calei, envergonhada e com um sorriso bobo nos lábios e, enquanto todos ainda se curvavam, Percy virou meu rosto para o seu e sussurrou feliz e orgulhoso:

— Seja bem vinda, maninha!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem a missão está chegando galera e queria saber: vcs tem ideias para o que pode acontecer? Uma leitora pediu para q um personagem novo aparecesse durante a missão e seu pedido será realizado! Então comentem!! Seus desejos podem se realizar!!! Mil bjuuuxx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Realidade Imaginária" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.