“Um dia desses talvez sua mágica não me afete mais, e seu beijo não me enfraquecerá. Mas ninguém nesse mundo me conhece como você. Então você provavelmente terá sempre um feitiço sobre mim.”

– Hate That I Love You – Rihanna (feat. Ne-yo)

POV Dorcas:

(Sábado)

– Nem acredito que deu certo... – Eu suspirei depois que Remo acabara de me beijar.

– O que? – Ele perguntou.

– Ah... Nada. – Eu falei saindo da pista de dança. Lilian e James tinham acabado de passar por ali de mãos dadas. DE MÃOS DADAS! – Vamos beber alguma coisa? – Eu perguntei para ele.

– Claro. – Ele falou pegando na minha mão discretamente.

Digamos que Remo não gosta de ficar se mostrando pros outros, e eu também não. Deve ser por isso que damos certo.

– Você vai querer de...? – Eu perguntei enquanto chegamos no balcão.

– De limão mesmo. – Ele falou e eu pedi duas batidas de limão. – Quando você falou que alguma coisa deu certo... Estava se referindo...?

– Ao James e a Lilian. Eles saíram de mãos dadas daqui. Eu vi. Finalmente eles se acertaram, não estava aguentando mais. – Eu suspirei e fiz uma cena dramática, o que o fez rir.

– Ainda bem... – Ele falou olhando para o chão, e eu percebi que tinha alguma coisa errada.

– Remo... Você está bem? – Eu perguntei levantando sua cabeça.

– Eu... Só não estou me sentindo muito bem, só isso. – Ele disse sorrindo. – Não quero estragar sua noite por causa disso.

– Como assim? – Eu perguntei colocando minha mão em seu rosto, e percebi que ele estava um pouco quente. – Você está com um pouco de febre... Faz assim... Esquecemos a batida, e vamos nós dois pro quarto. Aí eu cuido de você. – Eu falei sorrindo para ele, que continuou sério.

– E estragar a sua noite? Não. – Ele falou se erguendo e eu bufei.

– Vem... – Eu disse pegando na sua mão.

– O que você quer fazer agora? – Ele perguntou sorrindo.

– Cuidar de você. Vamos para o quarto agora. Esse frio só vai piorar. – Eu falei preocupada e ele riu sem graça.

– Está bem, mamãe. – Ele falou brincando e eu revirei os olhos. Logo, fomos para o nosso quarto. Com ele reclamando, é claro.

Ele se sentou na cama e eu fui pegar um remédio que tinha na minha bolsa. Ele estava com uma gripe não muito forte, ainda bem.

– Aqui. – Eu falei entregando o comprimido e um copo de água para ele.

– Obrigado. – Ele falou tomando o comprimido. – Agora podemos voltar lá pra baixo? – Ele perguntou. – Estamos perdendo a festa.

– Você tem certeza de que quer voltar? Pra mim você não parece muito bem... – Eu falei me sentando no seu colo e beijando seu rosto.

– Você não existe, sabia? – Ele disse para mim e eu sorri.

– Eu sei disso, só não reclamo porque gosto de te ouvir falando isso.. – Eu falei sorrindo. - Só quero ver como vai ser amanhã... – Eu pensei alto e ele riu.

– Com certeza não vai ser uma coisa que vemos todo dia... – Ele falou e me fazendo rir.

POV Marlene:

(Domingo)

Eu mal abro o olho e dou de cara com um ser deitado do meu lado, me olhando.

É estranho não é?

Você acordar com alguém te observando. Ainda mais com um sorriso no rosto.

E qual a coisa mais sensata que eu fiz?

Jogar um travesseiro na cara dele.

– Ai. – Eu ouvi a voz abafada de Sirius.

– Bom dia...? – Eu falei me levantando, mas me cobrindo com o meu cobertor quando percebi que estava nua. Não que adiantou muito, já que os lençóis eram um pouco transparentes, e que ele já havia visto tudo a um tempo atrás.

– Que bela visão para um começo de dia. - Sirius falou rouco, mas ainda sim com aquele sorriso de safado na cara.

– Idiota. - Eu resmunguei revirando os olhos, mas mesmo assim sorri. Impossível você não acordar de bom humor com esse par de olhos azuis te olhando daquele jeito.

Achei uma camiseta dele jogada no chão e me vesti com ela.

– Ah, para com isso… Sei que você me adora. - Ele falou me puxando para ficar em cima dele, e foi isso que aconteceu.

– Agora vai ficar esfregando na minha cara? - Eu perguntei bem perto dele.

– Você sabe que não deveria ter me falado que tem uma queda por mim. - Ele falou beijando meu pescoço.

– Ah, é verdade… - Eu falei suspirando. - Mas ontem eu estava sobre o efeito anestesiante do remédio do meu machucado.

E eu achando que já tinha inventado tudo...

– Inventa outra. Sei que é apaixonada por mim. - Sirius falou me encarando. E foi aí que eu caí na real.

Eu saí de cima dele e me levantei da cama.

– E agora? - Eu perguntei para ele, que estava me encarando. - Depois de tudo o que eu falei, não muda nada?

– Tecnicamente mudou, porque eu também sinto uma pequena atração por você. - Ele só está falando enrolado porque não sabe admitir que gosta de mim. - Então…

– Então o que? - Eu perguntei e ele se levantou da cama, e percebi que ele estava usando uma cueca box preta.

Ai minha Nossa Senhora... Dai-me resistência.

– Então vamos fazer um acordo. - Ele falou parando na minha frente. - Você não fica com nenhum cara a não ser eu, e eu não transo com mais ninguém a não ser você. Que tal? - Ele perguntou acariciando meus cabelos. E eu não pude deixar de gargalhar. Ele me olhou confuso.

– Sirius, se você ainda não sabe… Isso que você acabou de propor para mim, é quase a mesma coisa que um namoro. - Eu falei me afastando.

Talvez ele não saiba mesmo… Tudo isso é novo, tanto pra mim, quanto pra ele. E… Sirius Black namorando alguém é meio raro de se ver.

– Chame do que quiser, morena. Meu acordo ainda está de pé. - Ele falou e eu gelei.

Um arrepio subiu pela minha espinha. Como assim… Mesmo ele sabendo de tudo, ele não vai... Ou melhor, ele vai deixar tudo de lado?

– Sirius, pensou bem antes de dizer isso? - Eu me virei e ele me encarou atentamente. - Quero dizer, tem a sua reputação, e fora que você está mesmo disposto a abandonar todas aquelas garotas que são líderes de torcida com bundões e peitos siliconados, pra ficar com uma magricela como eu? - Eu perguntei sorrindo fracamente.

Tá, vamos dizer que eu não estou esquelética assim, afinal, eu gosto de fazer um drama. Mas aquelas líderes de torcida de Hogwarts têm peito e bunda pra dar e vender… Em todos os sentidos.

E eu? Não tenho nada de especial. Não tem cabimento ele querer largar tudo o que ele já “construiu” naquela escola, simplesmente por minha causa.

E fora que o ver namorando, ou até assumindo um compromisso sério com alguém já assusta qualquer um.

– Já estou decidido. Esse é o meu trato. Não quero te ver com outros caras que não te valorizam. - Ele falou se aproximando de mim. – E a ultima coisa que você seria, é ser um palito, Lene... – Ele falou examinando meu corpo e eu o encarei.

– E você me valoriza? - Eu perguntei olhando diretamente em seus olhos.

– Isso é você que vai me responder. - Ele sussurrou.

Certo… Dessa vez ele me pegou.

Eu sorri para ele, que sorriu também e me beijou ardentemente, até o ar começar a faltar.

– Acha que o pessoal pode esperar meia hora a mais? - Ele perguntou inocentemente.

– Acho que eles não se importariam. – Eu falei e quando eu vi ele já estava me pegando no colo e me levando de volta para a cama.

POV Autora:

Quarenta e cinco minutos depois, todos estavam sentados nas aconchegantes poltronas da sala de estar do hotel.

– Hoje é domingo mesmo? – Marlene resmungava.

– Infelizmente... – James retrucou, mas ele não parecia emburrado, nem nada. Mas não é pra menos, Lilian estava segurando sua mão. Aliás, ele não poderia estar mais feliz. Nem ele, nem a ruiva.

– Nossa! – Dorcas assustou a todos. – Amanhã sai o resultado das audições.

– E já na semana seguinte... Os ensaios... Só de pensar nisso eu já estou cansado. – Sirius falou suspirando e tombando sua cabeça para trás, a afundando na poltrona.

– Você nem sabe se foi escolhido ou não... – Marlene falou rindo da cara de bosta que ele fez.

– Lene... Seria um crime se eles não escolherem esse rosto para representar Hogwarts. – Ele falou apontando para si mesmo.

– Bem... A questão é: Quando temos que ir embora? – Lilian perguntou de repente.

– Olha, se é umas duas horas daqui até Londres... E sendo que a Lilian não gosta de pegar atalhos... Se sairmos daqui umas cinco horas da tarde dá tempo de sobra de fazermos uma viagem tranquila. – James falou, e no final todos concordaram.

– Mas ainda são nove horas da manha. – Dorcas resmungou. – O que vamos fazer até lá?

– Bem, tem a piscina. – Remo sugeriu e Dorcas o encarou.

– Não tem outra coisa? – Ela perguntou.

– Dorc’s... Vamos para a piscina, loira. Qual é o problema? Apesar do frio, tem piscina aquecida. – Lene falou brincando com ela, que no final acabou sendo mais uma vítima da grande persuasão de Marlene Mckinnon.

– Certo. Vamos nos trocar e nos encontramos na entrada do clube. – Alice falou subindo as escadas com Frank. E logo depois todos subiram.

POV Dorcas:

– Remo... Você tem certeza que está se sentindo bem? Essa piscina pode piorar o seu resfriado e...

– Que resfriado, Dorcas? Acordei muito bem hoje. – Ele falou abrindo a porta do nosso quarto.

E era verdade. Ele acordou como se nada tivesse acontecido ontem.

– Mas, Remo... – Eu já começava a ficar preocupada. – Vamos... Fazer alguma outra coisa que não envolva água. – Eu disse nervosa.

– Como assim?

– Eu não sei nadar. – Pronto. Falei.

Ele me encarou e depois riu.

E sabe quando você se sente uma idiota? Bem, é isso que aconteceu.

– Remo... – Eu o chamei e ele me encarou.

– Dorcas, desculpa... Mas... Aquela piscina não é funda. Não precisa ter medo. – Ele falou me abraçando.

– Você fala desse jeito porque sabe nadar! – Eu reclamei.

– Eu te seguro, e não te solto, pode ser?

– Eu não sei...

– Qualquer coisa, ficamos na piscina infantil, ué. – Ele falou e... Eu realmente espero que ele esteja brincando.

– Contanto que a água esteja quentinha... – Eu pensei alto e ele riu.

– Então vamos. – Ele falou sorridente.

POV James:

E aqui estamos eu e Sirius esperando na porta do cube os seres mais atrasados do mundo. E eles se chamam: Alice Jackson, Frank Longbottom e Marlene Mckinnon.

Por que eu estou aqui? Sou o anfitrião, tenho que mostrar meus bons modos. Porque senão os funcionários daqui vão contar para a minha mãe o que eu supostamente não fiz.

Por que o Sirius está aqui? Porque eu disse que pagaria um almoço pra ele depois.

– Eles não vão chegar nunca? – Sirius reclamava. – Você está me prendendo aqui, enquanto todo o resto do povo já está lá aproveitando? É isso mesmo? Eu quero nadar... – Ele reclamava.

– Tudo bem, pode ir... Mas eu não vou poder fazer nada quando a Marlene descobrir que você nem sequer esperou por ela. – Eu falei distraído. E ele me encarou (lê-se: Me incinerou com os olhos).

– Acho que vou ficar aqui mais um pouco... – Ele falou, ou melhor, choramingou.

Até que as três figuras me aparecem. Todos vestidos (estava um pouco frio, mas Apolo deu uma forcinha pra gente e o Sol começara a aparecer). Bem... Que nem Sirius, nem Frank e nem a Lilian ouçam meus pensamentos... Mas a Alice e a Lene estão de parabéns quando o quesito é pernas. Se é que vocês me entenderam.

– Vamos entrar? – Alice perguntou animada.

– Nem sei o que estamos fazendo aqui ainda. – Sirius resmungou e entrou.

Antes de Frank entrar, ele pegou na mão da Alice, e a Lene viu e... Aquilo foi um semblante frustrado? Ela esperava que Sirius fizesse isso? Bem... Depois de tudo o que ele me contou... Se eu fosse ela eu também esperaria alguma coisa dele.

Então para não deixa-la mal (sou um amigo perfeito... E muito modesto), eu passei meu braço envolta do seu ombro e a chamei.

– O que foi, praga? – Ela falou brincando.

– Soube de você e do Sirius. – Eu disse inocentemente.

– Ah... Daqui a pouco isso já não vai mais ser novidade. – Ela falou desanimada.

– Lenezita... Você conseguiu colocar uma coleira no cachorro mais safado de todo o Reino Unido. Isso deveria te deixar feliz, certo? – Eu perguntei preocupado.

– É. Estou feliz, sim, James... É só que... Eu achava que seria diferente. Bobagem. Vamos aproveitar nossas ultimas horas de paz. – Ela disse se animando e entrando no local onde têm as piscinas aquecidas.

Era um galpão enorme, com várias piscinas, todas aquecidas (óbvio) e uma lanchonete no fundo. E foi a seguinte cena que eu vi:

Dorcas na beirada da piscina, já com seu biquíni a mostra, mas não dava pra ver muita coisa, já que ela estava virada para Remo, que já estava na piscina.

Alice, do nada, me solta um grito:

– BOMBA! – E sai correndo igual uma maluca e pula na piscina, com Frank atrás dela.

Sirius já estava na água, como bom cachorro que é. E Lene se mexeu desconfortável perto de mim. Várias, várias garotas de biquíni estavam secando ele. E ele percebeu, e continuou ali, até arriscou um “oi” pra elas.

– Certos hábitos não mudam. – Lene comentou emburrada.

– Por que você não mostra pra ele que ele não é o único que sabe chamar a atenção? – Eu comentei vagamente.

– O q... Não! Eu não vou sair desfilando por aí de biquíni só pra fazer tarados olharem minha bunda. E além disso, eu nem atraente sou. – Ela comentou cruzando os braços.

– Bem... Eu olharia. – Eu comentei maroto.

Não pensem errado! Eu estou apaixonado pela Lilian. Mas Marlene precisava de um empurrãozinho.

– James... Larga de ser safado. – Ela falou saindo de perto de mim. – Vou procurar a Lily. Com certeza ela deve estar se escondendo.

– Escondendo de quê?

– De todos, ué. – Ela falou saindo de lá. E eu percebi uma coisa assim que ela passou perto da piscina que Sirius estava.

Que ela não tinha a necessidade de tirar nada para chamar a atenção dele.

Depois de analisar esses pequenos detalhes, eu tirei minha camisa e pulei na piscina, me sentindo um filho de Poseidon (Só que nunca).

E fiquei lá, nadando de um lado pro outro, aproveitando...

Até que um ser desmamado que não tem amor no coração cai em cima de mim! Levanto a minha cabeça e vejo que é Frank, e que não verdade ele não caiu por livre e espontânea vontade.

Ele foi empurrado. Pelo Sirius.

– Seu filho da... – Ele começou, mas eu tapei a boca dele.

– Tem crianças aqui, seu idiota. – Eu falei jogando água nele. E assim Sirius pulou na piscina e começamos uma guerra. E no final Remo entrou no meio também.

Mas todos foram parando de jogar agua uns nos outros quando perceberam a aproximação de algumas pessoas.

Alice desfilando por ai, nem se importando se estavam secando ela ou não (mas Frank se importou), e atrás Marlene vinha praticamente carregando Lilian. Ambas ainda de roupa.

– Você primeiro, Lilian. – Alice falou brincando, e ela ficou vermelhinha. Mais vermelha ainda quando percebeu que eu estava olhando.

– Anda logo, Lily. – Lene falou e a ruiva se virou para ela.

– Digamos que você ainda não tirou a roupa, Lenezita. – Ela falou para Lene, que olhou para a roupa que estava usando.

E começou a tirar a blusa, o short, soltou os cabelos. Olhei para Sirius e ele parecia estar hipnotizado com aquele biquíni preto simples. Ou com o que estava embaixo, talvez.

– TERRA CHAMANDO SIRIUS! – Frank grita atrás dele, atraindo a atenção do clube inteiro. E quando eu falo que é o clube inteiro, eu digo que são todos mesmo.

– Quer calar a boca, Frank! – Sirius grunhiu e... Ai Meu Merlin! Isso é...

Vai chover canivete hoje.

Ele ficou... Corado? É isso mesmo, produção?

– Sirius... É você? – Alice gritou do outro lado, e começou a rir. Certo, elas viram.

Ele apenas mergulhou e foi parar sabe-se lá aonde.

– Eu avisei, Lene! – Eu falei rindo da cara de bosta que ela estava, mas depois sorriu marotamente. Mas aí eu percebi que a única que ainda estava com roupa ali era Lily, e eu me aproximei das três.

– Não vem nadar, Lily? – Eu perguntei para ela, que negou com a cabeça, mas foi Lene que falou.

– Ah, ela vai! – A morena falou e a ruiva a olhou brava. – Pelo menos tira esse vestido. Todo mundo aqui tá de roupa de banho. E tem umas garotas ali que estão com fio dental que eu custei enxergar. Então não vão reparar nas suas gorduras invisíveis.

– Tá bom, você venceu. – Lilian reclamou e tirou o vestido.

Ela estava usando um biquíni todo branco, e as alças tinham um detalhe em dourado. Ela estava linda. E quem falou que Lilian Evans não tem corpo?

– James... Tem uma baba aqui. – Marlene falou apontando para meu rosto.

– Nossa que engraçado... – Eu falei baixinho. – Então... Vamos nadar? – Eu perguntei quando percebi que Alice já pulara de novo na piscina, e até a Dorcas estava arriscando entrar, mas agarrada no pescoço do Remo.

– Eu vou lá comprar um refrigerante e já volto. – Marlene falou apontando para o bar, que era dentro do clube, e logo saiu.

E nisso ficou eu dentro da piscina, e Lily do lado de fora.

– Vem. – Eu falei esticando meu braço, e ela com muita relutância pegou na minha mão.

– Não me solta. – Ela falou entrando na piscina. E assim que ela entrou ela agarrou no meu ombro.

– Sim, senhora. – Eu falei pegando na sua outra mão e a levando para o meio da piscina.

POV Marlene:

Certo, digamos que eu dei aquela desculpa de ir comprar alguma coisa no bar porque eu não queria ficar de vela.

E eu não queria ficar vendo o Sirius olhando a bunda daquelas mulheres que não sabem a definição correta de biquíni, e colocam um pedacinho de pano e acham que estão abafando.

Mas o pior é que elas estão, já que todos estão olhando.

– Ahn... Uma Coca-Cola, por favor. – Eu falei para um senhor que estava atendendo.

– Aqui está, querida. – Ele falou me entregando uma latinha. E ele percebeu que eu estava olhando para o Sirius, e para aquelas garotas, que agora estavam se oferecendo para ele com piscadinhas e acenos. – Seu namorado? – Ele perguntou.

– Mais ou menos. – Eu falei tomando um gole do meu refrigerante.

– Pra mais ou pra menos? – Ele perguntou se escorando no balcão.

– Eu nem sei mais. – Eu falei sorrindo tristemente.

– Ah, para com isso. – Ele falou do meu lado. – Olha pra você. Sabia que você é linda? E que uns cinco rapazes já vieram aqui me perguntar se eu te conhecia e qual era o seu nome?

– Só pode estar brincando... – Eu comentei tomando outro gole, e ele me apontou para um rapaz loiro, de tanquinho que me olhava discretamente.

Ai minha Nossa Senhora do chuveiro elétrico, dai-me resistência!

Ok, não sei de onde eu tirei isso, mas foi.

– Aquele pediu o seu telefone. – Ele apontou para um cara ruivo, também bonito. – Aquele perguntou se você vinha muito aqui. – Ele apontou para um moreno baixinho. – Aquele perguntou o seu nome. Satisfeita, querida?

– Como posso saber se isso é... – E nesse momento, o carinha loiro veio caminhando até mim, e parou do meu lado no balcão. – Verdade. – Eu respirei fundo.

Ok, Lene.

Não se esqueça de respirar.

Olha esse tanquinho...

– Um suco de laranja, por favor. – Ele falou e depois se virou para mim. – Oi.

– O-Oi. – Eu tentei falar o mais coerente possível, mas isso não deu muito certo. – Tudo bem?

– Melhor agora. – Ele falou sorrindo daquele jeito sexy que só pessoas lindas sabem fazer. – Qual seu nome? – Ele me perguntou se virando completamente para mim.

Mas antes que eu pudesse responder, eu sinto alguém atrás de mim respirando pesadamente. E digamos que deu pra perceber que era o Sirius.

– Ela está comigo, e não vejo a necessidade de você saber o nome dela. – Ele falou frio.

– Calma, cara. Não precisa estressar. – Ele falou erguendo as mãos. – Você é o que? Irmão, primo, namorado...?

– Já disse que estamos juntos. – Ele repetiu colocando uma mão na minha cintura.

– Ok, então. – Ele falou pegando seu suco e indo embora.

Quando eu percebi que ele não estava mais olhando, e sai em passos duros pra longe dele.

Então ele pode ficar olhando para aquelas putas oferecidas e acenando, e eu não posso nem conversar com um cara!

Ele não confia em mim? Eu aceitei o trato, não iria fazer nada com mais ninguém. Nem provocando eu estava mais!

Parei na mesa que eu deixei minhas coisas e fiquei procurando meu celular. Mas não o achei. E nisso alguém chega do meu lado.

– O que foi aquilo? – Sirius perguntou e eu não aguentei.

– Como? Você que fica se oferecendo para aquelas putas, mandando beijinho e tal, e quando EU vou simplesmente conversar com um rapaz, você já chega achando que manda em mim?! – Eu falei em alto e bom tom.

– Se esqueceu do nosso acordo, Lene? – Ele perguntou já ficando nervoso.

– Não, Sirius. Eu não me esqueci. Por isso eu não estava fazendo NADA de errado. Só estávamos nos cumprimentando! – Eu falei séria.

– E eu, estava transando com elas? – Ele perguntou indignado. – Nosso acordo foi na cama. Apenas na cama. – Ele falou sério.

– Ah, então me responda uma coisa: Se nosso acordo foi apenas na cama, por que você foi se intrometer na minha conversa com aquele cara?

– Porque, porque... – Ele não achou palavras.

Marlene 1 x 0 Sirius

– Sirius... Ou nós dois mudamos, ou isso não vai dar certo. Eu NÃO estava fazendo nada demais, confia em mim. – Eu falei. – Você escolhe. – Eu falei apontando para uma daquelas Barbies falsificadas que estava chamando ele, e depois saí de perto.

Dessa vez, ele iria escolher.

Depois que eu saí me virei e nem ele nem a garota estavam lá, e tive que conter minhas lágrimas. Ele nunca iria mudar.

Resolvi dar um mergulho, e ficar o máximo do tempo embaixo d’agua. Tomando cuidado com o meu curativo, claro.

Quando eu sinto alguma coisa enlaçando a minha cintura e eu me assusto, me fazendo emergir rapidamente.

– O que está fazendo?! – Eu perguntei para a pessoa, antes mesmo de saber quem era. Mas assim que eu olhei para os braços, eu sabia quem era. Eu me acalmei instantaneamente. Sirius estava aqui.

– Sinceramente... Você acha mesmo que eu te trocaria por ela? – Ele começou a falar me abraçando, e eu encostei minha cabeça em seu peito.

– Por aquela loira, do olho verde, com peitões, um bundão, alta, bronzeada? Sim. – Eu falei levantando meu rosto e o encarando. Ele me olhou intensamente por um momento, e depois sorriu.

– Nunca mais pense isso. – Ele falou e me abraçou mais forte.