Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 15
Uma história nunca contada!


Notas iniciais do capítulo

Hey jujubaass como vcs estão?
Eu to did de ansiedade pelo crossover de The Flash e Arrow semana q vem



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E o pior: aquele nome não me era estranho. Muito menos o que ele representava!

– Quem? – Perguntou Piper confusa.

– Língua Encantada. – Repetiu Annabeth pausadamente, como que falando para crianças.

– Mas quem são eles? Ou o que são eles? – Jason parecia ainda mais confuso que Piper, olhando de Annabeth para Quíron repetidamente.

– Há mil anos... – Começou Quíron. Revirei os olhos e pude ouvir o suspiro de frustração de todos. Eles já estavam cansados de ter ouvido todo o meu “flashback” e uma história que começava há mil anos, com certeza, não era nada rápida. Poxa, eles ouviram tudo isso em pé! E acho que Quíron percebeu o cansaço de todos, pois de repente setes cadeiras de madeira surgiram próximas de cada um de nós e vi um mínimo sorriso no rosto de todos enquanto sentávamos. Quíron continuou: - Há mil anos um jovem mortal acabou se tornando mais especial do que todos os outros, principalmente por sua paixão a livros. Ele lia todo tipo de livro, porém tinha uma atenção especial pelos de mitologia grega. Ele era fascinado pelos deuses, principalmente por Apolo e suas poesias, e, depois de ler todos os livros de todas as bibliotecas de sua pequena cidade sobre o assunto, nasceu nele uma fé arrebatadora no Olimpo e nos deuses que nele habitavam. Ele acreditou de toda alma que o Olimpo realmente existia, mesmo que a névoa ainda o impedisse de ver claramente. Como ele era muito rico resolveu sair em viagem pelo mundo a procura do Olimpo ou de alguma pista sobre ele, apenas para poder ver Apolo pessoalmente, ver a glória dele. Foi à Grécia, Roma, Egito e muitos outros países, porém não teve sucesso em nenhum e, em todos os países que parava, ele aproveitava para ler os livros do local. Como ele viajou por todo mundo, adquiriu um conhecimento enorme sobre todos os assuntos!

– Um conhecimento invejado até mesmo pelos filhos de Atena! – Interrompeu Annabeth com um brilho no olhar – ele poderia facilmente ser confundido com um filho da deusa da sabedoria.

– Certamente, – continuou Quíron – porém, mesmo sendo um dos homens mais inteligentes que o mundo já viu, ele ainda não tinha atingido o seu objetivo. Passou mais de trinta anos procurando, porém nunca achou nenhum vestígio sobre a localização do Olimpo ou dos deuses e, mesmo assim, nunca desistiu. Apolo, que viu de longe toda a viagem do rapaz, se compadeceu pela fé e a perseverança do jovem durante todos aqueles anos e fez uma visita a ele. Apolo, admirado com o conhecimento que aquele simples mortal possuía, lhe deu um dom que nunca foi dado a nenhum outro, mortal ou semideus. Se ele lesse em voz alta qualquer livro, aquela história se tornaria real.

Ninguém parecia tão entusiasmado com a revelação. A maioria deles tinha uma cara de “poxa, esse era o poder? Não parece ser tão ... poderoso!”, a não ser Annabeth e Leo que pareciam ser os únicos a entender o quanto aquele poder era importante.

– Uoouuu! – esboçou Leo – Ele deve ter ficado bem poderoso!

– Com certeza – falou Quíron – E não só ele como toda a sua família, pois o dom foi passado de geração a geração...

– Como se estivesse conectado ao DNA – pensei alto, mais para mim do que para todos os outros, mas isso não impediu deles me olharem estranho.

– Sim, Eduarda, como se estivesse nos genes deles - Quíron me encarava com um olhar indecifrável, até que voltou a falar sobre os tais Língua Encantada, me fazendo suspirar de alívio – Eles eram os únicos mortais com dons dos deuses!

– Porém – interrompeu Annabeth articulando com as mãos – o dom deles só funcionava quando eles liam livros originais, escritos por verdadeiros escritores e publicados mundialmente. Ninguém sabe ao certo porque dessa única regra, provavelmente para dar limites aos poderes deles, mas se os escritos fossem feitos por amadores, pessoas comuns, ou fossem apenas textos avulsos em folhas de papel, o dom deles não fazia efeito.

– E é isso o que a caneta encantada faz – Quíron parecia determinado a fazer com que todos na sala compreendessem realmente o quão perigoso aquela caneta era – ela torna qualquer palavra, qualquer texto, em algo original, que pode ser lido e encanto pelos Língua. Por isso, nas mãos de um Língua Encantada do mal, ela pode ser bastante perigosa!

– Mas, Quíron, onde os Língua Encantada estão? – Percy fez a pergunta que pairava na cabeça de todos – Ninguém no acampamento nunca ouviu falar deles!

Quíron ficou sério e um arrepio percorreu minha espinha. Algo me dizia que os Língua Encantada tinham sumido e não foram por vontade própria!

– Há uns cem anos atrás alguns Língua Encantada começaram a usar seus poderes para o mal da humanidade e até de alguns semideuses. Os filhos de Apolo, sabendo da história dos Língua Encantada, acreditaram que era responsabilidade deles deter aqueles que receberam o dom dado por Apolo.

– Hum, sei! E, com certeza, eles ficaram morrendo de ciúmes pelo pai deles ter dado um dom desses para meros mortais. Do jeito que os filhos de Apolo são orgulhosos... – Leo debochou ironicamente.

– Eu também não duvido disso, Valdez! – falou Annabeth – Os filhos de Apolo saíram pelo mundo caçando e matando qualquer Língua Encantada que encontravam, fosse ele bom ou ruim. Em menos de dois anos exterminaram todos que existiam e, com um deles, eles encontraram essa caneta – E ela colocou uma caixinha retangular de vidro, que tinha pegue da estante na sala, sobre a mesa. Dentro da caixa havia uma caneta azul marinho, não maior do que uma caneta comum, com a ponta prateada. Bom, ela realmente não parecia ter nada de especial, porém, olhando melhor as laterais da caneta, era possível lê-se algo gravado – Os filhos de Apolo também não viram nada de especial, porém, ao verem a lateral, encontraram algo escrito: “Torna tudo original” e descobriram o quanto a caneta era poderosa. Eles procuraram por mais canetas como essa, mas essa foi a única encontrada e ninguém nunca descobriu como ela foi criada.

Todos ficamos em silêncio, digerindo tudo o que eles haviam falado, enquanto Annabeth guardava a caixinha de vidro novamente na estante, colocando um porta-retratos na frente do local. Sério? Um porta-retratos? Aquilo era segurança para eles? Me voltei para Quíron que, percebendo nossas expressões assustadas e confusas, suspirou e falou calmamente:

– Os filhos de Apolo, sabendo que o acampamento era um lugar bastante seguro, mandou a caneta para cá para tentarmos descobrir algo mais sobre ela, entretanto não conseguimos descobrir nada a mais do que já sabíamos, apenas que ela foi feita a séculos atrás – ele parecia desapontado, mas se forçou a dar um sorriso – mas nós não devemos nos preocupar ou nos alarmar. Já faz mais de noventa e cinco anos que nenhum Língua Encantada é visto e eles são os únicos que podem tornar a caneta perigosa.

– Que pena... – disse Leo tristonho, o que fez todos olharem para ele assustados – Um dom desses não merecia ter sido destruído assim. E o pior é que nem todos eles eram ruins.

– Bem, por causa do erro de alguns todos sofreram. –Annabeth soou como se aquilo fosse algo comum, mas a tristeza era palpável em sua voz.

– Vendo assim parece até que eles eram semideuses! – falou Nico revirando os olhos. Qual é! Aquele garoto não se importava ou se emocionava com nada?

Todos ficamos quietos, pensando. Até que Leo quebrou o silêncio, como sempre.

– Pelo menos os deuses não possuem a caneta e acho que eles não podem ser considerados “escritores originais”, então os tais livros da Duda não podem causar uma guerra nem nada parecido!

– Uou, pelos deuses acho que o mundo vai se acabar. Pela primeira vez o Valdez falou algo certo e antes da Annie! – Percy ria enquanto Leo lhe lançava um olhar de raiva, mas ele continuou – Bem, Duda, enquanto tentamos descobrir mais sobre os livros mágicos que são nossa biografia que tal você conhecer seu chalé temporário?

– Sim!!! E suponho que você se refira ao chalé de Hermes! – falei sem conter o sorriso que pulava em meus lábios. Certo, eu deveria estar parecendo uma fã enlouquecida naquele momento.

– Correto – Quíron sorriu – e acredito que o melhor seria alguém lhe acompanhar até a ala de chalés. Nico você pod...

– EU VOU COM ELA! – interrompeu Leo quase gritando, mas já com a voz elevada, fazendo todos olharem surpresos e com risadas contidas para ele. Lhe lancei um sorriso quando ele coçou a cabeça, completamente envergonhado – Bem, é que... eu posso levar ela até o chalé de Hermes.

Leo estava ficando completamente vermelho de vergonha. Eu ri e peguei sua mão, fazendo com que ele voltasse a cor normal e sorrisse para mim.

– Então seja bem vinda Duda! – disse Jason sorrindo e se levantando da cadeira – e senhorita Piper, Rainha da Beleza, vamos que você tem treino de espadas agora.

– Sim querido treinador Jason! – Ela deu um beijo em sua bochecha, batendo continência, e levantou da cadeira. Jason riu e lhe deu um beijo, puxando-a porta a fora.

– Bem, nós também já temos que ir, não é Cabeça de Algas? – Disse Annabeth virando-se para Percy com um sorriso – ainda tenho que te ajudar em trigonometria, lembra? Se não passar, nada de férias!

– Ah droga! – bufou Percy, revirando os olhos – Ok, ok vamos Sabidinha, antes que o pouquinho de coragem que surgiu suma. Até mais, Duda!

E os dois saíram de mãos dadas. Quíron, Nico, Leo e eu fomos até a varanda que tinha uma vista maravilhosa do acampamento. Um pouco adiante da Casa Grande uma floresta se estendia e, através dela, eu conseguia ouvir e ver uma pequena faixa azul do mar que se estendia por trás daquela multidão verde. E mesmo com todo o alvoroço no acampamento eu só conseguia imaginar a calmaria daquele mar e o quanto eu gostaria de estar lá.

– Então, senhorita Swan, espero que se sinta bem vinda no acampamento – disse Quíron com sua voz harmoniosa – pois agora você faz parte dessa família também!

Sorri, não só com a boca, mas com os olhos. Ouvir aquelas palavras era como se um peso saísse de minhas costas. Estava me sentindo mais leve, mais feliz. Quíron estrou novamente na casa e eu pude ver Nico curvar os lábios em um mínimo sorriso para mim.

– Bem, senhorita segundo Oráculo, vamos? – disse Leo, me tirando do transe de olhar para Nico e descendo os poucos degraus da varanda.

– Só um minuto. – respondi a ele, que se virou para conversar com alguém que passava. Me virei para Nico. Ele estava a centímetros de mim e com aquele sorriso despreocupado que vivia em sua boca. Controlei meus dedos para não passa-los em seu cabelo lindo e bagunçado.

– Nada como um primeiro dia agitado. Fica na história! – ele piscou e eu ri – Aposto que no seu colégio não acontecia isso!

– Nem em sonho. – respondi nervosa, aquela história de Quíron havia mexido comigo – Você acha mesmo que os Língua Encantada foram tipo, sei lá, extintos?

– O mundo é grande, se eles ainda existem podem estar em qualquer parte – ele deu de ombros – só os deuses sabem. Mas, na maioria das vezes, Quíron está certo. Então acho que não precisamos nos preocupar com isso.

– É muita crueldade extinguir uma raça inteira. – falei sentindo arrepios só por pensar nas crianças que podem ter sido mortas.

– O orgulho e o ciúmes mudam as pessoas. Transformam elas em algo que não são. E os filhos de Apolo são ótimos exemplos de orgulho.

– Mas eles seriam cap... – Um assovio me interrompeu. Quando olhei para trás vi um Leo sorridente com os braços abertos como que perguntando: “E aí? Vai ficar de papo ou podemos ir?”. Levantei a mão como um pedido de espera até ouvir a voz em tom zangado de Nico.

– É melhor você ir logo, Swan, senão vai deixar o Valdez chateado e quem iria querer isso, não é? – Ele soou com raiva e ironia e eu apenas segurei o riso.

– Se eu não te conhecesse, di Angelo, diria que está com uma pitada de ciúmes – falei contendo o riso e ele me lançou um olhar furioso – mas como eu conheço vou direto ao assunto: Obrigado por me levar a enfermaria e por me salvar daquele manticore. Acho que eu...

– Eu faria isso por qualquer um! – ele me interrompeu com indiferença – Não se sinta especial por isso, garota.

Ok, eu desisto. Ele conseguiu, me tirou do sério. Nico di Angelo é, com toda certeza do universo, um completo grosso e mal educado e eu fui uma total idiota quando pensei que ele poderia ser legal e gentil comigo. Burra, burra, burra!

– Um “não tem de que” já era o suficiente! – praticamente gritei com raiva e desci a pequena escada, dando as costas para ele.

Ainda pude ouvir ele chamar meu nome com um certo arrependimento na voz, mas não me virei. Ele não podia me tratar assim e depois querer que eu ouvisse mais qualquer coisa dele. Ele não ia me tratar assim, eu não ia deixar. Quando cheguei perto de Leo ouvi algo sendo chutado e imaginei que o di Angelo estava descontando o seu excesso de raiva nas pobres cadeiras.

– O que houve? – Leo perguntou preocupado quando cheguei ao seu lado – Porque o Nico está tentando matar as cadeiras ao chute?

– Porque ele é um imbecil e idiota, simples! – falei com um sorriso falso e tentando controlar a minha raiva. Aquela resposta não foi das melhores, mas, pelo jeito, Leo entendeu que o melhor era não perguntar mais nada.

– Ok, então vamos e aproveite, porque eu nãos sou um idiota nem imbecil. – falou Leo pegando minha mão carinhosamente e sua face ficou confusa – eu acho que não sou.

– Não, claro que você não é! – ri e dei um leve beijo em sua bochecha, fazendo ele alargar o sorriso e ficar vermelho. Ri ainda mais e, sem perceber, olhei para trás, como se o olhar de Nico queimasse minhas costas. E se ele tivesse visão de calor provavelmente minhas costas estariam realmente fritadas, pois quando virei Nico me encarava diretamente. Seus olhos negros estavam carregados de raiva e tristeza. Tristeza? Mas porque ele estaria triste? Oh garotinho complicado! Mas aquele olhar tirou toda a minha raiva, me deixando com o coração apertado e uma vontade de correr até ele e ... ok, chega, Duda! Baixei a cabeça, tentando tirar a imagem daqueles orbes negros da minha mente, e percebi que Leo estava me levando em direção a floresta.

– Espera, Leo. Os chalés são para lá! – apontei para a esquerda da Casa Grande onde os chalés ficavam espalhados – Daqui eu consigo ver o chalé de Hermes. Pra onde você está me levando?

– Você confia em mim? – disse ele, focando seus belos olhos castanhos em mim.

– Eu já disse que não! – É, mentira. Falei isso tentando esconder o “Sim, eu confio” que estava preso em minha garganta.

– Então é melhor passar a confiar – disse ele com seu sorriso travesso de volta ao rosto e caminhando novamente comigo para a entrada da floresta – Porque nós pegaremos o caminho mais longo até os chalés!


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Notas finais do capítulo

Uuuuu .. e próximo cap promete muito Luda ( ou seria Deo? kkk)
Aceito críticas e opiniões viu ;) Espero que tenham gostado.. mil bjs



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