Amizade Colorida escrita por Juh Nasch


Capítulo 20
2ª temp. -Jennifer 1.1


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey. Olha só quem voltou!
Depois de trezentos mil anos, eu voltei a ter insônia as três da manhã.
Vou por vocês a pá de tudo.
Lennifer is not real now.
Leo recebeu uma bolsa de estudos em outro estado e isso fez com que ele e Jenn terminassem o namoro não tão firme de três anos. As ocasionais brigas enfraqueceram o amor do nosso lindo casal. Mas será que eles vão reatar? Cenas do próximo capítulo.
Não sei se captei bem o modo de escrever da primeira temporada, já faz algum tempo e espero não estar enferrujada.
De qualquer modo, boa leitura!



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—Está nervosa? —pergunto a minha mãe.

—Você nem imagina como. —ela diz soltando um suspiro e se encarando na frente do espelho.

Eu rio em tom baixo e lhe ofereço uma taça de champanhe.

—Só não exagere! —digo colocando a taça em uma de suas mãos. —É apenas pra acalmar os nervos.

—Você está tão linda, querida! —diz minha mãe colocando a mão brevemente sobre minha bochecha e abrindo um sorriso.

—Tem certeza que se olhou no espelho? —ergui uma sobrancelha e a encarei.

Minha mãe não estava apenas bonita, estava radiante. O vestido de noiva não era nada extravagante. Ela queria um simples, já que não era a primeira vez que se casaria. Tinha mangas de renda curtas e detalhes florais em dourado por sua extensão. Não era longo, nem curto. Um pouco abaixo dos joelhos. Ela havia dispensado o tradicional véu. O cabelo estava solto com pequenos cachos nas pontas. E Patrícia havia trabalhado arduamente em sua maquiagem.

Ela ainda me olhava e trocamos um sorriso sincero. Nos abraçamos rapidamente e eu decidi deixá-la sozinha por hora, enquanto se preparava. Assim que saio no corredor, escuto uma vozinha me chamando:

—Tia Jenn!

Segundos depois vejo Lizzie com sua roupinha de dama e um pequeno cesto cheio de pétalas de rosas nas mãos, e um sorriso largo toma conta do meu rosto.

Não tinha me acostumado ao ver o quanto Eliza estava crescida. Lembrava-me quando a peguei no colo pela primeira vez. Agora ela já havia completado quatro anos.

Os cabelos dela estavam presos num elegante coque, com alguns fios soltos em forma de cachos. Com certeza aquilo era obra de Patrícia. Fazia questão de vestir Lizzie como se a menina fosse sair em alguma revista de moda infantil. O vestido era rodado e com pequenos detalhes em azul.

—Ah, meu Deus! Você está tão linda! Parece uma princesinha. —me abaixo a abraçando calmamente, com cuidado para não amarrotar o vestido.

—Minha mãe disse que depois eu passo ficar com esse vestido pra mim. —ela dá um grande sorriso, mostrando o pequeno espaço que faltava, bem na frente, após perder um dos dentes de leite. —Eu me vestiria assim todos os dias, mas o papai disse que eu não posso ir vestida assim pra escola. —ela faz uma pequena careta me provocando uma risada.

—Ah, meu amor! Esses tipos de roupa são apenas para datas especiais, como hoje.

—Você e o tio Leo vão casar? —ela pergunta confusa.

—Não, não! —sorrio fraco— Quem vai casar é a tia Marina, a minha mãe. —ajeito o enfeite de cabelo dela.

—Mas por quê?

—Acho que porque eles se amam, meu bem. —eu sorri. Era impressionante como Lizzie sempre tinha uma dúzia de perguntas na ponta da língua.

—E por que você e tio Leo não se casam? Aí ele poderia morar aqui e eu poderia o ver mais vezes. —ela diz fazendo um pequeno beicinho.

—Isso é complicado, Lizzie. —dou um beijo de leve em sua testa. —Por que não pede pra sua mãe vir até aqui? Estou precisando falar com ela.

Lizzie então sai, quase saltitando com suas sapatilhas. Mordo o lábio olhando novamente para o relógio, já era meio-dia. Menos de meia hora para a cerimônia.

Então escuto um barulho de saltos andando em minha direção. A decepção em meu rosto é evidente ao julgar pela expressão de Patrícia.

—O que houve?

Patrícia para a minha frente. Está já com o vestido de festa. Um tomara-que-caia rosa, e cabelo e maquiagem impecáveis. Ela havia amadurecido tanto. Nem parecia a garota com quem eu tivera uma inimizade crescente. Mas as desavenças haviam se tornado passado e nós havíamos nos tornamos grandes amigas.

—Estou preocupada. Acha que ele virá? —pergunto em tom baixo.

—Ele não confirmou nada comigo nem com o Diego. Por que não pergunta a Letícia?

—Ela também não sabe.

Patrícia dá um sorriso discreto.

—Ainda gosta dele, não é?

—Três anos não se esquecem em sete meses, Paty. —suspirei.

—Ainda não entendo como vocês se separaram. Vocês eram, e continuam sendo, perfeitos juntos.

—Foi melhor assim. Já te expliquei. Não queria prendê-lo. Ele tem a vida dele lá e eu a minha aqui.

—Que vida você tem Jennifer? Você nunca vai conseguir seguir em frente e sabe disso. Porque sempre foi ele. E sempre vai ser.

—Ah, meu Deus! Fique quieta!

—Você sempre odeia quando eu tenho razão.

—Tanto faz. Espero que ele não venha.

—Pois eu espero o contrário. E que vocês dois parem logo com isso e se resolvam de uma vez. —Patrícia rolou os olhos e passou por mim, me deixando sozinha no corredor.

—Está na hora! —escuto a voz empolgada de Letícia subindo as escadas. O sorriso dela diminui um pouco quando me vê ali parada. —Hey Jenn. Se anime!

—Eu estou animada.

—É claro que está. —Letícia diz num tom irônico e vai para o quarto. —Tia! Vamos, vamos logo!

Minha mãe então sai do quarto, ajeitando o vestido, já impecável, e estende a mão para mim. Eu a aperto de leve e coloco um sorriso no rosto. Juntas, descemos as escadas.

***

A cerimônia passa num instante. Estou no altar, ao lado de Erika, irmã de Ricardo, o então noivo, ou melhor, atual marido de minha mãe. Observo tudo atentamente. O rosto dos noivos e dos convidados presentes.

Então eu o vejo. Não que eu o estivesse procurando no meio da grande quantidade de pessoas, mas porque seria impossível não reconhecer aquele rosto. Sem meu consentimento, meu coração se acelera e sinto as palmas de minhas mãos frias, escorregadias devido ao suor. E é nesse momento que ele ergue o olhar em minha direção. Ficamos nos encarando por alguns segundos, até ele abrir aquele sorriso de canto encantador. Não havia mudado quase nada desde a última vez que nos vimos, com exceção da barba por fazer e o corte de cabelo mais curto. Quando percebo que estou a tempo demais encarando, desvio o olhar.

Depois da tradicional “chuva de arroz” sobre os noivos, todos vamos para a festa. Leo está distante o suficiente para que eu saia da Igreja sem cruzar o seu caminho.

Na festa, a família toda está reunida. Ricardo tinha uma família grande, era o terceiro de quatro irmãos. Primas minhas haviam vindo especialmente para a ocasião e foi tudo incrível. Um grande bate-papo para colocar as novidades em dia.

—Eu vou pegar uma bebida. —digo para Kelly enquanto me afasto indo em direção a uma das mesas. A decoração está incrível. Tudo muito bem organizado por mim, minha mãe e, claro, Patrícia. Esta já havia se tornado parte da família, assim como seu marido, Diego, e a filha deles, Lizzie, vulgo minha afilhada.

Estou me servindo de alguns salgadinhos e pegando uma taça de champanhe quando percebo que alguém para do meu lado. A principio ele nada diz, apenas finge que foi pegar alguma bebida, como eu. Até que ele não se contém, e vira em minha direção:

—É impressão minha ou você está me evitando à noite toda, Jennifer?

Por um instante, penso seriamente em fingir não tê-lo escutado e sair dali o mais rápido o possível. Mas percebo o quanto isso seria rude de minha parte. E que nós dois precisávamos daquela resposta. Por que eu estava o evitando? O que tinha a temer? Era apenas o Leo.

—É impressão sua, Leo. —digo com um sorriso amigável, mas ele nota claramente que não é sincero. —Como vai? Voltou hoje de viagem? A faculdade está boa?

Ele observa meu rosto antes de responder.

—Estou bem sim. Eu cheguei alguns minutos antes do inicio da cerimônia. Foi constrangedor. Eu tive que me vestir dentro do táxi. —ele faz uma careta se lembrando da situação e eu solto um risinho convincente. Ele esboça um leve sorriso. —E sim, a faculdade é ótima Jenn. E você? Como tem passado? Eu acho que perdi seu número. Sempre que ligo pra você, seu telefone está fora de área ou algo assim.

Eu mordo o lábio antes de responder. Isso não era verdade. Ele não havia perdido meu número. Eu havia o trocado sem informa-lo.

—Deve ser algum problema com a operadora. Vou procurar saber depois. Minha prima está me esperando. Nos vemos por aí. Volta amanhã?

—Na verdade não. Ficarei duas semanas aqui. A faculdade terá um recesso, então achei que podia matar saudades do lugar. Das pessoas daqui. —ele olha significamente para mim. Eu então pigarreio e tento desviar o assunto.

—Que bom! Digo, deve ser bom se desligar um pouco das responsabilidades de lá. E sua namorada vai bem?

—Minha namorada? —ele ri. —Na verdade, a minha namorada é uma pessoa difícil. Ela resolveu terminar comigo sem nenhum motivo aparente, sabe? Ainda tento compreender a lógica dela. Mas acho que nem ela entende.

—E-eu realmente tenho que ir. Foi um prazer revê-lo.

Então saio dali antes que diga alguma coisa que me arrependa depois.

—Você está bem? —pergunta Kelly assim que volto a me sentar.

—Mas é claro que sim.

E ultimamente aquela havia sido minha resposta nos últimos meses. Apesar de ser decorada, soava cada vez menos sincera.


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Notas finais do capítulo

Ah, senão for pedir demais, eu iniciei outra história esses dias, e ficaria muito grata se vocês fossem dar uma espiadinha e deixassem suas criticas. O mesmo com esse capítulo. Fiquem a vontade e podem se irritar com o covardismo da Jennifer.
Um beijo meus amores!



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