Meu Querido Professor escrita por --estrelaguia--


Capítulo 35
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Mais ummm, esse capítulo é triste,- e grande - então se prepararem



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    Bella estava estática, possessa. Não tinha ideia de como ia contar a Edward aquilo. Sabia que era a coisa certa, mas ao mesmo tempo o medo a corroía. As aulas passaram correndo, como se zombassem dela. Eu posso fazer isso, eu vou conseguir.  Mas ao mesmo tempo em que dizia isso pra si mesma, uma vozinha irritante em sua mente falava o contrário.
    Estava saindo de uma das aulas, quando viu Angela Weber, uma das únicas garotas do colégio com quem ela se arriscava a fazer trabalho, passando pela porta também. Aquilo era impossível. Elas só tinham a quarta aula juntas naquele dia. Bella olhou para o relógio do corredor, sem querer acreditar que seu tempo estava acabando. Era mesmo o final da quarta aula. E ela ainda não sabia o que ia dizer. Nem como ia dizer. 
    Olhou para os lados, desorientada, e se sentiu mole quando viu Jacob Black passando. Ele voltara para a escola. É, porque estou mesmo sem problemas no momento. Pensou ela, amargurada. Mas havia algo diferente com Jacob. Ele tinha um sorriso discreto no rosto, e parecia imerso em pensamentos. Andava por andar, aparentemente. E depois, Bella se assustou. Ele não estava andando como sempre; do jeito mala e ridículo, e sim do jeito que as pessoas normais andavam. Do nada começou a rir sozinho. O mundo não estava normal.

PDV Jacob.

    O mundo não era perfeito? Tudo era lindo, perfeito, maravilhoso... Inclusive Leah Clearwater.  Ela era tudo o que Jacob poderia querer. Na véspera ele e Leah ficaram conversando horas a fio, sem nem lembrar de Jéssica, que dormia no sofá, bêbada e nojenta.
    Leah tinha dezessete anos, assim como Jacob, e tinha um irmão de treze anos. Ele fora para a Europa também, mas Leah não gosta muito de viagens longas. Preferiu ficar com os tios. Ela fazia aniversário três meses depois de Black, e adorava lasanha. Ela falava tão abertamente, era tão divertida! Assim que ela foi embora, arrastando Jess, Jake prometeu a ela que a estaria esperando no estacionamento.
   
    Leah estava linda naquela manhã. Usava uma calça jeans justa e uma bata rosa. Sorriu largamente para Jacob quando o viu, e caminhou até ele, com Jess em seu encalço. Durante toda manhã conversaram, sobre os professores, as matérias que Leah estava estudando no outro colégio,   e sobre os amigos de Jacob. Todos ficaram muito interessados nela, e Black não se agradou com isso. Estava andando em direção a última aula agora, sozinho, já que Leah tinha aula na direção oposta com Jess. Só não a acompanhou porque achou que ela poderia pensar que ele a estava perseguindo. Viu Bella Swan saindo de sua aula, e percebeu que não sentia nada por ela, nem sequer raiva. Voltou seus pensamentos rapidamente para Leah, e riu com isso, pensando no quanto odiava ser perseguido por algumas garotas.

PDV Edward.

    Estavam no elevador, esperando chegar o andar do apartamento de Renée. Edward não estava entendendo absolutamente nada. Bella estava estranha, fria, e falara muito pouco desde que se viram. Por um momento Edward considerou que ela queria terminar com ele, mas nesse momento, do nada, Bella o beija. Se não for o que estou pensando, eu posso aguentar.  De repente se lembrou de seu sonho com testes de gravidez. Não... Bella não estaria grávida.... Não podia ser... Tirou esse pensamento de sua cabeça rapidamente; não iria pensar em nada que o apavorasse, porque Bella já parecia preocupada pelos dois.
    Entraram, sentaram na sala, e Edward viu, com horror, uma lagrima escorrer no rosto de Bella. Fez menção de se levantar, mas ela, com um olhar angusitado, pediu para que ele ficasse sentado. O que está acontecendo aqui?

PDV Bella.

    Chegara a hora. Quando Edward fez menção de se levantar para se aproximar dela, Bella pediu para que ele ficasse onde estava. Só de ver o olhar de preocupação dele, já sentia vontade de chorar. Mas agora já tinha se decidido, e não ia voltar atrás. Falou, em um jato.
- Edward, eu te chamei aqui porque preciso contar uma coisa muito séria. - Edward a olhava confuso, mas parecia estar levando a sério. Já era um começo. - Quando eu tinha seis anos meu... meu p..pai – ela não conseguia chamá-lo de pai; monstro, verme, era mais fácil.  - ele e minha mãe ainda estavam juntos. Um dia minha mãe e Jazz saíram, foram ao supermercado, e eu fiquei com ele.
- Ele? Bella, você está falando do seu pai ainda?
- Hm. - ela assentiu. Felizmente não estava sendo tão difícil.
- Eu estava assistindo televisão, quando eu ouvi as portas sendo trancadas. Olhei para os lados, e ele estava indo em direção as cortinas. Fechou-as também. Depois, ele me chamou, e fomos até o quarto da minha mãe. Ele deitou na cama, e me mandou abrir a calça dele. - Bella viu Edward tremer, mas ele não falou nada, então ela continuou. - Eu não entendi, mas fiz o que ele mandou. Depois ele disse que ia me dar um picolé, mas eu tinha que provar que sabia... Que sabia chupar direito. - O ódio tomava conta de Bella, mas ela ia continuar. Edward parecia escorregar aos poucos do sofá. Se ele desmaiar eu realmente vou me sentir bem, Bella ironizou. - Como eu não entendia nada, e não tinha malícia nenhuma, eu o fiz, feliz de ver que Phil estava contente. - ela cuspiu o nome. Resolveu que era melhor chamá-lo assim, para não ter que chamar de pai. - Aquela, obviamente, foi a primeira vez de muitas.  Ele começou a inventar coisas para que Renée e Jazz saíssem, e aproveitava para ficar sozinho comigo. E eu ganhava de tudo depois: pirulitos, picolés, balas, chocolate... Até que um dia ele resolveu mudar. Chegou em casa com uma filmadora, - agora Bella não conseguia mais segurar. As lágrimas rolavam.  - e disse para Renée que ia procurar algumas coisas no sótão. Pediu para que eu fosse junto. Percebi que ele levou a filmadora junto, mas não entendi o porquê.  - ela parou. Ela sabia que Edward era a única pessoa para quem ela contaria algo assim, mas do mesmo jeito ainda era horrível.
- Bella, você sabe que eu te amo mais que tudo nessa vida, não é? - ele perguntou, intensamente. Ela assentiu. - Eu quero ouvir, e depois, eu juro, nada vai mudar. - ali havia uma nota grave de promessa. Bella se agarrou a ela com força.
- Fui para o sótão com Phil, mas não percebi que outra pessoa estava indo atrás. Jazz. Com seus doze anos de puro ciúme, ele nos seguiu. Estava com raiva porque Phil só tinha atenção para mim, e praticamente nem notava que Jasper vivia na mesma casa, dormindo no quarto ao lado.
“ Chegamos ao sótão e Phil ajeitou a filmadora em cima de uma velha cômoda, e ligou-a. Só posso chegar a conclusão de que Jazz achou um jeito de entrar e se esconder ali antes da porta ser trancada, porque sua presença não foi detectada por nenhum de nós dois na hora.”
           As lágrimas não paravam de cair, e Bella não queria mais contê-las; para quê? Não tinha mais forças. Todas as suas defesas estavam atadas, seu mau gênio longe dali.
- Ele me mandou tirar roupa. “ Vai ser como tomar banho” ele prometeu, e eu tirei, pensando na quantidade de chocolates que ia ganhar depois. “ Sabe, você é a cara da Julieta, Bell.” ele falava, enquanto se aproximava. Sabia que eu adorava a história de Romeu e Julieta. “ Hoje eu vou ser o seu Romeu! Vamos brincar disso?” eu concordei, animada. Adorava ser a Julieta, quando brincava com Renée. “ Então, a primeira cena, é uma que não existe. A cena da lua-de-mel”. Eu ouvi alguém prender a respiração, mas como Phil não parecia ter escutado, pensei ser invenção minha. Ele veio na minha direção, e me deitou em uma cama que não tinha colchão. Exatamente na frente da cômoda. Hoje eu sei que ele já havia arrumado o cenário a tempo, mas na hora, só pensava nos chocolates. Ele deitou por cima de mim, beijando todas as partes do meu corpo, passando a língua no meu sexo. Ele parecia estar adorando, gemendo, e dizendo meu nome.- Agora Bella soluçava. - Foi quando Alguém veio por trás, não muito grande. O  que estava em sua mão é que era grande. Jasper segurava um enorme quadro, que Renée pintara a menos de seis meses atrás. Jazz se aproximou de Phil, e berrou, indignado. Ele pulou e virou para trás, apavorado. Não deu tempo de mais nada. Jasper foi correndo até ele com a ponta do quadro direcionada ao rosto do verme. Acertou em cheio, e só ouvi o berro de Phil antes de sair correndo com Jasper me puxando pela mão. - Bella chorava mais ainda agora, se é que isso ainda era possível, mas mesmo entre as lágrimas, viu que o rosto de Edward também estava molhado. - Estávamos na sala, Jasper chorando enlouquecidamente, contando tudo a Renée, que tinha uma postura imóvel, com lágrimas escorrendo, seus olhos vacilando de Jasper, tremendo dos pés a cabeça, para mim, totalmente nua, quando Phil desceu as escadas, a mão segurando o olho direito. Estava tão furioso que eu, totalmente alheia do que estava acontecendo, imaginei fumacinhas saindo de sua cabeça. Renée olhou para ele, e foi em sua direção, tentando atacá-lo. Ele lhe deu um tapa que a fez cair no chão. - Bella tremeu. - Depois foi atrás de Jasper, que saiu correndo. Eu ainda estava por fora, mas não gostei de ver Phil batendo na minha mãe. Não estava certo. Fui na cozinha, e ninguém foi atrás de mim. Peguei uma colher de pau e uma tábua. Voltei para sala bem na hora em que Jasper vinha fugindo na minha direção. Quando viu o que eu estava segurando, ele pegou, e eu deixei sem pestanejar. Phil queria bater em Jazz também, e eu amava muito ele. Jasper fez um movimento incrível, se virando e dando com a tábua no estômago de Phil, fazendo-o parar um pouco, mas não por muito tempo. Se  aproximou de Jazz e deu-lhe um soco no rosto. Senti um estralo, e Jasper gritou. Fiquei brava e dei com a colher de pau no braço de Phil, que riu com gosto. Nesse momento, Jazz deu com a tábua na cara de Phil, que estava em seu encalço. Apesar de não ser muito forte, a tábua era pesada, e Phil finalmente caiu. - Ela terminou, indo sentar ao lado de Edward. Escorreram mais lágrimas do rosto dele.
- E o que aconteceu depois? - ele perguntou, totalmente imerso.
- Ah, minha mãe chamou a polícia e ambulância, que levou Jazz. Phil foi preso, e graças aos Céus morreu cinco anos depois. - Bella viu que Edward pareceu um pouco mais aliviado por isso. Ela se sentia do mesmo jeito, só que o sentimento superava o “um pouco”.
- Bella... Como você consegue se relacionar comigo depois do que aconteceu? As pessoas... Bom, as pessoas não ficam... Você sabe... Traumatizadas? - era aí que tinham que chegar. Bella suspirou.
- Sim, e é por isso que eu nunca tive um namorado, só alguns rolos, que para mim eram nojentos, mas que aconteciam para deixar minha mãe feliz. - Edward a lançou um olhar inquisitivo.- Ela também se preocupava que eu tivesse ficado traumatizada. Mas com você foi diferente. Me senti segura, em casa. Sabia que podia confiar em você, e de repente todos os meus hormônios de adolescente despertaram. Você deve ter estranhado eu ter sido tão rápida quando nos conhecemos. - ela quase sorriu.
- É, não vou dizer que achei normal... Mas estava ocupado demais desejando você. - ele sorriu. - Tão madura, corajosa... Agora entendo o porque.
- Bom, pelo menos minha linda experiência serviu para alguma coisa, não é? Não sou uma adolescente vaca e fútil.
- E você se deu de presente pra mim! Na minha opinião, você sofreu muito mais que eu, já que eu só tive que esperar.

- Pense assim: você ia para cama com uma psicopata antes de me conhecer. - ela falou, brincando. Como conseguia brincar com um assunto daquele? Ela não sabia.
- É verdade, meu destino foi mais cruel. - ele disse sério. Depois sorriu, e voltou a ficar sério. - Obrigada por ter confiado em mim e me contado. É muito importante.
- Ideia da minha mãe. - ela disse, envergonhada.
- Eu amo minha sogra. Além de fabricar você, ainda me ajuda no relacionamento! - os dois riram, Bella muito feliz agora que o pior tinha passado.


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Notas finais do capítulo

E aí? thãthãthã