A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 8
Eu, Mariana


Notas iniciais do capítulo

Bem, último capítulo de apresentações da primeira fase, hoje a Mariana será apresentada melhor a vocês e prestem atenção, alguns personagens que aparecerem aqui serão de suma importância pra história. Estamos quase no fim...



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Mariana narrando

Música: Fátima, Capital Inicial

Bem, acho que chegou a hora de vocês me conhecerem um pouco mais.

Com certeza, não sou a melhor crente do mundo.

Prazer, Sou Mariana. Vim, vi e venci muita coisa pra chegar até aqui e se querem saber; sou muito grata a Deus por ter vivido tudo isso.

Como Luanna, conheci de perto a face das drogas. Uma época vazia, onde só o prazer da maconha era importante. Classe mais ou menos média tem dessas... Tem esses “prazeres” disponíveis, porém, nada se compara ao que descobri depois.

Recentemente, sai dessa vida. Diferente de Luanna, não fui descoberta, enxerguei sozinha que aquilo só ia me destruir, mostrei aos meus pais. Implorei para que me levassem a uma clinica, prontamente o fizeram. Me tratei. Conheci a igreja. Mais precisamente, uma igreja batista no Henrique Jorge que fazia programações de evangelismo sempre que possível... Numa dessas, resolvi ir. Escondida. Envergonhada. Fui bem acolhida. Muito bem acolhida. Senti que Deus tinha um propósito para que eu estivesse lá...

Fui acolhida pela líder de evangelismo, Gabrielle. Cuja simpatia foi simplesmente incrível. Ela me ensinou tudo o que eu podia saber sobre aquilo. Me ensinou a ser pura em todos os sentidos, mas óbvio que não era bem assim... Se teve uma coisa que vi durante esses dias, é que ninguém consegue ser santo.

Além de Gabi, ganhei um outro amigo, um músico, pra ser mais preciso. Lucas. Um anjo de 19 anos que havia sido designado para ser meu conselheiro espiritual. Ele parece um daqueles mauricinhos de colégio, mas longe disso. Eu mesma o vi muito pelos cantos, feio, triste, mas muito triste depois que perdeu um amigo importante. (Ele mesmo havia muito me contado sua triste história). Depois desse tempo, evoluiu. Enfrentou de frente a tempestade, cresceu, cuidou da aparência... Se fez homem encima das adversidades o que o levou a um tempo ao conselho espiritual que é quando crentes mais experientes de vida aconselham novos, Sua namorada, Sabrina também era um amor de pessoa. Ficamos os três, muito amigos. Vimos Sabrina se converter, se batizar e alguns meses depois, noivar com muita felicidade...

Lucas tem me ajudado com várias coisas... Mas uma coisa ele não tem me ajudado. Me olhar no espelho é a coisa mais difícil do mundo, por mais que Lucas, Sabrina e Gabi tenham dito que eu sou uma moça bonita, sempre me achei gorda. Sempre me vi mais gordinha do que o normal... Isso me incomodava. Principalmente quando eu tentava me aproximar de alguém...

Alguém como Valber...

Alerta de clichê: Valber é o bonitão do colégio. O homem que fazia todas as mulheres delirarem... blá, blá, blá... e eu sou aquela gordinha deslocada... blá blá blá... e vocês claramente conhecem essa história...

O Que vocês talvez não saibam é que: Toda vez que eu me aproximava (e não foram poucas) ele me humilhava. Dizia que eu era a crentinha. Que eu não era mulher. Que eu não tinha peito pra ser uma das “mil” mulheres dele. Fazia mil coisas e as outras meninas caiam em seus deboches e se uniam pra me humilhar. Não entendo. O que elas fazem com um idiota que só vai machucá-las depois. Burras, imbecis... E o pior de tudo eu acreditava, a verdade é que, ainda acredito.

E ao me olhar no espelho... Sempre me xinguei, me chamei de gorda desfalecida... Feia, burra e outras coisas do gênero. O espelho era meu maior inimigo... E a balança sempre me dizia: 56kg. O que, segundo minha mãe, era um peso normal para minha idade além daquele clássico conselho de mãe:

– Ele é um cafajeste, meu amor. Não conhece você. Não sabe a doçura de pessoa que ele vai perder. Não dê moral pra ele - Dizia minha mãe;

Aliás, mãe é mãe, não é? Toda vez que eu surto ela sempre está lá. E visto agora que a Lúcia e Luanna estão e vão sofrer muito agora nessa “nova vida” que elas vão ter... Ela foi a primeira a estender a mão. Foi a primeira a abrir a casa e receber a Lúcia, depois que sua mãe foi internada. Amo minha mãe. Uma pessoa maravilhosa e generosa como essa não pode ter fim, não pode ser finita...

Apresentações terminadas. Voltemos ao que realmente importa...

***

Música: The Scientist, Coldplay

“Ninguém disse que era fácil
É uma pena nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh, me leve de volta ao começo”

Me sentei na varanda. Luanna havia me incumbido de uma missão difícil demais para executar. Lúcia, mesmo que, assumidamente, a mesma tenha sido muitas vezes um fardo enorme para ela, amava muito sua mãe... Eu tinha que prepará-la rápido... A Morte de alguém que amamos tanto, nunca passa sem doer. Nunca passa batido. O turbilhão que deve estar a cabeça das duas deve ser inimaginável...

Como Luanna conseguiu descobrir a morte dela antes mesmo de todos nós? Pude ver que ela teve uma crise de vai saber Deus o que... Mas, não esperava que depois disso ela fosse revelar tamanha notícia... Lúcia não estaria preparada para... enterrar a própria mãe. E o pai dela? Onde estará? Será que está se divertindo com a vagabunda que ele arranjou pra ele enquanto as duas filhas sofrem com a perda da mãe e a quase-morte da Luanna? É melhor que esteja. Será que a Luanna conseguiria perdoá-lo se o encontrasse um dia?

Eram muitas dúvidas. Muitas perguntas...

E com elas vinham uma dor de cabeça enorme. Como se o mundo caísse sob minhas costas... É nessa que sou surpreendida.

Uma atenciosa e amorosa Lúcia entra na minha varanda com uns remédios, um sanduíche misto de presunto e queijo feito naquelas grelhas de cozinha e um bom suco de laranja. Abandona a bandeja em cima da minha cama e vem ao meu encontro para beijar minha testa e abraçar-me com muita força...

– Mari, amo você. - Ela me diz. Deixando-me confortável. Como é possível alguém ser tão amorosa assim? Mesmo passando pela situação que está passando.

– Eu também, Lúcia. Agora traga a bandeja, tenho certeza que você fez com muito cuidado pra me agradar...

A Gratidão de Lúcia me fazia tão bem quanto aqueles remédios e o lanche que ela havia me preparado. Fazer o bem aquelas duas valia o preço que fosse. Mastiguei uma última vez. Ergui-me da cadeira e fiz questão de lhe retribuir tamanho carinho.

– Lúcia... Não vou abandonar vocês. Nunca, entendeu?

Lúcia apenas me aperta. Vale apena cada segundo daquele abraço. Me sentia realizada. Amada. Fazia sentido aquilo para mim...

Fomos então dormir...

Teríamos sim, um longo dia pela frente...


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Notas finais do capítulo

Obrigado por tudo e até próxima segunda!

Grande abraço

Dr. Lucas



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