A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 3
Novas Realidades


Notas iniciais do capítulo

Segunda semana da fic. Espero que estejam curtindo. Estou muito entusiasmado para ouvir o que vocês tem a dizer sobre essa história maravilhosa.



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Lucas narrando

Busquei refúgio onde eu podia. Até onde eu sei, não é proibido fugir dos problemas. Nem impedir de todas as formas que ele te alcance. Foi nesse ponto em que achei a música.

Foi nesse ponto em que eu finalmente me achei pra valer.

Cada dedilhado no violão era uma nova descoberta, cada música aprendida na guitarra é um novo som que iria embalar minha vida daquele ponto em diante. Mas, tinha que manter a busca... Tinha que continuar levando minha vida, mesmo sabendo que eu ainda tinha muito que esconder.

***

Pedi muito a Deus pra que esse dia chegasse, e ele finalmente havia chegado. Eu tinha nas mãos a chance de mudar meu destino. A Falência da escola me deu a chance de finalmente mudar de escola. Agora eu estava realmente seguro, uma escola que conheço com a palma da minha mão. Onde tinha a admiração de todos. (E por que não a inveja também?). Colégio do qual não deveria ter saído para absolutamente lugar nenhum. Mas, meus pais achavam que meus irmãos não estavam bem nesse colégio então nos mandaram para o Newton Rosa. Seria o maior erro deles comigo, mas quem disse que eles se importavam de verdade comigo?

Novos colegas, novas sensações. Seria uma boa hora para terminar de maneira grandiosa essa parte da minha vida.

***

Música: Joey, Bon Jovi

Ele continuava lá. A Fachada, que era branca e azul, hoje é de porcelana. A porta agora tinha uma grande marquise de aço. As grades estavam pretas e o portão também. Porém, outra coisa havia me hipnotizado por trinta longos e intermináveis segundos.

Era uma garota...

Garota não, anjo!

Era um anjo em forma de mulher... Seus cabelos, de um preto que ganhava um brilho ao sol forte. O corpo era de uma mulher, mas sem muitos exageros, pra mim era suficiente. Nunca fui chegado aos padrões de beleza de hoje em dia. Sua pele era alva, linda, e macia...

Como eu sabia disso?

Bastou chegar à sala, e já fui abraçado. Um abraço sincero. De alguém que realmente nunca mais vai me tratar como eu fui tratado. Aquilo me mexeu por dentro.

– Seja muito bem vindo! – Ela diz.

– Quem é você? – Pergunto assustado.

– Meu nome é Sabrina.

Sua resposta veio recheada de carisma, era um doce de pessoa. Eu não era de se jogar fora...

Pensei comigo mesmo, “Até que formamos um belo par...”

Quem diria que eu teria razão?

***

Salas gigantes. Pintadas todas de uma cor de pele aconchegante. Todas as cadeiras eram separadas das mesas e super organizadas. Abri a minha mochila. Hoje era segunda-feira e por sagaz coincidência. Além de ser minha matéria preferida, história. O Mapa das salas havia me colocado do lado de Sabrina, que ficaria ao meu lado direito.

Porém, como eu não costumo ter sorte. E se tenho sorte, ela vem acompanhada de um azar imenso, Eu teria que lidar outra vez com alguém que eu jamais gostaria de ver novamente.

Minha abusadora, Adriana, sentaria do meu lado esquerdo. E seu primeiro olhar para mim foi um de ódio extremo.

Fitou-me de cima abaixo. Olhou para Sabrina.

Aquilo havia me deixado furioso, mas fui inteligente. Preferi não demonstrar aquilo a nenhuma das duas. Mas por dentro, me remoia...

Eu queria vingança, e não tardaria a conseguir.

***

Luanna narrando

Eu e Mariana nos encontramos em uma lanchonete atrás da escola. O Henrique Jorge sempre foi um bairro perigoso, então mantive sempre o cuidado de não ser roubada. Até que Mariana finalmente apareceu. E tenho que admitir, ela estava bonita... Reluzia bondade e suas palavras eram puras e falavam de um certo deus, bondoso, carinhoso que havia sacrificado o seu filho pela humanidade... Essas coisas que são difíceis de acreditar de primeira.

Ouvia atentamente enquanto sua voz balbuciava as palavras, praguejava, dizia muitas e muitas coisas. Mas nada que fizesse muito sentido, ou que fosse influenciar. Após uma hora e meia, ela terminou seu discurso...

– Você entende o que eu quis dizer? – Perguntou nervosa.

– Se acalma, está bem. Sim, eu entendi o que você quis dizer com tudo isso. – Assenti. Mentindo um pouco claro, para ver se ela se acalmava.

Estava esperando pelo pior, mas ele não veio. Em vez disso, ela me faz uma pergunta:

– Quer ir à igreja comigo, no domingo? – Ela pergunta.

Engulo a pergunta... Não posso acreditar. Ela se importa mesmo comigo? Ou será simplesmente normas de religião?

Eu teria que, infelizmente, pagar pra ver.

***

O Domingo chegou e, pra variar, eu estava drogada e bêbada... Por sorte não tinha como eu ir.

Cinco horas da tarde, e Mariana aparece.

– O que faz aqui? – Eu pergunto, rispidamente.

– Vim buscar você!

– A Resposta de Mariana veio em um tom fortíssimo. Ela iria fazer alguma coisa comigo.

Trouxe-me até a minha casa que coincidentemente, estava a metros da dela. Já conseguia me lembrar. Já sabia finalmente de quem se tratava. Mariana era uma vizinha minha que de vez enquanto eu via na mesma sarjeta onde eu me drogava e bebia. Ela também fazia aquilo. Até já tínhamos conversado e pegado alguns rapazes juntas, mas quem diria que ela mudaria de tal forma... E que se lembraria de mim...

Atordoada, fui trazida de volta a minha casa. De vez em quando podia olhar em seu rosto e ver que aquilo que ela fazia, não era por sacrifício ou algo do gênero, ela realmente fazia aquilo por mim, e eu ainda custava a acreditar naquilo. Preferia morrer pensando que ela estava perdendo muito tempo fazendo aquilo.

Chegou, arrancou minhas roupas. Deu-me banho e comida e por fim me deitou na cama. Quando ela sentou-se para, provavelmente descansar, pois tinha feito uns 20 km de esforço, eu finalmente tive a coragem para perguntar...

– Mas, Mariana, por que você fez isso? – Ainda meio afetada pelo álcool e pelo crack

– Porque é minha missão te resgatar, Luanna. Eu sei o quanto essa vida é ruim e só eu sei o quanto você corre perigo e só eu sei que isso não te serve. Olhe só pra você, era estudiosa, uma grande aluna, mas agora está ai. Se acabando dia após dia! Eu não vou permitir que isso aconteça! – Mariana respondeu aos prantos.

– Mariana, você é crente! Só está me resgatando por que é ordem dela... – Respondi sem domínio das palavras.

– Ser crente não me impede de me viver ou ser feliz. Eu só vi que não preciso disso pra ter a minha própria felicidade. E eu espero que veja isso.

O Efeito passou. A Ressaca veio. Mas as palavras de Mariana não saíram de minha cabeça em momento algum. Quer dizer: Como ela consegue viver sem aquilo tudo o que ela fazia? Ela era exatamente igual a mim! Isso não pode estar certo! Isso eu não consigo entender...

Mas não iria demorar para ter uma ideia mais clara sobre o assunto...


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Notas finais do capítulo

Bem, por enquanto é só. Qual será a ideia que Luanna terá? E a vingança de Lucas? Qual será?

Essas são perguntas que eu passarei a responder separadamente. Mas eu lhes garanto. Grandes surpresas terão esses dois. No aguardo de seus reviews.

Até próxima segunda.

Grande abraço

Dr. Lucas



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