A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 13
Calmantes, Remédios, Dores, Amores


Notas iniciais do capítulo

E Eu voltei novamente! Novas surpresas hoje! Preparem-se para se chocar!

Boa leitura!



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Lucas narrando

Naquele mesmo dia, algumas horas depois

Perder meu pai era uma dor que dificilmente lidaria com perfeição ou com clareza. Mesmo nos últimos anos de sua vida, estando afastado de mim, ainda sim o amava. Ainda sim, compreendo que o que fez e tudo o que construiu foi para que eu e meus irmãos, agora mortos, tivéssemos uma vida boa. Mas... de repente isso não valeu a pena. Como fazer com que eles e eu tivéssemos uma vida boa, se nem ele em sã consciência e juventude conseguiu fazer de sua vida uma vida boa. Uma vida que valesse a pena viver.

E por que revelar só agora que Luiza não era minha mãe?

Por que Luiza sorria? O Que a deixava tão satisfeita?

As cartas? Porque carregá-las? O Que elas tinham de tão importante?

Carrego esses pensamentos até o meu quarto. E outros piores vem a memória. Levavam consigo o nome de Gabrielle e todo o mal que ela havia me causado ou bem. Qual era a idéia? Me humilhar? Fazer Sabrina entender que sou uma pessoa má? O Que ela tem que me queria causar tanto mal? Coisas a se pensar...

Pensar o que? No que pensar?

Tiro a camisa. O Espelho revela um corpo normal. Uma beleza normal. Coisas normais. Alguns fios de barba que começavam a surgir representando meu desleixo com o visual. Nunca fui de ser uma pessoa bonita. Digamos que apenas me cuido e isso basta. Pelo menos para Sabrina, bastava. Penso em Sabrina. A Culpa me corrói por dentro, como um ácido. Um ácido incontrolável. A Dor consumia meu coração. Eu precisava dela. Eu a amava mais do que tudo.

Não consigo pensar em nada... E se eu me delatar e contar o que eu fiz. O que ela vai dizer? O Que ela vai fazer? Minha cabeça girava a mil. Pensamentos a mil, ideias a mil, coisas me perturbavam, me faziam beirar a loucura. O Desespero estava tomando conta de mim. O Celular estava tão próximo. O meu amor estava tão próximo e ainda sim eu tinha medo de ligar para ela e feri-la... Precisava me libertar daquilo.

Olhei em volta. Ninguém ao meu redor...

Minha vida se tornava um desespero. Só havia uma solução...

Ligo. Não para Sabrina ou para qualquer pessoa e sim para uma farmácia. Peço calmantes. Calmantes fortes.

Logo, questão de quinze minutos eles chegam trazidos por um motoboy. Sem receitas. Sem questionamentos. Assino, pago e os levo para o meu quarto.

Tudo já estava preparado...

O Copo com água já estava no criado mudo, abro o pacote com os comprimidos. Eu tinha pressa. Os ponho na boca, leio o que tinha escrito no pote antes de continuar: “Sonífero”

Tarja preta...

Água...

Um último olhar para a janela...

***

“Só te peço a... algo. Fa...ça.. s...s..s...sua vida va...ler.... Ca...da... segundo valer a pena. Não a perca por co...isa...s fú...teis... c...c..como eu fiz.”

“Você é delicioso! Quando nós vamos repetir essa noite?”

Vozes...

Gemidos...

A Carta...

O Sorriso de Luiza...

Um olhar doce...

“Lucas... Lucas..”

***

– LUCAS! LUCAS! – Sabrina gritava em desespero

– Sabrina? O que... o que faz aqui? – Sabrina estava quase aos prantos. Havia se preocupado. Estava claramente preocupada. Algo muito errado eu tinha feito.

– Lucas, o que são... Você está á doze horas apagado, o que está...

Música: Malta - Lendas

Silencio Sabrina. Não a quero ouvir falar, não quero mais ouvir palavras. Apenas a beijei e beijei com toda a força e desespero que eu podia. Não tinha mais forças para aguentar tamanha pressão sozinho. Não queria mais estar sozinho. Queria os braços de minha amada naquele instante e pro resto de minha vida...

Ela parecia surpresa... Mas logo se rende. Porém, nada acontece aquela noite. Não queria sexo, não quero sexo. Apenas um pouco de amor. Estar nos únicos braços que poderiam me consolar naquela noite. Os braços de mulher... Os braços da minha mulher... Os braços da mulher que para mim era perfeita.

Paramos...

– Sabrina, quer casar comigo? – Sou direto.

Um segundo de silêncio e logo surge um sorriso ainda maior do que já tinha visto e aprendido a amar todos aqueles meses. Meu desespero é correspondido. Sabrina me beijou como se eu fosse morrer amanhã. E não precisou tirar nada para me levar as nuvens.

Nada era mais perfeito do que ela...

Nada poderia tirá-la de mim.

Nada...

***

Algumas horas depois...

Dormimos abraçados. Ninguém iria nos incomodar. Havíamos deixado de sermos simples namorados e éramos noivos! Noivos! Queria aquela mudança mais do que tudo! Mais do que tudo!

Acordo. A Noite escura e a lua cheia estavam começando a ser substituídos pelo amanhecer. Esse é um dos pontos que mais adoro em Fortaleza. Aqui é mesmo a terra do sol. Todos os amanheceres... independente do ponto em que você está, são lindos. O Sol nos prestigia com todo o seu esplendor. Olho para minha amada deitada na cama. Ainda de vestido, vestido negro. Sento ao seu lado e toco sua pele alva que ganhava um brilho ainda maior contrastando com seus cabelos negros como a noite mais escura que vocês possam imaginar.

“Desleixada. Nem tirou os óculos antes de dormir... Eu te amo, Sabrina. Estou perdidamente apaixonado por você.” ­ – Digo em pensamento.

Tomo o meu olhar para o criado mudo e tiro a carteira. Nela estava guardada a carta que meu pai havia deixado para mim. Era chegada a hora de enfrentar meus temores...

Abro...

“Filho. Se essa carta chegou a suas mãos, ou estou em apuros terríveis, ou estou morto. Por isso, peço que leia com atenção.

Me perdoe meu filho. Não sou o homem de bem que você jurava que eu era. Na verdade sequer fui um homem digno de todo o seu amor. Que sei que é enorme. Fui um homem mau. Não tive escrúpulos ou muito menos humanidade, nem com quem estava minha volta ou com meus inimigos. Fui alguém terrível que não quero nunca que você saiba. Menti pra você durante esse tempo inteiro e lhe peço desculpas.

Nem brasileiro sou. Sou italiano. E na minha terra natal fiz coisas terríveis. Uma delas foi ter casado com Luiza. A Mulher que você pensa que é sua mãe mas que na verdade está longe disso. Você é filho de outra mulher e está separado de sua mãe que está na Itália. Quero que a encontre. Ela se chama Nicole Marchelleti e mora em Nápoles. Rápido. Você e todos a sua volta estão em perigo se você não o fizer. Por vias de disfarce ela atende pelo nome de Laura Zaccherini. Rápido. Preciso que a encontre depressa.

Desculpe meus erros. Mas meu erro maior foi não ter dado a você o amor que você precisava por medo que você descobrisse... Não posso contar.

Desculpe-me.

Com amor e tristeza.

Gabrielle Marconi di Marchelleti. Da família Marchelleti...”

Sabrina se levanta...

– Sabrina. Você gostaria de ir a Itália?


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado pela atenção. Leiam, compartilhem e comentem. Sua opinião é sim, muito importante!

Grande abraço.

Dr. Lucas



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