Amizade Colorida escrita por Juh Nasch


Capítulo 28
2ª temp. - Jenn 2.3


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey ... Então meus amores, eu disse que postaria só depois de uma semana e acabou sendo realmente isso. Sinto muito pela demora, mas vi que o capítulo anterior foi muito bem recebido (com direitos a aleluia's e amém's), então obrigada.
Espero que gostem desse capítulo. É uma reescrita, já que o capítulo original sumiu do meu celular. Mas enfim,
Boa leitura :)



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—Então a matéria será feita em conjunto com o novo estagiário. Você será responsável por acompanha-lo e dizer se ele está capacitado para o cargo. A efetivação dele depende da senhorita. —diz Sr. Rogers enquanto estou sentada na cadeira do escritório, mais precisamente, na sala dele.

—Senhor, tenho certeza que existe pessoas mais qualificadas para isso. —começo a dizer.

—Está me dizendo que não se considera capaz, Srta. Lewis? —ele me encara através de seus óculos.

—De maneira alguma. —balanço a cabeça com veemência. —Mas...

—Então faça o que eu pedi. —diz de forma ríspida. —Está dispensada. —ele então faz um gesto com sua mão esquerda, direcionado a porta e volta a concentrar-se em seu computador.

Saio da sala praticamente bufando e jogo os papéis da nova matéria sobre minha mesa.

—Está tudo bem, Jennifer? —escuto a voz de Michelle, enquanto estou na sala, me servindo de uma xícara de café. Então me viro. Ela tem longos cabelos pretos ondulados, pele bronzeada e é realmente muito bonita. Mas fora isso, sempre fora simpática comigo, desde o meu primeiro dia aqui. Acho que era por isso que tio Luke era tão apaixonado e havia feito tantas loucuras, como ‘abandonar’ a própria família, por ela.

—Está sim. —dou um sorriso afetado, com o coração acelerado por ter sido pega de surpresa. —Como você está? E tio Luke? Há tempos vocês não aparecem por lá.

—Ah, está tudo ótimo. —ela sorri. —Ele só está com saudades dos filhos, sabe? Assim que Leo chegou, ele ligou pedindo para ele ir nos visitar, mas parece que o garoto tem a cabeça no mundo da Lua. —ela fala de Leo como se se referisse a uma criança, e não a um garoto apenas cinco anos mais novo.

—Certas coisas não mudam. —retribuo o sorriso.

—Você poderia falar com ele, Jenn. —ela pede se aproximando e se servindo de um copo de chocolate quente. —E no dia, ir também, junto com a Letícia.

—Claro. —digo concordando com a cabeça. Pelo seu tom de voz, é perceptível que ela não sabe do término de nosso namoro. —Agora eu tenho que ir e...

—Jennifer? Sr. Rogers pediu para eu vir falar com você. —diz Nicolas entrando no local e me fitando. —Bom dia. —ele acena com a cabeça para Michelle.

—Bom dia. —ela responde e estende a mão. —Sou Michelle. Fotografa, mas também escrevo algumas crônicas e artigos. —ele se aproxima e a aperta rapidamente.

—Sou Nicolas, e sou estagiário. Estou aqui para ser um ótimo colunista e roubar o emprego da Jennie. —ele sorri e Michelle solta uma risada.

—Boa sorte! Essa aqui não é das que deixam as coisas serem levadas com facilidade. —ela me dá uma cotovelada fraca por entre as costelas e rio sem humor.

—Vamos lá, Nick... Nicolas. —digo jogando o resto de meu café na lixeira. —Até mais Michelle!

—Até! Não se esqueça de falar com o Leo, ok?

—Pode deixar. —saio dali com Nicolas em meu encalço. Logo, sento em minha cadeira e começo a organizar os papéis da matéria. Mas antes que eu possa começar a explicação, ele me interrompe.

—Pensei que você e Leo tinham terminado. —o tom dele é quase tímido diante disso.

—E por que isso seria da sua conta?

—Meu Deus, Jennifer! Com o passar dos anos seu bom humor também se foi?

—Ele só aparece pra quem o merece.

—Ah, sabia que era isso!

—Isso o que?

—Você ainda me odeia. —ele diz isso de forma calma, como se esperasse que eu confirmasse isso. Volto a permanecer em silêncio. —Pensei que você tivesse superado aquilo depois de tantos anos.

—A primeira decepção e o primeiro amor são os mais difíceis de serem superados. Pensei que soubesse disso. —suspiro.

—Sim, mas o único vestígio de sentimento que você sente por mim é rancor.

—Nicolas, nós estamos no meio do expediente. Não creio que seja adequado discutirmos assuntos adolescentes há essa hora.

—Mas precisamos. Pra enterrarmos de vez isso. Não quero que trabalhemos juntos como dois estranhos, Jennie.

—Já disse pra não me chamar assim.

—Eu sinto muito e tentei lhe dizer isso na época, mas você estava tão furiosa que mal me deixou explicar. —ele estava sussurrando, assim como eu. Não era necessário que os demais soubessem. Ele estava debruçado sobre minha mesa e fingia analisar alguns papéis enquanto falava.

—Não precisava de explicações. Eu havia muito bem entendido o recado.

—Eu gostava de você. Jennifer. Eu realmente gostei muito, mas eu sabia que não te amava. Nem você me amava.

—Mas é claro que eu te...

—Jennie, é sério. Você sempre amou ele. Dias depois você nem lembrava que eu existia na sua vida, ou acha que eu não percebi? Acha que não ficava olhando vocês irem embora e chegarem sempre juntos? Que seu riso era tão solto com ele? O quanto vocês ficavam cada vez mais próximos? É por isso que não te procurei mais. Você já estava bem. E eu ficava me mordendo de ciúmes.

—Você foi o errado, Nicolas. Não tinha porque sentir ciúmes. Foi você quem provocou isso.

—Fui? Todas as minhas desconfianças em relação a ele estavam certas. Ele também sempre gostou de você. Não sei por que estou falando disso, não justifica o que eu fiz. Mas não vejo o porquê você ficar com rancor se no fim, você encontrou ele. Bom, não encontrou, mas percebeu que ele estava ali. Sempre esteve. —ele diz isso a contragosto. Com uma expressão azeda e sem me encarar. Eu realmente estava sem falas.

—Só pensa no que eu te disse hoje. —ele recolhe os papéis. —Assim que eu terminar de escrever, te mando a prévia por email. Vou pedir a Michelle algumas fotos. Foi um prazer tomar um pouco de seu tempo, Srta. Lewis. —ele diz ironicamente e se levanta.

***

—A casa ainda está inteira! —minha mãe diz assim que passa pelo batente da porta.

—Mamãe! —digo correndo em sua direção e a abraçando forte. Ela acaricia meu cabelo por um instante e logo nos soltamos. Ela está com uma expressão tão feliz que meu humor se modifica na hora. Depois disso, abraço Ricardo também e começo a tentar arrancar informações de cada lugar que eles viajaram.

Patrícia está na cozinha, cuidando das últimas preparações para o almoço. Lizzie e Diego estão sentados no sofá e logo se apressam para cumprimentar os recém-casados. Havia os convidado porque em quesito cozinheira eu era uma ótima pianista. Depois de comermos e todos estarem sentados confortavelmente na sala conversando, escuto a campainha tocar e me levanto para abrir a porta. E lá estão: tia Júlia e seu marido, Robert, Letícia e é claro, Leo.

—Ouvimos o barulho do táxi chegar e resolvemos dar uma passadinha aqui. —tia Júlia explica sorrindo. —Podemos entrar?

—Mas é claro, tia. Fiquem à vontade. —sorrio e dou um passo para o lado, indicando que podiam entrar. Cumprimento a todos enquanto passam, sendo Leo o último. Ele me dá um selinho discreto e tão rápido que tenho certeza que sou a única que percebo o ocorrido.

Quando percebemos que somos muitos e a sala é muito pequena, resolvemos colocar algumas mesas do lado de fora. Colocamos todas juntas, de modo que todos possam conversar, sem separações ou grupos. Minutos depois, Letícia sugere que liguemos para tio Luke e Michelle. Diego sugere que eu ligue para meu pai e horas depois, quando o restante dos convidados chega, tudo vira uma grande festa. Logo temos música, cerveja e aperitivos sendo servidos. Era estranho e bom ao mesmo tempo ver aquela cena. Todos, mesmo com todas as provocações do passado, ali sentados juntos, conversando como velhos amigos.

Apesar de eu não conversar diretamente com Leo, não sou imune aos olhares que ele me lança, já que está sentado à cadeira em frente a minha. Até uma hora que não consigo mais ignora-lo e lhe encaro, e ele entende. Levanta-se e vai para dentro da casa. Na cabeça de todos, até o banheiro. Para não dar muita bandeira, resolvo esperar alguns minutos antes de fazer o mesmo.

Assim que chego à cozinha, sinto suas mãos me puxando e logo estamos nos beijando. No inicio, imagino a possibilidade de alguém entrar e se deparar com a cena, mas estavam todos tão concentrados em suas conversas que passo a não pensar em nada.

—Leo? —digo entre o beijo, o segurando pela nuca e o afastando um pouco de mim, para que ele me olhasse.

—Hum? —ele afasta uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha.

—O que exatamente estamos fazendo?

—Tem certeza que não sabe? —ele sorri irônico.

—Você não entendeu o que eu quis dizer. —balanço a cabeça e olho para o lado. —É que...E depois que você for embora? Como isso fica? Como a gente fica?

—Ah! —ele afrouxa os braços ao redor da minha cintura e olha para baixo. Já parecia conformado, como se esperasse por aquela pergunta. —É... Hum, lembra-se do que te falei no dia em que a Patrícia disse que eu poderia ser pai de Lizzie? —ele volta a me olhar.

—Acha mesmo que eu lembraria? —rio.

—Pois deveria. —ele sorri. —Eu disse para não nos preocuparmos agora e que sofrer com antecipação é perca de tempo. Não com essas exatas palavras, mas basicamente isso. E acho que isso vale pra agora também. Eu estou aqui agora. E você também. É isso que importa. —ele acaricia meu rosto.

—Vai doer perder você de novo. —o abraço pela cintura, encostando minha cabeça em seu peito.

—Você não vai me perder. Nunca perdeu. —ele ri me apertando. —É só mais um ano. E eu vou vir te visitar. Você também pode passar um período lá. Eu sempre te disse que era provisório.

—Eu amo você, sabia? —sussurro.

—Na verdade sabia sim. Afinal, quem não me ama? Já olhou bem pra mim? —ele aponta para o próprio corpo, como se precisasse disso.

—Idiota. —reviro os olhos.

—Também te amo, Jenn. —ele ri e beija minha testa. Quando ele se inclina para me dar outro beijo, somos surpreendidos por outra pessoa.

—Aha! Sabia que vocês estavam aqui juntos. —escuto a voz de Letícia e dou um pulo de susto.

—Mas que merda, Letícia! Parece até assombração. Um encosto! —Leo reclama. —Sempre que eu tô com a Jennifer você surge das sombras, garota.

—Relaxa maninho. O segredo de vocês tá seguro comigo. —ela sorri, com autentica felicidade. —Sabia que estava rolando alguma coisa. Primeiro você sai, depois Jennifer e demoram tanto assim? Eu tinha que verificar.

—O quanto você ouviu da conversa? —perguntei, mesmo que não tivessemos falado nada demais, ainda era estranho que outra pessoa tivesse escutado.

—Cheguei na parte que o mané do Leonard disse que sabia que você o amava. —ela o olha com reprovação. —Você não é nada romântico.

—E você não é nada intrometida. —ele diz revirando os olhos e eu solto um risinho baixo. Ela sai nos deixando sozinho e logo continuamos de onde havíamos parado, antes de eu mesma interromper.

—Já que estão todos lá fora e bem, o andar de cima tá vazio... Tem uma música alta rolando. —ele sorri malicioso.

—Leo! —digo com reprovação.

—Ah, qual é? Eu tenho que aproveitar os poucos momentos que restam. —ele alisa minha cintura e faz aquela cara de cachorrinho pidão.

—Vamos lá pra fora antes que eu resolva abusar de você aqui mesmo. —o puxo pela mão e saímos rindo, mas ninguém nos olha. Parecia até que todos já sabiam o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews? Reta final, então comentem muito, por favor.
Um beijo, um queijo e até o próximo capítulo. Tchau!