Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 13
Explicando o inexplicável!


Notas iniciais do capítulo

Jujubaass piiiss naum me joguem no Tártaro!!! Tive bons motivos pra demorar : semana de provas, livro paradichato para ler e estudar pra ENEM!!! Ou seja tive q esperar pra escrever um cap caprichado pra vcs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519619/chapter/13

– O QUE??!!! – gritaram em uníssono

É, pelo jeito esse ia ser um dia muito, muito longo!

Eu queria me enfiar em um buraco e nunca, nunca mais sair de lá. Todos me encaravam como se eu fosse louca e deveriam estar pensando seriamente em me levar para um hospício. Todos com a boca escancarada e as sobrancelhas quase tocando os cabelos de tão erguidas que estavam. Eles pareciam um bando de Percys e eu estava prestes a gritar para alguém falar alguma coisa quando o próprio Percy foi o primeiro a tentar formular uma frase. Apenas tentar.

– Espera... espera... como...assim! – Ele tentou com todas as forças soar calmo e controlado, mas ele não desempenhava esse papel tão bem – Personagens de livros? Tipo heróis e pessoas que fazem coisas que só se vê em ... livros? Hãm, será que dá pra explicar melhor porque eu estou mais confuso do que o normal.

– Ok, Percy mais confuso que o normal dele é algo bem preocupante.... – E ele me lançou um olhar de poucos amigos. Segurei o riso e tentei soar séria – Bem eu gostaria muito de explicar, mas sei tanto quanto vocês, ou seja, nada. Até uma semana atrás eu nem sabia que monstros, heróis semideuses e deuses gregos...

– E romanos... – Percy lembrou já recuperado da gagueira repentina e me encarando com dúvida.

– Sim, deuses gregos e romanos eram reais. Eu sabia sobre eles, sobre vocês, mas nunca imaginei que pudessem existir de verdade. Isso é loucura. Só sei que tinha acabado de terminar um dos livros e um manticore surgiu num passe de mágica no meu colégio e tudo aconteceu.

– Até que o Leozito aqui não ficaria nada mal como aqueles heróis galãs de livros, que salvam a mocinha no final. Gostei dessa ideia. – Disse Leo encarando o teto de forma sonhadora. Não, eu não iria dizer que no livro ele só levava fora. Não sou ruim assim.

E todos voltaram a falar de uma vez. Percy e Quíron discutiam soluções plausíveis para o que estava acontecendo. Leo continuava encarando o teto, alheio a qualquer discussão. E Nico, que antes me olhava assustado e mais pálido que um fantasma, agora tinha uma raiva súbita no olhar. Dei um passo atrás. Ele tinha o mesmo olhar de ódio do Nico do meu sonho. E falou no mesmo tom de voz.

– Não acredito que vocês estão acreditando nisso! Não percebem? – ele trincou os dentes, mas vi medo em seu olhar. Seria medo dos outros descobrirem o que eu sabia por ter lido toda a história dele? Medo do que eu poderia falar sobre ele? Medo de eu saber realmente o que ele sentia? – Ela está inventando tudo isso! Criando uma historinha ridícula. Não sei o que ela pretende, mas o que ela está afirmando só pode ser mentira!

Kabooooooom. Uma bomba atômica explodiu em mim e seus efeitos foram devastadores. Ouvir aquelas palavras doeu mais do que deveria, mas doeu. E muito. Ser espremida e quase morta por uma criatura mitológica estúpida? Certo. Passar uma semana desmaiada por culpa de uma viagem nas sombras e de um veneno quase mortal? Sem problemas. Mas ser chamada de mentirosa por um filho de Hades modesto e egocêntrico quando tudo o que eu disse foi a mais pura verdade? NÃO. Isso eu não iria aturar!

– Mentirosa? – falei em um sussurro, mas todos se voltaram para mim. Estava quase suplicando mentalmente para ele não ter falado realmente aquilo. Dei um mínimo sorriso de cabeça baixa. Se ele queria a verdade, ele teria a verdade. – MENTIROSA? É mentira, di Angelo, quando digo que você passou mais de 60 anos preso no Cassino Lótus e por isso você ainda tem essa carinha jovem? É mentira quando digo que Mitomagia era seu jogo nerd e preferido até seus dez anos e que você tinha uma adoração pelos semideuses quando descobriu que deuses existiam realmente? É mentira quando digo que você tem duas irmãs? Hazel, filha de Plutão e Bianca, filh.... – Parei. Essa era uma mentira. Eu havia falado demais. Não podia continuar. A morte da irmã era algo delicado e doloroso para Nico e, mesmo que ele tenha me magoado com aquelas palavras, eu não podia fazer aquilo com ele. Eu não queria fazer aquilo com ele. Não quando eu sabia a dor de uma perda e como falar sobre ela era ainda mais doloroso.

Ergui a cabeça lentamente e encarei Nico. Não como um desafio, mas querendo passar que o que eu sentia era semelhante a dor dele.

Completo espanto. Era o que seus olhos arregalados e sua boca aberta diziam sobre ele. Ele não sabia o que falar.

– Como você....? Não, você não...

– Então, di Angelo – interrompi-o, tentando passar o máximo de convicção na voz – Por favor, nunca mais me chame de mentirosa antes de ter uma prova concreta disso!

Percy estava tão branco quanto Nico e Leo mantinha um sorriso bobo no rosto, tanto por ainda estar sonhando acordado quanto por estar adorando a forma como eu encarava Nico sem medo. Qual é, ninguém tinha mesmo coragem de falar umas verdades para aquele garoto?

Bem, eu tinha.

Quíron, que até o momento estava em silêncio, me perguntou calmamente.

– Eduarda, quem mais fazia parte desses seus tais livros?

– Praticamente todo o acampamento, tanto grego quanto romano. Os sete da profecia, Reyna, Thalia, Rachel..... e o di Angelo. Além dos deuses e titãs e monstros. É, eram muitos personagens.

– Leo! – Quíron chamou – Traga os sete da profecia para cá imediatamente. Se eles hesitarem diga que é uma reunião de emergência. E sigilo senhor Valdez. Ninguém do acampamento deve saber sobre isso. Não ainda. – E se voltou decidido para mim – Todos precisamos ouvir sobre esses livros e como eles foram parar, especificamente, com você!

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

– Quíron nem todos os sete poderão estar aqui – falou Percy – Hazel e Frank estão no acampamento romano.

Enquanto Leo foi buscar os outros, Percy e Quíron continuaram conversando sobre o acampamento e algumas relações e visitas que tinham que fazer ao acampamento romano, mas evitavam a todo custo o assunto ‘Somos personagens de livros e não sabemos como isso foi acontecer’. Tudo estaria um completo tédio se eu não percebesse Nico ali, me deixando angustiada só por estar ali e daquele jeito. Ele mantinha a cabeça baixa e de forma alguma olhava para mim. Seus cabelos formavam uma cortina negra e me impediam de ver seus olhos, mas eu percebia que ele estava magoado e me evitando. E não seria por menos. Quem não estaria chateado com alguém que lembrou algo que você quer esquecer? E de formar aberta e cruel? Pensar aquilo fez meu peito doer ainda mais, principalmente por saber que eu era aquela pessoa cruel, que eu era a culpada por aquela tristeza.

“Mas Duda você sabe que ele mereceu!” – falou uma “vozinha má” no meu ouvido. Ok, eu estava seriamente perturbada.

“Mas você conhece a história dele. Ele já sofreu o bastante!” – a “vozinha boa” soou melodiosa no meu outro ouvido.

“Ele fez por merecer. Quem mandou chamar ela de mentirosa. Chamem-na de tudo, menos de mentirosa!” – Ok, um ponto pra vozinha má que rebateu.

“Ele falou sem pensar! Olha tudo o que ele fez para ajuda-la. Tudo o que ele arriscou!”

Eu estava me sentindo em um desenho animado em que os pensamentos tomam forma de anjinhos e diabinhos. Minha cabeça já estava estourando com aquele turbilhão de pensamentos!

– CHEGA! – gritei sem pensar e percebi que havia sido em voz alta fazendo todos, inclusive Nico, olharem para mim surpresos.

Certo, agora era o momento ideal para um buraco aparecer e eu me enfiar dentro. Como explicar que vozes mentais estavam me persuadindo a fazer o que elas queriam? Mas graças aos deuses não precisei, pois Leo entrou, na hora, como um furacão na sala anunciando as pessoas que trazia.

– Desculpe interromper o silêncio. Não sabia que vocês ainda se surpreendiam com a minha beleza. É melhor se acostumarem logo. – e deu um sorriso galanteador – Bem, o Leo aqui voltou trazendo os super mega plus hiper heróis da Grande Profecia, que derrotaram os violões, combateram o crime e as forças do mal! Tan tan tanananananaaann!

E ele falou tudo isso com uma voz de narrador de desenhos perfeita. Não contive o riso e quando ele percebeu se aproximou de mim sorrindo.

– Consegui! Fiz você sorrir. E saiba que você fica ainda mais linda com esse sorriso. – E tocou a ponta do meu nariz com o dedo.

Acho que corei violentamente, pois quando olhei para a mesa Nico revirava os olhos e Percy dizia, gargalhando:

– Valdez já entendemos que seu sonho era ser o narrador da Meninas Super Poderosas, mas agora dá pra parar de galantear a Duda e deixar o pessoal entrar?

– É Valdez – uma voz masculina soou atrás da porta – Sai do meio da porta!

Ditas essas palavras, ou essa ordem, a porta se abriu, revelando um garoto alto e esbelto, porém musculoso. Sua pele alva contrastava perfeitamente com seus olhos azuis eletrizantes e seu cabelo loiro caia sobre os olhos e escondia parte de uma cicatriz que possuía. Ele sorriu e quando ia se apresentar Quíron o impediu e eu entendi o porquê. Se eu não provasse eles não iriam acreditar em mim. O garoto apenas apertou minha mão gentilmente e seguiu para a mesa. Logo após uma garota apareceu. Ela tinha a minha altura e um corpo perfeito, era morena e tinha traços indígenas, seus olhos castanhos eram da mesma cor dos cabelos ondulados e neles possuía uma pequena trança com uma pena presa ao final. Quando se aproximou fez o mesmo que o garoto, porém eu senti mais amor e calmaria quando ela estava próxima. Ela emanava isso.

Por último outra garota surgiu fechando a porta as suas costas e ela era completamente diferente da anterior. Seu olhar emanava confiança e sabedoria, era alguns centímetros mais alta do que eu e possuía um corpo esbelto com traços definidos, o que a tornava ainda mais bela, sua pele clara e seus cachos loiros lhe davam um ar de inocência, porém seus olhos cinzas tempestuosos mostravam o contrário. Me dando um rápido “olá” e indo em direção a Percy, lhe deu um beijo apaixonado e logo se pronunciou:

– Bem Quíron estamos aqui! O Valdez praticamente nos empurrou pra cá. O que houve de tão sério?

– Veja por si só – respondeu Quíron e virou-se para mim perguntando – Então Duda, quem são esses?

– Que tipo de pergunta é essa? – A loira riu, esperando que Percy a acompanhasse , mas ele continuou sério – Ela é novata. É óbvio que ela nã....

– Jason, filho de Zeus, ou Júpiter, como preferir – interrompi-a e apontei para o loiro – Piper, filha de Afrodite – olhei pra morena – E Annabeth, filha de Atena! – me virei para a loira. Eu estava com um sorriso orgulhoso, mas também emocionada por estar no mesmo local que todos eles. Posso até parecer uma fã obcecada, mas quem não sentiria isso vendo que seus heróis literários são reais?

E mais uma vez o silêncio. O espanto era visível nos olhos de cada um, Annabeth trocou o riso pela surpresa e Jason tentou formular uma frase, mas sem sucesso.

– Mas.... como...

– E não, - começou Percy, se sentindo realizado por ser um dos únicos a não estar confuso. Pela primeira vez – Nós não falamos de vocês para ela.

– Mas... isso... – Tentou Piper

– E não, ela não sabe apenas os nossos nomes, mas também tudo sobre nós – falou Nico com um tom aborrecido e preocupado na voz.

– Mas Eduarda – Annabeth conseguiu dizer, agora mais curiosa do que espantada – Como você sabe tanto sobre nós? Isso não é possível!

Todos os olhares se voltaram para mim e tive que dizer para mim mesma “coragem, coragem, coragem!” para conseguir responder.

– Antes de me lançarem olhares hostis saibam que não sou nenhum monstro ou mandada por um. E a explicação é até.... simples. Todos vocês fazem parte dos meus livros­ – Contava calmamente enquanto pegava minha mochila, disposta a mostrar minha coleção de livros a eles. Depois que lessem alguns trechos eles iriam acreditar. E sim, eu andava com minha coleção na bolsa para onde fosse. Era melhor estar levando peso constantemente do que deixar meus livros perto da minha tia e seus filhos horrorosos. Abri a bolsa, mas quando procurei lá dentro a coleção havia sumido. Cadernos, livros e canetas estavam intactos, mas a coleção havia evaporado sem deixar rastros! Revirei minha bolsa completamente, mas nenhum livro havia sobrado – Minha coleção..... ela.... SUMIU! Como? Estava aqui na minha mochila e de repente poft! Sumiu!

Todos me olharam confusos, como se eu estivesse falando grego. Ahh, espera, se eu estivesse falando grego eles estavam entendo melhor ainda!

– Olha, os livros que eu tenho, ou tinha, em que vocês eram os personagens, sumiram. Todos eles estavam na minha mochila e agora desapareceram!

– Espera, tem uma coleção inteira falando sobre nós? – Piper perguntou ainda tentando assimilar.

– Um só não. Duas! E as duas sumiram! – falei preocupada. O sumiço daqueles livros não poderia ter sido por acaso.

– Ninguém tocou em sua mochila ou tirou nenhum livro dela. Se sumiu só pode ter sido por mágica. – Quíron soou sério e meio preocupado.

– E isso é realmente estranho. – Annabeth falou pensativa – E pode ser preocupante. Porque alguém roubaria livros com histórias nossas? E, principalmente, como você conseguiu esses livros, Eduarda?

Todos se apoiaram na mesa, esperando ansiosos pela história. Suspirei e me encostei na mesa também, tentando me lembrar dos detalhes.

– Ok, faz umas duas semanas que eu os ganhei e pensando bem agora, foi realmente um dia muito, muito estranho. Até porque quem ganha nove livros novinhos em folha de presente de uma bibliotecária que acabou de lhe conhecer?

E a mensagem final que ela deixou foi ainda mais esquisita e perturbadora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Soooo mereço reviews?? Próximo cap teremos flashbaaack aeeooo
E não, na minha fic Jason não usa óculos. Ele é chique, usa lente u.u kkke vcs?
E vcs? Já leram BoO? O q estão achando? Bjux e até mais



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Realidade Imaginária" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.