Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 14
Uma visita misteriosa e um conselho pro futuro!


Notas iniciais do capítulo

Hey Pipousss... finalmente to de férias o q significa caps saindo mais rápidooo!!
Quem ai ja assistiu A Esperança parte 1?? MDS esse filme derrubou todos os forninhos do Universooo!!!
Sem mais delongas lá vai mais um cap



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“E a mensagem final que ela deixou foi ainda mais esquisita e perturbadora.”

Era um dia chuvoso. O frio envolvia o local tornando o clima perfeito...

Perfeito para se estar em casa...

E eu estava indo para a minha! A biblioteca. Há um mês esse era o meu único lar, meu porto seguro. Depois que fui obrigada a ir morar com minha tia e os filhos insuportáveis dela nunca mais tive um verdadeiro “lar” para onde voltar depois de um dia cansativo no colégio. Sinceramente eu preferia passar o dia inteiro no colégio, incluindo finais de semana e feriados, mesmo sendo ignorada e excluída por todos, do que ter que voltar todo dia para aquela Casa do Terror. Principalmente depois de ter descoberto aquele paraíso dos deuses que era a biblioteca, o único lugar aceitável e sossegado do colégio. Enquanto todos estavam pelos corredores conversando, namorando e me ignorando completamente, eu me dirigi para o Santuário dos Livros.

E sim, esse era o nome da biblioteca...

Abri a porta lentamente e automaticamente fechei os olhos, desfrutando do aroma dos livros antigos misturados a livros novos que me envolveu completamente. Puxei as mangas do casaco até os pulsos e pus o capuz sobre a cabeça. Abri os olhos e observei, continuava a mesma de ontem, do dia anterior a ontem e do dia anterior aquele. Era o algo concreto, imutável da minha vida e eu precisava disso, eu gostava disso, dessa rotina bibliotecária, dela estar sempre do mesmo jeito. O ar condicionado parecia estar no máximo e seu cheiro mecânico tentava tomar o aroma dos livros para ele, mas eu não me importava. Como ligar para o frio quando se esta no aconchego de casa?

– Bom dia Ana! – sorri para a bibliotecária. Desde que descobri a biblioteca, Ana foi com quem mais me identifiquei. As outras bibliotecárias eram velhas e rabugentas, trabalhavam com desgosto e mau humor, mas Ana amava o que fazia. Era jovem, simpática e amava livros, combinação perfeita para ser uma boa amiga.

– Bom dia Duda, quais livros vai adotar hoje? – Ela falou correspondendo ao sorriso e tomando um gole de seu café.

– Quantos eu conseguir carregar! Se eu já não tiver lido todos... – E olhei ao redor da biblioteca esperando que alguma harpiotecária, nome gentil que dei as velhinhas bibliotecárias rabugentas, aparecesse e me mandasse falar baixo, mas não tinha mais ninguém ali. – Não há mais ninguém com você hoje? Ou as harpiotecárias estão se escondendo para me dar um susto?

– Harpiotecárias. Nunca me canso desse apelido. Mas acho que Hades já levou todas elas para sofrerem no Mundo Inferior ou, como é chamado aqui, o Dia de Folga! – Ela falou com uma voz assustadora e nós caímos na risada. Sim, ela também era super fã de mitologia grega o que me fazia gostar ainda mais dela. E em meio às risadas ela completou: - Não, hoje serei apenas eu aqui. Então seja bem vinda, mais uma vez, e divirta-se! Qualquer dúvida é só chamar, o que acho meio difícil já que você conhece essa biblioteca melhor do que qualquer um.

Ela piscou pra mim e voltou a trabalhar no computador. Agradeci e segui para os corredores que possuíam estantes que chegavam ao teto, abarrotadas de livros. Segui para um corredor que eu conhecia bem e na placa, um pouco apagada, ainda lia-se “Literatura Estrangeira Ficcional”. Andei por ele passando o dedo por todos os livros, procurando algum que ainda não tivesse lido. Sem sucesso, continuei folheando todos os livros até chegar ao final do corredor, quando vi um livro que me chamou a atenção. Não apenas por nunca tê-lo lido, mas porque ele nunca estivera naquela estante (e olha que eu conhecia cada livro daquele corredor!) e eu podia jurar que alguns minutos atrás ele nem estava ali, como se tivesse surgido num passe de mágica. Peguei-o e na capa, com letras em alto relevo, estava escrito “O Ladrão de Raios”.

– Baby, eu escolho você! – Como se o livro pudesse me responder...

Estava me dirigindo de volta para o balcão de aluguel de livros quando ouvi uma risada atrás de mim. Melodiosa e simples, mas que tomou todo o corredor. Olhei para frente e esperei com todas as minhas forças que fosse apenas a risada leve e alegre de Ana, mas ela continuava trabalhando no computador, no mesmo lugar, e eu conhecia muito bem sua risada e aquela que soou com certeza não era dela. E ela havia dito que ninguém estaria trabalhando hoje além dela. E de alguma forma eu sabia, eu sentia, que aquela risada não era de uma bibliotecária comum, não era de alguém comum. Eu gelei da cabeça aos pés e meu coração bateu cada vez mais rápido a medida que eu me virava para ver quem estava atrás de mim e, quando vi, meu susto foi ainda maior.

– Realmente tu és uma leitora ávida, criança.

Uma mulher, de uns dois metros de altura, estava em pé diante de mim, próxima a estante. Possuía o uniforme de bibliotecária, porém sua postura formal e altiva e seu olhar confiante mostravam que ela não estava ali para ajudar ninguém a encontrar um livro. Tinha a pele branca e os cabelos castanhos caiam como ondas pelos ombros, seus olhos castanhos eram grandes e vivos e possuía uma expressão dura no rosto como se o mau humor e a raiva fizessem parte de quem ela era.

Ela se aproximou de mim com um sorriso frio e eu dei um passo para trás. Algo me dizia que ela não estava realmente interessada nos meus gostos para a leitura. Ela ergueu uma sobrancelha, percebendo o temor e a apreensão no meu corpo.

– Não tenhas medo, criança, estou aqui apenas para te dar um presente!

– Não, obrigada, mas não aceito presentes de estranhos! Essa é a primeira coisa que meus pais me ensinaram. – falei com um sorriso nervoso, tentando escapar da proximidade dela sobre mim.

– Nem se o presente for livros?

Parei instantaneamente, esquecendo da proximidade, do temor e da apreensão. Vocês podem até me chamar de ingênua ou burra, mas fazer o que? Ela falou a minha língua!

Baixei a cabeça e quando tornei a olhá-la ela tinha oito livros empilhados nas mãos. Como ela fez isso? De onde saíram esses livros? Como ela conseguia continuar elegante com aquele monte de livros pesados nas mãos? Essas e outras milhares de perguntas rondavam minha cabeça.

– Como.... como você... – estava abismada, mas ela apenas mantinha o mínimo sorriso na face. E eu soube exatamente o que perguntar. – E porque esse presente de repente? Porque logo para mim?

– Não só porque tu és uma ótima leitora, mas porque és especial. Tu necessitas conhecer as histórias contidas nesses livros! - ela falava rapidamente e em um tom preocupado e urgente - Esses livros são o complemento deste que estás segurando. E agora eles são teus!

– Mas como? Eu nunca vi esses livros aqui, na biblioteca. E como eles surgiram de repente nas suas mãos? Eu não posso simplesmente levá-los para casa e ficar com eles. Isso é uma biblioteca, não uma livraria. E até mesmo em uma livraria eu teria que pagar e eu nem conheç...

– Ai garota, tu falas demais e perguntas demais. - Ela me interrompeu, alisando as têmporas. Ok, ela não era a primeira a me dizer isso! - Como eu já disse eles são um presente e, com certeza, não são daqui. Não importa como eles surgiram nas minhas mãos, eles vieram... - ela ponderou por um momento, pensando se deveria contar ou não algo - Bem, bastas saber que eles não são daqui e que agora pertencem a ti. E chega de perguntas!

E eu realmente não tinha mais coragem para perguntar nada depois da advertência dela. Ela colocou os livros em minhas mãos de uma forma não tão suave assim,e eles realmente pesavam pra caramba, e se virou indo em direção ao corredor vizinho ao que nós estávamos. Eu ainda estava perplexa quando ela olhou para mim novamente e disse firme:

– Só mais um detalhe, garota: Não esqueças, em hipótese nenhuma, as histórias desses livros. Elas serão de grande importância no futuro e se algum dia eles chegarem a faltar, será preciso que tu conheças de cor toda a história. Ou então... bem, tu estarás em sérios apuros!

Ditas essas palavras "super encorajadoras" ela foi para trás da mesma estante pela qual tinha aparecido. Seguia-a, ainda cheia de perguntas sobre tudo, porém a única coisa que vi foi um brilho branco que já estava sumindo e poft! Ela desapareceu, deixando um corredor vazio com uma garota perplexa segurando uma pilha de livros misteriosos com um lembrete para o futuro!

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

– Comecei a ler os livros naquele mesmo dia e terminei o último deles a uma semana e, coincidentemente, o manticore apareceu logo depois - Falei para todos depois de contar a história. Eles me olhavam atentamente, sem me interromper em nenhum momento, tentando descobrir, tanto quanto eu, o mistério por trás daquele encontro - Antes que perguntem, a forma como ela apareceu e desapareceu foi bastante esquisita e eu percebi isso, só que nunca consegui contar a ninguém. Até porque ninguém nunca acreditaria em mim. Eu realmente ainda acho aquela bibliotecária muito estranha, mas, pensando bem agora, tenho um certo palpite sobre quem ela seja.

Percy e Jason se olharam significativamente, compartilhando o mesmo pensamento, e falaram em uníssono:

Hera!

Tiraram as palavras da minha boca. Eu assenti. Mesmo a mulher não tendo dito o seu nome em nenhum momento, depois de tudo o que eu li, aquela só poderia ser a deusa do casamento, a deusa que não é tão fã de semideuses assim.

Todos estavam calados ( a não ser Leo que sussurrou pra mim: "Santuário do Livros? Sério que o nome era esse? Cadê a criatividade dos mortais?", o que me fez revirar os olhos e sorrir), tentando digerir tudo o que eu havia dito e seus rostos mostravam a confusão de seus pensamentos, até que Quíron se pronunciou:

– Eduarda, esses eram os únicos livros que falavam de nós? Sobre os acampamentos?

– Sim, que eu saiba sim, eram os únicos. Porém o último livro terminou de uma forma estranha, não foi bem "O" final. É como se ainda faltasse um livro para encerrar de vez a história!

– Esse último livro, onde terminou? - Perguntou Annabeth ainda abraçada a Percy. Sua mão apertava a dele mostrando uma preocupação que seu rosto não transparecia.

– Bem, ele terminou com todos no Argos II, indo em direção a batalha final contra Gaia!

Todos ficaram mais calados do que antes, se é que isso era possível, pareciam esperar algo até que um barulho soou forte no céu. Um trovão

– Duda, não é muito bom falar o nome de "você sabe quem"! - Falou Leo ao meu lado, colocando o braço nos meus ombros - O nomes tem muito poder. Por aqui chamamos ela apenas de Dama Suprema da Lama ou algo parecido.

Sorri para Leo e soltei um "desculpa" para todos, completamente envergonhada, até Annabeth pensar alto.

– Logo não tem o livro sobre como derrotamos ela, um livro final. Mas porque? Porque Hera não entregaria a você o livro mais importante?

– Eu não sei! Já procurei por toda a internet, mas ninguém nunca ouviu falar desses livros, felizmente ou infelizmente. É como se somente eu soubesse da existência deles!
Annabeth parecia pensativa e preocupada, como se pela primeira vez não soubesse o que falar ou fazer. Aquele parecia mais um dos joguinhos dos deuses e todos eles já estavam cansados disso. Quíron, que também estava preocupado, tentou disfarçar falando calmamente:

– Por enquanto podemos ficar aliviados por esses tais livros não serem escritos com a caneta encantada!

"Com o quê?" , pensei. Annabeth cochichou, rapidamente, no ouvido de Quíron, algo como: " Mas eles estão extintos?". Quíron concordou com a cabeça, mas não parecia tão certo sobre o que dizia e seu alívio foi imediato quando o assunto voltou a ser a tal caneta.

– Quíron, acho que aquela caneta velha não merece toda essa fama de "caneta encantada" - Disse Nico entediado - Ela nunca fez nada de especial!

– É verdade - concordou Percy, tirando uma caneta de seu bolso - essa sim é especial! - disse ele mostrando sua caneta a todos. Deduzi que fosse Contracorrente.

– Garotos! - Annabeth revirou os olhos - Aquela caneta pode não ser tão especial para nós, mas são especiais para outras pessoas. Um tipo específico de pessoa. E, dependendo de quem a usa, elas chegam a ser perigosas para nós. Não só semideuses.

– Quem teria medo de uma caneta que não faz nada - debochou Leo - E ela é tão importante assim para quem?

– Para os Língua Encantada! - Quíron disse sério, encarando a todos.

E o pior: aquele nome não me era estranho. Muito menos o que ele representava!


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Notas finais do capítulo

Língua Encantada : quem são, o que fazem, de onde vieram... isso e muito mais vc vai ver no Globo Repórter kkkkkkkkk
Sou movida a coments então me digam o q acharam!!! Até mais jujubaaas!



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