Amizade Colorida escrita por Juh Nasch


Capítulo 27
2ª temp. - Jenn 2.2


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo tão rápido? Pois é. Estou aproveitando a criatividade à mil e enquanto ainda está me restando tempo, então talvez acabe um pouco cedo demais.
Temos mais quatro capítulos em frente, até semana que vem. Mas não deixem de comentar o de ontem e me dizerem suas opiniões.
Boa leitura :)



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—Você está bastante apressado! —comento rindo enquanto me aproximo do carro.

Ele faz questão de abrir à porta para mim e não consigo deixar de sorrir diante disso. Me aproximo de Castiel e dou um beijo estalado em sua bochecha, enquanto ele apoia uma mão em minha cintura e, em seguida, entro no carro.

—É porque você nos atrasou. —ele ri depois de também entrar e colocar o cinto. — E nossa sessão começa em... —ele confere o relógio em seu pulso. —Exatamente vinte minutos. Queria comprar pipoca ou alguma coisa pra comermos antes, porque eu sou puro mau humor quando estou com fome. —ele dá partida no carro e eu logo me estico para ligar o rádio.

—Desculpa. —faço uma careta. —É que minha mãe chega amanhã da lua-de-mel. Queria arrumar tudo logo. E estava preocupada com algumas coisas.

—Que coisas? —ele pergunta verdadeiramente curioso me olhando de canto.

Então falo dos últimos acontecimentos. A volta dos meus ex’s. Parecia até título de um filme de terror. Como eu e Leo estávamos novamente nos aproximando e estava preocupada com o aquilo implicaria. Sobre Nicolas e a época de nosso namoro de colegial. A traição e a coincidência de agora estarmos dividindo o mesmo setor trabalhista. Castiel ouvia tudo com atenção enquanto ficava alerta ao trânsito a nossa volta.

—E você ainda é completamente apaixonada pelo Leo. —ele confirma com um sorriso fraco nos lábios. —E tem medo de Nicolas ter mudado e ao mesmo ainda ser o mesmo. O mesmo pelo qual você se apaixonou, antes de ser o galinha que mostrou ser. —ele continua.

—Você poderia ser psicólogo. —rio.

—É fácil lidar com problemas que não são seus. —ele dá de ombros.

—Mas você traduziu bem. É assim mesmo. — confirmo com a cabeça mordendo o lábio inferior. —É tudo ao mesmo tempo. A felicidade de minha mãe é boa pra mim, mas também me incomoda. Todos à minha volta com suas vidinhas perfeitas e eu aqui, sem conseguir me desligar do passado. É horrível! —digo exasperada.

—Que tal você esquecer todos e suas vidinhas perfeitas por hoje? —ele sorri e estica o braço, o pousando sobre minha coxa, logo entrelaçando seus dedos aos meus e acariciando as costas de minha mão com seu polegar.

—Você prometeu que seria apenas uma saída entre amigos, Cas. —digo em tom de brincadeira, mas deixando claro que para mim, realmente era apenas aquilo. Não afastei sua mão com medo de parecer grosseira.

—E é, Jenn. Amigos fazem os outros esquecerem problemas, certo? —ele abre aquele sorriso torto e parece ter noção do efeito que provoca em mim quando o faz. —Hoje vamos desabafar, rir e chorar. Depois disso vamos tentar enxergar as coisas boas. Como, por exemplo, o Sr. Tenner que é o professor mais chato, monótono e estranho que já tive, e acho que vale pra você também. Depois das duas primeiras aulas, eu já pensava em desistir ou pular de período. Mas veja só, eu encontrei você. —ele ri e eu aperto fraco sua mão.

—Você é sempre tão fofo assim? —digo o olhando verdadeiramente pela primeira vez. Realmente o enxergando.

—Só quando estou tentando impressionar alguém. —ele pisca pra mim.

—Está tentando me impressionar? —digo presunçosa, arqueando uma das sobrancelhas.

—Está funcionando? —ele pergunta com uma leve pontada de esperança.

—Não mesmo. —solto uma risada e ele me acompanha.

Seria realmente bom esquecer-se dos problemas por algumas horas. E Castiel parecia à perfeita companhia para isso.

***

—Foi ótimo, Cas. —digo com um sorriso assim que ele para com o carro em frente a minha casa.

—Pra mim também, Jenn. —ele sorri me olhando. —Não sabia que você era tão divertida. É bom conhecer a Jennifer fora da sala de aula. Eu gosto muito dela. —não sei o porquê, mas forma como ele diz isso faz meu rosto corar. Mas ele não parece nem um pouco sem graça, pois nem desvia o olhar.

—Eu tenho que ir. —então nos inclinamos um para o outro ao mesmo tempo, eu paro, mas ele continua vindo em minha direção. Eu sei o que ele vai fazer, o que vai acontecer, então viro o rosto e sinto seus lábios quentes sobre minha bochecha.

—Não estraga tudo... —digo sussurro enquanto afasto meu corpo do dele.

—E por que não? —ele parece magoado.

—Eu não consigo. Não é com você, é... —não tenho certeza de como terminar a frase.

—"Não é com você, é comigo." Certo? —ele me interrompe.

—É sério. Meu coração está em outro lugar no momento e não seria justo com você. —solto um suspiro.

—Então por que não vai atrás dele, Jennifer? Por que, ao menos uma vez, não faz o que você quer? —ele não está com raiva quando diz isso, mas encara o volante e não a mim.

—É complicado. —sussurro.

—É complicado porque você quer que seja. —ele diz e tem completa razão. Ele me olha de canto e suaviza a expressão. —Desculpe, eu não queria ser grosseiro e...

—Não, está tudo bem. —sorrio fraco. —É bom ter alguém pra falar algumas verdades.

—Então está tudo bem entre nós? Quero dizer, nossa amizade está intacta, certo? —ele parece preocupado.

—Claro. —dou um beijo em sua bochecha e saio do carro.

—Jenn? —ele chama e eu me viro, o encarando pela janela. —Pensa no que eu te falei. Antes que seja tarde demais. —então ele dá partida no carro e me deixa ali, mais confusa ainda.

Quando chego a minha varanda, levo um grande susto, pois não sou a única ali.

Leo está sentado sobre uma das cadeiras e tem a expressão bastante séria. Quando escuta o barulho de meus sapatos, ergue os olhos e disfarça com um sorriso.

—Eu vim te convidar pra jantar lá em casa. Minha mãe e Letícia sugeriram já que você está aqui sozinha. Toquei a campainha, mas não tinha ninguém, então resolvi esperar um pouco, pensando que você ainda estava no trabalho, mas pelo visto, você não está mais com fome. —a última frase é tão impregnada de ironia que percebo o quanto ele está chateado. Será que eu só fazia isso com os garotos a minha volta?

—Leo, não é nada disso. —começo a dizer. —Castiel é só um amigo da faculdade e não foi nada demais, só fomos ao...

—Você não precisa me dar satisfação, Jennifer. —ele continua com aquele sorriso afetado no rosto. —Não somos mais namorados, lembra? —ele se levanta pra ir embora, quando passa por mim, instintivamente agarro seu pulso.

—Leo, espera! —digo e olho bem nos seus olhos, esperando que fosse o suficiente para que ele entendesse tudo aquilo que eu ainda não tinha coragem de dizer em voz alta.

E ele entende. Encara meus olhos por alguns segundos e depois me puxa pela cintura para si. E é quase como um analgésico, depois de uma longa dor de cabeça, sentir seus lábios novamente nos meus. Eu abraço o seu pescoço, o apertando cada vez mais contra mim, enquanto ele apoia a mão sobre minha bochecha e acaricia meu rosto, como se eu fosse algo frágil, que ele tinha medo de quebrar. Nossas línguas se movem em perfeita sincronia e o ar vira algo raro.

Eu o sinto morder meu lábio inferior e, segundos depois, suas mãos passeando por minha barriga, por debaixo de minha blusa. Num momento de lucidez, percebo que ainda estamos na varanda e que qualquer um que passasse poderia observar a cena. Então tateio meu bolso a procura da chave, e assim que entramos, depois de eu fechar a porta e jogar minha bolsa no sofá, escuto ele perguntar:

—Tem certeza disso, Jenn? Mas e depois que... —ele diz me olhando.

—Não me diga que vai bancar o certinho agora? —digo ironicamente.

—É, realmente. Não faz muito meu estilo. —ele ri me pegando no colo, de frente, de modo que eu cruzo minhas pernas envolta da cintura dele.

Então ele sobe as escadas, em direção ao meu quarto, enquanto eu mordo e distribuo beijos pelo seu pescoço, o fazendo se arrepiar.


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Notas finais do capítulo

"Quero que o Leo e a Jenn façam logo lepo-lepo" —Leitora.
Desejo atendido com sucesso! [risos]
Um beijo, um queijo e até o próximo capítulo.



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