- NÃO, MÃE! EU NÃO VOU CONTAR PRA ELE! - Bella gritava, chorando, enquanto Renée estava calma, sentada no sofá.
- Bella, você o ama, ele ama você, e é óbvio que vai entender.
- ELE NÃO VAI! ELE VAI ME OLHAR COM PENA! ASSIM COMO TODA A NOSSA FAMÍLIA, ASSIM COMO AQUELA MULHER DA DELEGACIA,  ASSIM COMO O JUIZ! EU NÃO VOU! - Só o que faltava era Bella se espernear ali. As lembranças vinham em sua cabeça.
- Filha, ele vai ser da família, e tem que saber o porque de tudo isso! Você não acha que ele estranha o fato de você ter perdido a virgindade com 17 anos? Com ele? Será que ele não estranhou quando você se recusou a convidar aquele verme pro jantar? - o ódio pela pessoa da qual estavam falando destruiu a máscara de calma e frieza de Renée. - Bella, isso faz parte da sua história. Ele tem que saber o porquê de você ser tão madura, tão diferente das outras.  - Swan parecia quase controlada. Ela sabia que a mãe estava certa. Mas só de pensar em Edward a olhando de um jeito diferente... Ela se descontrolava de novo.
- EU NÃO POSSO! - ela falou, mas sabia que ia concordar logo. Renée também.
- Amanhã, depois da aula, venha almoçar aqui em casa com ele. Eu marco com o Charlie para amanhã, e vocês terão a casa para conversar. Explique tudo. Você vai ver filha, seu relacionamento com ele vai melhorar!
- Já está muito bem, obrigada – ela respondeu, friamente.
- Bella, por favor. Você não é criança, sabe que é isso o que tem que fazer. - e então Bella desatou a chorar, dessa vez para se conformar do que teria que fazer. Acabou adormecendo ali, na sala, no colo da mãe.


PDV Jacob Black.

          Ah, como é bom passar um domingo no parque... Jacob sabia disso, e queria isso também, mas não podia. Merda de castigo. Eu não sou criança, porque isso agora? O pior de tudo é que Jéssica era a única que estava disposta a perder um  domingo ensolarado com ele. A campainha tocou, e ele foi atender, tentando não fazer careta. Abriu a porta, e quase caiu para trás. Jéssica não estava sozinha. Estava com uma garota. Linda. Morena, olhos negros, cílios longos e cheios, o cabelo liso até a cintura. Devo ter morrido de tédio e agora estou no céu. Não, provavelmente estou no inferno, já que no meu céu Jéssica não estaria nem a 1000 km de distância.
- Bom dia, jakezinho!! - Jéssica falou, e Jacob sentiu ânsia de vomito. Já estava de saco cheio de Jéssica.
- Oi, quem é a sua amiga? - ele foi logo perguntando, olhando para a garota.
- Ahh, essa é a Leah. Leah, esse é o Jacob, de quem eu te falei.
- Oi, Jake. - ela falou, sorrindo. Jacob também sorriu, quase involuntariamente.
- Onde estão seus pais, jakezinho? - Jess perguntou, olhando a casa toda.
- Eles saíram, foram aproveitar o domingo. - ele respondeu, de cara amarrada.
- Então eu vou comprar bebidas para nós, e vamos aproveitar a tarde!! - ela disse, e saiu, sem nem ao menos levar Leah junto, já que a mesma estava com uma cara azeda. Jacob entendeu na hora.
- Você não bebe. - não foi uma pergunta.
- Não, e não admiro quem o faz. - ela disse, e suspirou. - Posso entrar?- ela falou. Jacob corou. Como podia ser tão rude?
- Bom, então hoje acho que vou acompanhar você. Já me meti em muita fria por causa das bebidas. Você toma pepsi?
- Com certeza – ela sorriu. Será que uma porta trancada impediria Jéssica de entrar aqui? Não, ela daria um jeito de entrar pela janela. Pensou ele.
- De boa, o que você faz andando com uma garota como a Jéssica? - Leah riu, e Jacob ficou aliviado por ela não ter se ofendido.
- Não tenho muita escolha, sabe? Ela é minha prima. Meus pais tiveram que ir para a Europa, só voltam no final do ano, então até lá eu vou morar e estudar aqui. Mas não, eu não andaria com a Jéssica se tivesse alguma outra opção.
- Você pode andar comigo, se quiser. - ele falou. O que estava acontecendo? Jacob Black não perguntava as garotas se elas queriam andar com ele, elas é que se ofereciam.
- Eu não sei, Jéssica pode pensar que está rolando algo entre nós. - Como? Jacob não entendia aquilo. Que garota naquela escola não iria querer que as demais pensassem que ela estava com Jacob Black? Só mesmo Bella Swan. Essa garota parecia mesmo com Swan. Fisicamente eram totalmente diferentes, mas o jeito, o olhar... Muito parecidas.
- Não se preocupe, não vou atacar você. - ele sorriu e ela também.
- Bom, então por mim tudo bem.
- Quer assistir um filme? - ele perguntou. Era estranho demais não ir direto para a etapa final. Mas Leah parecia o tipo de garota para namorar.  Posso mudar por ela. Estou precisando mesmo.
- Mas e Jéssica? - Leah perguntou, e Jacob viu que ela não estava realmente preocupada. Só falou por delicadeza.
- Ela pode perder os trailers. Quer pipoca? - Tão estranho... Porém tão... agradável.
- Claro. - mas ao invés de ficar esperando no sofá, ela foi para cozinha com ele. - Que tal assim: Eu faço a pipoca, e você bota os refrigerantes? - disse sorrindo.
- O que você quiser. - ele falou, abobado.
        Já estavam sentados no sofá, comendo pipoca e tomando pepsi quando bateram na porta.
- ENTRA, JÉSSICA. - nem precisou falar duas vezes. Jéssica já entrou, falando, como sempre. Reclamava de não sei o quê.
- O que é que vocês dois estão fazendo? - ela perguntou, quando chegou na sala.
- Bom, eu estou tomando pepsi. - Leah disse, sem olhar pra ela. Jacob fez força pra não rir.
- Eu to vendo Leah. - Jess respondeu, zangada.
- Por que perguntou, então? - ainda não olhava pra ela. Jacob deixou escapar uma risadinha, e Jéssica sentou do lado dele, bufando. Pegou uma garrafa de vodca, abriu e tomou, sem nem respirar. Leah a direcionou um olhar de reprovação, depois voltou ao filme, que tinha começado.
        Assistiram o filme em silêncio, Jéssica bebendo e tossindo. Foi aí que Jacob viu, pela primeira vez, o quão vergonhoso era ficar bêbado. Ele sempre fazia parte do grupinho dos embriagados, então não via o comportamento de nenhum dos amigos. Eu não posso ser tão nojento. Mas aí ele perdeu o fio da meada. Alguém estava segurando sua mão. Leah estava segurando sua mão. Leah está segurando minha mão!!!!!!!!! Ele olhou para a TV, e viu um homem sendo morto a base de facadas, depois olhou para Leah, e ela tinha os olhos arregalados.  Eu te protejo, não tenha medo. Ele pensou em dizer, mas concluiu que não era hora. Iam ter tempo. Ela ia ser dele, nem que levasse o tempo todo em que ela estivesse na cidade.