Amizade Colorida escrita por Juh Nasch


Capítulo 18
Jennifer 4.1


Notas iniciais do capítulo

Amores, desculpa a demora da tia...É porque ontem eu tive que ficar na escola o dia todo. Aula dia de sábado é horrível!
Esse capítulo eu inventei do nada. Então, me desculpem a falta de criatividade!
Boa leitura :)



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Acordo me espreguiçando preguiçosamente. Esfrego as mãos nos olhos e minha boca se abre num grande bocejo. Era hoje! O temido resultado. Leo já deveria estar no consultório e todas as suas unhas já devem estar ruídas ao máximo. Eu queria estar lá, ele até tinha me convidado, mas achei melhor não. Apesar de tudo o que ele havia me contado de Patrícia, eu ainda não ia muito com a cara da garota. E fora que Diego também estaria lá.

Solto um longo suspiro e resolvo me levantar de uma vez. Arrumo a cama e passo a mão nos cabelo, ajeitando os fios rebeldes. Pego um elástico sobre minha penteadeira e prendo, fazendo um rabo de cavalo. Vou em direção ao banheiro e tomo um banho frio. O por quê de eu estar assim? Tinha ficado até tarde na internet, conversando com alguns amigos virtuais. Quando contei isso para minha mãe, sobre os amigos virtuais, ela primeiro me censurou. Dizendo que eu era ingênua e que eles poderiam muito bem ser falsos adolescentes que na verdade eram pedófilos tentando me sequestrar. Mães e suas preocupações! Eu sei que por um lado, ele está certa, mas havia tantos meses... E, graças a Deus, hoje não tem aula!

Saio do banheiro e coloco um short jeans e uma camiseta da Legião Urbana, umas das minhas bandas favoritas. Não sou do tipo, “garota-bonequinha-perfeitinha”. Jeans, camiseta, all star: meu look favorito! Vou em direção ao meu teclado e meus dedos coçam para que eu possa logo tocar aquelas lindas teclas. O café primeiro, Jennifer! Penso comigo mesma.

Desço as escadas. Tomo um café rápido. Basicamente, sucrilhos com leite. Depois de lavar o pote e escovar meus dentes, subo novamente para meu quarto e me sento defronte para o teclado. Meus dedos percorrem o teclado com certa habilidade adquirida em tão pouco tempo. As notas de She Looks So Perfect rapidamente preenchem o quarto.

Então a súbita lembrança de como aquele teclado havia chegado ao meu quarto tomou conta de mim.

Flashback: on

Eu já estava na porta de casa, indo pra aula naquele dia. Leo já estava com a moto estacionada em frente a minha casa. Estranhei o fato de ele se limitar em me dar um beijo na testa. Quando olho para trás da moto, subitamente, entendo o motivo. Era o carro de meu pai. E ele estava encostado nele, nos observando. Estava de camisa polo e uma bermuda, tênis esportivos e o cabelo recém-cortado. Seus olhos cinzentos, como os meus, me encaravam. Ele abriu um pequeno sorriso e fez um gesto com a mão dizendo pra que eu me aproximasse. Suspiro e olho para Leo.

—Vai logo lá! —ele diz. — Como você disse, não podemos fugir dos nossos problemas. —eu assinto com a cabeça e ando em direção a meu pai.

—Oi. —digo numa voz tão baixa que nem tenho certeza se ele pode ouvi-la.

—Jennie. —ele diz se aproximando e me puxando para um abraço. Eu o abraço meio sem jeito. Quase três meses inteiros sem vê-lo. Já estava esquecendo um pouco de alguns detalhes, como o fato de adorar seu perfume. Eu era muito apegada com meu pai quando era mais nova. Muito mais do que com minha mãe. Meu conselheiro, professor particular e herói sempre foi ele. Por isso foi um choque descobrir o que ele havia feito. Um choque maior porque eu podia, pelo menos, imaginar a dor que minha mãe sentiu ao descobrir. Me afasto calmamente, empurrando levemente seus braços pra longe de mim.

—O que você quer? —pergunto de forma seca e objetiva. Não tinha a intenção de ser rude, mas as circunstâncias me levam a isso.

—Eu vim pedir desculpas, Jennifer ! Desculpa por tudo.

—Não é pra mim que você tem que pedir desculpas. —digo focalizando na janela da cozinha, que é exatamente onde minha mãe estava quando saímos.

—Eu já conversei com sua mãe. E pretendo conversar de novo. É complicado! —ele diz olhando para o chão. Olho de rabo de olho para Leo. Ele esta com as mãos no bolso e finge não escutar uma palavra do que dizemos.

—É realmente complicado. —digo cruzando os braços.

—Olha! Eu lhe trouxe um presente. —ele diz tirando do carro uma grande caixa. Um teclado novinho.

—Acha que pode mesmo me comprar com isso? —digo tentando parecer enojada, mas com um misto de admiração na voz.

—Não estou te comprando. —ele diz com uma expressão magoada. —Só achei que você gostaria!

—Pelo menos nisso, você acertou! —digo dando um breve sorriso.

—Não quero que fique irritada comigo. Isso é entre mim e sua mãe, e você não tem que escolher entre nós.

—Tá legal, tá legal! —digo erguendo as mãos como se estivesse me rendendo— Eu aceito suas desculpas, aceito o teclado, mas não pense que serei a mesma pessoa. Assim como você também não é.

Pego a grande caixa e logo, Leo, vem pra perto e a pega com uma facilidade.

—Coloca sobre minha cama. —grito pra ele que já sobe às escadas.

—Pode deixar. —ele grita por cima do ombro.

Volto a encarar meu pai.

—E então era isso?

—Você me perdoa, baixinha?

—Ainda não inteiramente, mas quem sabe um dia. —sorrio fracamente enquanto o abraço pela última vez. Leo volta, dessa vez parando ao meu lado. —Estamos atrasados! Até qualquer dia. —digo acenando já de longe e subindo na moto de Leo.

Flashback: off

Uma batida na porta interrompe meus devaneios. Leo está encostado casualmente sobre a porta, segurando um envelope em mãos.

—Oi. —ele diz. Está sério.

—Oi. —digo me levantando e ficando na ponta dos pés pra lhe dar um selinho.

Se Leo e eu estamos namorando? No sentido literal da palavra, pode se dizer que sim. Mas não oficialmente, já que ele não pediu e eu também achei melhor não darmos um “nome” a isso que estávamos tendo. Era a nossa velha e boa “amizade com benefícios”.

—E então? —pergunto erguendo as sobrancelhas. Ele sabe ao que estou me referindo, e então instantaneamente ele estende o envelope. Eu o pego e o abro rapidamente, mas tomando o cuidado pra não rasgar ou nada disso.

Meu coração quase para ao ver escrito Positivo no final da folha. Olho pra Leo, mas ele não me encara.

—Não, não pode ser. —digo colocando a mão sobre a testa.

—Eu sei.

—E agora Leo? O que vai acontecer?

—Eu acho que...

—Tudo o que eu não queria que acontecesse. —então eu começo a chorar.

—Jenn. —diz Leo colocando a mão sobre meu ombro.

—O que é? —pergunto encarando os meus pés. Seco algumas das lágrimas com as pontas dos dedos.

—Por que não lê de novo?

Franzo a testa e faço o que ele pediu.

[...] Constatamos a partir desse exame de comprovação de paternidade, que o suposto pai, senhor Diego Almeida, É O PAI BIOLÓGICO da futura criança...

Cubro a boca em choque e releio esse trecho várias vezes. Esse exame é de Diego! Ah, meu Deus! O filho é do Diego e não de Leo! De Diego! Pulo em cima de Leo e começo a rir.

—Como você pode me dar um susto desses, seu infeliz? —começo a dar vários tapas nos braços dele. Ele segura minhas mãos.

—A ideia foi do Diego, não minha! —ele ri.

—Do Diego? —franzo a testa.

—É uma longa história. Basicamente, ele me pediu desculpas. Primeiro pelo boato que espalhou de você. Ele admitiu tudo depois. Pra todos! —continuo o encarando, muda e incrédula. —Depois pediu desculpa pela briga e pelo mal entendido na festa. Ele estava completamente bêbado. Não sabe até hoje como chegou em casa. Ele quer falar com você depois. —Leo suspira.

—E você aceitou assim na boa? —ergo as sobrancelhas, exasperada.

—Não era a senhorita que me disse que guardar rancor não é algo bom? Ele pareceu arrependido. Resolvi “perdoar” — ele disse fazendo aspas com os dedos. —Mas não esqueci o que ele fez. Aí dele se chegar perto de você de novo!

—Não quero falar com ele... —digo mordendo o lábio inferior e encarando o chão.

—Eu vou estar lá. —ele diz passando a mão sobre minha bochecha. Abro um sorriso.

—Então alguém aqui escapou de uma grande responsabilidade hoje, em? —digo cutucando sua barriga.

—Isso merece uma comemoração, não acha? —diz ele erguendo as sobrancelhas.

—Lanchonete da Rita? —digo entusiasmada.

—Claro. Há muito tempo que eu não vejo aquela gostosa. Saudades da Ritinha. —ele diz e eu dou um tapa em seu braço. —Ai!

—Idiota!

Ele me pega no colo e me joga por cima do ombro.

—Me solta! Eu tenho que me arrumar! Trocar de roupa!

—Que nada! Você tá linda assim.

—Me ponhe no chão agora!

—Ui, mandona! Sabe que eu adoro né? —ele diz me colocando no chão e, em seguida, abrindo um sorriso malicioso.

—Uhum, sei de outra coisa que você adora! —digo entrando no joguinho.

—Uma comemoraçãozinha no meu quarto cairia bem. —ele diz me agarrando pela cintura.

—Como você mesmo disse, “cairia”. Mas não vai dar. Marquei de sair com as meninas. —digo.

—Ah, sério isso? Jura que vai me trocar? —ele diz fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança.

—Não fala assim! Eu passo tempo demais contigo. Minhas best’s também precisam um pouco de mim. Não seja egoísta. —digo passando a mão nos cabelos dele.

—Depois de terminar, o que seja lá que vocês vão fazer, você vai ser toda minha né?

—Eu sempre sou toda sua, amor. —digo lhe dando um selinho e ele abre um sorriso satisfeito.

—Assim que eu gosto. —ele diz. Reviro os olhos e lhe empurro de brincadeira.

—Agora vai. Senão você vai me atrasar. Sai daqui. Rala! —digo o empurrando em direção à porta.

—Ah, é assim?

—Uhum.

Ele me puxa prum ultimo beijo e sai.

Vou até o banheiro e tomo um banho rápido. Ajeito o cabelo e passo uma maquiagem leve. Coloco um jeans e uma camiseta regata. Pego meu celular e ligo para o celular da Annie. Toca duas vezes, antes de eu ouvir a voz de Isaac:

—Alô? —dá pra perceber que ele está ofegante pela sua respiração acelerada.

—O que vocês dois estavam aprontando, seus safadinhos?

—Coisa que seu namorado deveria estar fazendo também, aí você não estaria nos atrapalhando. O que você quer? —escuto a voz da Annie. Isaac deveria ter colocado no viva-voz.

—Esqueceu-se do que tínhamos combinado hoje?

—Acho que sim... Me relembre!

—DIA DAS MENINAS!

—Não precisa gritar tá legal? Não sou surda! —diz Annie. Escuto a risada abafada de Isaac.

—Dispensa logo seu namorado patético, sem ofensas Newton, e venha logo pra cá!

—Não me chama de Newton, que droga! —escuto ele dizer.

—Newton. Isaac Newton. É ótimo trocadilho, então aceite. —dou uma risada baixa. —Vão logo! Mais tarde a gente vai pra lanchonete, vocês tão afim?

—Você que vai pagar? —pergunta Annie.

—Sonha meu amor. —digo rindo. —Sonha porque sonhar ainda é de graça.

—A Nanda também deve querer ir... E levar o novo peguete. O tal de Rodrigo. —diz Annie.

—Podíamos chamar o Ethan também, e desenrolar alguma gatinha pra ele.

—Pode ser. Vou me arrumar. Mando mensagem quando estiver indo pra aí, tá legal? —ela diz.

—Beleza. Beijos Annie, beijos Isaac seu lindo. Espero que tenham usado uma camisinha decente. Tô jovem demais pra ser titia.

—Não sou um Leo na vida não, tá bom Jenn? —diz Isaac.

—Por falar nisso, já vi o resultado do exame. Mais tarde eu conto. Beijos!

—Conta agora! —exige Annie.

—Bye bye. —digo e desligo o telefone.


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Notas finais do capítulo

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