Malditos Cromossomos escrita por Felipe Arruda


Capítulo 8
Lampejos de luz




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Samuel estava deitado na espreguiçadeira olhando para o céu escuro que relampeava. O suor escorria pela sua testa devido à noite quente e abafada.

— Vai chover – disse ele.

Helena estava deitada na espreguiçadeira ao lado enrolando os cabelos com o dedo indicador e balançando o pé levemente. Ela também olhava para as nuvens que ficavam brilhantes com a carga de energia dos relâmpagos.

— Graças a Deus... – Disse ela. – Eu não aguento de tanto calor.

Naquela tarde, logo após os dois tomarem seus sorvetes, decidiram ir ao cinema assistir a um filme qualquer antes de ambos caírem de cara nos estudos sobre as teses de clonagens. Então, Samuel e Helena sentaram um ao lado do outro no cinema e assistiriam ao filme Lucy.

O filme era bom e fez Samuel pensar a respeito sobre pessoas com poderes sobre humanos. Quando ele era criança seu maior sonho era poder ler mentes e descobrir o que todos pensavam sobre ele, seria perigoso, agora ele vê que saber o que os outros pensam de você nem sempre é algo positivo, mas mesmo assim, ele sonhava em ser diferente. Ser especial.

Depois do filme, D tentou outra tentativa de comunicação com Helena enquanto eles comiam algo na praça de alimentação do shopping Cataratas, mas ela voltou a se recusar em falar com ele. Samuel ainda estava um pouco cabreiro em relação a shoppings já que sua última experiência havia sido quase desastrosa.

Dentro do táxi, no caminho para a casa de Bruno, Samuel se lembrou da conversa que ele havia tido com o com seu sósia naquele mesmo dia um pouco antes do encontro na sorveteria.

— O que você entende sobre Projeto DNA? – Perguntou Samuel para Helena. Ambos estavam no banco de trás do carro. O rádio estava ligado, mas a música que tocava em espanhol era baixa. Helena ficou quieta por um segundo absorta em seus pensamentos e depois de um suspiro respondeu.

— Nada. – Ela sorriu gentilmente e olhou para a janela contemplando a paisagem caótica do transito de Foz do Iguaçu.

Samuel olhou para o céu relampeando e se lembrando das coisas que os dois haviam feito naquela tarde. Helena parecia observá-lo sempre atentamente. E não só nele, como em qualquer coisa ao redor dos dois. Como se estivesse esperando algo acontecer a qualquer momento. Os dois haviam passado as últimas horas dentro da biblioteca fazendo suas teses sobre clonagens e lá dentro Samuel pode perceber o quanto ela o observava, quase como se o estudasse.

Enquanto escreviam em seus cadernos, Helena disse que era a favor dos experimentos científicos caso eles não fizessem dano algum ao ser humano clonado.

— Se ele puder levar uma vida normal – disse Helena – não vejo problema algum.

Samuel se colocou contra argumentando que humanos não deveriam brincar de ser Deus, tentando criar clones a partir de outros humanos.

Durante a pesquisa na biblioteca, mesmo não acreditando que a clonagem em humanos fosse possível, Samuel encontrou um artigo na internet sobre clonagem que dizia: O precioso mundo dos animais de estimação acaba de ganhar mais uma novidade polêmica: uma empresa da Califórnia está clonando cachorros. A ideia é clonar cachorros para que as pessoas possam ter cópias idênticas de seus animais de estimação quando eles morrem. Apesar de a empresa ficar nos Estados Unidos, o procedimento em si é feito na Coreia do Sul, país onde a prática é permitida. Detalhe: a empresa só clona cachorros; nada de outros bichinhos de estimação. O ideal é que o animal esteja vivo para que seja feita a coleta das células para a clonagem. Mas, caso o cão a ser clonado já tenha morrido, o dono tem até 5 dias para enviar o material à empresa, que fará a coleta das células para iniciar o procedimento. O processo de clonagem leva de seis meses a um ano. Segundo a empresa, o clone é uma cópia idêntica do animal original, do ponto de vista genético. A companhia ressalta ainda que não garante que o clone tenha a mesma personalidade do cachorro original. Mas, segundo alguns donos, a personalidade dos cães é mantida caso os clones sejam criados em condições semelhantes. Aquilo fez Samuel questionar que: Uma ovelha já havia sido clonada e que agora cães também podiam sobreviver ao processo, então seria possível tal procedimento em humanos?

Depois de terminarem as teses, Samuel e Helena haviam ido até a piscina para respirar o ar quente da noite.

— Seus pais não ficam preocupados com você estar tarde na casa de alguém que conheceu há um dia? – Perguntou Samuel. Ele havia olhado a hora num relógio de parede quando passaram pela cozinha para beber um copo de suco bem gelado. Era quase meia noite.

Helena parecia absorta em seu próprio mundo. Um mundo que parecia ser distante e inalcançável. Ela também suava e continuava com o olhar fixo no céu com as suas descargas elétricas ficando cada vez mais forte.

— Eu disse que ia dormir na casa de uma amiga – disse ela sem tirar os olhos do céu. – Meus pais não são muito encanados em mim ou no que eu faço. Levei sorte.

Samuel olhou de relance para a garota deitada a centímetros de distância dele. Ela parecia um pouco mais velha agora com toda aquela sobriedade no rosto.

— Amiga? – Perguntou Samuel arqueando a sobrancelha. Helena olhou para ele e sorriu.

— Você não está a fim de fazer algo insano? – Perguntou ela se levantando e parando na borda da piscina. Ela olhou para a água escura devido a pouca claridade e fechou os olhos quando uma brisa fresca bem leve soprou em seu rosto.

— Tipo o que? – Perguntou Samuel seguindo a garota com os olhos.

Helena permaneceu em silêncio por alguns segundos e tirou lentamente a camiseta preta e a jogou no chão de tacos de madeira que revestia em volta a piscina. Samuel notou uma tatuagem em sua costela, era um filtro dos sonhos que começava em baixo do seio direito e descia até a cima da linha do umbigo.

Samuel respirou com dificuldade, olhou para a porta que dava para a cozinha e respirou com alívio ao lembrar que não havia ninguém em casa. No almoço daquele mesmo dia ele acabou descobrindo que George e Angelina haviam ido para São Paulo e que só voltariam em três dias. A empregada da casa, Rosa, e a cozinheira, Joana, já haviam ido embora. O único que morava na casa era Amador, o motorista tinha um quarto, num puxado atrás do labirinto natural de pingo de ouro que ficava na frente do salão de festas. Samuel e Helena estavam do lado oposto de onde Amador dormia.

Samuel voltou a olhar para a garota que tirava o short jeans lentamente. Quando a peça caiu no chão o coração dele deu um salto impressionantemente alto. A garota a sua frente usava um sutiã preto e uma calcinha fio dental da mesma cor. Ela olhou por cima do ombro para Samuel e sorriu.

— Você não vem? – Em seguida pulou na água. Quando ela emergiu sua pele estava prateada devido à iluminação fraca. Helena ficou quieta por alguns segundos olhando fixamente para Samuel. – Vai entrar ou não? – Seu tom de voz era travesso e um tanto malicioso.

Samuel levantou e tirou a camiseta que o sufocou à tarde inteira. A bermuda caiu no chão e ele se jogou na piscina antes de Helena perceber que ele estava bastante excitado com a imagem dela tirando a roupa a centímetros de distância dele.

A água estava morna e deliciosamente acolhedora. O céu continuava com seus relâmpagos intensos a cada passar do tempo e o coração de Samuel parecia uma bateria de escola de samba.

Os dois ficaram de frente um para o outro a menos de um palmo de distância. Além dos relâmpagos, trovões começaram a ecoar pelo céu, mas aquilo não impediu que continuassem a sustentar o olhar um do outro. Então, de repente, uma lágrima escorreu do olho de Helena, Samuel a secou com o dedo indicador.

— O que foi? – Perguntou ele.

Helena engoliu em seco.

— Eu acho que estou fazendo a coisa errada... – Disse ela desviando o olhar para um ponto qualquer. – Você... Você é tão doce... tão bonito... – Ela voltou a encarar os olhos de Samuel – Você merece coisa muito melhor do que eu.

Naquele instante, Samuel se lembrou de algo que havia lido num livro sobre a teoria dos vinte segundos de coragem insana, que era basicamente o seguinte: Os vinte segundos de coragem insana consiste em fazer algo insano por vinte segundos sem pensar nas consequências. Essa teoria serve para deixar as pessoas com mais coragem e realizadas consigo mesmas. Isso vale para qualquer coisa na vida, desde que te faça feliz. Pelo menos uma vez na vida, nós temos que pensar por vinte segundos de forma insana, porque a vida passa de forma rápida e somos nós que temos que decidir como vamos vivê-la.

Então, ainda com aquilo dos vinte segundos de coragem insana na cabeça, Samuel beijou Helena.

Foi estranho no início, aquele estava sendo o primeiro beijo dele e por sorte ele estava sendo correspondido. Em algum momento dentro da água as coisas mudaram e ficaram mais íntimas e intensas. Cada toque na pele era uma explosão elétrica que fazia seus hormônios vibrarem. A intensidade do beijo fazia Samuel delirar.

Quando eles se separaram pingos de chuva começavam a cair sobre eles. O céu estava iluminado de relâmpagos audaciosos e lindos. Helena acariciou o rosto de Samuel e sorriu. Em seguida foi até a borda da piscina e saiu da água sem explicação alguma. Samuel a seguiu em silêncio com muita coisa passando pela cabeça naquele momento.

— Eu beijo mal? – Perguntou ele.

Helena riu e abaixou os olhos onde viu uma elevação protuberante entre as pernas de Samuel. O garoto seguiu o olhar dela e automaticamente ficou vermelho.

— Desculpe... – Murmurou ele constrangido olhando para um ponto qualquer na piscina querendo loucamente que um buraco se abrisse naquele instante por de baixo de seus pés e o engolisse.

Helena engoliu a saliva da boca e molhou os lábios com a ponta da língua delicadamente.

— Bem – disse ela. – Quer saber? Que se dane... – Samuel encarou aqueles olhos tão intensos um pouco confuso, principalmente quando a garota se aproximou dele e o empurrou em direção à espreguiçadeira. Quando ele deitou, ela deitou em cima dele o beijando e apalpando cada parte do corpo dele.

Em baixo da chuva que se propôs a cair, os dois transaram e tudo o que Samuel conseguia pensar era que Helena também havia tido seus vinte segundos de coragem insana.

Ele sentia-se iluminado.

♦♦♦

Caia uma chuva torrencial do lado de fora da loja. Bruno estava sentado na banqueta de sempre debruçado sobre o balcão olhando para a chuva que caia do lado de fora deixando tudo por onde passava encharcado.

A noite passada ainda estava em sua mente nos mais nítidos detalhes. Bruno ainda não havia entendido o que o havia levado a beijar Luan. Ele não era gay, mas ele também nunca havia se interessado por nenhuma garota, então ele não sabia o que tanto o atraia em Luan.

Além disso, Bruno tinha problemas mais sério do que se preocupar com sua crise sexual. Ele sabia que algo estava errado com o seu corpo, não exteriormente, mas interiormente. Ele tinha aquelas crises de tosses que duravam cerca de um minuto, cuspia sangue cada vez em maior quantidade e sentia dificuldade para respirar. Bruno fez uma nota mental de que iria a um médico assim que trocasse de lugar com Samuel novamente, até isso acontecer ele ficaria em silêncio e tentaria sobreviver.

Com o vento forte mudando de posição a chuva passou a bater contra a loja entrando pela porta e molhando o piso. Bruno olhou para o relógio na parede em cima da cadeira da escrivaninha e soltou um suspiro curto. Era pouca coisa passado das nove da manhã e Luan não havia chegado ainda. Bruno passou a remoer cada segundo da noite anterior outra vez se sentindo a cada segundo mais tolo.

Com a chuva entrando cada vez mais pela porta aberta, Bruno se obrigou a levantar e ir fechar a porta antes que a chuva molhasse ainda mais o piso. Ele já imaginava que teria que secar tudo depois, antes que alguém com o calçado embarrado fizesse uma lambança ainda maior. Quando Bruno empurrou a porta de vidro de correr, uma mão o impediu que ela se fechasse por completo.

— Jesus! – Disse Bruno assustado. Ele podia até não ter falado nada para Samuel, mas Bruno andava um pouco relutante quanto ao fato do terceiro deles, o gêmeo malvado, aparecer e o atacá-lo. – Que susto!

Bruno abriu a porta e um Luan encharcado entrou na loja com os braços cruzados e com um leve tremor nos queixos que indicava frio. Bruno encostou a porta e ficou parado no mesmo lugar enquanto uma pequena poça d’água se formava em volta dos pés de Luan.

Os olhos dos dois se cruzaram por um instante e Bruno sabia decifrar o que ele estava sentindo naquele momento, então desviou o olhar para um ponto qualquer na prateleira do outro lado do balcão.

Luan tossiu de leve, nada comparado com as crises de tosse a que Bruno vinha tendo nos últimos dias, mas um alerta de que se ele continuasse molhado daquele jeito as coisas podiam ficar sérias para o sistema imunológico de Luan.

— Vem – Bruno revirou os olhos. Era como se ele tivesse perdido uma guerra importante naquele momento. – Ele passou pela portinha lateral e seguiu a passos curtos pela loja. Quando viu que Luan continuava parado no mesmo lugar ele bufou. – Olha aqui cara, você tem duas opções: ou sobe comigo e pega uma toalha ou fica ai e morre de frio enquanto eu assisto você tendo hipotermia lentamente. – Luan soltou um risinho quase imperceptível e foi andando em direção ao Bruno pelo mesmo trajeto feito pelo garoto.

Os dois subiram as escadas em silêncio e permaneceram daquele jeito quando chegaram à área de serviço da casa. Aquela parte da casa era composta por uma área com churrasqueira e uma mesa pequena e redonda com um vaso de flor quadrado e de plástico em cima dele. No mesmo ambiente estava à lavanderia com uma maquina “faz tudo” de lavar roupas e um tanque duas bocas. Sobre a cabeça deles estavam varais, alguns vazios outros com peças de roupas estendidos. A porta da cozinha ficava próxima a uma parede com uma porta mais larga que dava para uma segunda área, que ao contrario da de onde eles estavam não era coberta.

Luan encostou o corpo no tanque de lavar roupas enquanto Bruno tirou uma toalha seca do varal e estendeu para o garoto que pegou e secou o rosto automaticamente.

Bruno observou aquilo até o silêncio ficar constrangedor de mais e se encostou no tanque ao lado de Luan. O braço molhado do garoto encostou-se ao seu e um arrepio percorreu por todo o corpo de Bruno devido aquele contato, sendo o suficiente para ele quebrar o gelo.

— Desculpe por ontem à noite. – Disse Bruno encarando um Tênis Nike próximo a porta da cozinha. – Eu não sei o que estava pensando quando te beijei... – O peso daquelas palavras era como toneladas no ombro de uma formiga.

Luan suspirou.

— A gente não precisa falar sobre isso. – Disse ele parecendo um pouco incomodado.

— Quer saber? – Bruno saiu do lado de Luan e o encarou. – A gente precisa falar sobre isso sim! – Havia uma nota de raiva em seu tom de voz. – Eu não sei por que fiz aquilo! Eu só achei que fosse certo! – Bruno gesticulava muito com as mãos enquanto falava. – Eu não sou gay e pode ser difícil de acreditar nisso depois do que eu fiz ontem à noite, mas eu nunca me senti atraído por ninguém como me sinto por você!

Luan ergueu os olhos e encarou Bruno. Ele estava sério e parecia confuso. A toalha branca estava repousando sobre o ombro direito do garoto. Gotinhas de água escorriam lentamente dos cabelos de Luan pela testa até fazer a volta na linha do rosto e escorrer pelo queixo.

— Eu não sei quando tudo começou – continuou Bruno – mas eu acho que me apaixonei pela sua honestidade quando você me pediu desculpas por tudo o que aconteceu no passado. – Luan desviou o olhar para o chão – E... – Ele não sabia como falar aquilo. – E eu acho que estou apaixonado por você agora.

Luan ergueu os olhos.

— Como você pode achar isso? – Perguntou ele com a voz dura e áspera.

Bruno engoliu a saliva da boca e deixou sem querer uma lágrima escorrer de um de seus olhos. Falar sobre seus sentimentos estava sendo tão difícil.

— Eu sempre ouvi as pessoas dizerem como era sentir a paixão e o amor. – Disse Bruno. – Primeiro são as borboletas no estômago, aquela ansiedade em ver a pessoa que você gosta perto de você preenchendo um espaço que até então estava vazio.

Luan abaixou o olhar e encarou os pés.

— Então vem aquilo de nunca saber o que falar – continuou Bruno. – Você sente vontade de sorrir o tempo inteiro e pensa em falar mil coisas inteligentes, mas quando vê a pessoa que você gosta as palavras somem, a garganta fica seca e você fica quieto admirando toda a glória e toda a luz que ela irradia.

Bruno cruzou os braços sobre o peito e desviou o olhar para a cerâmica cinzenta do chão.

— Até que por fim você imagina cada toque, desfruta de cada sensação e tudo o que você mais deseja é que a outra pessoa sinta o mesmo por você. – Disse Bruno. Ele voltou a encarar Luan e o garoto levantou os olhos até que ficassem na mesma altura dos de Bruno. – Eu só sabia sobre isso pelos livros que eu li durante minha vida, pelos filmes que eu vi e pelo o que eu já ouvi de pessoas que se apaixonaram... – Mais uma lágrima escorreu involuntariamente. – Eu senti tudo isso com você... cada descrição... cada sensação... – Ele engoliu em seco e desviou o olhar. – Acho que você está muito a fim de socar a minha cara, não é?

Luan suspirou.

— Na realidade – disse ele – eu estou bem a fim de te beijar agora.

Bruno olhou para ele confuso e no instante seguinte Luan já havia o puxado pela cintura e conectado seus lábios aos dele. O corpo de Luan estava molhado por conta da chuva, mas Bruno não se importou com a temperatura e nem com a água, ele estava ocupado de mais desfrutando do momento.

Quando eles olharam um para o outro, ambos sorriam. Luan ainda estava segurando Bruno pela cintura e Bruno estava com as mãos no pescoço de Luan. Havia uma faísca de excitação ardente e forte entre os dois naquele instante.

— Quer conhecer meu quarto? – Disse Bruno sussurrando cheio de malícia no ouvido de Luan. Luan soltou um risinho e apertou ainda mais as mãos na cintura de Bruno.

— Adoraria... – Respondeu ele – Mas eu estou ensopado. Não quero molhar o seu quarto. – Ele deu um beijinho no pescoço de Bruno e soltou outro risinho.

— Não tem problema se você tirar essa roupa molhada. – Disse Bruno rindo.

Luan desgrudou de Bruno e deu dois passos para trás. A princípio, ele não entendeu o que estava acontecendo, mas notou que um sorriso sacana estampava os lábios de Luan. O garoto tirou a camiseta que colava no corpo já que estava molhada e deixou o peitoral a mostra. Em seguida desabotoou a bermuda jeans e quando puxou o zíper para baixo o coração de Bruno disparou. A bermuda logo caiu no chão exibindo um Luan com uma cueca preta colada ao corpo.

— Tem certeza disso? – Perguntou Luan com um tom de voz que era tanto indecisão quanto malícia. Deixando claramente perceptível que ele também nunca estivera com outro garoto antes em sua vida.

Bruno estendeu a mão e quando Luan a pegou foi como se o gelo que cobriu boa parte da sua vida estivesse perdendo a batalha para as rachaduras na parede.

— Tenho – disse ele quebrando todo o gelo por fim e sentindo as borboletas no estômago baterem as azas como se aplaudissem os novos sentimentos que tomavam conta de seu corpo. – Com certeza. – Luan sorriu e foi como se o mundo fosse iluminado depois de séculos vivendo nas trevas.


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Notas finais do capítulo

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