Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 4
Capítulo 4 – Eu Só Quero Ser Um Anjo Pt. I


Notas iniciais do capítulo

"They say before you start a war,
you better know what you're fighting for"



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~Fresno, California~

[Sam]

Sangue. Era tudo o que conseguia ver naquela sala. Tinha acabado de chegar à cena do crime e já estava cansado de lá estar. A esta hora o Dean já estava longe. O sangue com que a mensagem estava escrita já estava seco e os paramédicos disseram que a rapariga já estava morta a cerca de 11 horas. O corpo já lá não estava, tinha sido removido antes de eu chegar mas pelas fotos que me tinham mostrado, ele estava em muito mau estado: um braço, o nariz e 3 costelas partidas, uma mão mutilada e 1 pulmão perfurado. Tinham encontrado os dedos espalhados em 5 pontos diferentes da sala. Tinha sido esfaqueada 13 vezes… Estava a ficar enjoado. Decidi ir apanhar um pouco de ar e ligar ao Cas para pedir ajuda. Entrei no 65 Mustang e dirigi-me de volta para o bunker, no Kansas.

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Estava sentado numa cadeira na sala principal quando Cas apareceu. Estava pálido e parecia-me meio desnorteado. Fiquei a olhar para ele. Ele aproximou-se da mesa e perdeu o equilíbrio agarrando-se a uma cadeira para não cair. Fui ajudá-lo.

–Hey, hey, Cas. Calma. – Disse enquanto o segurava. Ele tinha a respiração pesada. – Estás bem? Que se passa? – Perguntei enquanto o ajudava a sentar-se. Ele olhou para mim cansado.

–Nada… nada. É só a graça que se está a esgotar mais depressa do que eu estava à espera. – Respondeu-me com uma voz rouca.

–Isso parece-me bem mais que “nada”. Há razões para me preocupar? – Estava mesmo preocupado.

Ele olhou-me nos olhos por uns segundos, baixando depois a cabeça.

–A graça não é minha, então rejeita-me perdendo o seu poder e enfraquecendo-me durante esse processo… - fez uma pausa. Respirou. – Quando não houver mais graça eu morro. - Fiquei em choque. Abri a boca para dizer algo reconfortante, mas não havia nada que pudesse dizer. Pousei a cara na minha mão, pensativo. – Já encontraste alguma coisa sobre o Dean? Quanto mais cedo o encontrares menos fraco eu vou estar para te ajudar. – Disse.

–Cas, isto, que se passa contigo, é mais importante…

–Mais importante que travar o teu irmão? – Perguntou arqueando as sobrancelhas. – Eu sou só um anjo, Sam. O teu irmão é o Cavaleiro. Acho que a prioridade aqui é o Dean e não eu. Eu descobrirei uma maneira de atrasar o processo, está descansado. – Continuou, recostando-se na cadeira.

Olhei-o. Estava com aspeto cansado e doente. Queria ajudá-lo mas não sabia como; afinal como se ajuda um anjo que está prestes a morrer por causa de uma graça que nem lhe pertence? Não é algo que se encontre nos livros.

–Mais alguém sabe do que se está a passar contigo? – Perguntei-lhe.

–Como tu e o teu irmão presenciaram, todos os anjos sabem que a graça não é minha, mas só a Hannah sabe o quão má a situação está. Ela tem-me ajudado em tudo o que pode no Céu, até chega a fazer mais coisas que eu, por isso temos passado muito tempo juntos pelo que é difícil esconder-lhe o que se passa. Ele deve estar neste momento a tentar descobrir uma maneira de me curar ou de pelo menos arranjar algo que me permita sobreviver. – Contou-me em esforço.

O meu telemóvel tocou. Atendi.

–Daqui fala o Sam.

“Hey, Sam. É o Sebastian, daquele caso da Vetala a uns anos atrás perto de Richmond…”

–Ah, sim Sebastian. Eu lembro-me disso. Precisas de ajuda em alguma coisa?

“Por acaso eu e um amigo meu, estávamos a caçar uns demónios em Hurricane... é uma cidade pequena, no estado de Utah e um demónio que conseguimos capturar contou-nos coisas bem interessantes… sobre o teu irmão, Dean.”

Engoli em seco, se eles já sabiam, quantos mais caçadores já teriam descoberto também? Respirei fundo e tentei permanecer o mais calmo possível.

–Que coisas? – Perguntei finalmente.

“Ele contou-me que ele é um demónio… e uma história qualquer sobre uma marca, bem não me interessa. O que me chamou à atenção, para além da parte do demónio, foi ele ter-me contado que ele trabalhava para o Crowley e que estavam os dois atrás dele.” Fez uma pausa. “É claro que eu não acreditei… Um Winchester?! Demónio e a trabalhar para o Crowley? Basicamente nós matamos o demónio e fomos todos descansados embora, isto é, até eu encontrar o teu irmão a matar o meu amigo num beco ao pé do bar onde estávamos. E quem estava com ele? Eu respondo por ti: Crowley.” Ele falava com uma voz profunda. “Agora diz-me Sam: o que é que eu faço com o que vi? Não posso fingir que está tudo bem! O teu irmão matou o meu amigo!” Dizia já aos berros. “Caramba, o teu irmão é um monstro!” Parou para respirar.

–Sebastian, acalma-te… - pedi.

“Não te atrevas a pedir-me para me acalmar, Winchester! Só liguei para te avisar que a próxima vez que vires o teu irmão, eu vou estar lá a esfaqueá-lo no coração.”

–Sebast… - não tive tempo para responder, ele já tinha desligado. – Raios! – Gritei atirando o telemóvel para a mesa. O Cas olhou para mim.

–Que se passa? – Perguntou tentando levantar-se.

–…O meu irmão, ahm, matou um caçador… - expliquei resumidamente. – E tenho a certeza que não vai ser o último. – Tentei lembrar-me da conversa toda ao telemóvel. - Anda, temos que ir para Utah. Agora!

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[Castiel]

Tinha feito a viagem até Hurricane de carro com o Sam. Tinha que poupar as minhas energias ao máximo até encontrar o Dean. Eu não estava bem. E estava muito pior do que tinha contado ou mostrado estar ao Sam. Tinha constantes tonturas e várias manchas começavam a aparecer-me no corpo dando um ar translúcido à minha pele; era a minha roupa que não permitia que se notassem, mas várias zonas do meu corpo estavam cobertas dessas manchas que davam um ar transparente à pele.

A Hannah tinha-me dito que me contactava mal me arranjasse uma solução, mesmo que fosse uma temporária, mas o tempo cada vez era mais curto e noticias dela, nenhumas.

Chegamos a Hurricane eram 23:00h certas. Eu perguntei se iríamos para algum motel e começar a procurar quer pelo caçador quer pelo irmão no dia a seguir mas ele decidiu que seria melhor darmos uma vista de olhos pelos bares à procura do Sebastian.

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[Dean]

–Tatuagem interessante. – Elogiou a empregada enquanto me entregava a cerveja.

–O quê? – Perguntei não tendo prestado atenção da primeira vez.

–A tatuagem no teu braço… é interessante. Eu gosto. – Repetiu. Sorri-lhe dando um gole na cerveja. – O que significa? – Perguntou olhando-me nos olhos.

–Isto? – Perguntei apontando para o braço. Ela acenou que sim. – Significa… o escolhido.

–Para…? – Puxou ela.

–Para o poder. – Respondi dando depois outro gole na cerveja. Olhei à volta à procura do Crowley, ainda não tinha chegado sei lá de onde. Olhei para o relógio, eram 23:17. Ela riu-se ajeitando sensualmente o longo cabelo negro para trás das costas.

–Então, és desta zona? – Continuou a meter conversa enquanto limpava o balcão.

–Não, nem por isso. – Respondi serenamente. – Só de passagem.

–“Só de passagem”? – Perguntou interessada.

–Sim, vim só tratar de uns negócios e depois faço-me à estrada. – Respondi olhando para a garrafa. Olhei para ela, tinha uns olhos cinzentos hipnotizantes.

–Que tipo de negócios? – Perguntou pousando as mãos no balcão, inclinando-se para mim. Sorri, mirando o corpo dela. Bebi mais um pouco de cerveja.

–Não é suposto eu falar sobre isso. – Respondi vagamente. Outro cliente chamou-a.

–Bem, chama-me se precisares de mais alguma coisa. – Disse piscando-me o olho antes de se afastar.

Fiquei a observa-la por trás até alguém se sentar à minha beira.

–Bem bonita a moça. – Comentou o Crowley olhando também ele para ela. – A pensar em divertires-te esta noite? – Perguntou virando-se para mim.

–Tenho coisas mais importantes para fazer. – Respondi seco.

–Coisas… mais importantes para fazer? Como o quê, Dean?! Vais atacar outro caçador, é isso? – Perguntou num tom zangado. – Porque eu não me esqueci do teu tipo de “diversão” ontem à noite. – Olhei para ele. – Oh, não me mandes esse olhar do “Cala-te ou eu mato-te” que não me assustas… - disse-me impaciente. – Nós vimos aqui atrás de demónios, não para abrir guerra com os caçadores.

–Eu não tenho medo deles. – Respondi acabando de beber a cerveja.

–Sabes o que eu acho? – Fez uma pausa. – Eu acho que queres chamar o teu irmão até a ti. – Voltei a olhar para ele. – Awww, é isso não é? – Perguntou-me com um ar de sabichão.

–O Sam não é importante para mim. Não me afeta. – Respondi gravemente.

Claro. Não te afeta ao ponto de quase me teres atacado em casa do Phillipp em Massachusetts, quando falei dele. Ou em casa da Pam, ou naquele armazém perto de Lawrence. – Comentou tocando-me com um dedo no ombro. Olhei para ele zangado. Ele afastou-se um pouco.

–Sabes que mais? – Comecei. – Afinal acho que sempre me vou divertir um pouco esta noite. – Disse, pousando a garrafa vazia no balcão e saindo do bar.

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[Castiel]

Já tínhamos passado por 5 bares e não tínhamos encontrado o tal Sebastian. E eu estava mais cansado que o habitual, se é que é habitual um anjo se cansar. Estávamos no meio da rua a caminho do "G Wranglers", um dos bares mais conhecido daquela zona. De tempos a tempos sentia-me tonto mas conseguia esconder o desconforto para mim; não valia a pena alertar o Sam com isto, precisávamos de encontrar o amigo dele.

Virámos numa esquina e reparei num casal junto ao fundo de um beco. Parei por uns segundos, algo não me parecia bem… Sentia uma aura… maligna ali naquele beco. O Sam, sem se aperceber continuou a andar. Comecei-me a aproximar do casal. Estavam ao que parecia ser aos beijos. O Sam voltou para trás e chamou por mim mas com a minha mão pedi-lhe para se calar. Estava já a meio caminho deles quando senti algo húmido a escorrer-me do nariz para a boca, limpei com a mão: era sangue. Senti passos atrás de mim, era o Sam que vinha ver o que se passava.

–O que estás a fazer, Cas? – Sussurrou-me para não assustar o casal. – Não viemos aqui para ver pessoas a curtir atrás de bares. – Segurou-me no braço. O homem riu-se. Eu conhecia aquele riso.

Ia a falar mas o casal largou-se. Esconde-mo-nos atrás de um caixote do lixo enquanto víamos o casal entrar num carro, porém, estava muito escuro para o conseguir distinguir. Ele ligou o motor, o Sam fez uma cara estranha.

–Que foi? – Perguntei, olhando para ele.

–Eu conheço este som do motor… Parece ser o… - antes que pudesse acabar o carro arrancou passando por nós. Ambos ficamos em choque quando reparamos que era Dean que ia a conduzir.

Levanta-mo-nos e trocamos olhares. Era óbvio, tínhamos que seguir aquele carro.


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