Forget me. escrita por Marril


Capítulo 7
Capítulo 7: Under the stairs.


Notas iniciais do capítulo

Oi!!! Aqui está o primeiro capítulo programado, eu decidi que vou postar hoje e sexta também...
Ansiosas para descobrir quem é que "sequestrou" a Chye? Espero que sim xD



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Grandes braços prendem-me ao seu corpo, impedindo-me de movimentar e muito menos fugir, uma das suas mãos, aparentemente colossais, cobre-me completamente a boca impossibilitando-me de produzir qualquer som, mexo-me um pouco na tentativa de libertar-me um pouco daquele sufoco, no entanto apenas resulta numa gargalhada abafada por parte dele.

–Não vale a pena tentares fugir. – Sussurra-me ao ouvido.

Sinto um arrepio a percorrer-me a espinha enquanto tento responder algo, no entanto a minha voz sai abafada, quase como um gemido um pouco… digamos… desadequado. Ele ri-se novamente, mas prossegue:

–Se me prometeres que não gritas nem nada parecido, eu destapo-te a boca, okay? Não tem piada falar sozinho. – Aceno em concordância após analisar a situação e perceber que é o melhor que consigo arranjar.

Ele afasta lenta e cautelosamente a sua mão, deixando-me finalmente falar, inspiro profundamente, como se o ar estivesse prestes a esgotar-se, de modo a controlar as minhas emoções e não explodir repentinamente. Tento sair dos seus braços, mas ele não mo permite reforçando o aperto com o outro braço, já livre da sua anterior função. O abraço torna-se mais apertado e eu sinto-me, por momentos, claustrofóbica, simultaneamente uma grande necessidade de distância assoma-me.

–Linda menina… – Comenta fazendo com que eu retome a minha atenção nele.

–Cala-te! Que queres, afinal, de mim? – Disparo sem rodeios.

–Já ‘tás toda assanhada, fêmea? – É neste preciso momento que eu compreendo quem é que se encontra atrás de mim.

–Castiel? – Pergunto na dúvida.

–Não, para ti é macho. – Olho para ele incrédula e, apesar de estar escuro, consigo denotar um sorriso divertido nos seus lábios.

–Okay?!… Então, o que é que o macho quer da fêmea? Acho que ainda não estamos na época de acasalamento, além disso acho que se tens essas necessidades devias escolher outra fêmea e outro lugar. Talvez o ginásio, já deves conhecer o sítio de uma ponta à outra, de tanto tempo que passas lá.

–Ohh eu é que deves ‘tar cá com uma vontade… Se não tratas disso ainda ficas desesperada.

–Poupa-me… Ainda não disseste o que queres de mim?! – Desvio-me do assunto, antes que a situação ficasse pior.

–Ah é verdade… Eu tenho comigo uma coisa tua.

–Um coisa minha? O quê? – Questiono duvidosa, sem saber se as palavras dele são a sério ou a brincar.

–Sim. Pensa lá um bocadinho, por acaso não perdeste alguma coisa?

–… O meu livro de música! Encontraste-o? Que bom! – Exclamo animada, dando uma volta de 180º, ficando desta forma frente a frente com Castiel. Apesar de não conseguir ver o seu rosto completamente, a pouca claridade que ainda penetra neste espaço, permite-me por breves segundos ver a expressão de surpresa dele. -Onde é que ele está? – Pergunto por fim, dando breves miradas alternadas entre as suas costas e a sua face, já sem me importar com os braços dele, que agora descansam nas minhas costas.

–Ei calminha aí! Quem te disse que eu o devolvia?

–Tu o quê?! – Pergunto sem acreditar no que ouvi, ao mesmo tempo que coloco as minhas mãos no seu peito e afasto-me um pouco (o máximo que posso), com uma expressão de espanto.

–‘Tou a gozar, eu já tenho um livro igual, não preciso de outro. – Suspiro aliviada. -Mas, não o faço de graça. – Sinto as minhas esperanças a serem despedaçadas, o que é que ele quer agora?!

–Se queres dinheiro ou que te pague outra coisa qualquer esquece, eu prefiro comprar outro livro. – Deixo já sublinhado.

–Não… – Ele aproxima-se do meu ouvido de maneira furtiva para murmurar: -Eu prefiro que me paguem com o corpo. – Sinto outro arrepio, mas afinal qual é a mania de sussurrar-me ao ouvido?

–‘Tás maluco? – Disparo assim que assimilo completamente as suas palavras. -Eu não sou nenhuma puta oferecida que anda por aí a receber serviços!

–Epá, tem calma! Eu sei que não és desse tipo de pessoa! Mas também não estava a pensar nisso.

–Sabes? E… não estavas?

–Eu ainda sei distinguir alguns tipos de pessoas, okay? E não, não estava, eu pensei em algo mais… digamos, suave.

–Suave? Tipo o quê?

–Hmm… Que tal um beijinho de agradecimento por ter encontrado o teu querido livro? – Sugere com uma voz um pouco irritante. Sorrio divertida e respondo-lhe:

–Okay.

–Não vais dizer que não? – Questiona-me surpreso.

–Não. – Aproximo-me lentamente do seu rosto, chegando a ter de me esticar quase nas pontas dos pés. Ele, ao ver a minha aproximação, fecha os olhos e eu aproveito esse momento para lhe espetar um beijo na bochecha, afinal ele não especificou o local.

–Ei! Isso não foi um beijo!

–Foi sim, na bochecha. Tu não especificaste o local, não disseste que tinha de ser nos lábios.

–Cabra! Eu estava à espera de, pelo menos, um bate chapas.

–Temos pena. – Comento divertindo-me com a sua indignação.

–Nem penses que te escapas com esta. – E após estas palavras aperta mais o abraço, inclina-se na minha direção e antes que eu pudesse dizer ou pensar fosse o que fosse já tenho os seus lábios encostados aos meus. Durante um segundo fico sem reação, mas no segundo seguinte decido que isto não vai ficar por aqui. Quando ele se separa de mim, sorrio e digo de modo a provocá-lo:

–Chamas a isto beijo? Eu mostro-te o que é um beijo a sério. – De seguida volto a colocar-me em bicos de pés e com as mãos nos seus ombros uno novamente os nossos lábios. Inicialmente apenas o beijo suavemente, mas só para provocá-lo peço passagem com a minha língua, sendo esta, para minha surpresa, logo cedida. As nossas línguas travam uma batalha pelo comando e, apesar de não ter a certeza de quem está a “ganhar”, decido esquecer tudo o resto e apenas apreciar, contudo mantenho-me atenta aos seus movimentos.

Assim que reparo que os seus braços já não me apertam e apenas exploram as minhas costas afasto-me dele um pouco ofegante. O seu estado não é muito diferente do meu, mas eu não ligo e imediatamente afasto-me dele dizendo:

–Então e o meu livro? – Estendo um dos meus braços para o receber. Ele engole em seco, mas responde:

–Logo à tarde, depois das aulas. Está em minha casa, vamos lá buscá-lo.

–Fico à espera no portão. – Concordo, já começando a afastar-me (apanhando também o meu skate que entretanto ficou abandonado no chão)

–Sabes que eu também podia ter feito o mesmo, até melhor! – Diz-me antes que eu estivesse já muito longe.

–Claro que sim. – Viro-me para ele com um falso sorriso e digo com um tom contrário às minhas palavras, ou seja, como se eu negasse. E volto a afastar-me, desta vez, com um sorriso vitorioso.

POV Castiel ON

Encosto-me à parede, ainda um pouco confuso, o frio dos azulejos ajuda-me a pensar. Mas que merda aconteceu aqui? Como é que ela se atreve? Isto ainda não acabou, Day! Sim, ainda não acabou. Sorrio ao pensar que logo à tarde ainda vamos ter o round 2 e, desta vez, eu vou ganhar.

POV Castiel OFF

Caminho pelos corredores desorientada. Não me lembro onde é a próxima aula e a recordação do beijo está sempre a aparecer na minha mente, deixando-me de certa forma incomodada. Porque é que este foi tão diferente dos outros? Aqueles lábios… Mais suaves do que eu pensei, mais viciantes do que alguma vez imaginei… Das outras vezes só senti um aperto no meu coração e da primeira vez recordo-me de ter até sentido uma certa repulsa por ter sido forçado, mas desta vez foi diferente, quase como se eu estivesse a… flutuar?

Esbarro contra qualquer coisa e, como se estivesse bêbada, tombo ligeiramente para o lado. Oiço um som de folhas de papel a esvoaçar enquanto tento equilibrar-me, apoio-me rapidamente na parede mais próxima e por pouco não bato com a minha cabeça nela. Olho em frente pronta para pedir desculpas, no entanto as minhas palavras morrem na minha boca ao mesmo tempo que uma raiva cresce a olhos vistos dentro de mim. Outra vez ele! Quantas vezes mais terei de vê-lo no meu quotidiano? Ah é verdade… muitas, já que estamos na mesma turma.

Suspiro desgostosa e baixo-me para apanhar uma folha que caiu mais perto de mim. Estendo-lha com um sorriso completamente fingido na esperança de que ele não começasse uma conversa depois disto. Porém, assim que o loiro se apercebe da folha recebe-a com um sorriso simpático e diz-me:

–O-Obrigada! Ehh estás bem, não estás? Desculpa ter ido contra ti, é que eu estava distraído com estes papéis.

Whatever. – Murmuro para mim mesma, desviando a cara ao mesmo tempo que reviro os olhos.

–Que disseste? – Pergunta-me curioso. Volto a minha atenção para ele e sorrio fracamente:

–Ah nada, não é nada… E, sim estou bem! Não te preocupes, a culpa também foi minha. – Digo rapidamente.

–Por acaso estás a pensar ir à próxima aula? – Pergunta-me de repente.

–Ah sim?! Porquê?

–Porque, lamento informar-te, mas estás a ir na direção errada, a sala fica para aquele lado. – Informa-me apontado para a sua frente, ou seja, para trás de mim.

–P-Pois, eu sabia. – Minto.

–Não parece. – Comenta e eu coro involuntariamente. -Vá, anda daí. Eu levo-te à sala, antes que te percas novamente e chegues atrasada. – Cerro os meus punhos irritada, mas sigo o rapaz em silêncio. Receber ajuda dele e ficar em dívida para com ele é a última coisa que quero, contudo, infelizmente, é exatamente isso que acaba de acontecer.

Chegamos à sala em dois tempos, dentro desta já se encontram alguns alunos juntamente com o professor. Sento-me no meu lugar e espero que os restantes alunos cheguem para a aula começar. Na verdade, acabo por não prestar nenhuma atenção à aula. Ao vaguear pelos meus pensamentos relembro inconscientemente o que aconteceu há pouco debaixo das escadas (que por acaso só me apercebi que eram escadas quando me afastei do local), olho para o meu lado esquerdo e reparo que o lugar de Castiel se encontra vazio. Iria ele comparecer ao nosso local de encontro? Oh é bom que sim, senão vamos ter problemas.

A aula termina, mas eu deixo-me ficar sentada sem saber o que fazer. Uma má escolha, vejo Kentin a aproximar-se de mim e quando a ideia de ignorá-lo trespassa-me já é tarde de mais, pois o moreno coloca-se à minha frente e, decidido, diz-me:

–Chye, nós precisamos de falar. Agora. – Engulo em seco. E agora?


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Próximo Capítulo - Capítulo 8: Let’s try again.

Bye bye

@Marril .