Amizade Colorida escrita por Juh Nasch


Capítulo 4
Leonard 1.2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora amores :)



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Quando chego à escola Jenn já está sentada no seu lugar de costume, na segunda cadeira da fileira do canto. Eu sinceramente preferia me sentar no fundo. Era um lugar estratégico, em que você poderia observar a todos sem ser incomodado e também perceber quando estava sendo observado.

Ela está com o cabelo preso num rabo de cavalo e alguns fios caem soltos em seu rosto. Dou um sorriso assim que ela ergue o olhar para mim. Me inclino em sua direção e lhe dou um selinho rápido.

—Leo! —ela me repreende olhando em volta, sendo que somos os únicos na sala.

—Ah, o que foi? —digo rindo. —Estamos sozinhos. —me sento na cadeira ao seu lado.

Ela parece relaxar um pouco e me lança um sorriso fraco.

—O que você está fazendo? —pergunto olhando as folhas em cima da mesa dela, que minutos atrás ela rabiscava furiosamente.

—Dando os últimos retoques no trabalho. —ela diz franzindo a testa enquanto lê uma de suas anotações.

—Não precisa ficar nervosa. —me lembrei repentinamente o quanto Jennifer era perfeccionista.

Então ouvimos um barulho, de algo caindo. Quando ergo os olhos, um Isaac acabado surge na sala. Ele acaba de derrubar a lixeira e se abaixa para recolher os dejetos. Quando se aproxima, vejo seus olhos vermelhos e sei que ele não dormiu nada.

—Isaac, mas o que... —eu começo a dizer.

—Esse vai ser o melhor trabalho já apresentado na história. —as palavras enrolam em sua língua. Então fica claro... Isaac encheu a cara antes de vir para a apresentação. Que maravilha!

—Cara, quanto você bebeu? —pergunto levantando e indo até a ele.

—Acho que algumas doses —o olhar dele parece confuso. Ele olha para as mãos, com a testa franzida, como se ele tentasse se lembrar de algo muito difícil.

—Vai lavar esse rosto, Isaac! —Jenn ordena. —Estou sentindo o cheiro de álcool daqui.

—Acho que tenho bala de hortelã aqui. —digo vasculhando meus bolsos e, em seguida, entrego o pacote para ele.

Ele vai então cambaleante para o banheiro. Já conseguia ver o quanto Jennifer estava furiosa e respirei um pouco aliviado quando nossos amigos chegaram. Algum deles seria testemunha caso ela iniciasse uma chacina.

—O que aconteceu com o Isaac? —pergunta Ethan chegando perto de nós.

—Ele ficou a noite toda acordado, estudando pra esse trabalho. —Annie responde por nós. —Se ele não tirar uma boa nota ele tá ferrado.

—E ele bebeu. —Jennifer diz com visível carranca enquanto reunia os papéis dentro de uma pasta.

—Pega leve com ele, Jenn. —alerta Nanda.

O professor então chega e nos preparamos. Isaac volta pra sala, um pouco mais sóbrio e com cheiro de álcool praticamente imperceptível. Bala de hortelã milagrosa.

Apesar de tudo apresentamos muito bem. Eu só não podia olhar pra cara de Isaac. Me dava uma vontade de rir quase incontrolável e eu não queria aturar os olhares duros de Jennifer. Simplesmente, mordi o lábio inferior, reprimindo um sorriso.

O resto das aulas passou de forma bem rápida. Parecia que até os professores estavam ansiosos para sair logo dali, e era justificável, afinal, era sexta-feira.

—Você vai fazer alguma coisa hoje? —sussurro pra Jennifer. Ela está sentada ao meu lado, concentrada na aula de matemática.

—Acho que nada. —ela murmura distraída. —Por quê?

—Tá a fim de ir lá pra casa? —ela me olha com uma expressão interrogativa, mas apenas dou um sorriso.

—Ah, pode ser. —ela dá de ombros. —Vou passar em casa, rapidinho, e depois vou pra lá. A gente pode até adiantar o trabalho de biologia pra terça. —diz esperançosa.

—Claro. Nada melhor pra fazer do que fazer um trabalho numa sexta à noite. —digo revirando os olhos.

Ela mostra a língua e dou um aperto de leve na barriga dela. Ela dá um pequeno pulo e eu tenho que cobrir minha boca pra abafar a risada. Algumas pessoas nos olham, mas logo voltam a atenção para o professor. Ela dá um tapa no meu braço de leve, que quase não sinto, mas faço uma careta de dor e ela dá um sorriso satisfeito.

—Você é insuportável. —ela sussurra olhando pra frente.

—Um insuportável que você ama. —digo presunçoso.

—Tadinho. Tão iludido. —ela diz com desdém.

—Nem adianta tentar mentir. —dou de ombros. —O mundo inteiro sabe disso, Jennifer.

Ela apenas solta um longo suspiro e volta se concentrar nos exercícios.

—Suspira assim daqui a pouco no meu quarto, amor. —sussurro no ouvido dela.

Ela olha pra mim com uma expressão de choque que me dá vontade de rir. O sinal enfim toca.

–Aleluia! —digo pegando minha mochila e me levantando. —Quer ajuda? —digo olhando para Jennifer que está empilhando os livros sobre a mesa.

Sem esperar resposta, pego os livros dela e apoio no meu braço.

—Tá de moto? —ela me acompanha pelos corredores e acena em despedida para Nanda e Annie.

Balanço a cabeça em negativa.

—A Lê pegou a moto emprestada hoje e minha mãe saiu com o carro. —explico passando pelo portão. —Andar um pouco não faz mal não, ô Maria gasolina. —rio.

Vamos andando devagar, distraídos, observando o ambiente à volta. Não há quase pessoas na rua, além de alguns estudantes voltando para casa, como nós.

Eu então resolvo perturbar Jennifer, bagunçando seus cabelos. Ela me empurra para o lado, e finge que está brava, avançando alguns passos à minha frente. Eu sorrio e logo a alcanço, a puxando pela cintura e dando-lhe um beijo na bochecha.

—Sua mãe já chegou em casa? —ela me olha depois de algum tempo caminhando em silêncio. Seguro sua mão e logo entrelaço nossos dedos.

—Eu sinceramente não sei. —e era verdade. Minha mãe trabalhava em casa e algumas vezes era chamada para reuniões na empresa. Era impossível saber quando ela estava em casa. —Por quê?

—Nada. —ela balança a cabeça e olha para frente.

—Está com medo de ficar sozinha comigo? —sorrio maliciosamente.

—É claro que não. –ela estreita os olhos. —Nós já ficamos sozinhos outras vezes na sua casa.

—É... Eu sei. —digo sem tirar o sorriso do rosto.

Paramos em frente à casa dela. Solto sua mão e entrego os livros.

—Vê se não demora, tá? A gente não vai pra uma festa não. —digo.

Ela não responde, simplesmente vira as costas e entra dentro de casa. Educação mandou lembranças! Entro então em casa e vejo minha irmã sentada no sofá, assistindo uma maratona de Vampire Diaries.

—E aí pirralha? —digo apertando a bochecha dela e me sentando ao seu lado.

—Aff. —ela revira os olhos e dá um tapa forte na minha mãe. —Você sabe que eu odeio quando faz isso.

—Eu sei. E é por isso mesmo que eu faço. —dou de ombros, fico tentado a pegar o controle e mudar de canal, apenas para irritá-la, mas decido ser bonzinho.

—Quem a putinha que você vai sair hoje? —ela me olha de canto.

—Putinha? —olho pra ela fingindo espanto. —Deixa a Jennifer saber que você está falando dela assim.

—A Jenn vai vir pra cá? —ela me olha entusiasmada.

Reviro os olhos. Não sei como as duas podem se dar tão bem.

—Sim. —encosto a cabeça na almofada e fecho os olhos por alguns segundos.

—Pena que eu vou ter que sair. —ela faz beicinho.

—Graças a Deus! —ergo as mãos. —Me poupa de ter que aturar vocês duas juntas. Separadas já são chatas, juntas são insuportáveis.

—Vou dizer a Jenn que você disse isso. —ela estreita os olhos.

—Ela não vai acreditar em você. —sorrio.

—Vamos ver então. —ela diz e eu rio balançando a cabeça em negativa.

Depois me levanto e subo pro meu quarto. Jogo a mochila num canto e vou para o banheiro. Tomo um banho rápido e saio de cueca pro quarto. Pego a primeira camiseta e bermuda que vejo e visto. Olho para o computador.

Bem que eu poderia dar uma adiantada no trabalho.

Ligo o computador e começo a preparar os slides. Minutos depois escuto os gritos de Jenn e Letícia quando a porta abre. Nem parecia que eram vizinhas. Resolvo continuar no mesmo lugar.

Escuto alguns passos subindo as escadas e logo a porta de meu quarto é escancarada. Jenn entra e se senta na poltrona ao meu lado.

—Eu disse que não precisava demorar. —a olhei de canto. Ela estava com os cabelos soltos e tinha tirado a maquiagem do rosto. Preferia muito mais ela daquela forma.

—Tá fazendo o quê? —ela pergunta olhando para mim e, em seguida, para o computador.

—Terminando o nosso trabalho. —digo voltando os olhos para a tela.

Ela se aproxima e olha por cima de meu ombro.

—Já está praticamente pronto. —ela me olha cheia de desconfiança.

Demoro alguns segundos antes de respondê-la.

—Agora, definitivamente, está pronto! —digo salvando o arquivo e sorrindo.

—E o que vamos fazer agora? —ela parecia decepcionada. —Pensei que era pra fazermos juntos.

—Ah, mas eu tenho muitas outras ideias do que a gente pode fazer. —digo aproximando minha cadeira. Vejo seu rosto corar e ela também se aproxima.

Eu então puxo pela cintura para o meu colo. Eu apoio minha mão sobre sua bochecha e grudo meus lábios ao dela. Sua boca logo se entreabre, dando passagem para minha língua.

De inicio é um beijo calmo, lento, delicioso. Chupo sua língua enquanto minhas mãos passeiam por suas costas, por debaixo de sua blusa. Ela sobe as mãos para os meus cabelos, os desarrumando e os puxando de leve.

Ela solta um gemido abafado quando aperto sua coxa, deixando-a vermelha. Desço meus lábios até seu pescoço, mordiscando um pedaço de sua pele. Vejo ela se arrepiar e abro um sorriso. Ela me puxa mais pra perto, enquanto pressiono cada vez mais nossos corpos. Dou graças a Deus por ela estar de saia. Já sinto minha excitação aumentar e sei que ela também.

Então me levanto devagar, a segurando, e ela aperta as pernas em volta de meu quadril.

Quando estamos na beirada da cama a deito gentilmente.

—Leo! —ela começa a dizer mais a calo com outro beijo. Nossa respiração está ofegante e é a única coisa que consigo escutar no momento.

Não sabia se ela ainda era virgem, mas alguma coisa me dizia que sim. Talvez o jeito como ela se comportava. Ou a forma que ficava vermelha e insegura. Eu beijo o pescoço dela enquanto ela suspira no meu ouvido. Sinto seu corpo ficar tenso. Sabia que estávamos indo rápido demais, mas eu não conseguia me controlar. Eu a queria. Eu precisava dela.

—Leo, eu não sei se estou pra pra isso e ... —ela começa a dizer.

—Ei!— eu a olho e ela me fita com incerteza. —Você confia em mim, não é? —ela confirma com a cabeça no mesmo instante. —Então não precisa ficar nervosa. —digo colocando a mão em sua bochecha e a alisando com o polegar.

Ela sorri, ainda não completamente convencida, mas eu retribuo o sorriso e volto a beijá-la. Minha mão percorre desde seu tornozelo até sua coxa, e vejo seu corpo estremecer levemente. Ela coloca uma das mãos por debaixo de minha camiseta, alisando minha barriga com as unhas. Sorrio maliciosamente enquanto ela me encara mordendo os lábios. Então a ajudo a tirar minha camisa.

Coloco umas das mãos por dentro da camiseta dela e a passo por cima de seu sutiã, apertando um de seus seios. Ela tomba a cabeça para trás, sem tirar os olhos dos meus.

Então escuto alguém subindo as escadas e antes que possamos nos mexer, Letícia abre a porta e entra no meu quarto.

—Epa! —ela faz menção de voltar para o corredor e fica tão vermelha quanto Jennifer. Se vira de costas para nós, com as mãos cobrindo o rosto. Ela não ia sair? —Desculpa atrapalhar, mas é que sua mãe está lá embaixo, Jenn. —ela diz rapidamente.

Jenn me empurra e eu saio de cima dela depressa. Ela passa a mão pelo cabelo e alisa sua roupa pra arrumá-la. Vejo as marcas que deixei em sua coxa e seu pescoço e na hora me sinto culpado, mas ela disfarça ao máximo, escondendo com o cabelo e puxando a saia um pouco mais para baixo.

Quando olho novamente para a porta, vejo que Letícia já havia voltado lá pra baixo. Recoloco minha camiseta.

—Que droga minha mãe chegar logo agora. —diz Jenn se levantando, mas no fundo, vejo que ela está aliviada. Foi tão ruim assim?

—Põe droga nisso! —minha frustração é evidente e não faço a mínima para escondê-la. O volume em minha calça é visível e Jenn também parece perceber.

—Não fica com raiva. —Jenn parece preocupada e passa a mão no meu cabelo, para arrumá-lo. Pego sua mão e dou um beijo em sua palma. Ela sorri constrangida.

—Ainda não acabamos aqui. —sussurro e ouço ela engolir em seco.

—Como é que Jennifer? Vai descer ainda hoje? —escuto a voz da tia Marina.

—Tô indo mãe. —ela se aproxima e me dá um selinho rápido, então sai do meu quarto e desce rapidamente as escadas.

Deito na cama e mordo os lábios pensando em como a noite poderia ter terminado se não tivéssemos sido interrompidos.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Falem a respeito da história. Suas sugestões do que poderia acontecer com Jennifer e Leo (Lennifer ♥) .