Forget me. escrita por Marril


Capítulo 8
Capítulo 8: Let’s try again.


Notas iniciais do capítulo

Yoo! I'm back!!!
Sentiram saudades? Este capítulo é mais para fazer transição para o próximo que promete xD Mais uma coisa: infelizmente já estamos perto do fim e como tinha previsto acabei a história no 10º capítulo, mas antes ainda tenho de vos perguntar uma coisinha, por isso leiam as notas finais, ok? :D



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–Ahh… – Fico sem palavras. Que desculpa posso inventar?

–Não vale a pena mentires. Já não há maneira de negar, tens todas as provas contra ti! – Suspiro profundamente. Merda, desta vez estou mesmo encurralada, penso. Pisco os olhos lentamente e encarando-o digo:

–Okay, ganhaste. Vamos falar, mas não aqui.

–Fixe! – Comemora vitorioso. -Que tal irmos ao bar? Deves estar com fome, não? E assim aproveitamos para conversar.

–Está bem. – Concordo sem grande entusiasmo.

Saímos da sala em silêncio, Kentin na liderança já que eu não sei o caminho até ao bar. O local encontra-se extremamente lotado, o que pode ser muito bom, já que assim não haverá interlocutores indesejados. Compro uma merenda e um sumo enquanto o moreno se instala numa mesa mais discreta. Quando me reúno ao mesmo reparo que este já sacou da sua mochila um pacote das suas bolachas favoritas e até está a mordiscar uma quando eu me sento.

Reprimo com alguma dificuldade um sorriso, a cena que passa à minha frente assemelha-se extremamente ao que, a alguns anos atrás, podia considerar o meu dia-a-dia. Kentin sentado numa mesa à minha espera enquanto começava a comer a primeira bolacha do pacote, assim que eu me sento estende-me o pacote de bolachas recém-aberto e espera que eu tire uma antes de recomeçar a comer a sua. Quebro a minha linha de pensamento ainda com a mão suspensa no ar, como se fosse retirar uma bolacha do pacote que ele me oferece. Afasto a mão e nego a sua oferta, porém o moreno insiste e espeta o pacote de bolachas bem à minha frente de modo a que eu, sem outra opção, retire uma bolacha, ele sorri satisfeito e afasta a embalagem retomando a sua refeição.

–De que queres falar, afinal? – Pergunto sem rodeios depois da primeira dentada na minha comida.

Kentin engasga-se, provavelmente por não estar à espera do súbito ataque, mas logo recompõe-se e, mais calmo, diz-me:

–Primeiramente, quero esclarecer umas coisas. Eu sei a verdade, mas quero ouvi-la da tua boca. És ou não a Chye?

–Eu… – Hesito. Devo manter a máscara e continuar com a mentira ou será melhor revelar toda a verdade? Ao ver a minha hesitação o moreno prossegue:

–Por favor, não mintas mais, não vale a pena, não ganhas nada com isso. Não me digas que já não confias em mim?

–Não é nada disso! – Digo rapidamente, mas logo me arrependo, pois percebo que isto foi suficiente para a minha queda. Mas sabem que mais? Que se lixe, eu também já não tenho nada a perder!

–Então diz-me, és ou não a Chye que eu conheço desde criança? – Repete.

–S-Sim. – Confirmo por fim.

–Até que enfim! Estava a ver que nunca mais!

–Mas nem penses que tudo vai voltar a ser como era dantes! Eu já não sou a mesma, eu mudei, mudei muito mesmo. – Completo rapidamente antes que Kentin dissesse mais alguma coisa. Ele muda imediatamente o seu semblante para um rígido.

–Porque não? Só porque não mudaste isso não quer dizer que não podemos voltar a…

–Não vale a pena insistires, eu já me decidi. Nós não podemos voltar atrás, talvez um recomeço… – Corto-o rapidamente.

–Mas…

–Não Kentin, não dá. Fazemos assim, esquece que eu existi, esquece tudo o que sabes sobre mim ou pelo menos tenta, nem que finjas, não importa que tipo de métodos usas. Mas esquece o antigo eu, olha para mim como eu sou hoje. Podemos começar de novo se quiseres, mas por favor tenta fazer o que te peço.

O silêncio instaura-se entre nós, um silêncio um pouco desconfortável. Durante esse tempo percebo que o moreno está a refletir sobre o assunto. No fim, suspira e encarando-me ligeiramente melancólico diz-me:

–Está bem, mas só porque és tu… – Faz uma pausa dramática e prossegue: -Olá! O meu nome é Kentin, muito prazer. Como é que te chamas?

–Olá! Prazer, chamo-me Chalrrye Day, mas podes chamar-me Day. – Sorrio ligeiramente.

–Hmm eu prefiro Chye, pode ser?

–Chye? Porquê Chye? – Pergunto fazendo-me de desentendida.

–Bem, são as duas primeiras e as duas últimas letras do teu nome… E eu acho a combinação gira. – Afirma de maneira pensativa, mas com um tom divertido.

–Oh então que seja Chye!

–Combinado!

POV Kentin ON

Sinceramente nunca pensei que a Chye pedisse-me uma coisa destas. Há tantas coisas que eu quero perguntar-lhe, mas não posso, pelo menos, agora já não… Espero que um dia ela me volte a permitir voltar ao passado e perguntar-lhe tudo… Porque é que ela se foi embora? Porque não me disse nada? Porque é que voltou agora de repente?

Mantenho metade da minha atenção nestes pensamentos e a outra metade em Chye. Já estamos a caminho da terceira aula da manhã, pelo caminho conversamos sobre assuntos aleatórios, mas a maior parte são sobre a escola, o que me dececiona um pouco. Uma outra coisa que reparo é a mudança de atitude dela, o que me faz mais impressão é a sua maneira de sorrir, aquele sorriso já não parece ser genuíno, algo mudou definitivamente a Chye, mas o que terá sido?

POV Kentin OFF

A terceira aula passou mais rapidamente do que eu esperava e mais uma vez sem eu prestar atenção a ela. No fim, antes de sairmos, Kentin convida-me a almoçar com ele em sua casa (que por acaso é muito perto da escola), contudo eu minto e digo-lhe que já tenho planos. A verdade é que apesar de termos recomeçado eu não me sinto totalmente segura de que ele consegue esquecer-se de tudo, apenas o facto de ter o moreno ao meu lado já me provoca uma certa nostalgia em relação ao que aconteceu e isso, por mais que me custe admitir, deixa-me abalada.

Pondero qual será o meu destino para esta hora e meia de almoço e após alguns minutos de reflexão recordo-me de um pequeno café nos arredores, não muito popular, mas de boa qualidade. Verifico se tenho dinheiro suficiente comigo e após obter a confirmação dirijo-me para a saída. Já fora da escola deslizo em cima do meu skate até ao café. A viagem é curta, afinal o meu destino não fica muito longe. Assim que paro à frente daquela porta tenho logo a sensação de que nada mudou nos últimos anos, porém bem sei que isso não é verdade, se observasse melhor o edifício é possível denotar pequenas marcas de desgaste: a cor mais descolorida, as paredes um pouco mais deterioradas, o toldo mais escuro e com uma fina camada de pó, enfim sinais da passagem do tempo.

Entro e dirijo-me imediatamente ao balcão, o local por dentro também não mudou muito apesar de as diferenças serem mais visíveis, faço o meu pedido “habitual” (isto é, se ainda o posso considerar como tal), pago e sento-me na mesma mesa de há três anos. O local não tem muita gente, mas assim que olho em frente algo assusta-me verdadeiramente. Porque é que eu fui logo esquecer-me de um ponto importante para eu não vir a este café? Se bem que com o passar dos anos ele podia ter deixado de frequentar este sítio, mas não, só mesmo para me lixar, ele tinha de continuar a vir aqui.

Tendo ignorar a sua presença ao mesmo tempo que pondero se uma certa aproximação entre nós poderia ou não auxiliar-me no meu plano de vingança. Chego a uma conclusão inconclusiva, já que como não tenho a certeza que tipo de vingança a minha será não posso saltar para a decisão final de tornar-me mais ou menos próxima do loiro. O meu pedido chega entretanto e eu começo a comer desviando os meus pensamentos para a comida e como esta, para minha felicidade, não mudara.

Quando já estou a meio da minha refeição reparo que ele levanta-se e despedindo-se dos donos com um “Até amanhã” sai do estabelecimento. Ignoro este acontecimento e continuo a comer como se não tivesse nada a ver comigo, o que na realidade até é verdade. Acabo de comer e sem mais razões para permanecer neste espaço levanto-me, despeço-me com um “Adeus até à próxima” e saio para o calor do exterior. O sol brilha incandescente, mas uma suave brisa ameniza o seu calor, o que é ótimo pois não suporto altas temperaturas. Caminho lentamente de volta à escola, pois simplesmente apetece-me andar um pouco.

Posso afirmar que o resto da tarde passou sem grandes incidentes nem nada de especial a apontar. No entanto assim que a quarta e última aula do dia acaba sinto uma batida mais forte no meu coração, está na hora. Apesar de saber que só cou buscar um livro a casa de outra pessoa, essa pessoa é um rapaz, não melhor até, essa pessoa é Castiel. E, sabendo o pouco que sei sobre ele, tenho quase a certeza que depois do que eu fiz ele não me vai deixar escapar impune, provavelmente planeia um contra-ataque, só me falta é saber o quê!


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo - Capítulo 9: Chill out? How can I chill out?

Nota:Enquanto estava a escrever este capítulo (Capítulo 9) eu empolguei-me um pouco demais e acabei por ficar com 3.800 e tal palavras. Eu não sei se preferem que eu o poste de uma só vez ou o separe, pessoalmente prefiro postá-lo completo, mas se não quiserem... O que acham?

@Marril .