Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 18
Chalé, doce chalé!


Notas iniciais do capítulo

Hey semideuses
sentiram sdds?
Bem aki está mais um cap. Não é muito gigante, mas prometo q cap que vem vou compensar!
Então nos vemos lá embaixo
enjoy



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Connor abriu a porta e entramos rapidamente, escapando por milésimos de segundos de algo brilhante que vinha diretamente voando em nossa direção e se espatifou contra a porta fechada atrás de nós.

– Essa foi por pouco. – Connor falou, tentando controlar a respiração.

– Muito, muito pouco! - Apoiei minha mão nos joelhos, procurando ar em meus pulmões.

– Acho que aquilo brilhante iria nos transformar em hamsters laranjas com bolinhas vermelhas. Ou seria vermelho com bolinhas laranjas? - Travis pensou alto, mas também sem conseguir respirar muito bem – É, com certeza escapamos de um futuro de sementes e rodinhas em gaiolas!

Ri, com o pouco de ar que encontrei, e me ergui novamente, passando a observar o interior do chalé. As paredes e o chão de madeira davam um ar campestre ao local. O teto triangular lembrava um chalé de acampamento comum, porém as cenas gregas representadas detalhadamente nele mostravam que de comum ele não tinha nada. Até porque as cenas se mexiam como um filme em câmera lenta, apresentando as diversas batalhas que o mensageiro dos deuses havia enfrentando durante os milênios. O chão marrom e as paredes marfim brilhavam por influência das cenas, era como se houvesse um pequeno sol iluminando o quarto. E na parede ao fundo do chalé, estava escrito em uma caligrafia bonita e cuidadosa: Chalé de Hermes. O chalé em si era bem grande. Oito beliches se estendiam em cada lado do quarto e cada um possuía um criado-mudo ao lado com quatro simples gavetas e um espelho sobre o mesmo. Alguns beliches estavam bem bagunçados, com roupas e sapatos jogados por todos os lados. Já outros estavam organizados, com roupas dobradas sobre a cama e os sapatos embaixo dela. E alguns estavam sem nada, completamente vazios. O lugar era totalmente acolhedor, com um aroma de grama bem familiar para mim, que me trazia boas lembranças da pequena e aconchegante casa da minha avó. Sorri com meus pensamentos.

– Esse lugar é lindo! – Alarguei o sorriso, ainda observando o “teto/cinema” e Hermes usando suas sandálias aladas pra voar sobre um exército.

– E miseravelmente simples! – completou Travis indo em direção ao primeiro beliche do lado direto do chalé e se jogando na cama de baixo. – Esse é o chalé que mais se parece com um chalé de acampamento comum. Nada de majestoso ou surpreendente como os outros. – Ele colocou os braços sob a cabeça, deixando bem visível os incontáveis músculos que se destacavam nas mangas de sua camisa, e adquiriu um ar pensativo, encarando o nada – Só não sei se essa ‘normalidade’ é boa ou ruim.

– Acho que na maior parte é boa, irmão! – Connor falou ainda ao meu lado – Lembra o chalé de Atena que mais parece uma biblioteca ambulante? – Os dois fizeram uma cara de nojo enquanto eu ficava com os olhos brilhando de ansiedade. Tinha que dar uma passadinha no chalé de Atena qualquer hora! Connor continuou: - E o de Afrodite que parece mais um reality show sobre moda do que um quarto!

– Mas o de Poseidon ganha de todos! – Travis se animou e sentou-se, olhando divertido para o irmão – Para entrar lá só com pé de pato e óculos de mergulho senão é afogamento na hora!

Os dois caíram na risada enquanto eu acompanhava com um pequeno sorriso. Minha imaginação voou por cada chalé. Será que eles eram do jeito que eu sempre imaginei? Ou será que eram bem diferentes? Saí dos meus devaneios quando senti alguém me puxando cuidadosamente. Connor estava me levando para o primeiro beliche do lado esquerdo do quarto.

– Duda você vai dividir o beliche com Megan Stone. Depois do jantar eu apresento vocês. – E seus olhos brilharam quando falou o nome dela. Ficou com um ar sonhador enquanto eu olhei de relance para Travis, que afirmou com a cabeça, respondendo minha pergunta silenciosa: Connor estava caidinho por essa tal Megan!

– Minha cama é a de baixo? – Interrompi os sonhos de Connor tentando segurar a risada.

– Sim, sim – Ele respondeu, corando levemente – Suas novas roupas estão aqui. Os sapatos também. Você pode usar as duas gavetas de baixo do criado-mudo. – Ele apontou para a cama onde roupas estavam cuidadosamente dobradas: Três blusas laranjas do acampamento que eram exatamente do meu tamanho, três shorts jeans e dois all stars de cano longo, um azul e outro preto. Fiquei imaginando como tudo aquilo iria caber nas duas pequenas gavetas que me foram dadas. Elas eram retangulares e bastante estreitas, mal cabiam uma blusa. Até que Connor abriu uma delas e vi que por dentro elas não tinham nada de estreitas. Era gavetas mágicas provavelmente. Bem fundas na parte interior, diferente da parte externa. Fui organizando minhas roupas enquanto Connor continuava: - Quíron avisou que se você quisesse comprar outras roupas era só falar com ele para liberar sua passagem, mas claro que você teria que ir acompanhada.

– Concordo. Além de monstros, a cidade seria um grande inimigo. Acho que o GPS seria meu novo melhor amigo. – terminei de guardar minhas coisas e fitei os dois que me olhavam interrogativos. – Acho que Quíron esqueceu de citar que eu não sou daqui.

– Uou. Uma estrangeira entre nós. E de onde você veio, senhorita? – A pergunta saiu de Travis que me encarava ansioso.

– Brasil. – dei de ombros e me sentei na cama.

– Sério! – Travis pareceu se encher de alegria – Finalmente uma brasileira entre nós. Só para ‘esquentar’ as coisas...

– Dizem que Apolo ama passar as férias por lá, é verdade? – Connor perguntou, cortando a fala maliciosa do irmão para meu alívio

– E é lá que as morenas realmente dominam? – Travis sonhou alto – Sempre pensei em passar lá para constatar esse fato...

– Bem onde eu morava Apolo deveria passar suas férias prolongadas porque era quente o ano inteiro! – respondi a Connor e olhei para Travis com os braços cruzados – Travis, lá todos os tipos de garotas dominam. Só pensa nas morenas?

– É óbvio que não! – Falou ele com uma cara de ofendido. – Também penso nas loiras e ruivas, mas já vejo muitas delas quase todos os dias! Digamos que as morenas de verdade são meio raras por aqui e são elas que mais me impressionam... – E me lançou uma piscadela que resolvi ignorar. Aquilo com certeza foi uma indireta das grandes o que consequentemente me fez corar.

– Encerrando a sessão “Amo as morenas” e voltando pra realidade, Duda se for tomar banho é melhor se apressar. Faltam apenas meia hora para o jantar ser servido. – Connor olhou para um relógio em formato de tênis com asas que estava no criado-mudo – Tem quatro banheiros. É só abrir uma dessas portas marrons e voilá – Ele apontou para as portas que ficavam intercaladas de dois em dois beliches, nos dois lados do chalé – Travis e eu já vamos para nossa mesa. Você sabe chegar no refeitório? – Afirmei – Ótimo! Então te esperamos lá! – Ele sorriu e se dirigiu a porta, parando apenas para encarar Travis que se virou na cama e fingiu dormir – Vamos Travis!

– Espera, nós vamos deixar ela aqui? Sozinha? Não, não não não! – A farsa do sono sumiu e Travis se levantou batendo o pé – Temos que esperar ela aqui! Quem sabe o que pode acontecer se ela ficar sozinha?

– Não sei o que pode acontecer com ela, mas sei o que vai acontecer com você quando sua querida namorada Katie souber dessa sua ceninha! E posso falar: você vai estar ferrado! - Ele foi até o irmão revirando os olhos e puxou seu braço – Ando logo! Você não engana ninguém com esse seu papo. Ela é bem capaz de tomar banho e chegar no refeitório sozinha. Vamos!

– Ora, Katie entenderia muito bem que isso é para um bem maior e ... – A voz de Travis foi abafada pela porta que se fechou quando eles seguiram para o refeitório, me deixando sozinha no chalé.

Sorri com a cenas dos gêmeos.

Sorri por estar naquele lugar que me trazia tantas boas lembranças.

Sorri pela conversa hilária que tivemos.

Sorri pelo momento que tive com Leo

Sorri por tudo aquilo ser real e não mais uma peça pregada pela minha imaginação fértil. Nunca tinha sorrido por tantos motivos de uma vez só.

Mas a lembrança da conversa na Casa Grande me atingiu como um soco no estômago. Respirei pesadamente.

Aquela conversa que me incluía tão diretamente, mesmo que nenhum deles soubesse.

Peguei um short preto, uma das blusas do acampamento e o all star preto, me dirigindo ao banheiro mais próximo de meu beliche, tentando pôr em ordem meus pensamentos e emoções.

Mas como pôr em ordem algo desorganizado há tanto tempo?

Havia tanta coisa a se pensar! Mas um bom banho me ajudaria. A água calma e cristalina me ajudaria a esquecer...

Ou pior

A lembrar...


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Notas finais do capítulo

Então??? O que acharam??
Aceito até mesmo um mínimo "continua!"
E se preparem pq próximo cap promete!!!
Então arrivederci



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