POV Lilian:

Estava andando, claro, distraída pelos corredores, esperando a próxima aula. Claro que nem como tudo é flores, logo veio a Falcon... Merda.

Ela parou bem na minha frente e ficou me observando, segurando a risada.

– Nem acredito que você é a retardada da Evans! – Disse ela rindo.

– Por que está rindo?

– Pois é praticamente impossível você ser ela! Quero dizer... Se bem que continua com o mesmo mau gosto para moda! – E gargalhou alto.

– Vai ver se eu to na esquina! – Disse virando as costas pra ela.

– Ui! Ficou nervosinha Evans? – Perguntou ela sarcástica. – Vai chamar suas amigas pra te ajudar? – Disse ela fazendo biquinho.

– Porque não usa o seu precioso dinheiro e compra umas roupas novas, você só anda com esse micro vestido de líder de torcida, deve ter só ele né? – Perguntei me fazendo de cínica.

– É Evans, mas pelo menos eu TENHO dinheiro! Aposto que foram as outras amiguinhas riquinhas que compraram essa roupa pra você não? – Disse ela sorrindo vitoriosa.

– Não me importo com roupas Falcon. – Disse secamente.

– É o que parece! – Disse ela apontando para o meu corpo.

– Não me importo com roupas, nem com o corpo, pois um dia ele vai embora. Mas o que fica é o caráter Maggie... Eu posso mudar quantas vezes eu quiser, mas sempre vou ser eu mesma... Já você? Qual é o seu caráter Maggie? Acho que roupas de grife e sapatos de marca não irão definir quem você é por muito tempo. – Falei. Ela começou a ficar vermelha, achei que ia explodir! Até que ela foi embora pisando forte.

Dei um sorriso vitorioso ao ver ela saindo. Mas quando me virei, vi James Potter me encarando. Que a propósito é o que ele anda fazendo desde que o ano começou...

– O que foi? – Perguntei. – Olha, me desculpa se ofendi sua namorada mas...

– Namorada? – Ele perguntou confuso.

– Vocês dois andam sempre juntos, achei que...

– Felizmente, você pensou errado. Nunca iria querer nada com alguém como a Maggie.

– Hum... – Disse meio desconfiada. – Então por que anda com ela se não a suporta?

– Er... Popularidade, eu acho. – Ele disse nervoso.

– Fica com ela só por popularidade?

– É complicado...

– Pior que não é, James... Você já é popular, pra que quer ficar mais?

O sinal bateu e, coincidentemente eu e ele temos a mesma aula.

– É melhor a gente ir... – Ele disse, desviando do assunto.

(...)

– Bem garotos, e pra lição de casa, favor fazer a página 394... E não se esqueçam da prova! – O professor disse enquanto todos estavam saindo da sala.

Quando estava saindo, alguém me puxou pra direção oposta.

– Me desculpe, mas. Sabe aquelas aulas de Química que você falou que se eu quisesse você poderia me dar. – Potter falou olhando nos meus olhos.

– Sim.

– Preciso delas! – Disse ele assustado.

– Delas?

– Acho que quando ver o meu estado, vai achar que só uma aula não é o suficiente... – Ele disse arrepiando os cabelos.

– Vou te ajudar sim Potter! Só precisa falar o dia.

– Pode ser na minha casa esse fim de semana? – Ele perguntou.

– Claro. Um dia sem ver minha irmã vai ser muito bom... – Disse rindo, ele riu também.

– Então até mais Lilian. – Disse andando.

– É Evans, Potter! – Disse brava, mas depois eu ri do que eu disse.

Evans Potter...

POV Dorcas:

A aula já tinha acabado (Graças á Merlin!), e estava andando no pátio, quando alguém vem e tampa meus olhos.

– Quem é? – Perguntei.

– Se eu falar você adivinha. – Ele sussurrou no meu ouvido.

– Ei Remo! – Disse divertida virando pra ele.

– Quantas horas eu te pego hoje? – Ele perguntou brincado com uma mecha de cabelo meu.

– Lá pelas sete?

– Pode ser. Contanto que você esteja me esperando. –Disse ele rindo.

– Então nos vemos ás sete... – Disse indo embora. Pude virar e ver que ele estava sorrindo pro nada, igual um bobo. E não deixei de sorrir também. O que ele estava pensando?

(...)

Cheguei em casa, a primeira coisa que eu fiz foi arrumar minha roupa. Como estava frio, resolvi ir com uma meia calça por baixo do vestido. Acho que iria ficar legal.

Depois fiquei sem fazer nada até o relógio dar quatro horas e eu ir tomar banho, me arrumar, trocar de roupa, essas coisas.

O relógio deu sete horas em ponto e alguém tocou a campainha da minha casa. Parece que estava até contando os minutos. Não, não acho isso estranho, acho isso fofo...

Atendi a porta e estava lá. Blazer marrom, com uma camisa cinza por baixo e calças jeans. Perfeito.

– Oi. - ele me deu um beijo na minha mão. – Você está linda Dorcas.

– Obrigada. Você também. – Disse envergonhada. Ainda estou me acostumando a receber elogios.

– Vamos? – Perguntou ele.

– Pra onde?

– Surpresa.

Ele abriu a porta do carro pra mim, que retribui a atenção com um sorriso.

(...)

– É lindo Remo! – Disse olhando para o restaurante. Ele era todo com temática romântica: Cadeiras almofadadas, luz diminuída, velas, algumas mesas tinham pétalas de rosas.

– Reservei uma mesa especial. E não é aqui. – Ele sussurrou de novo no meu ouvido.

Entramos em outra sala, que tinha menos mesas e parecia mais, chique.

– Aqui. –Ele apontou pra uma mesa no canto afastado da sala. Segui ele e, depois de pedirmos a comida, ficamos conversando.

(...)

– Como você mudou tão rápido? – Ele perguntou depois de uns minutos em silêncio.

– Foi meio corrido, pois queríamos acabar antes das aulas começarem. Sabe, cabelereiro, remédio pra espinhas, roupas novas, essas coisas... – Disse bebendo um gole de água. – Sempre traz meninas aqui?

– Não. Na verdade, nunca sai com uma menina pra um restaurante. – Respondeu ele.

– Bom saber que sou a primeira. – Eu disse divertida e ele riu.

Quando a comida chegou, demoramos para comê-la, porque toda hora parávamos para conversar. Nem parecia que estávamos com fome.

Quando finalmente acabamos, saímos para dar uma volta pela cidade. Já que estava tão iluminada. Então, resolvemos ir para a praça. Eles costumavam enfeitar as arvores quando estava de noite.

– É lindo né? – Perguntei assim que chegamos.

– É... – Disse ele olhando as arvores enfeitadas. – Nunca tinha vindo aqui á noite...

– Eu sempre venho aqui. Desde que era pequena... – Me lembrava de que meu pai me ensinou a andar de bicicleta aqui.

Ficamos conversando por mais um tempo, parecia que tudo aquilo o fascinava. Nem me lembro quando, ele “distraidamente” pegou na minha mão.

– Por que me chamou para sair? – Disse virando para ele e o encarando curiosa. – Quero dizer... Porque só agora?

– Como eu disse para você, vocês afetaram a maioria dos meninos de Hogwarts... Inclusive eu e os meninos.

– Acho que não...

– Como? – Ele disse confuso.

– Mudamos apenas por fora... Vocês devem saber disso. Continuamos as mesmas! Eu continuo aquela menina obcecada por notas boas, Lilian continua viciada em livros, Mary ainda é aquela comilona de ano passado, a Lene ainda continua preferindo tênis a sapatos de salto... Não mudamos do jeito que vocês pensam... – Disse soltando a mão dele.

– Isso é bom... - Ele disse baixinho. – Não queria que você ficasse igual as outras meninas... Fúteis, egocêntricas, patricinhas... Prefiro pessoas como vocês... Como você. É por causa disso que te chamei para sair, para ver o quanto você mudou, e como você é de verdade.

– Bem... Essa sou eu. – Disse dando de ombros.

(...) Depois de algum tempinho passeando na praça.

– Está ficando tarde. – Reclamei cruzando os braços. Parece que ele entendeu que estava com frio e tirou seu blazer e colocou em cima dos meus ombros. – Não precisava.

– Não estou com tanto frio... Dorcas... Você já gostou de alguém, mas não sabia que gostava dela, até alguma coisa dar um empurrãozinho e você se tocar de que...

– O que está falando? – Perguntei divertida, ele não estava falando coisas com sentido. Mas parei de rir ao ver a expressão séria dele.

– Acho que estou começando a gostar de você... Ou já gostava e não sabia.

– O quê? – Ele não podia estar falando sério!

Ele pegou minha cintura e se aproximou de mim, me fazendo o olhar assustada.

– Posso? – Ele perguntou bem perto de mim, fazendo minha respiração acelerar. Não respondi nada, então acho que ele entendeu isso como um sim.

Ficamos roçando nossos narizes por um tempo, até que aconteceu o esperado beijo entre nós dois. Era um beijo calmo, sem nenhuma outra intenção, a não ser ficar ali, aproveitando...

Seus braços me envolveram em um abraço carinhoso, e minha mão foi para a sua nuca, o deixando mais perto de mim. A outra ficou acariciando seu rosto macio...

Quando nos separamos, pois o ar é realmente necessário, olhamos um para o outro por um tempinho, depois encostei minha testa na dele e fechei os olhos, não acreditando no que acabara de fazer.

– Então... – Ele começou a dizer. – Quer namorar comigo Dorcas?

– Remo... – Eu comecei a dizer calmamente, mas por dentro eu estava assustada, de um dia pro outro namorar Remo Lupin! Isso é loucura!. – É muita coisa para um dia só! É nosso primeiro encontro e já nos beijamos! Não é que eu não queira... Só vamos, ficar juntos, se você quiser. – Disse em tom de desculpas. Merlin! Remo Lupin me pediu em namoro e eu neguei.

– Vou fazer de tudo pra ficar com você Dorcas. – Disse ele nos afastando. Me senti culpada quando vi que no olhar dele havia um pouco de tristeza. Mas não podia namorar com ele se não sabia dos meus sentimentos por ele. É muita coisa para apenas uma semana de aula!

Passeamos mais um pouco, depois ele me levou pra casa. No caminho, fomos no maior silêncio. Sabe aquele silêncio constrangedor? Era esse.

– Tchau. – Ele sorriu amigavelmente pra mim no portão da minha casa. Sim, ele fez questão de me deixar EXATAMENTE no portão de casa.

– Está triste comigo não está? – Perguntei como se a pergunta fosse óbvia.

– De você?! – Ele me olhou preocupado. – Não Dorcas, estou triste comigo mesmo. Por pensar que você fosse topar tudo na hora. Eu estava rápido demais. – Ele disse olhando para o chão.

Cheguei perto dele e o forcei olhar pra mim.

– Remo... Podemos ficar juntos, não podemos? Quer dizer... Bem, não é namorar, sabe, sinto que não estou na hora... Um relacionamento sem compromissos. – Eu disse olhando fundo nos olhos dele.

– Como eu disse, eu faço qualquer coisa pra ficar perto de você. – Ele disse passando a mão no meu rosto, o que me fez fechar os olhos.

Em um ato totalmente involuntário (POV/Marlene: Nossa que santa!), segurei sua nuca e o beijei. Foi mais um selinho longo, mas senti que ele riu no meio do beijo. Depois que acabei de beijá-lo, cochichei no seu ouvido:

– Saiba que se fosse outro menino eu nunca falava qual era a prateleira certa. – Disse brincando.

Me lembrei da primeira vez que ele falou comigo. Ele queria um livro da biblioteca e eu ajudei a achar qual era a prateleira correta...

– Pois saiba também, que se você não fosse você, eu não ficaria te esperando na prateleira do seu livro só pra te ver de novo. – Ele cochichou sorrindo maroto pra mim.

– Você fez isso? – Perguntei.

– Como eu disse pra você, eu era seu antes mesmo de você saber.

Beijei ele de novo, só que dessa vez foi mais intenso... Mais...Apaixonante.

Ok! Já está ficando muito meloso isso!

– Tchau. – Disse entrando em casa. Feliz da vida, como se tivesse achado o pote de ouro dos duendes no fim do arco-íris.

Quando fechei a porta, tapei a boca o mais rápido que pude, senão eu iria gritar “Eu beijei Remo Lupin!”.

– Ai Meu Deus! Eu beijei Remo Lupin! - Disse preocupada.

E agora?