Reencontro escrita por Mayu


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

foi rápido
mas não esperem outro capítulo tão rapidamente
talvez eu demore mais
eu não tenho certeza alguma



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Eram duas da manhã e Galaco ainda encarava a tela do celular. Ela claramente estava no chat do Facebook, e a última mensagem da outra pessoa, já offline, havia sido “Eu te amo”, com um coração. Havia respondido a mesma coisa, com a exceção do emoticon. Mas a verdade é que não se sentia assim.

Não sabia como tinha começado a se envolver com aquele tipo de pessoa, os “populares” da sala. Mas agora era um deles. Estava quase certa que só entrou no grupinho pela beleza incomparável que todos falavam ter. Mesmo não enxergando isso em si mesma.

No outro dia, ia para a escola junto de seu atual namorado, um garoto inocente e puro de coração, Gakupo Kamui. Galaco o achava uma ótima pessoa, extremamente gentil, e foi o por que aceitou-o quando ele se declarou. Mas diferente do que pensava, ele não preencheu aquele vazio no coração... Nenhum deles.

— Galaco-chan — ele sorria sempre que pronunciava aquele nome. Ela sentia-se cada vez mais culpada.

As aulas passaram, chatas como sempre. Apesar de ter facilidade na maioria das matérias. O seu tédio não é algo que seria evitado tão facilmente. Encarava o céu, azul-claro para todos os efeitos. Tinham acabado de voltar de um feriado, e o verão insistia em tomar presença com aqueles dias exageradamente quentes. O ar-condicionado da sala estava quebrado, e mesmo com as janelas abertas e o ventilador ligado, ela suava.

— ...Com isso, as aulas de hoje chegam a um fim. — anunciou o professor com sua voz monótona e grave. — Por favor, tenham certeza de terem cuidado no caminho de volta para casa. Estão liberados.

Saiu da escola a passos largos, tentando evitar contato com qualquer um de seus amigos, mas não pôde evitar de ser parada por Miki, uma das mais animadas que tinha cabelos longos e vermelhos.

— Galaco-chan!! — a voz fina da garota insistiu em chamar. — Não vai se despedir de ninguém? Nem do Kamui-kun!?

— D-desculpe, estou com pressa. — disse calmamente, sem olhar para a outra. A reação dela, no entanto, foi dar de ombros e acenar enquanto Galaco se afastava.

Sinceramente, sempre tinha achado a morena um tanto quanto estranha. Era muito quieta. Não falava com ninguém a não ser que puxassem assunto com ela, e, sinceramente, chegava a ser irritante que mesmo com essas peculiaridades, todos a amavam. Miki sabia que Galaco não fazia o menor esforço para esconder quem era verdadeiramente, e mesmo assim, todos a amavam.

Gostaria que fosse assim consigo mesma também.

Quando finalmente chegou em casa, já suando intensamente, antes de tudo Galaco tomou um banho. Logo em seguida, trancou-se no quarto, tendo falado apenas com seu irmão Yuuma antes disso sobre o jantar e quem o faria. Fechou as cortinas e ligou o ar-condicionado, ficando só com a TV que, uma vez ligada, exibia o episódio novo do dorama. A verdade é que era algo meloso e que chegava a ser patético para alguém que fugia à realidade de uma garotinha que precisava se apaixonar, mas na visão dela, era a melhor série.

Queria ser uma menina fofa, delicada e sensível assim como a protagonista, a Akari-chan. Sabia tudo sobre a atriz que tinha seu papel, que era sua ídola, e cantava muito bem. Queria a vida da Akari-chan. Acima de tudo, ter um primeiro amor como o dela, algo clichê, mas tão fofo que deturpava a visão do que era na verdade ridículo.

Seu olhar estava baixo. Sabia que o vazio no coração ia ser preenchido por apenas uma pessoa, que no entanto, ainda não havia encontrado. Sabia sim, muito bem, quem era. E apesar de não ser visível pelo quarto escuro, corou um pouco ao pensar nisso, e imaginar em como tinha chegado a esse ponto. Era uma idiota. E não precisava que ninguém lhe dissesse isso...

— Vou dar uma saída. — Galaco anunciou ao irmão, que apaticamente estava encarando o teto do sofá da sala. — Volto logo.

Não estava vestida... bem. Jeans e camiseta, além de estar usando chinelos. Mas só ia até a banca de revistas, não tinha porque se arrumar.

...Ao menos era o que pensava, até que uma garota de olhos intensamente verdes se aproximou. Com uma saia rodada e arrumada impecavelmente, era Megumi, uma das meninas de sua classe. E que, aparentemente, morava na vizinhança. Galaco rezou em silêncio para não ser reconhecida. Só queria comprar a revista e ir embora.

— Galaco-chan! — falou com um sorriso, seu cabelo verde e curto preso de forma adorável. A morena conseguia sentir o olhar dela intensificado sobre suas roupas. — Como vai?

— A-ah, só vim... sabe, comprar uma revista. Estou bem. — falou, desviando o assunto mesmo sem querer.

— Ah, é? Também vim comprar uma revista! — falou a outra em um tom doce, porém levemente... falso? Forçado? Não sabia. Enfim, a menina pegou um exemplar de uma revista e entregou para o jornaleiro junto com o dinheiro. — Bem, já vou indo então. Até mais, Galaco-chan!

A morena acenou um pouco até que Megumi virou a esquina. Corava intensamente por uns instantes, pensando se ela ia falar por aí que viu Galaco tão desleixada. Mas... sinceramente, desde quando se importava com isso? Apenas suspirou, pedindo ao moço da banca outro exemplar da revista que a colega havia levado.

Voltando para casa, prestava bastante atenção nas matérias. Era uma revista adolescente, do tipo que conseguia amar... mais do que deveria. Mas os assuntos pareciam apaixonantes. Para ela, precisava daquilo, para viver como um ser humano normal. Além do mais coisas como doramas e roupas a interessavam.

Chegando numa determinada página, viu a foto de uma menina que não reconhecia como uma celebridade. No entanto, seu rosto e sorriso que chegavam a parecer ter uma expressão desafiadora lhe eram extremamente familiares.

Foi ler a matéria. Contava sobre o debut de uma nova idol.

A menina ia fazer catorze anos no inverno. Seus cabelos loiros estavam presos em curtas marias-chiquinhas na foto, dando-a uma aura muito fofa. A roupa também, com babados e decotes discretos.

Leu o nome em voz alta.

— Kagamine Rin...

De repente, lembrou de algo.

Aquele era o nome de sua única amiga na infância. A única que tinha ficado com ela mesmo depois de saber que sua família era pobre e de baixo status.

A única que poderia preencher o vazio de seu coração.


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Notas finais do capítulo

é
não sei se isso é curto ou não
pra mim é longo, mas
obrigada por ler -u-



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