As Powerful's: rixa com os Marotos escrita por Ellie Black


Capítulo 26
Casais se formam?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas amanhã já posto outro para compensar!
Temos Jilly nesse cap. e Frank e Ali. E no próximo Blackinnon! Esperem que to cheia de criatividade. Mas vou logo avisando que nem tudo são mares de rosas!
COMENTEM SE VOCÊS GOSTARAM!!! E SE NÃO GOSTARAM COMENTEM TAMBÉM!!!



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"As vezes com medo de sofrer, acabamos ignorando as chances que a vida nos dar de ser feliz!"

Na enfermaria, na quarta à tarde.

POV Lene
Aos poucos meu cérebro foi voltando ao normal, e assim consegui abrir os olhos.
A claridade do lugar em que eu estava incomodou meus olhos. Mas afinal, onde eu estava mesmo? Me sentei na cama, e olhei para meu braço, de onde saia um tubo da minha veia.
O que estava acontecendo?
–Pelo visto a mocinha acordou, até que em fim!- disse a enfermeira Junior se aproximando de mim.
Espera um segundo só! Enfermeira Junior? Então eu estava na enfermaria.
–Está se sentindo bem?- perguntou a mulher.
Fiz um movimento com a cabeça, o que me fez ficar tonta. Levei a mão a testa, para tentar fazer tudo parar de girar. No lugar da minha pele lisinha, estava uma atadura. Coloquei as duas mãos na cabeça, e percebi que da minha testa para cima só havia ataduras e mais ataduras.
–O que está acontecendo?- pergunto.
–É normal se sentir meio perdida após acordar- diz a enfermeira Junior- você teve um machucado na cabeça, não foi muito grave, mas também não foi apenas uma besteirinha.
–Certo...
–Você se lembra do que aconteceu?- ela pergunta trocando o soro.
Fiz meu cérebro trabalhar, e pouco a pouco me lembrei de algumas partes do incidente. Mas eu não queria tocar nesse assunto, por isso disse não me lembrar:
–Não.
–Uhm...-ela não parecia ter acreditado, mas respeitou meu silencio- Aos poucos você vai se lembrando. Mas vou lhe adiantando a história dos seus amigos: a mocinha, Mariele, disse já ter lhe encontrado desmaiada num corredor escuro, e disse ter ligado para James para pedir ajuda.
–Estranho- digo fingindo tentar me lembrar- Não... Não me recordo.
–Mas o senhor Black estava um pouco irritado, e tenho quase certeza se o Remus não o tivesse impedido de interromper a história da menina, as versões seriam diferentes- ela continuou- E o mais estranho de tudo isso foi o conteúdo que achei no seu bolso.
Puta.Que.Pariu. Instintivamente coloquei a mão no local do bolso do short, mas eu não usava mais meu pijama, e sim um vestido azul da enfermaria.
–Você...?- olhei preocupada para ela.
–Não, eu não falei para o diretor, se é isso que você quer saber. Mas eu joguei fora e se souber que você voltou a usar aquilo, não terei alternativa a não ser relatar ao Sr. Dumbledore o que descobri.
–Tudo bem.
–Você quer ver seus amigos?- ela pergunta mudando o assunto da conversa.
–Claro...- digo sem entusiasmo, me lembrando que tinha brigado com todo mundo nos últimos tempos.
–Rostos familiares podem ajudar mais do que você imagina!- ela disse indo em direção à porta.
Ela voltou minutos depois, acompanhada de Lily, Alice e Dorcas.
–Só três por vez, e façam silencio! Vocês nem deveriam entrar, o horário de visitas é depois das aulas e estamos em horário de classe! Se a Madame descobrir que deixei vocês entrar ela me mata!- disse a enfermeira Junior.
–E onde esta a minha enfermeira Chefe?- pergunta Dorcas.
–Foi pegar uma encomenda dos remédios no povoado de Rogsmead. Bom, vou dar um pouco de privacidade a vocês. Qualquer coisa é só chamar.
Lily esperou ela se afastar para pular em cima de mim chorando.
–Eu... Não se-sei... O que eu faria... Se você tivesse se machu-chu-cado- ela disse ao me soltar.
–Por que você está chorando? Eu que me machuquei!- disse rindo.
Levantei a mão e sequei suas lágrimas. Depois olhei para minhas outras amigas, elas demonstravam preocupação de forma diferente, enquanto Lily chorava litros, Dorcas e Alice pareciam não ter dormido por dias.
Dorcas sorriu ao encontrar meu olhar e se adiantou para me abraçar. Quando ela me soltou, olhei para Ali. Ela me encarava de maneira triste, mas não parecia ter tanta confiança para me abraçar, acho que pensava que iria rejeitar caso ela tentasse.

–É bom ter vocês aqui- disse segurando a mão de Lily- Ter todas vocês aqui- encarei Ali, que sorriu aliviada- Venham, sentem-se!

Sentei-me com as pernas cruzadas, em típico estilo “borboletinha”, para dar espaço para elas se sentarem. Lil’s sentou-se ao meu lado, com a cabeça apoiada em meu ombro, Dô em frente à Lily e Ali aos meus pés.

–Que bom que você está bem! Mas por que você desmaiou?- Dorcas perguntou.

–Vo... Vocês não sabem?- perguntei confusa. Uma coisa era Marie mentir para o diretor, e outra, completamente diferente, era ela não ter dito as meninas.

–Não sabemos de praticamente nada!- disse Ali, jogando os braços para cima. Ali não gostava de ficar sem saber das coisas.

Me peguei pensando se contava ou não para elas o que acontecera. Elas eram minhas melhores amigas desde sempre, e eu nunca tive nenhum segredo com elas. Mas aquilo era muito pessoal e fora a tão pouco tempo, que me deixava ainda desconfortável para tocar no assunto. Não gostava de mentir para elas, mas precisava, pelo menos por um tempo, manter isso só comigo mesma.

–Lene?- pergunta Dorcas estalando os dedos na minha frente.

–Ãhm?- disse voltando a Terra- Sim?

–Estávamos perguntando o porquê de você ter desmaiado e ter sangrado- disse Ali.

–Ah, isso. Eu não me lembro de nada da noite passada... Quero dizer, a enfermeira disse que é normal não se lembrar agora- isso Marlene, minta para suas amigas!

Lily me encarou por um minuto, mas não disse nada. Desviei o olhar. Droga! Não devia ter olhado nos olhos dela, ela é a única pessoa que consegue perceber quando minto. Merda. Merda. Merda.

–Um instantinho só... Noite passada?- perguntou Dorcas confusa- Lene, você não esta aqui desde ontem. Hoje já é quarta!

–Sério?- não pensava que tinha se passado dias desde que me machuquei- UAU! Mas e ai, quais as novidades do mundo por fora dessa enfermaria? Não me digam que houve uma festa e eu não pude ir!

–Há há- Lily riu debochada- Claro que não houve festa alguma. Mas já trocamos de quarto. Lembra-se de que papai disse que vamos dormir com a Loirinha agora? Pois os decoradores e arquitetos já vieram aqui e fizeram sua mágica naquele quartinho do fim do corredor! Está maravincrível!- Lily bateu palmas.

–Só espero que não esteja muito ‘patricinhasado’, por que senão eu irei me recusar a ir dormir lá!- disse fazendo-as rir.

–“Patricinhasado”? “Maravincrível”? Vocês duas deviam escrever seus próprios dicionários-disse Ali tirando onda de mim e Lily.

–Ah!- disse Dô- o Remie foi visitar a família dele, algo sobre a mãe ter adoecido. Volta só quarta que vem.

–A mãe dele vive adoecendo- disse Ali parando para pensar- E ele de vez em quando tá pálido pelos corredores.

–Já reparei isso também. Será que o que a mãe dele tem é de genética? Será que Remus está doente também?- perguntou Dorcas preocupada.

Senti o corpo de Lily ficar tenso ao meu lado, olhei para ela e percebi que a cor do seu rosto tinha sumido. Ao olhar para mim, seus olhos tinham um misto de pânico que não soube por que estaria ali.

–Claro que não está doente. É só que... É normal se sentir fraco uma vez ou outra. Ou passar mal aqui e acolá- quando a voz de Lily saiu, estava controlada, mesmo tensa ela conseguia esconder bem como se sentia ao falar. O que normalmente torna difícil saber como ela realmente se sente, a não ser que você a conheça muito bem, como eu, você notaria que algo estaria errado.

Entendi o que ela estava fazendo. Tentava convencer as meninas de que Remus não estava doente, mas por quê?

Olhei mais uma vez para aqueles olhos verde esmeralda, só pelo olhar ela conseguiu se comunicar comigo. Precisava da minha ajuda.

–É... Quero dizer, ninguém é cem por cento saudável o tempo todo! Eu mesma sou o exemplo disso- disse apontando para minha cabeça.

–Você tá certa, não deve ser nada- disse Dorcas.

Ah, Lílian Evans, você me deve uma. Pensei sorrindo de lado.

–Mas mudando de assunto, o que vocês acham da Marie?- perguntou Ali.

–Mas que diabos de pergunta é essa?- perguntei.

–Eu sei que ela é sua irmã e tudo o mais Lily, é só que queria saber o que vocês acham dela- Ali respondeu mexendo no seu uniforme.

–Ela é legal. Divertida, engraçada. E quando ela deixa a pessoa se aproximar dela e ver quem ela é, ela é bem legal- disse Dorcas.

–É, de primeira eu achei ela muuuito sem noção, mas agora só acho que ela é incompreendida e meio excluída- disse- Mas por que isso agora?

–Escutem...- Ali se aproximou para sussurrar- na segunda eu estava saindo do refeitório para pegar um livro que esqueci no quarto, e quando cheguei lá ouvi a Mariele falando ao telefone no banheiro. A parte que ouvi foi muito estranha! Ela dizia “ Mas de novo? Você aprontou contra a garota não faz nem 24 horas! Talvez devêssemos esperar mais antes de atacar novamente”. E isso me deixou com uma pulga atrás da orelha.

–O que você tá pensando Alice, diga logo sua linha de raciocínio- Lily pediu meio estressada.

–É só que... pensem bem! Quem foi a garota que sofreu algo no domingo? A Lene! Talvez a Marie esteja por trás da razão da Lene está aqui! E ela disse atacar novamente, ou seja, ela vem fazendo alguma coisa ruim a muito tempo!

–A Marie não teve nada haver com o meu acidente! Para de viajar Alice! Você não pode provar nada, talvez tenha ouvido errado a conversa- sai em defesa de Marie.

–Concordo com a Lene, você não pode deixar que sua imaginação controle você Ali- disse Lily- Marie é fresca, metidinha, mandona e fria... Mas não é má pessoa. E ela é minha irmã, eu confio nela.

–Tá vocês devem estar certas- Ali concordou. Mas sempre sua mãe lhe disse que a imaginação nada mais é que um instinto. Ela ainda não confiava em Marie.

Abri a boca, em um bocejo grande.

–Vamos saindo nessa- Dorcas falou se levantando e me abraçando- você precisa descançar!

–Tchau- disse depois que já tinha abraçado a todas elas- Mandem um beijo para Marie!

Depois que elas saíram, me arrumei na cama e me concentrei em dormir.

POV Lily

Estava de tardezinha, e eu, Dorcas e Marie estávamos sentadas em baixo da árvore do jardim, d’A árvore das Powerful’s e dos Marotos . O jardim estava cheio de gente hoje, aproveitando o climinha de fim de tarde. Vi James e Sirius se aproximarem.

Droga! Não tinha falado direito com James depois do nosso pequeno... humm... momento no domingo. Evitara ele por todos os dias que se passaram, mas agora cá estava ele, caminhando em minha direção.

–E ai Powerful’s?- perguntou Sirius sentando-se ao lado de Marie.

–Hey- respondemos.

Com tanto lugar vago, James resolve se sentar do meu lado. Droga em dobro!

–Oi- ele diz sorrindo de lado, fazendo meu coração dar um mortal.

–Oi- disse de volta.

–Qual a desse nome mesmo?- perguntou Marie, a ninguém em especifico.

–“Powerful’s”?- perguntei no que ela confirmou com a cabeça. Sorri de lado- Na verdade tem uma historia por trás do nome. Quando estávamos na sétima serie, com uns treze anos por ai, estávamos na sala de Biologia. E eu e as meninas nos sentamos na fila do lado da parede, uma atrás da outra, mas ninguém mais se sentou nessa fila. Daí, quando Minerva chegou, ela olhou para nós e perguntou: “por que essa panelinha ai?” e o engraçadinho do Sirius respondeu “São as Powerful’s”, no que todo mundo riu, inclusive nós. Mas a partir desse dia Minerva sempre chamou a gente por esse nome, assim como o resto da galera.

–Esse dia foi resenha!- disse Sirius- eu me lembro que apelidei cada uma de vocês por um nome de MC. Dorcas era MC Popozuda, Ali MC Anitta, Lene MC Gatinha e Lily MC Fogueira.

Todos rimos.

–Onde está a quarta mosqueteira?- perguntou Sirius, dando falta de Alicie.

–Ela ficou no salão comunal- respondeu Dorcas- disse que ia resolver uns negócios.

–Estranho... O Frank disse o mesmo quando o convidamos para vir para cá.

–Será? Não!- Dorcas disse sem acreditar.

–Tudo é possível nesse mundo- Marie respondeu sorrindo.

–Podemos conversar?- James sussurrou em meu ouvido, fazendo com que me arrepiasse.

–Agora?- pergunto.

Ele confirma com a cabeça.

–Me encontre na torre de astronomia- disse sussurrando.

– Gente, vou indo nessa. Tenho que pegar umas anotações com um menino lufano. Vejo vocês no jantar.

–Tchau Jay- disse Marie, mas ele já estava atravessando metade do caminho e não devolveu o tchau- ele está tão estranho esses dias- Marie se virou para nós.

–Deve ser só estresse, sabe como são os garotos. Tenho certeza que ele logo irá voltar ao normal- tentei tranquiliza-la.

–Não, tem algo acontecendo. Quero dizer, ele tá distante e... e frio. Eu sei que não namoramos nem nada, mas estou preocupada- ela suspirou.

–O veado é assim mesmo, bipolar que é uma beleza! Um dia quer uma pessoa, no outro “diz” que a superou- Sirius olha para mim sorrindo, sinto que isso foi uma indireta sutil dele para minha excelência. Marie o encarava confusa- A questão é que ele talvez tenha enjoado, sabe... Ele é um pegador nato!

–Sirius- repreendi meu amigo sem noção. Marie estava com as sobrancelhas enrugadas, ouvindo o que ele dizia atentamente.

–Talvez, só talvez, ele estar já pensando em outra. Ou pior! A fila já pode ter andado e você nem percebeu!- ele continuou a lançar olhares disfarçados em minha direção.

Tava na cara que James tinha falado com Sirius sobre o que aconteceu! O triplo de droga!

–Você acha mesmo?- Marie perguntou.

–Claro que não acha! Sirius é apenas adepto a piadas de humor negro, né Dorcas?- perguntei a minha amiga que estava muito calada. Esperava que ela entendesse a deixa, porque às vezes Dô tende a ser um pouco lentinha.

–É mesmo, nunca vi uma pessoa que faz tanto uso desse tipo de humor! Não leve a sério o que ele diz- felizmente Dorcas compreendeu.

–A pergunta era para Sirius Black se eu não estou enganado. E a minha resposta é: eu acredito em tudo que lhe disse. Sou o melhor amigo dele, James fala comigo. Só fui sincero com você- ele dá de ombros como se não se importasse muito.

Eu juro que vou virar assassina agora mesmo, e vai ser por ter matado Sirius Black! O que ele estava fazendo?

–Ele disse que está com outra?- Marie perguntou.

–Assim... Dizer, dizer em forma de palavra não. Mas eu o conheço. James, assim como eu, não fica apenas com uma. Por que acha que possuímos o título de maiores pegadores de H.H.S.?

Olhei para Marie. Esperava encontrar seus olhos cheios de lágrimas, mas ela estava normal. Troquei um olhar com Dorcas, que parecia tão surpresa quanto eu.

–Azar o dele. Eu sou Mariele Payne... Evans. Posso conseguir quem eu quiser não to nem ai para com quem James Potter está se divertindo agora- ela se levantou- Vou voltar para o quarto para esperar o jantar, alguém quer vir comigo?

–Eu vou- Dô respondeu se levantando- Quero dar uma lidinha na nova matéria de matemática. Você vem Lily?

–Encontro vocês depois, mas tenho que falar com Sirius agora. Se não encontrar vocês no quarto guardem um lugar para mim na mesa do jantar- disse enquanto elas se afastavam- Mas que bosta passou pela sua cabeça Sirius Black?- perguntei me virando para ele.

Sirius levantou as mãos, em sinal de rendição.

–Calma...

–Calma?! Calma?! Você quase, literalmente quase, disse que eu e James nos beijamos! Isso iria acabar com ela!

–Eles dois não tinham nada sério Lílian, e você viu como Marie reagiu, ela é mais forte do que você pensa.

–E você é mais idiota do que eu pensava também! Eles estavam ficando havia quase um mês! É normal que ela esperasse que ele dissesse a ela que estava saindo, ou beijando, outras meninas!

–Normal? Mas o que vocês meninas pensam hein? Eles só se pegavam! Não é como se ele tivesse que dar satisfações do que faz ou deixa de fazer a ela!- Sirius se levantou, e eu também. O clima estava esquentando aqui, e não por uma boa razão. Ele estava mexendo com fogo.

–Isso não importa. O que importa, eu repito, é que você estava a ponto de dizer que EU e ele nos beijamos!

–Olha, pode até parecer estranho, mas eu estava tentando ajudar. Agora Mari sabe que Jay não tá mais na dela, se é que ele realmente ficou na dela. Agora vocês dois podem ficar juntos.

–Você não tinha que falar nada! Eu nem sei se vamos ter mesmo algo, e assim você pode ter magoado Marie por nada!

–É disso que se trata! Você não está com raiva por eu ter dito a Marie que James já está em outra, está com raiva por eu ter estragado a desculpa que você teria para não ficar com James.

–Como é?- perguntei entredentes.

–Não se faz de burra, que você tá longe de ser isso! Tudo se resumi a isso, não é mesmo? Você sempre arruma desculpas bobas para não ficar com James, seja Emmeline, Marie... E tudo isso porque você tem medo do que pode acontecer se você se entregar a ele! Tem medo de se declarar, de dizer que está apaixonada!

Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele conseguira me atingir, mas eu não iria deixar que ele ficasse sem escutar umas poucas e boas também.

–Eu tenho medo de me apaixonar? Eu? Até porque você é muito melhor para falar de mim, né? Você é a pessoa que tem como discurso “Sirius Black não se apaixona”! É muito engraçado o sujo querer falar do mal lavado! Tá na cara que você é louco pela Lene, mas você tem medo de dizer isso a ela porque você nunca sentiu isso antes e porque sabe que quando disser em voz alta tudo irá mudar. Acredite, eu sei disso, não é fácil se expressar. Então quando você tiver dito a Lene o que sente por ela é que você vai poder vir com esse discurso idiota que você fez, por ora cuide da sua vida amorosa, porque eu cuidarei da minha- e me virei sem esperar um resposta.

Não sabia para onde estava indo, mas em alguns minutos reconheci o caminho até a torre de astronomia. Entrei sem bater.

–Oi, demorou!- James disse quando entrei- O que houve? Por que está chorando?

–Sirius Black aconteceu. Aquele babuíno que você chama de melhor amigo simplesmente acaba de dizer a Marie que você está com outra.

–E isso fez você chorar por que mesmo?- perguntou brincando com uma mexa do meu cabelo.

–Isso não me fez chorar. Eu chorei por causa da discussão que Sirius e eu tivemos depois que as meninas saíram. Digamos que ambos dissemos muitas verdades um ao outro- sorri em meio as lágrimas.

–Sirius que a fez chorar? Vou matar aquele cachorro- James ficou sério de repente.

–Tudo bem, ele só disse o que achava. E digamos que eu também não deixei barato.

–Aposto que não- ele sorriu de lado.

–E eu não quero que você brigue com ele por minha causa.

–Se você preferir assim- o bom humor de James voltou- não sou eu que vou desafiar a grande Lílian Evans. Quer me dizer o que Sirius lhe disse?

–Na verdade não. Foi algo que diz respeito só a mim, e a ele também.

–Hum... Então podemos mudar de assunto?- ele perguntou limpando minhas lágrimas.

–Claro. Você disse que queria falar comigo- sorri nervosa por ele não ter se afastado depois que limpara minhas lágrimas.

Olhava fixamente para seus olhos castanhos-avelã. Uma batalha entre nós era travada em silencio. Era verde contra avelã.

–Podemos falar sobre... nós?- ele perguntou por fim, ainda sem se afastar.

–Defina “nós”- disse mordendo o lábio inferior.

–Eu e você... O que aconteceu domingo... O que está acontecendo agora?- ele disse abrindo seu típico sorriso maroto.

Engoli em seco. Desviei o olhar rapidamente para sua boca, e que boca senhor!

–N-não tá acontecendo nada agora- mas que porra acabou de acontecer? Lílian Evans não gagueja nunca! Eu sempre tive controle sobre minha voz. Quanto controle esse garoto tem sobre mim?

James abriu ainda mais seu sorriso.

–Gaguejando Lily?- disse me puxando e empresando na parede da torre. Com um braço em minha cintura e outro do lado da minha cabeça, de forma que eu não tinha escapatória-Eu lhe deixo nervosa?- sussurrou em meu ouvido.

Não sussurra! Sussurrar é golpe baixo, porra! Mesmo querendo dizer isso, eu não o fiz. Só balancei a cabeça, negando. Não confiava na minha voz, não depois do que acabara de acontecer.

–Sei...- ele sorriu malicioso.

–Potter, se está tentando me seduzir- engoli em seco, tentando me controlar- está falhando terrivelmente. Pensei que era melhor conquistador, porque o que já ouvi das meninas dessa e de outras escolas sobre você...

Não tive tempo de terminar de falar. James foi rápido de mais para que eu percebesse logo de cara o que ele tinha feito. Só depois que me dei conta que estava deitada de costas no chão, com James em cima de mim, segurando meus dois braços a cima da minha cabeça. Minha respiração estava acelerada.

–Nunca duvide dos meus encantos- ele disse se aproximando e me beijando.

O beijo foi quente, diferente do último que trocamos. James beijava muito bem, também, com a prática que tinha, me espantaria se beijasse mal. Ele soltou meus braços, e apoiou deu peso no cotovelo esquerdo enquanto sua mão direita ia para minha cintura, em movimentos desce e sobe, desde o quadril até meus seios. Com as mãos livres tratei logo de deixa-las ocupadas lavando-as de encontro ao cabelo rebelde que eu tanto amava de James.

Só nos separamos quando o ar acabou. Maldito oxigênio. Para que ele existe mesmo? Para atrapalhar beijos intensos.

Encarei seus olhos enquanto nós dois recuperávamos o ar. Eles agora possuíam um brilho que não estava ali antes e eu tinha certeza que o mesmo acontecera aos meus olhos. Sorri ao notar isso, ao mesmo tempo em que James abria um sorriso.

–Talvez as meninas não tenham mentido sobre você- disse levantando uma sobrancelha.

–Talvez, é?- ele riu.

–Tá, você me provou que algo realmente está acontecendo aqui. Agora podemos conversar sobre isso- digo me sentando.

–Ah, eu não quero mais conversar. Tenho outros planos por hora- retrucou com um sorriso sarcástico brincando nos lábios. Esse menino nunca parava de sorrir?

–Mas temos que falar- meu tom abandonara a brincadeira, estava sério agora- claramente tem muita atração física acontecendo por aqui.

–Eu meio que já tinha percebido essa parte- ele segurou um sorriso ao notar meu olhar.

–Tá, para de sarcasmo! O fato é que eu quero saber sobre o que tá acontecendo entre... você e... entre “nós”.

Quando ouviu o “nós” James abriu o maior sorriso que eu já vira em seu rosto antes.

–Bom, como você disse “nós” eu diria que muito provavelmente logo logo estaremos namorando- ele me puxou para mais perto dele. Me sentei no meio de suas pernas e ele me abraçou por trás, mordendo minha orelha antes de voltar a falar- A menos, é claro, que você não queira que isso aconteça.

Ele fez silencio, esperando por minha resposta. Me virei, ficando sentada no colo dele, cara a cara. Coloquei meus braços envolta de seu pescoço e ele me abraçou pelas costas.

–James Potter- umedeci meus lábios com a língua- eu gostaria sim de ser sua namorada, mas vamos com calma, tá? Não quero apressar as coisas e ainda temos que ver Marie, mesmo ela parecendo não ter se importado eu acho que o que Sirius disse a feriu. E digamos que você também não é muito bom nisso de relacionamento sério- cerrei meus olhos.

–Se essas são as condições para que possamos logo namorar, tudo belezinha- ele disse- Então vamos agora falar com Marie!

–Você ouviu a parte sobre ir com calma, seu bobo? E por hora temos algo mais interessante para fazer- disse unindo nossos lábios.

Em quanto isso... No salão comunal da Grifinória.

POV Ali

Esperava por Frank a 15 minutos. Você deve se perguntar o porquê do nosso encontro. Então, no tempo que eu e as meninas brigamos passei a andar mais com Frank, nos aproximamos muito em uma semana, ficamos bem amigos, e todas as tardes nos encontrávamos no salão da grifinória às 17 horas em ponto.

Quando olhei para o relógio pela milésima vez Frank passa pela porta e adentra no local. Vejo seus olhos percorrerem pelo salão até me encontrar. Ele sorri e caminha em minha direção.

–Oi- ele beija minha bochecha e senta-se ao meu lado no sofá.

–E ai?- respondo deitando minha cabeça em seu braço.

O salão estava quase vazio, a maior parte das pessoas estava lá fora, nos jardins. Exceto por mim, Frank, um garotinho de 10 anos em uma das mesas no fim do salão e por três meninas mais ou menos da minha idade.

Elas estavam encarando Frank e sussurrando. Ri ao ouvir uma delas falar “não vou falar com ele! Sim... eu o acho gato Sarah, mas ele está acompanhado! Não posso simplesmente ir lá e dar uma de oferecida!”

–Que foi?- Frank me pergunta.

–Nada de mais, é só que elas estão falando de você- disse acenando com a cabeça em direção as meninas- você deveria ir falar com elas.

–Por quê?

–Sei lá... Acho que uma delas que ficar com você, aproveita que a oportunidade bateu de graça na sua porta- sorri de lado.

–Mas eu não fico com alguém só por ficar.

–Então por que?

–Só fico com alguém que eu tiver afinidade, me der bem... se gostar dela.

–Mas faz tempo que você não fica com ninguém! E eu tenho certeza que você deve gostar de alguém.

Frank corou. É isso mesmo que eu vi? Frank corando?

–Não tem ninguém- ele murmurou.

–Mas que mentiroso!- disse levantando a cabeça de seu ombro e encarando-o- quem é a sortuda?

–Por que você acha que existe alguém?

–Porque você é um péssimo mentiroso, e você sabe disso! Vai, admite!

–Você ta certa... Existe uma menina.

–Sabia!- exclamei- o que está esperando para falar com ela?

–Mas esse é o problema, nós somos amigos e eu tenho medo de estragar isso.

–Bom... Você não vai saber nunca se não arriscar. Talvez você perca tudo ou talvez ganhe tudo, mas se ficar parado nunca irá descobrir.

–Você tá certa- ele disse e me beijou.


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Notas finais do capítulo

Comentemmmmm!!!!!!!!!!