P.O.V. Sophia.

Ele ainda fica me encarando e isso está me incomodando e muito.

Mas, eu vou dar um jeito nisso agora mesmo.

—Ei tá olhando o que?

—Nada.

—Tá me chamando de nada? Qual é a sua cara?! Pensei que você fosse gentil e fica me olhando feito um doido.

—Me desculpe. É que, creio que o que é belo deve ser admirado.

Fiquei de queixo caído.

—Tá me dizendo que eu sou bonita?

—É. Você com certeza é a criatura mais bonita que eu já vi.

Peraí, ele me chamou de criatura?

—Criatura?

—Pessoa. Vocês implicam com cada coisa.

—Me desculpe, é que nunca tinham me chamado de criatura antes.

Nós ficamos conversando até uma moça chegar.

—Vamos pra casa Kyle. Vai sair sol.

—Tem certeza?

—Eu já errei antes?

—Não. Desculpa mãe, quer dizer Renesmee.

—Vamos. Tá quase na hora.

—Tenho que ir. Com sorte nos veremos amanhã.

—Só na sexta querido. Vão ser dois dias consecutivos de sol.

—Que droga.

—Vamos! Entra no carro!

—Tchau Sophia.

—Tchau Kyle.

Isso foi ainda mais esquisito. Porque eles não saem quando faz sol? Porque os olhos de Kyle ficam vermelhos de vez em quando?

Porque suas mãos são tão geladas? Porque ele é tão branco?

São milhares de perguntas rondando, flutuando pela minha mente. E porque diabos ele chamou a menina de mãe?

—Eles não podem ser mãe e filho. Eles tem a mesma idade.

—Do que está falando Soph?

—Nada. Apenas pensando alto.

—Melhor você ir ou sua mãe vai ter um ataque.

—Verdade.

—Tchau.

—Tchauzinho.

Estava dirigindo quando vejo os carros deles passarem em alta velocidade.

—Gente doida.

Agora é dar um jeito de contar pra minha mãe sobre o fato de eu estar grávida e o pior de tudo é que aquele idiota do Rick Underwood é o pai do meu bebê.

Vocês devem estar se perguntando onde está o meu pai. Bom, ele é soldado e está lá em Israel lutando uma guerra que não é dele.

—Está atrasada Maria Sofia.

—Me desculpe. As coisas não foram muito normais hoje.

—Algo errado?

—Só o fato de que eu vou ter um bebê do meu ex.

—Sei. Então, o que quer jantar?

Ela obviamente não estava me ouvindo.

—Mamãe! Me ouça!

—Estou ouvindo e não grite comigo!

—Não está ouvindo nada! Acabo de dizer que vou ter um filho e você me pergunta o que eu quero pro jantar.

—Um o que?

—Um bebê. Um filho.

—Isso é algum tipo de brincadeira Maria Sofia?

—Quem me dera, mas não. Eu vou mesmo ter um bebê.

—Quem é o pai?

—Richard Underwood.

—Seu namorado.

—Ex namorado. Ele me trocou pela oxigenada da Grace Bolton.

—E como eu não fiquei sabendo disso?

—Eu te contei, mas você não estava escutando. Estava mais interessada em falar no telefone com o seu sócio idiota.

—Você sabe que eu tenho que trabalhar Maria Sophia.

—Mas, você trabalha o tempo todo! E quando não está trabalhando está dormindo!

—Você já é crescidinha. Consegue se cuidar sozinha.

—Consigo. Mas, preciso da minha mãe. Eu quero ter uma mãe!

—Eu sou sua mãe. Por isso trabalho dia e noite pra te dar conforto.

—Você é viciada em trabalho mãe. Tem que se tratar e logo, antes que a vida passe e você fique pra trás.

Não disse mais nada, simplesmente saí. Fui pro meu quarto, tranquei a porta e liguei o rádio no último volume.

—Eu odeio a minha mãe. Eu prometo que vou ser melhor que ela bebê.

Disse pra minha barriga.

Comecei a notar que o som alto incomodava. Fazia eu ficar com cólicas e quando eu abaixei o volume as cólicas passaram.

—Deixa você desconfortável? Machuca os seus ouvidinhos.

Se eu erguer a minha blusa, consigo ver a pequena protuberância.

—Grávida aos 17. Que beleza.

Eu vou ter que começar a estudar para ser mãe. Comprei livros sobre gravidez, parto e como cuidar de bebês. Todos os dias eu assisto a Supernanny, S.O.S. Babá e diversos outros programas sobre esse assunto.

Vou á loja de produtos infantis e pergunto tudo para a funcionária. Semana que vem vou começar a fazer o pré-natal, marquei essa consulta á meses e como a minha mãe presta muita atenção no que eu faço ela nem ficou sabendo.

—Maria Sophia! O almoço está pronto.

—Estou descendo.

O nome da minha mãe é Maria e o da minha avó era Sophia por isso quando eu nasci juntaram os dois.

—Quando pretende contar ao Richard?

—Não pretendo.

—Vai chegar uma hora que não vai mais conseguir esconder sua condição.

—Eu sei.

Agora vou ter que dar um jeito de trolar o Rick. Não quero ele na minha vida e nem na vida do meu filho.