Malditos Cromossomos escrita por Felipe Arruda


Capítulo 12
Os gêmeos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Espero que gostem!



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Caio estava dentro de uma casa noturna que não tinha uma boa fama na grande Cascavel. Ficava num lugar distante do centro e era propício para o uso de drogas e abusos de bebidas alcoólicas. Ele gostava daquele lugar porque era distante da sua realidade. Há dois meses a família de Caio havia se mudado da fazenda onde ele passou boa parte da vida para a cidade. Os pais de Caio acharam que seria mais fácil para o tratamento do câncer que começava a se manifestar.

O garoto tentou não pensar no câncer naquele momento e nem em todo o drama que aquela descoberta trouxe para a vida dele e de sua família. Caio andou até ao bar onde sentou num banco vazio e pediu para o bartender algo forte o suficiente para aquela noite virar um borrão.

Havia um grande movimento de pessoas indo de um lado para o outro com copos de bebidas nas mãos e cigarros acesos nos lábios. Não havia nenhuma banda programada para tocar naquela noite, mas havia um DJ com uma playlist de rock dos anos 90 bem depressiva o que combinava perfeitamente com o estado de espírito de Caio.

— Meu amigo acabou de dizer que ele está no estacionamento atrás de você. – A garota que dizia isso era alta, magra, tinha os cabelos negros curtos como um garoto e vários piercings na orelha e no rosto.

— Droga! – Disse à garota que falava com ela. Caio virou para olhar para a garota, mas ela estava de costas e tudo o que ele conseguia ver era o casaco de couro e a saia curta. – Ele vai contar pro meu pai se me pegar aqui...

Caio notou que a garota do cabelo curto estava o encarando com uma expressão não muito agradável. Ele sorriu, mas tudo o que ela faz foi fazer um aceno não muito discreto para a garota com quem conversava. Caio tentou disfarçar dando um gole na bebida em seu copo. Tocava Like a Stone nos autofalantes e ele gostava de mais daquela música.

A garota que estava de costas para ele finalmente virou e depois de quinze segundos com uma expressão de pânico no rosto, falou.

— Se você contar pro pai – disse ela – eu mato você.

Caio encarou aquela garota extremamente familiar. Ela tinha os olhos castanhos e a boca carnuda. Tinha um piercing no nariz e o cabelo preto era raspado de um lado. Por baixo da jaqueta de couro estava uma blusa do ACDC e varias correntes penduradas no pescoço. Ela era do tipo de garota que Caio estava acostumado a conviver e mesmo sabendo que eles não se conheciam, aquela sensação de já tê-la visto ficava a cada segundo maior.

— Vamos pra casa antes que você comece a fazer um escândalo – disse ela agarrando Caio pelo braço e seguindo em direção à saída da boate. Caio tentou falar com aquela garota, mas não conseguia. Ele a seguiu para fora da boate tomando o cuidado de não esbarrar em ninguém ou em derrubar seu copo.

A noite do lado de fora da boate era abafada. Perto da entrada havia uma rodinha com uns cinco adolescentes dividindo um baseado. Ninguém parecia preocupado com eles. Caio jogou o copo num canto da calçada e se soltou do braço daquela garota.

A fachada da boate era um tanto decadente e ficava num prédio velho. As casas ao redor estavam abandonadas e serviam perfeitamente como ponto de venda de drogas. Era ali que Caio comprava suas drogas. Na esquina do outro lado da rua estavam duas garotas com roupas curtíssimas e justas em busca de um cara disposto a pagar por um sexo rápido no banco de trás de um carro qualquer.

— Ei – disse ele. A garota virou e o encarou. Ela usava uma meia-calça rasgada e uma bota preta.  – Eu não sei o que está acontecendo, mas acho que você está me confundindo com outra pessoa.

A garota soltou um suspiro impaciente e estava prestes a falar algo com ele quando parou para encará-lo. Ela ficou o encarando por alguns segundos e o silêncio que se formou foi completamente constrangedor. Alguém da rodinha do baseado começou a rir sobre algo que acontecia do outro lado da rua, mas Caio estava tão concentrado naquela garota que nem deu importância.

— Quem é você? – Disse ela se dando conta de algo que não pareceu fazer sentido para Caio. – Isso é algum tipo de brincadeira? – Ela começou a olhar ao redor em busca de alguém. – Foi o Rafael que te mandou aqui?

Caio não tinha ideia de quem era Rafael ou aquela garota. Ela voltou a encará-lo. Dessa vez uma expressão de confusão invadiu seu rosto. Ela então olhou para as roupas de Caio, o cabelo comprido e encarou as várias tatuagens que ele tinha no braço.

— Isso é... – ela não conseguia falar direito. De repente, a garota ficou pálida e estática como se tivesse acabado de ver um fantasma. – Você... você é idêntico a ele...

Caio engoliu a saliva da boca sem entender o que estava acontecendo. Por um momento ele achou que ela podia estar se referindo a Demétrio, mas como ela podia conhecê-lo? Caio sabia que Demetrio havia tido uma vida de assaltos e pequenos crimes antes de encontrá-lo, mas ele já estava fora daquela vida há um tempo.

— Acho que você se confundiu – disse Caio. Ele parou para olhar para a garota pensando que provavelmente ela estaria sobre efeito de alguma coisa. Ele só estava sóbrio porque aquela garota havia o tirado de dentro da boate antes dele encontrar alguém vendendo qualquer coisa que pudesse fazer seu cérebro fritar. – Acho melhor eu ir...

— Não... – disse ela. – Eu nunca me confundiria... você é idêntico ao meu irmão... Rafael, meu irmão gêmeo.

♦♦♦

Caio estava sentado no banco de trás de um carro com banco de couro. O ambiente cheirava a um perfume forte que Caio interpretou vir do motorista e era justamente o motorista que o encarava pelo retrovisor. Rafael, o irmão da Rebeca. Um garoto idêntico a ele.

Havia um silêncio constrangedor dentro do carro que era quebrado por uma música da Kesha que tocava no rádio do carro sintonizado numa estação qualquer.

— Você só entra em roubada, não é Rebeca? – disse Rafael olhando para a irmã gêmea sentada no banco do carona.

Rafael tinha o mesmo rosto de Caio, mas eram bem diferentes fisicamente. Rafael era malhado e tinha um corpo bem definido. Ele era, sem dúvida alguma, um daqueles garotos que passava duas horas malhando pesado na academia. Os cabelos eram raspados e ele tinha uma pequena cicatriz no canto esquerdo da testa, mas não era nada comparado a que Demétrio tinha no rosto.

Pensar em Demétrio deixava tudo ainda mais complicado. Caio não conseguia manter um raciocínio lógico que pudesse conectar os quatro. Rafael e Rebeca eram gêmeos e ele achava que era o irmão gêmeo de Demetrio, mas se eles dois também eram idênticos a Rafael, como todos seriam irmãos? As coisas certamente seriam mais fáceis se seu pai falasse sobre suas origens, mas ele continuava num jogo estúpido de ignorar qualquer pergunta relacionada aquilo.

O carro seguiu por uma avenida próxima a uma praça bastante popular da cidade. Mais a frente havia um posto de gasolina e um ponto de táxi.

— Você pode parar aqui – disse Caio apontando para o estacionamento no posto de gasolina. Ele olhou para um taxi parado do outro lado da rua. – A gente não pode seguir com o seu carro. – Ele então saiu do carro e escutou Rafael reclamar algo com Rebeca.

— Esse cara pode ser um maluco – sussurrou ele nervoso. – Onde ele está querendo levar a gente?

Rebeca fechou a porta do carro com raiva e andou até Caio que seguia em direção ao táxi.

A noite estava quente e a avenida agitada. Caio tinha a sensação de que um desastre estava prestes a acontecer, mas decidiu manter suas sensações para si, já que Rafael parecia nervosinho de mais.

— Ele é idêntico a você seu idiota! – Disse Rebeca com raiva. – E nós somos gêmeos! Então se você não está nem um pouco curioso para entender o que isso significa, o problema é seu!

Rafael bufou e se deu por vencido. Ele e Rebeca eram gêmeos, mas completamente diferente um do outro. Rebeca tinha aquele estilo rebelde, o cabelo raspado de um lado, as unhas pintadas de preto e o piercing no nariz, enquanto Rafael tinha um corpo todo malhado e usava roupas caras e engomadas.

O filho exemplar e a ovelha negra da família— pensou Caio de repente como se aquilo soasse familiar de mais.

Os três entraram no taxi e sentaram no banco de trás. Caio que ficou separado de Rafael por Rebeca que sentou ao meio deles, deu as coordenadas para o motorista que não pareceu muito feliz com o percurso que teria que fazer naquela hora da noite.

— Eu pago o dobro – disse Caio. O motorista não pareceu muito feliz, mas fez a corrida do mesmo jeito.

O taxi deixou Caio e os gêmeos a duas quadras de distancia de onde ele pretendia ir. Ele conhecia bem as regras para poder estar ali e mesmo odiando o fato de ter que andar por ruas cheias de becos escuros e pessoas bem mal encaradas, ainda mais com Rafael reclamando de tudo a cada segundo, ele sabia que tinha que mostrá-los a Demétrio.

— Eu não acredito que a gente vai andar a pé! – Protestou Rafael. Ele olhava para a rua na espera de algo ruim. Os três estavam atrás de uma fabrica de tecido há duas quadras do prédio abandonado onde ficava o trailer do Demétrio. – Não foi desse lado da cidade que a polícia fez uma operação para pacificar ou tentar diminuir a violência? – Nenhum dos dois respondeu. – Meu Deus! – Choramingou Rafael colocando as duas mãos sobre o rosto – eu não acredito que eu vim até aqui para morrer...

Caio revirou os olhos.

— Cala a boca – disse Rebeca acendendo um cigarro. Ela passou um para Caio que aceitou. – Fique grato se eu não acabar te matando primeiro.

Rafael ficou possesso com a cena da irmã acendendo e fumando um cigarro.

 – Eu não acredito nisso! – Gritou ele. – O nosso avô é médico! Como é que você tem a coragem de colocar esse negócio na boca?!

Caio soprou a fumaça para o alto e olhou para Rafael.

— Se você continuar gritando desse jeito – disse ele – logo alguém vai aparecer. E acredite em mim quando digo que o pessoal que frequenta essa parte da cidade não é do tipo mais amistoso.

Rafael se aproximou de Caio com velocidade e o agarrou pelo colarinho o jogando contra uma parede de tijolos sem reboco com uma mistura louca de fúria nos olhos.

— Eu não dou a bunda suada de um macaco peludo pra o que você acredita! – Disse ele com raiva. Ele empurrou as costas de Caio contra a parede com força. – Eu só quero saber quem é você! Porque nós somos idênticos e que droga nós estamos fazendo aqui?! – Rebeca puxou o irmão que soltou Caio. – Então é melhor você ter as respostas que eu quero ou a coisa vai ficar bem séria pro seu lado.

Caio arrumou a camiseta e ajeitou as costas. Aquela pancada certamente deixaria algo roxo nele.

— Você vai querer ver o que eu tenho para mostrar – disse Caio tragando o cigarro mais uma vez.

Depois de se dar por vencido mais uma vez, os três continuaram a andar por duas quadras até chegarem aos fundos do prédio abandonado onde o trailer, que Caio conhecia perfeitamente, estava.

— Um trailer velho... – Reclamou Rafael – claro. Porque eu não pensei nisso.

Caio bateu na porta de lata três vezes e esperou meio minuto para dizer: – Prata é a minha cor preferida.

Caio escutou uma rápida movimentação do lado de dento do trailer e em seguida alguém falou.

— À uma hora dessas? – Perguntou a voz de Demétrio do lado de dentro do trailer – você nunca vem a essa hora... – ele parecia sonolento – Veio a pé?

Rafael e Rebeca se entreolharam.

— Essa voz é um tanto familiar, você não acha? – sussurrou ela para o irmão.

— Sim – respondeu Caio impaciente – Olha Dan, é muito importante se não eu não estaria aqui à uma hora dessas... Tem algo que eu quero te mostrar.

Tudo se fez silencio por meio minuto até que Demétrio respondeu do outro lado da porta.

— Você não veio sozinho, não é mesmo? – Perguntou ele.

— Não. – respondeu Caio. – Dan, você precisa deixar a gente entrar. Eu encontrei algo que pode estar ligado a nossa história.

Um breve momento de silêncio até que a porta se abriu depois de um clique. Caio encarou os olhos do seu sósia.

— Dan, esses são Rafael e Rebeca – ele olhou para os gêmeos e em seguida para Demétrio – Rafael, Rebeca... este é o Demétrio... o meu irmão gêmeo.

Rafael abriu a boca para falar algo, mas nada saiu de sua garganta. Rebeca também estava pálida e sem reação. Caio encarou Demétrio que também estava um pouco assustado com aquela situação.

 – E então Demétrio – disse Caio – até quando a gente vai ter que ficar parado aqui do lado de fora?

♦♦♦

Rafael e Rebeca estavam sentados no pequeno sofá velho do trailer enquanto Demétrio e Caio sentavam nas pequenas cadeiras ao lado da mesa de madeira velha e quebrada. O trailer estava tão abafado que Rebeca resolveu tirar a jaqueta de couro. A blusa do ACDC era regata e uma cruz tatuada no braço apareceu.

— Sério? – disse Rafael encarando a tatuagem no braço da irmã. – Uma tatuagem Rebeca? É sério isso?

Rebeca ignorou o chilique do irmão e olhou para os dois garotos sentados a sua frente.

— Eu não entendo – disse ela. – Como nós quatro podemos ser idênticos? ­– Ninguém tinha as respostas. – Como vocês se conheceram? – Perguntou ela.

Caio olhou para Demétrio e riu.

— Eu tentei assaltar ele – disse Demétrio – mas não consegui porque fiquei muito espantado quando vi o rosto dele. – Ele olhou para o sósia. – Eu teria o mesmo rosto se não fosse à cicatriz... – ele tocou de soslaio na própria cicatriz.

Rafael arqueou uma das sobrancelhas.

— Você tentou assaltar ele? – Perguntou o garoto claramente incomodado com aquilo. – Claro... isso não podia ficar melhor – murmurou.

Demétrio não deu muita atenção para o comentário de Rafael.

— Eu assaltava várias pessoas – disse ele normalmente. – Era assim que eu sobrevivia quando morava na rua.

Caio riu.

— Claro – disse Rafael rabugento – porque morar aqui – ele deu uma rápida olhada para o trailer – é melhor do que morar na rua... – Rebeca fuzilou o irmão com um olhar que decidiu ficar quieto.

— Eu tinha acabado de descobrir sobre o câncer e sobre a minha família quando Demétrio tentou me assaltar – disse Caio mudando de assunto.

Rebeca tentou se ajeitar no pequeno sofá e encarou Caio seriamente.

— Câncer? – Perguntou ela. – Você tem câncer?

Caio fez que sim com a cabeça.

­– Eu tenho câncer nos pulmões – disse ele – mas está num estágio inicial. O médico disse que meus pulmões são velhos, apesar de eu só ter dezoito anos.

Os gêmeos pareciam refletir sobre aquilo.

— Como assim velhos? – Perguntou Rafael. Ele era grande de mais para o pequeno sofá e ficava a todo instante se mexendo na tentativa de encontrar uma posição confortável.

­ – O médico disse que podia ser uma anomalia genética causada por algum dano na minha formação de DNA.  – Respondeu Caio – Em todo caso, ele disse que era genético, rápido e fatal. Uma característica assim só podia ser herança genética o que acabou colocando meus pais numa posição difícil.

— Genética... – disse Rebeca como se parasse um momento para refletir sobre aquela palavra. 

— Quando eles foram indagados por essa deficiência em meus pulmões os dois ficaram bastante surpresos porque ninguém na família já tinha tido algo parecido com aquilo. – Continuou Caio. – Foi então que eles se perderam nas próprias mentiras e resolveram dizer a verdade sobre mim... sou adotado.

Os gêmeos se entreolharam.

— Eu então quis saber a verdade sobre mim, minha família e minha história, mas os dois se recusaram a falar algo – Caio riu – então eu fui bem maduro e disse que só iria iniciar o tratamento quando soubesse algo sobre o meu passado e até agora não tive reposta alguma.

Rafael o encarava seriamente.

­– Não esperaria menos de alguém com a aparência como a sua... – disse ele. Rebeca deu uma cotovelada no irmão e o mandou calar a boca.

— Eu conheci Demétrio naquele dia. – Continuou Caio com a história. – Eu saí com tanta raiva da minha casa naquela tarde, porque ninguém me contava absolutamente nada, e decidi comprar alguma coisa para usar.

— Como assim comprar alguma coisa para usa? – perguntou Rafael. – Tipo um casaco ou coisa do tipo?

— Drogas – disse rebeca. O garoto simplesmente fez um gesto com a mão como se desistisse de tentar entender a personalidade de Caio.

— Foi então que eu fui abordado por Demétrio que tentou me assaltar, mas não conseguiu quando viu meu rosto – disse Caio. – Foi então que eu sabia que deveria saber mais da minha história porque eu tinha acabado de descobrir um irmão gêmeo perdido que também não sabia nada sobre suas origens.

— Eu fugi de um orfanato de Curitiba – disse Demetrio – fui morando na rua e indo de um lugar para o outro até chegar aqui em cascavel. – Ele olhou para os gêmeos um pouco confuso. – Tem certeza que vocês são irmãos gêmeos?

Rafael achou a pergunta um tanto burra.

— É claro que sim – disse ele arrogante. – Nós temos as fotos da minha mãe grávida, um vídeo do meu pai quase morrendo do coração no nosso parto e toda a papelada da inseminação...

— Espera – disse Caio – como assim inseminação?

— Nossa mãe não conseguia engravidar – disse Rebeca – então participou de uma inseminação artificial na clinica onde meu avô trabalhava. A Progênese.

Caio sentiu o ar faltar em seus pulmões.

— A mesma clínica que eu nasci – disse ele. Caio olhou para Demétrio – fica em Curitiba, não é?

— Na cidade onde eu nasci... – disse Demétrio – cidade onde eu vivi por quinze anos...

Todos se entreolharam.

— O que isso significa? – perguntou Rafael.

— Que de algum modo – disse Rebeca pensativa – estamos todos conectados.


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Notas finais do capítulo

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