POV Lilian:

É... Enquanto ano passado nem meu avô queria sair comigo na rua, hoje em dia eu tenho um encontro, com um gato de olhos verdes.

E o nome dele é Amos Diggory, mas acho que vocês já o conhecem.

Ele me chamou para sairmos ontem da aula de Educação Física. Mas, sinceramente, eu não estou com muita animação... Mas se ele não tentar nada comigo, até que esse passeio vai ser legal.

Eu escolhi um vestido de alça preto com rosa, um sapato do mesmo tom de rosa, uma bolsinha rosa com detalhes em dourado, um brinco e um colar de pérola (mas óbvio que é bijuteria, por ninguém aqui é filha do Obama, né?).

Deu sete horas e lá estava ele encostado em seu carro me esperando. Eu cheguei perto dele, o cumprimentei e fomos para algum lugar.

Confesso que fiquei meio que com medo de quando estávamos nos afastando um pouco da cidade.

– Para onde estamos indo, Amos?

– Você vai gostar, eu prometo. – Ele piscou de lado e acelerou o carro.

– Estamos saindo da cidade? Por quê?

– Não se preocupa... – Ele já estava ficando meio bravo, então decidi ficar quieta, mas antes abri minha bolsa para checar se meu celular estava nela. E graças á Zeus eu não o esqueci.

(…)

– Chegamos. – Ele desligou o carro em frente á um restaurante, muito chique pro meu gosto, mas ele iria pagar então não reclamei.

Entramos e o garçom nos mostrou uma mesa reservada. Ele pediu camarão, e só perguntou o que eu queria beber. Eu pedi uma água com gás, não estava com muita fome.

– Então, Lilian... Tudo bem? – Ele perguntou.

– Ahn, tudo. Por quê? – Eu perguntei o fitando, mas ele apenas riu.

– Seus olhos são lindos. – Ele disse todo meloso e eu ri.

– Obrigada.

– E você e o... Potter. Vocês já foram... – Eu sabia que ele iria falar isso.

– Não... – Eu falei de cabeça baixa, ele a levantou segurando meu queixo.

– Lilian... Se você quiser, eu posso te fazer esquecer ele. E não me venha falar que você não sente nada, por que todo mundo sabe que é mentira.

Eu fiquei o encarando, não consegui achar uma resposta para isso.

Logo depois, o camarão, a minha água com gás e o suco dele chegaram. Comemos quietos, até que ele pega na minha mão, e eu não hesitei.

– O que você acha da minha promessa? – Ele perguntou quando acabamos de comer.

– Acha mesmo que vai me fazer esquecer ele?

– Eu posso tentar, não posso? – Ele perguntou sedutor e eu não respondi. Percebendo que havíamos acabado de comer, perguntei:

– Aonde vamos agora?

– Eu quero te levar para um lugar, onde eu tenho certeza que você não vai se lembrar dele. - Ele pegou minha mão, pagou a comida e fomos para o carro.

Foi ai que eu comecei a ficar com medo.

(...)

Paramos em uma rua deserta, ele estacionou na frente de um prédio.

– É aqui. – Ele sorriu e pegou na minha mão.

– O que exatamente é “aqui”? – Eu perguntei meio receosa.

– Olha lá pra cima.

Eu olhei e estava escrito: Leyton Motel.

Peraí!?! Motel?

– Amos! – Eu falei brava.

– Ah, qual é, ruiva! Você não disse que queria se esquecer do carinha, lá? Então... Tenho certeza que comigo, você nem vai se lembrar do nome dele. – Ele se aproximou de mim e me beijou, mas eu não correspondi. – Hum, tá brava, é? Pois saiba que eu adoro mulheres bravas.

Ele agarrou meus cabelos e me beijou de um jeito possessivo. Eu tentei sair, mas ele soltou meus cabelos e segurou meu braço com muita força.

– Amos, para! Eu quero ir embora! Me leva pra casa! – Eu falei tentando não passar o medo que estava sentindo.

– Só se for para a minha casa, amorzinho. – Ele falou calmamente.

– Eu já disse que não quero! Me solta! – Eu comecei a me debater. Mas ele me prendeu entre o carro e seu corpo.

– Se você não quer entrar, vai ser aqui mesmo! – Ele começou a abaixar a alça do meu vestido, enquanto eu me condenava por ter escolhido um modelo tão curto e com alças tão finas.

– Amos... – Falei com a voz embargada. Eu realmente estava com medo. Não queria isso, não queria ele. – Para... Por favor...

– Chiu, Lily! A diversão ainda nem começou... – Ele ia baixar meu vestido, mas alguém abriu a porta do bendito prédio e de lá saiu...

– Alice? – Eu perguntei com lágrimas nos olhos, mas percebi que Amos parou na hora de fazer aquilo que estava fazendo comigo e ficou encarando os dois.

– Lilian! – A voz dela estava uma mistura de curiosidade e vergonha. Só para saberem, Frank estava do lado dela com a mesma cara.

– O que estão fazendo aqui? – Amos perguntou.

– Comprando sorvete que não é imbecil! – Frank falou, e logo percebeu, pelas minhas lágrimas, e pelos hematomas em meu braço, o que ele queria fazer. – Amos, o que estava fazendo?

– Não é da sua conta! Agora vai ficar com seus amiguinhos de merda enquanto eu cuido de minha vida. – Amos respondeu com rispidez.

– Me ajuda. – Eu sibilei para Alice, que só a mesma entendeu. Depois ela cochichou alguma coisa no ouvido do Frank e o mesmo partiu para cima de Amos. Alice me puxou para o final da rua enquanto os dois se atracavam na rua deserta.

– Lilian... Sobre o que você viu... – Ela começou a se explicar, mas eu a interrompi.

– Lice, fica tranquila! Vocês dois são namorados, tem todo o direito de fazer isso. E fica tranquila que não vou contar pra ninguém, ok? Agora, eu quero sair daqui. Tchau. – Eu fui embora, nem queria saber como os dois entraram lá, já que são menores de idade.

– Lily! Espera! Não quer uma carona? – Ela perguntou e eu falei que não. Eu queria pensar, queria colocar a cabeça de volta no lugar.

Depois que sai daquele bairro tenebroso, eu peguei um ônibus, mas não para a minha casa. Peguei um que me levava para uma praça grande, com lago, flores e tudo mais. Era o lugar que eu queria ficar.

Me sentei no banco embaixo de um salgueiro perto do lago e fiquei olhando os patinhos nadarem tranquilamente lá. Ei olhou para o lado e vejo uma figura muito conhecida sentada em um banco mais a frente, ele estava lendo um livro, mas parece que ele nem me notou lá.

Eu caminhei até ele, que quando percebeu, me olhou curioso.

– Potter... Posso conversar com você? – Eu me aproximei cautelosa, ele pensou um pouco, mas depois me deu um espaço para eu me sentar.

– Você vai me bater? – Ele perguntou assustado e eu ri.

– Não, bobo. Vim dizer que estava certo. – Eu abaixei a cabeça.

– Certo sobre...? – Ele me incentivou.

–Sobre Amos Diggory. – Eu falei de cabeça baixa.

– O que ele te fez? – Ele perguntou mais preocupado e eu mostrei meu braço, que estava vermelho até agora. – Aquele filho da mãe. – Ele serrou os pulsos.

– A Alice e o Frank apareceram. E a ultima coisa que eu vi foi o Frank dando uma surra nele. – Sorri sem humor. – Me desculpa?

– Claro que eu te desculpo ruiva. – Ele me abraçou e, pela primeira vez hoje eu me senti, protegida.

– Ok, só que se você me chamar de ruiva eu arranco suas bolas. – Eu o abracei de volta. Mas me separei quando percebi que estava quase sentada no colo dele.

– Está de carro? – Eu perguntei.

– Não... Eu gosto de andar ao ar livre de vez em quando sabe... Quer que eu te acompanhe até em casa? – Ele perguntou e eu assenti.

(...)

– Vai a escola amanha com isso no braço? – Ele perguntou analisando a mancha vermelha.

– Acho que até amanhã ele já está melhor. – E analisei também, mas quando o olhei de novo, percebi que ele estava sorrindo. – O que foi?

– Amanhã vai ser um bom dia para mim. Mas não digo o mesmo para o Diggory... – Ele sorriu maroto e eu revirei os olhos.

– Bom... Obrigado por me deixar em casa. – Eu dei um beijo na bochecha dele, mas ele virou um pouco o rosto e acabei beijando o canto da boca dele. E claro que eu fiquei da cor dos meus cabelos.

– Me desculpe! – Eu falei envergonhada.

– Que é isso. Foi um acidente, não? – Ele perguntou maroto e eu revirei os olhos de novo. O que eu não esperava, é que ele se aproximou de mim e também me deu um beijo na bochecha.

– Até amanha, Evans. – Ele falou e saiu andando e assobiando.

– Até amanha... James.