Edward já não estava mais na sala do diretor. Não simbolicamente falando, pelo menos. Estava viajando em seus pensamentos, perplexo demais para fazer algo além disso. Não havia tido nem um réles mês daquele paraíso e as coisas já tinham começado a dar errado para ele. Será que Tanya entrou em contato com algum serviço de disk-macumba?, se perguntou ele, tão fora do normal que nem se achou idiota por pensar que existia algum disk- macumba. Mas então, quando o diretor pigarreou, e ele voltou ao planeta Terra, trouxe uma pavorosa realidade: O tal aluno só poderia ter sido Jacob Black, que com certeza poderia alegar coisas que prejudicariam o professor. Resolveu se fingir de inocente. Afinal, eles não tinham provas de nada.
- Comportamento estranho? Isso seria...? - Edward fez uma muito bem fingida cara de horror, tão boa que o diretor parecia ter acreditado.
- Sim, Edward, desculpe estar tendo essa conversa com você, mas faz parte dos meus deveres como responsável superior dessa escola. Sei que você não fez nada. - e com sua visão periférica, Edward viu o professor coçando algo embaixo da mesa. ah merda, esse bambi não se controla? aposto que está coçando o que não deve.
- Mas está certo que não fiz! Agora, se não se importa, gostaria de saber quem foi o aluno responsável por tal mentira. - só para confirmar, antes que eu mate o pirralho errado.
- Sinto muito Edward, mas não posso revelar. - ele disse, aparentemente decidido.
- Por favor, Alec, está claro que eu não vou fazer nada contra esse aluno... - tenho talento pra boiolisse, pensou Edward, preocupado. O diretor, por outro lado, ficou totalmente encantado; pensou que se dissesse o que Edward queria, a conversa poderia ir para outro rumo.
- Bom, é, não conte a ninguém que eu lhe falei, certo? - ISSO!
- Claro que não.
- Foi o senhor Newton.  - quem?
- Newton? o senhor quer dizer... Mike Newton?
- Sim, ele mesmo. Por favor, Edward, vamos esquecer isso, agora que já sabemos da verdade... - sugeriu ele esperançoso.
- Nossa! Faltam apenas três minutos para o sino bater! Vou correndo para minha próxima aula, preciso rever os assuntos de hoje!  - mentira deslavada; Edward sempre via e revia toda a matéria que iria passar um dia antes, para não correr risco de passar algo errado.
- Mas... Achei que... - mas Edward já saíra; dera um tchau muito mal dado e bateu a porta, deixando o diretor morrendo de vontade de correr atrás dele.
            Ainda não posso acreditar, Mike Newton? Mas quando é que ele viu a mim e Bella? Nós nunca nos tocamos em lugares publicos. Por mais que tentasse, o professor não chegava a conclusão alguma; esse não era um simples desafio lógico que ele tanto gostava de resolver, e sim a sua vida, em que o pior sempre acontece: você nunca vê o que está na sua cara.

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           Já a noite, Edward não suportou mais, e ligou para Bella, que não havia ido a sua casa durante a tarde pois tinha um trabalho importante de biologia para fazer.
- Edward? - Bella estranhou; ele nunca havia interrompido seus estudos antes, até porque achava sempre deixava muito claro seu agrado por ela realmente se interesar por isso. Por outro lado, pensou ela infantilmente, eu preciso mesmo ouvir a voz dele, senão posso pensar que ele não é real.
- Bella, me desculpe por ligar, sei que você está ocupada, mas preciso falar com você, é realmente sério; precisamos resolver algo juntos. - Como não sabia o que era, ela gostou daquilo; quem se importa com o trabalho? Aquilo a surpreendeu. Ela nunca pensava assim. Era sempre os estudos em primeiro lugar. Bom, agora eu realmente tenho uma vida fora dos livros, lembrou ela feliz.
- Não tem problema, eu já estou no final... O que aconteceu?
- Hmm, sei que provavelmente é pedir demais, mas você pode vir aqui? Prometo que te devolvo antes das 22hrs. - infelizmente, imendou Edward em pensamento. Que pena, pensou Bella.
- Estou indo para aí. - ela disse, procurando se lembrar onde deixara a chave do carro; voltara da oficina havia uma semana, mas Bella só andava de carro com Edward agora, nem ao menos havia entrado nele.
- Não precisa; eu pego você aí. - Bom, não vou precisar dos seus serviços hoje chave, mas é melhor você parar de se esconder.
- Tudo bem, estou esperando. - e desligou, e enquanto trocava de roupa pensava em como sua vida mudara desde que conhecera Edward. Sem exageros literários, nem momentos depressivos em que ela queria ficar sozinha. Devia ser por isso que Renée agradecia a Deus cada a vez que ela dizia que ia sair com Edward. Agora a vida era cor-de-rosa, seus pensamentos recheados de cenas de amor com ele, e seu cérebro trabalhando freneticamente nas aulas de matemática. Afinal de contas, além de namorado ele era seu professor, e tinha que se orgulhar dela. Opa. Estacou no lugar onde estava, com a saia jeans na coxa, voltando ao último pensamento que teve. Edward nunca falara em namoro. Bella não prestava atenção nisso, já que considerava a adoração que sentiam um pelo outro mais importante e séria do que um namorinho. Mas seria bom um pedidozinho... ela pensou, mas logo se cortou. Que infantilidade é essa, Swan? Você acha que ele estaria com você se soubesse que esse tipo de criancice passa pela sua cabeça? Mas não houve jeito. Tentou, tentou e tentou, mas seus pensamentos voltavamao assunto sempre que ela se concentrava em outra coisa, como piscar, se mover ou respirar.

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    Quase chegando, pensava ele, vamos resolver isso juntos.
    Edward estava se sentindo horrivelmente estranho. Estava ansioso para contar a Bella o que havia acontecido, e sentia uma necessidade fora do comum de vê-la e sentí-la em seus braços novamente. Entrou na rua do apartamento de Bella, tentando controlar a vontade de estar dentro dela. Não faziam amor há dois dias, mas já parecia uma eternidade para ele.
    Buzinou, e em menos de dez segundos Bella apareceu. Estava esperando no hall, praticamente grudada a porta de saída.
    Entrou no carro. O pensamento voltou, e sem notar ela falou o que não queria falar antes de Edward contar o que queria.
    Edward não conseguiu esperar; assim que ela entrou no carro ele falou, sem nem perceber que Bella começara a dizer algo.
- Precisamos conversar – disseram os dois ao mesmo tempo.