Hermione acordara num sobressalto. Respirou fundo,tentando normalizar o coração descompassado.

Mais um pesadelo. Mais um pesadelo idiota com Cormaco MacLaggen.

Uma semana se passou desde o ocorrido na festa da faculdade. Córmaco tentara por diversas vezes procura-la e tentar alguma reaproximação,mas ela não dera oportunidade.

A morena podia lembrar exatamente da cara de cada uma das pessoas que a encaravam quando ela fez seu caminho até a sala. Uns com pena,outros fingiam pena enquanto riam por dentro.

Mas ela não se importava. A única opinião que contava para ela eram a de seus amigos. Sua melhor amiga,Gina,a conhecia desde o fundamental. A ruiva tinha um temperamento forte e era meio louca as vezes. Ela e a ruiva haviam passado por muitas coisas juntas,Hermione sabia que podia contar tudo uma para a outra.

No ensino médio,conheceram Luna. A pequena loira era meio desligada e as vezes se perdia em seus pensamentos,mas era uma boa pessoa.

E ainda tinha Astoria. Eram amigas desde sempre,assim como suas mães. Sentia falta da morena,que ela não via desde os 11 anos,porque ela havia se mudado para Nova York. Eram raras as vezes em que conseguiam se falar. Apesar da distância,ainda acreditava na amizade delas,e esperava que a morena pensasse da mesma forma.

Estava terminando de copiar algo da lousa quando o sinal tocou. Hermione praguejou quando,ao se levantar,algo a antigiu.

– Mas o que...?

Uma bolinha de papel estava jogada no chão. Não soube o porque,mas levou suas mãos de encontro ao objeto. Desamassou-o e leu o que estava escrito:

‘’Não ligue para o que os outros dizem. Quem deve sentir vergonha é ele,por perder alguém como você. D xx’’

O que aquilo significava? E quem havia escrito aquilo?

Olhou para trás,numa falha tentativa de tentar encontrar quem fez aquilo. Estava sozinha na sala.

Colocou o papel no bolso da calça e se dirigiu a passos largos para a cantina. Avistou Gina e Luna em meio a multidão do campus.Enquanto ela fazia Medicina,Luna cursava Arquitetura e Gina cursava Economia.

Hermione bem que tentava,mas não conseguia prestar atenção no que a amiga falava.

– Mas é claro que o Neville tá gostando de você,Luna! - disse Gina,como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Eu não sei.....será mesmo?- pergunrou uma loira hesitante.

– Mas é claro! É tão óbvio,né Hermione? - Perguntou Gina. - Hermione?

A ruiva estalava os dedos em frente a menina,que tinha um olhar perdido.

– Falaram comigo?- disse Hermione,após sair do transe. Tinha um olhar perdido.

– Não,com a sua tia avó.

– Do que tá falando,Gina? Eu não tenho u....

– Hermione,o que há com você?- perguntou Luna. - Levanta esse astral! Esquece esse babaca do Córmaco,ele não merece você.

– Foi aquela Skeeter de novo,não foi? – perguntou a ruiva. – Ah,mas quando eu colocar minhas mãos nela...

Nem Luna nem Gina sabiam,mas o motivo da desatenção da garota era outro. Um loiro que tinha olhos cinzas tempestivos

Desde o atropelamento,não o vira mais. Não sabia nada sobre ele,além de seu nome. Já tentara procurar seu nome nos dados do sistema da faculdade,mas não encontrara nada. Será que ele não era de Londres? Ou estudava em outra instituição?

Contou a história as amigas. E quando finalmente se pronunciaram,disseram.

– Hermione,esqueçe esse cara.

– O quê?- perguntou Hermione,incrédula com a atitude da amiga.

Aquela ideia jamais havia passado pela sua cabeça. Por algum motivo,não queria esquecê-lo.

– É Mione,a ruiva tá certa. Não vai te levar a lugar nenhum,você mesma já disse que não conseguiu encontrar nada sobre ele...

– Ok,ok. Tá legal. Talvez vocês estejam certas.- Disse Hermione,mas não aparentava derrota.

Pegou o papel que estava no bolso e o abriu na mesa.

– Então o que é que eu faço com isso?

Percebeu as amigas lerem o bilhete atentamente.

– Eu não faço ideia de quem possa ter me mandado isso. Como eu já disse,o nome dele é....

– Você não tá querendo sugerir que....

– Estou,Gina. - Interrompeu Hermione.

Era uma ideia louca,ela sabia disso. Mas que outra alternativa ela tinha?

– O que vocês acham? Eu sei que parece loucura. Pode ser ele ou...

– Ou pode ser o Dean.- Disse Luna,simplesmente.

Dean Thomas era amigo de Luna. Cursava o terceiro ano de Arquitetura,eram colegas de classe.

Aquilo sim fazia sentido. Hermione suspirou em desagrado. A pequena loira estava certa.

– É,talvez seja ele.

Não queria acreditar naquela hipótese. Não queria saber de Dean Thomas,nem de suas palavras.

Queria saber de um certo loiro,que invadia seus pensamentos. Lembrava-se das palavras dele ‘’ Tenho razões para acreditar que nos encontraremos novamente’’. Por quê era tão difícil reconhecer que aquele aquele encontro havia sido um acaso,e não uma obra do destino?

– Vou comprar alguma coisa na cantina,vocês querem alguma coisa?

Minutos depois,se dirigiu ao balcão para comprar algo para ela e o suco natural de Luna.

Precisava tomar cuidado,ou aquele estranho conhecido a deixaria louca.

– X –

– Não se esqueçam de estudar o capitulo nove para a próxima aula!- Gritou Snape,um dos professores,antes dos alunos irem embora.

– Graças a Deus! Esse Snape é um chato! - Ouviu Parvati,uma das colegas de classe dizer,antes de se dirigir a saída.

Aquele era um dia incomum. Costumava ir a faculdade com seu carro,mas este se encontrava na revisão. Estava a alguns dias indo de carona com Gina,mas a amiga havia ido embora mais cedo.

Buscava algum numero de taxi que ela tinha certeza que tinha nos contatos do celular quando sentiu dos braços fortes a puxarem com força. Seu corpo foi de encontro ao de um moreno que ela conhecia muito bem.

– Você?- indagou uma morena assustada.

O olhar de Córmaco era assustador,e ela permitiu sentir medo.

– Assustada?- perguntou em tom irônico. - Esperava ver quem,uh?

A menina tremia. No fundo sabia quem esperava ver,mas também sabia que seria algo impossível.

– Me solta!- Gritou Hermione.

Tentou se soltar,mas era inútil. Esse ato só fez a raiva de Córmaco aumentar.

– Presta bem atenção no que eu vou te dizer.- Sussurrou o moreno. Seu olhar faiscava raiva. - Você é minha.

A menina chorava,fazendo Córmaco apertar a força das mãos em seus pulsos.

– Me solta,por favor....- sussurrou a morena,as lágrimas deslizavam pelo seu rosto alvo.

– Só minha,entendeu? - Gritou.

Era inútil gritar. Não havia ninguém ali para ajudar. Sentiu Córmaco pressionar os lábios contra os seus rudemente.

Não sabia o que esperar de Córmaco. Sabia que ele não era capaz de fazer mal a ela,mas aquelas circunstâncias colocaram aquela teoria a prova.

Foi quando ouviu uma voz reverberar no local.

– Ela mandou você soltar,MacLaggen. E eu acho melhor você fazer isso agora.