Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 11
Capítulo 11 - É Melhor Assim




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~2 semanas depois~

[Dean]

Estava agora em Las Vegas. Tinha decido que seria bom tirar uns dias só para andar na diversão e se há um sítio na Terra que berra “diversão”, esse sítio é na cidade do jogo. A Lia tinha vindo comigo e tínhamos concordado em fazer uns furtos a algumas pessoas. Até que foi engraçado. No último que fizemos erámos um casal recém-casado à procura de novas aventuras… A rapariga quase que não sobreviveu. Mas valeu a pena; tudo vale a pena. E eu sinto-me bem com a companhia da Lia. Ela ao contrário do Crowley não está sempre a julgar o que eu faço ou a tentar corrigir as minhas atitudes. Ela apenas aproveita o espectáculo e deixa-se levar pelo que está a acontecer.

Pousei o queixo na palma da mão, cansado… Já não sentia essa sensação desde… bem, desde que me tinha tornado no que eu sou hoje. Acho que Las Vegas faz-te isso: cansa-te, mas não era por isso que iria parar, estes foram provavelmente os melhores dias que tive desde sempre. Estava sentado numa cadeira ao pé de uns provadores de uma loja da Armani, a Lia achou que seria uma boa ideia ter umas horas de moda. Eu estava a ficar aborrecido: andar às compras com uma rapariga não era propriamente a escolha que eu faria para passar a minha tarde, mas bem, também não tinha nada melhor para fazer.

–Então, que achas? – Perguntou ela enquanto saía do provador pousando a mão na cintura. Estava com um vestido liso preto justo que lhe ficava pouco acima do joelho. Encolhi os ombros. Ela franziu a testa. – A sério? Pelo menos podia fingir algum interesse. – Reclamou, voltando-se depois para o espelho enquanto passava as mãos pela cintura. Começou a murmurar algo para ela mesma.

–Fingir que estou interessado não vai mudar o facto de não estar. – Respondi olhando à volta. Uma funcionária passou por mim sorrindo-me. Sorri de volta. A Lia aproximou-se de mim.

–A tua sorte é que tens uma cara bonita! – Respondeu pousando a mão no meu ombro. Foi para trás do sofá abraçando-me pelo pescoço. Beijou-me na bochecha. Tentei soltar-me dela. Ela percebeu e removeu os braços. – O teu irmão devia ter-te acertado mais vezes com aquele martelo, podia ser que demorasses mais tempo a curar e eu assim não precisava de olhar para a tua cara. – Disse rudemente enquanto entrava no provador.

–É? Aquele Sebastian bem que te podia ter esfaqueado. Assim não tinha que te aturar. – Respondi de volta. Ele deu uma gargalhada pausada e sarcástica.

–Podes sempre sair por aquela porta. – Disse. Ouvi o som de cabides. – Vês? Metade do que dizes é só da boca para fora. – Continuou. – “Eu sou o labo mau, não gosto de ninguém.” – Brincou forçando uma voz grave. – Lá no fundo és o mesmo velho Dean Winchester. – Disse. Suspirei irritado.

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[Sam]

Estava stressado, irritado. O Sebastian tinha passado os últimos dias a aparecer e a desaparecer, mal falando comigo. Eu também mal falava com ele. Depois do que se tinha passado não tínhamos muita vontade de falar, pois se falássemos iriamos acabar por comentar como nos sentíamos e não acho que me apeteça falar disso. Voltei para o bunker com ele, logo no dia a seguir ao que aconteceu. Nem aqui me sinto bem.

Já não estava com o Cas desde que ele tinha ido lá cima tratar de alguns problemas. Não acho que seja boa trazê-lo para os meus problemas. Ele já tinha os seus problemas.

–Ei. – Cumprimentou o Sebastian enquanto entrava no bunker. Apesar de estarmos a falar notava-se um tom de frieza entre nós. Desceu as escadas. – Correu tudo bem… considerando… -Explicou pousando a jaqueta em cima da mesa, sentando-se numa cadeira de seguida e acendendo um cigarro. – Deus, como estou cansado. Podias ter vindo comigo. – Já se passaram 2 semanas mas nunca é tarde para ver como eles estão. Por uma questão de respeito.

–Não, não acho que fosse uma boa ideia. Mal conhecia a família deles, não iria lá fazer nada. Não queria atrapalhar o luto deles. – Respondi continuando a ler o livro que tinha aberto na mesa.

–É. – Concordou. Expirou o fumo lentamente, deixando a cabeça descair para o lado entediado. – Acho que não gostariam de lá ver o irmão de quem causou isto tudo. – Sussurrou para si mesmo, porém fui capaz de o ouvir. Fechei o livro sonoramente olhando para ele.

–Agora já é meu irmão de novo?

–Bem, não me parece que o trates como se ele fosse outra coisa qualquer…

–Que é suposto isso significar? – Perguntei indignado. Ele pousou o cigarro no cinzeiro que tinha trazido para o bunker. Olhou para mim.

–Nós estávamos lá! E tu… simplesmente fizeste o que ele mandou, como um bom cão mandado. E eu só… Ele estava mesmo ali e tu… - Fez uma pausa para respirar. - …Tu simplesmente ajoelhaste-te e entregaste-lhe a rapariga.

–Estava a tentar que mais ninguém morresse! – Expliquei ofendido.

–E vê como isso acabou…

–Não fui eu quem pressionou o gatilho! – Respondi cerrando os dentes. – Não fui eu quem o baleou bem no meio da cabeça!

–Pelo menos ele fez alguma coisa! – Gritou. – Pelo menos não foi um covarde!

Bati com o punho na mesa. Ela não se assustou.

–Eu fui inteligente. Pensei. O Dean não é algo que vá abaixo com uma bala. É com atirar uma pedra a um urso… - comecei.

–Oh, para de o gabar. – Interrompeu-me, pegando no cigarro para fumar.

–Ele é um demónio! Com a maldita Marca do Cain! – Berrei. – E não te atrevas a dizer de novo que eu o estou a gabar… Nem mais uma vez. – Tinha uma perna a tremer freneticamente. – Ele é o meu irmão… e é a coisa que eu mais odeio. – Sentia um aperto na garganta. – Igual às coisas que destruíram a minha família inteira! E não importa o que eu faça… Não importa o quão eu reze, pesquise, grite, não o posso trazer de volta. – Respirei fundo. O Sebastian continuou o seu cigarro enquanto me olhava. Aquela indiferença irritava-me. – Mas disto eu tenho a certeza: o Derek e o Shawn morreram, não por minha culpa, mas sim por uma decisão idiota. – Levantei-me. Olhei para ele. – Foste tu que os chamastes, não eu. Agora aguenta com as consequências.

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[Castiel]

Tinha voltado à Terra. Achei que a melhor maneira de explicar ao Neemias o que se tinha passado, era mostrando-lhe alguém que lhe pudesse ajudar a compreender.

Sabia que voltar a ver a Hannah não seria propriamente a melhor maneira de a manter longe do perigo, mas preciso de mostrar - e neste caso ao Neemias – que podem confiar em mim e que o Metatron só quer arranjar contratempos entre nós.

Ela trabalhava agora num restaurante numa pequena cidade à saída do estado do Arizona como empregada de mesa.

Sentamo-nos numa mesa livre. O Neemias estava nervoso e ainda podia sentir um toque de dúvida no seu olhar. Permaneci em silêncio. Numa mesa no outro lado do estabelecimento estava um casal de idosos a ser atendidos por ela. Parecia estar bem. Sorri e com uma mão avisei o anjo da mesa onde a nossa irmã estava. Ela reparou em nós e com um largo sorriso na cara aproximou-se dos nossos lugares.

–Castiel! – Exclamou. Voltou-se para o meu companheiro, reconhecendo-o. – Neemias!

–Irmã! – Respondeu ele emocionado. Levantou-se e abraçaram-se durante alguns segundos. – Que aconteceu? – Perguntou sentando-se novamente. Ela olhou para mim indeciso se devia contar ou não. Acenei-lhe que sim. Ela sentou-se então à nossa beira.

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[Sam]

Não podia acreditar que o Sebastian me culpava pelas mortes do Derek e do Shawn. Quem é que ele pensa que é? Mal tínhamos saído de lá vivos e ele já estava a atirar culpas e a acusar pessoas. Isso era outra coisa que eu não conseguia perceber: o Dean teve a oportunidade perfeita de nos tirar do caminho e não fez. Não tinha pensado noutra coisa nos últimos dias. Por um momento podia jurar que tinha conseguido chegar até ele; chamá-lo à razão mas… Acho que já ando a imaginar coisas, deve ser a minha cabeça a pregar-me partidas. Tinha que me concentrar noutra coisa qualquer.

Tinha saído do bunker para espairecer. Precisava de colocar as minhas ideias em ordem e decidir o que fazer a seguir. Decidi ir até a um bar. Estava sossegado até o Crowley aparecer.

–Olá, alce. – cumprimentou sentado no banco ao lado do meu. Peguei imediatamente na minha faca de Kurdos. – Não é necessária violência. Segura essas calças. – Brincou como sempre. Não estava com paciência para os jogos dele. Continuei com a faca na mão. – Ainda chateado comigo?

–Tu… Foste tu que causaste isto tudo. – Disse tentando controlar o volume da minha voz.

–Se serve de alguma coisa, eu não sabia das consequências. – Disse pousando as mãos no balcão.

–Por favor! – Atirei. – Isso pode resultar com os outros, mas não comigo. Não sou estúpido. – Respondi sem me mexer. Ele olhou para mim.

–Então vai em frente. Estou aqui e tu estás aí com a tua faquinha preferida. – Desafiou.

–Como disse não sou estúpido. Estás aqui porque o Dean deu-te com os pés, então voltaste-te para o outro Winchester disponível. O quer que tenhas a dizer a minha resposta é “não”. Não vou trabalhar para ti. Eu não trabalho com demónios. – Esclareci o mais rápido possível.

–Ok! – Ele disse levantando ligeiramente os braços em sinal de rendição. – Pensei que quisesses ter o teu irmão de volta… Mas se não trabalhas com demónios, não te posso fazer nada. – Levantou-se. Levantei-me também.

–Eu não vou cair nos teus jogos manipuladores, Crowley. –Disse de pé olhando para ele enquanto este se afastava. – Não há como o trazer de volta, eu já procurei em todo o lado.

Ele voltou-se para mim e sorriu.

–Oh alce, há sempre uma maneira, só precisas de procurar nos sítios e nas pessoas certas.

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[Dean]

–E depois tu disseste “Para”. – Reclamou a Lia sentada num sofá na zona V.I.P de um bar. – Tínhamo-los ali! Os dois! – Continuou.

–Onde queres chegar com esta conversa? É que eu ainda não consegui perceber. – Disse aborrecido dando um gole no meu copo de whiskey.

–Quero chegar a um “Porquê?”. Porque num momento pareces ser um Hulk, mas quando chega a hora H não fazes o passo final. – Explicou.

–Eu não tenho que te dar justificações. – Respondi irritado. Ela arqueou as sobrancelhas. Suspirei. – Matá-lo simplesmente não me vai satisfazer. Até agora ele é o que está a dar mais luta e isso torna as coisas tão mais interessantes…

–Hmpff…

–Que foi? – Perguntei.

–Nada.

–O quê? – Perguntei de novo.

–Para ti tudo não passa de um jogo. Agora pergunto-me: é isso que o Inferno é para ti, um jogo?

–Absolutamente! – Respondi dando outro gole na bebida.

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[Castiel]

Estava com a Hannah, sentados no chão num parque à noite. O Neemias, depois de ouvir a história pela Hannah voltou ao céu para manter as coisas calmas.

Olhei para ela, a última vez que a tinha visto fora no dia em que me despedira dela naquele parque de estacionamento ao pé do Motel onde estávamos. Eu sabia que lhe devia a minha vida, que se não fosse ela, eu não estava aqui neste momento. Não sabia como lhe agradecer.

Olhei à volta, estávamos completamente sozinhos. Passei as mãos pela relva macia. À nossa frente estava um grande largo que se estendia até se cruzar com as compridas árvores que se estendiam em direção ao céu estrelado. Estava uma noite agradável. Ela estava deitada para trás com os braços cruzados por baixo da cabeça. Fiz o mesmo que ela.

–Por muitos milénios estive por entre as estrelas e nunca reparei em como elas são bonitas. – Disse ela olhando para cima. Fiquei em silêncio. – Obrigada! – Agradeceu, virando-se para mim.

–De quê? – Perguntei, voltando-me também para ela. Não tinha percebido.

–De tudo! …Os primeiros dias foram… Terríveis. Sentia-me perdida, deslocada. Mas depois, não sei, senti esta força que me fez lutar: arranjei um trabalho, tenho um quarto ao cimo da rua, estou em paz. Por isso, sim, obrigada. Por me mostrares que posso viver, que ser anjo não é tudo…

–Não tens saudades? – Perguntei receoso.

–Dos meus irmãos e irmãs sim… De ser uma estátua perfeita e sem sentido, nem tanto. Sim, ainda sinto uma nostalgia, uma saudade do meu lar, mas estou bem. Posso ver as estrelas! – Exclamou com um sorriso humilde. – E saber que te pude salvar, isso facilita as coisas. – Explicou.

Ficamos mais algum tempo em silêncio, simplesmente a observar o céu. Ela depois levantou-se, acompanhei-a.

–Eu devia ir. Amanhã trabalho. – Contou sorrindo com a trivialidade que a vida dela era agora. – Moro já ali, não precisas de vir comigo. – Informou. Consenti com a cabeça. – Quando te vou ver de novo? – Perguntou olhando-me nos olhos.

–Hannah… eu… - Ela no fundo já sabia a resposta.

Ela pousou uma mão no meu ombro.

–Vemo-nos por aí, Castiel. – Despediu-se com um sorriso tímido, mas com um olhar triste. Beijou-me numa face e afastou-se.


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