Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 12
Meus personagens ganham vida!


Notas iniciais do capítulo

Jujubaasss como vão vcs?? Pq eu vou super beeemmmm
E pra melhorar o dia de vcs aki vai mais um cap fresquinhooo
E com aparições novaas... divirtam-se ;)



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– Ela não parece muito feliz sendo filha de Afrodite.

Leo e eu continuávamos andando em direção a Casa Grande, nos desviando dos campistas com suas espadas e ouvindo os incessantes balidos dos sátiros. E eu não parava de pensar em Lucy. Ela era completamente diferente do estereótipo de filha de Afrodite que eu imaginava. E acredito que ela também pensava assim.

– Lucy sempre foi bastante inteligente. Amava ler diversos tipos de livros e arquitetar estratégias de batalha. Quando chegou aqui tinha a completa certeza de que era filha de Atena e ninguém podia duvidar disso. Então, quando descobriu que era filha de Afrodite, a deusa que, ironicamente, ela mais detestava, ficou completamente revoltada e sem querer acreditar. Para as pessoas, os filhos de Afrodite não passam de patricinhas e mauricinhos que só se importam com a aparência, e o pior é que Lucy sempre os viu dessa formam também. – Leo contava, parecendo aborrecido. – Ver ela simpática como estava hoje é totalmente raro.

– Isso é puro preconceito. Mesmo sendo filha de Afrodite ela pode continuar sendo super inteligente, isso não muda nada. E acho ela bem sortuda. Ganhou uma família de verdade, irmãos e irmãs que gostam dela realmente. Eu só... – Respirei fundo, guardando tudo o que não consegui falar. – Não tenho essa sorte.

Expirei. Olhei para a floresta contendo as lágrimas. Eu só queria alguém que se importasse comigo daquela forma. Todas as pessoas que desempenhavam esse papel na minha vida se foram. Eu precisava de alguém que me amasse realmente. Mas por ser quem eu era isso nunca aconteceria.

Fechei os olhos já esperando pelas mil e uma perguntas que Leo faria e pronta para acabar com todas. Mas ele não fez. Apenas passou o braço, silenciosamente, por meus ombros e me puxou para perto, nossos passos em perfeita sincronia, sua mão quente alisando meu braço enquanto minha cabeça se deslocou lentamente para o seu ombro, ouvindo suas palavras sinceras. E isso era tudo o que eu precisava. Sem julgamentos, apenas aceitação. E as palavras de Leo me transmitiu uma calmaria instantânea.

– Eu entendo o que você passou Duda. Eu também perdi pessoas importantes e sei como isso dói. Não precisa esconder o que sente, não precisa fingir alegria quando está triste. E você não está mais sozinha. Todos aqui são uma grande família, cuidamos uns dos outros. E mesmo se não fossemos nunca se esqueça de uma coisa...

Leo virou lentamente, me fitando com seus olhos vivos e risonhos. Estávamos em frente a uma casa de dois andares, branca, com uma pequena escada que dava para uma varanda pequena e aconchegante, com duas cadeiras vazias e uma mesa de centro com algumas peças espalhadas aleatoriamente. Provavelmente um jogo de tabuleiro. Realmente fazia sentido o nome “Casa Grande”. Óbvio, mas com sentido.

Leo tirou lentamente seu braço dos meus ombros, fazendo um frio incomodo percorrer o lugar que a pouco ele estava, e pegou minha mãe firmemente, subindo a escada e indo em direção a porta marfim que dava para a entrada da casa. Sua mão continuava colada a minha e o calor característico dela também. Ele me olhou novamente, sem querer perder nenhum detalhe do meu rosto, e completou:

– Eu sempre, sempre estarei aqui por você!

Nunca pensei que sete palavras poderiam tornar meu dia tão melhor, tão mais feliz, mas Leo conseguiu isso.Um sorriso se espalhou instantaneamente por meu rosto e contagio Leo, fazendo-o sorrir também. Depois de um tempo com sorrisos bobos nos lábios nós entramos, ainda de mãos dadas, na grande sala.

E põe grande nisso! Deveria dar uns cinco do meu antigo apartamento. Era enorme e completamente branca. Daria uma bela sala de hospital se não fossem os diversos móveis e um tapete de leopardo gigante que cobria boa parte do lugar. Tinha dois sofás no canto e uma estante com uma grande televisão no centro e com diversas portinhas de vidro que possuíam de livros antigos a pequenos frascos coloridos que pensei serem poções.

As paredes eram lotadas de quadros. Alguns com paisagens. Outros com rostos conhecidos da ciência. E muitos com pinturas de deuses. No outro canto da sala uma escada em caracol levava para o andar de cima e, que pelas histórias do livro, eu não tinha a menor vontade de conhecer. Seria uma sala de estar comum, se não fosse pela mesa de ping-pong em tamanho real no centro da sala, bem sobre a cabeça do leopardo desenhada no tapete. Mas acho que ela já fazia parte da mobília, pois a pessoas que estavam na sala pareciam bem familiarizadas com a peça. E nada melhor do que tornar uma conversa ou reunião estressante em uma partida amistosa de ping-pong. É, quando comprasse uma casa a primeira na minha lista de móveis seria uma mesa de ping-pong pra sala de estar. As três pessoas rodeavam a mesa e conversavam tão intensamente que quase não notaram nossa presença, mas pararam bruscamente quando nos viram. Será que estavam falando de mim?

Probabilidade: cem por cento!

Na ponta direita da mesa um homem de meia idade, com cabelos castanhos grisalhos e olhos cor de âmbar sorriu para mim, ele era belo e seu sorriso contagiante, mas seus olhos mostravam que ele era bem mais velho do que aparentava ser. Quando baixei o olhar percebi estupefata que ele não possuía pernas, mas um corpo de cavalo continuava de seu tronco, um garanhão branco e forte. Devolvi o sorriso lembrando quem aquele centauro era. Atrás da mesa e olhando diretamente para a porta, quer dizer, para mim, estava alguém que eu já conhecia bem. Nico, com sua usual carranca séria, estava de pé e seus cabelos ainda molhados gotejavam sobre sua blusa preta. Olhar para ele me fez recordar drasticamente do pesadelo e eu estremeci. Ele me encarava com cautela, com admiração, e notei um quase sorriso se formar em seus lábios. O que uma mágica de Afrodite não faz, né! Mas seu semblante quase feliz se desmanchou quando seus olhos focaram minha mão unida com a de Leo. Sua seriedade voltou ainda mais forte, deixando seus olhos negros ainda mais sombrios (se é que isso era possível!) e automaticamente soltei a mão de Leo. Não entendi a reação de Nico e muito menos a minha preocupação com ela. Balancei a cabeça e me afastei alguns centímetros de Leo, observando a terceira pessoa na mesa. No canto esquerdo da mesa um garoto estava de pé com ar despreocupado; parecia ser mais velho do que eu e bem mais alto; tinha a pele bronzeada e vestia a camisa do acampamento; era esbelto, porém musculoso e atlético; seu cabelo negro batia na nuca e seus olhos verdes-mar eram idênticos aos meus e acredito que ele percebeu o mesmo, pois me encarou admirado e curioso, com seus lábios se contraindo em um grande sorriso.

Leo me puxou, nos fazendo aproximar da mesa, e o centauro começou olhando diretamente para mim de forma gentil:

– Eduarda Swan, seja bem vinda ao acampamento...

– Acho que ela já está cansada de ouvir essa apresentação. – Leo falou, revirando os olhos e se apoiando na mesa.

– Xiu, Valdez! – Falei e me voltei para o centauro com o olhar mais doce que consegui – Mas não sou muito fã do meu nome completo então...

– Ela prefere ser chamada de “Cisne” ou quem sabe “Swan”! – Nico zombou e eu fuzilei-o com o olhar.

– Duda, pode me chamar de Duda. – Ignorei Nico e acenei para que o centauro continuasse.

– Obrigada. Eu sou Quíron, o diretor do acampamento e, como pode ver, sou um centauro. – Ele parou. Provavelmente esperando um olhar de completo espanto seguido por algo como: “Centauro? O que? Isso não existe? Você tá louco?”, porém apenas assenti e continue sorrindo. Era estranho, mas nada daquilo era surpreendente ou surreal para mim. Vi admiração em seu olhar quando continuou: - Este é Nico di Angelo, como já deve ter conhecido. Filho de Hades.

– Pelo jeito você já foi alvo das brincadeirinhas dos filhos de Afrodite. – Nico sorriu irônico. – Não caiu nada mal em você. Até que estava precisando.

Olhei furiosa para ele e em uma atitude “completamente adulta” de minha parte dei língua para ele fazendo uma nota mental de ignorá-lo pelo resto da reunião. Mas o sorriso perfeito e raro que ele me lançou fez a nota mental sumir e eu sorri de volta, parando imediatamente quando percebi o que estava fazendo. Nico di Angelo estava me tornando uma completa bipolar! E o pior: eu estava indo na onda!

– Amanhã estará completamente livre da maquiagem, Eduarda. – Continuou Quíron, me fazendo, finalmente, tirar a atenção do filho de Hades. Ele olhou para a ponta da mesa onde o garoto de olhos verdes sorria – E por último aquele é ...

– PERCY JACKSON! – Interrompi bruscamente Quíron, fazendo todos se assustarem. Devo ter falado um pouco alto demais. Ok, eu gritei, berrei praticamente. Mas, qual é, eu estava conhecendo meu herói da ficção. Em carne e osso. Não pensaria nisso nem em meus melhores sonhos. Quando entrei na sala e olhei nos olhos daquele garoto percebi na hora quem ele era. Era completamente óbvio. Aquele só podia ser o Percy!

E minhas suspeitas deveriam estar certas, pois todos me olharam alarmados e com as bocas em perfeitos “O”. Menos Leo. Este sorria, se divertindo com a cara dos outros. Até que Nico balançou a cabeça e falou com total desconfiança e raiva:

– Está vendo Quíron! Era disso que eu estava falando! Parece mentira, mas ela sabe o nome de cada um antes mesmo da gente falar. Isso é loucura! Tem algo muito errado nisso.

– Concordo plenamente! – Olhei assustada para Leo, pronta para perguntar com o que diabos ele concordava e porque não estava do meu lado, mas seu sorriso disse tudo – Temos aqui o segundo oráculo do acampamento! – ele disse, afagando meu cabelo.

– Quíron ... – Percy falou cautelosamente, se recuperando do choque – Como ela pode saber meu nome? O que está havendo?

– Bem, um monstro ela não é. – Nico me encarou levantando a sobrancelha, tentando acreditar em suas próprias palavras. – Isso eu garanto.

Lancei lhe um sorriso irônico, ele me tirava do sério, e estava pronta para explicar todo o mal entendido quando Percy soou confiante em minha frente:

– Ela pode ser mandada de Cronos. Ou pior: de Gaia! – O último nome ele disse tão baixo que quase não escutei.

– Percy acalme-se! – Disse Quíron mexendo os cascos inquieto – Acredito que não seja nada disso.

– Ãhn, eu posso explic... – Mas fui interrompida por Leo, que parecia pronto a me defender. Como seu eu precisasse disso...

– Ela pode ter sido mandada pelos deuses! Nós nunca entendemos os planos loucos deles.

– Acho ainda mais impossível do que a hipótese do Percy – Nico revirou os olhos.

Então eles começaram a discutir suas hipóteses ridículas de quem eu era e como eu possuía essa capacidade de saber os nomes telepaticamente, palavras deles. Era cada ideia absurda que meus olhos cansavam de serem revirados e eu não continha o riso.

“Garotos...”, pensei.

Fui ao canto da sala e peguei minha mochila que estava encostada ali. Bastava mostrar os livros para eles e tudo seria resolvido. Eu esperava. Voltei à mesa e tentei mais uma vez me pronunciar:

– Com licença, acho que eu pos....

– Swan, não interrompa! Estamos discutindo algo sério. Fique quieta aí! – E Nico voltou a atenção para discussão.

Ok, aquela foi a gota d’água!

Peguei rapidamente meu estojo da bolsa e, sem pensar muito, o joguei na direção do di Angelo. Acertou perfeitamente sua cabeça e todos se calaram na mesma hora. É, pelo jeito eu havia conseguido a atenção de todos e, principalmente, de Nico que me olhava furioso com a marca do estojo se formando em seu rosto. Acho que havia jogado mais forte do que planejara. Os olhares dos outros revezavam entre Nico e eu, abismados até demais pelo o que fiz.

– Ah qual é! O que foi? – perguntei, dando de ombros – Aposto que todos vocês já quiseram fazer isso com ele.

– Mas coragem que é bom ....

Leo e Percy seguravam fortemente as risadas enquanto Nico ficava cada vez mais vermelho de raiva, espremendo o pobre do meu estojo na mão. Sustentei seu olhar e suspirei.

– Bem, agora que consegui a total atenção de vocês será que posso explicar o que está acontecendo? Pelos deuses...

– A palavra é totalmente sua – respondeu Percy sorrindo, já que todos continuavam calados. – Eu não quero enfrentar a ira do seu estojo de bolinhas verdes.

– Ok, primeiro: não, eu não sou enviada por nenhum Titã ou deusa super hiper mega velha e do mal. – olhei para Percy que deu um sorriso envergonhado – Não acredito que tenha sido mandada pelos deuses, mas acho que eu já estava nos planos mirabolantes deles desde o princípio – Dei de ombros para Leo que me olhou curioso – E definitivamente EU NÃO SOU UM MONSTRO! – praticamente gritei para Nico que revirou os olhos com fúria. Eu suspirei – E eu não conheço só seus nomes. Eu sei tudo sobre vocês.

Eles me olhavam curiosos, ainda sem entender bem o que eu dizia. E eu não podia culpa-los, nem eu mesma sabia o que estava dizendo. As palavras saíram de minha boca como o fluir de um rio. Eu não havia pensado nesse encontro. Não tinha nenhum “roteiro” para aquele momento. E não sabia se eles iriam acreditar. Porque eu no lugar deles não acreditaria, de forma alguma. Mas tinha provas. Provas orais. E visuais.

– Eduarda do que você está falando? – Percy soou confuso. Percy sendo Percy. – Você não pode saber tudo sobre n....

– Você ama azul. – Interrompi-o. Ele apenas deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais e percebi que minha afirmação realmente não era tão válida para explicar a situação. Então continuei: - E veio para o acampamento com 12 anos trazido por Grover, seu sátiro e amigo. E descobriu que era filho de Poseidon, algo que era totalmente contra o acordo dos Três Grandes. Logo ao descobrir já teve que sair em missão e apartir daí sua vida virou de cabeça pra baixo. Aos 16 você teve que enfrentar um Titã do mal que estava no corpo de seu antigo amigo que lhe traiu, Luke, e acabou que você nem era o verdadeiro herói da profecia. E depois de tudo isso Hera ainda apagou sua memória e te mandou para um acampamento romano. E depois de conseguir lembrar tudo sobre você, descobre que uma deusa que deveria ser a imagem da Branca de Neve, mas na verdade era pior do que a Rainha Má estava despertando e junto com mais seis semideuses seguiu para tentar derrotar ela. Algo que era praticamente impossível. – Falei tudo em uma só voz. Respirei fundo e olhei para ele. E posso dizer que nunca vi alguém tão branco em minha vida. Nem mesmo Nico era tão pálido quanto Percy estava naquele momento. E aquilo só serviu para constatar que a história da vida dele era completamente real. Que os livros eram reais. E que eu os conhecia tão bem quanto a mim mesma. O que me fez sentir dor por Percy – Poxa, eu realmente tenho pena de você Percy. Mas mesmo depois de tudo, de tudo que os deuses lhe fizeram, você não desistiu. E isso me impressiona. – olhei-o com admiração - Ah, e por último você é muito caracterizado como ‘lerdo’ o que, infelizmente, eu tenho que concordar.

– Co... co...co..mo... – Percy gaguejou. Estava tão impressionado com a sua autobiografia narrada por mim que nem ligou por eu tê-lo chamado de lerdo. Mas, ora, era a verdade!

– E eu conheço não só a sua história , Percy, como a de todos vocês – falei, olhando para o grupo que me encarava com o mesmo espanto do filho de Poseidon – Porque vocês e todo esse acampamento .... – Respirei fundo, tentando soar o menos louca possível. – Todo esse lugar faz parte das histórias dos meus livros. Vocês são personagens dos meus livros.

– O QUE??!!! – gritaram em uníssono

É, pelo jeito esse ia ser um dia muito, muito longo!


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Notas finais do capítulo

Pra quem naum sabe "Swan" em português é "cisne" ... Nico zoero B|
E próximo cap será cheeio de revelações
Leiam e verão .... até logo ... bjux