A Garota Dos Defeitos escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 30
Posso dormir com você?


Notas iniciais do capítulo

Oiie anjos , capítulo novo, e adivinhem o Gabs está super fofo hahaha
Bem , não tenho muito o que escrever nessa nota , além de desejar uma boa leitura e pedir que comentem...
Enfim.... boas vibrações e espero que gostem



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Joguei um pouco de água fresca no meu rosto, e cuidadosamente evitei olhar para o meu reflexo.

Nenhum de nós quer ir embora, mesmo que fiquemos na sala de espera, então começamos a nos revezar entre ir para casa, e descansar. Ontem foi a vez de Katherina e meus pais irem para casa descansar, hoje é a minha vez. Eu estava cansada assim como todos, mas não queria que notassem o quanto, mas já fazem quatro dias.

Quatro malditos dias, infernais!

Gabriel se ofereceu para me levar para casa, e pareceu aliviado quando eu aceitei a carona. Tanto ele, quanto Phil não se afastaram do hospital assim como nós, e eu sou grata a eles por isso.  Phil, e papai sempre conta histórias do tempo de escola para nos distrai, e na maior parte do tempo funciona.

Eu fico passando os últimos meses na minha cabeça, de novo, e de novo. Eu achei que havia algo errado, mas nunca... Isso.

Tento me colocar no lugar dela. Um diagnostico terminal. Eu gostaria de ter sabido antes, mas eu fico me perguntando o que eu faria, se eu tivesse notado a tempo. Teria deixado-a recusar o tratamento?

Respirei fundo, e saí de dentro do banheiro no qual eu estava a mais de 20 minutos – não me escondendo, apenas querendo ficar longe de todos para pensar... Ou talvez eu não queira admitir o quanto eu estava sendo uma covarde.

Eu disse tchau, a todos , e fui encontrar Gabriel no estacionamento.

***

Parada em frente à porta de casa, eu procurei pela minha chave dentro da bolsa, sem encontrar. Franzi a testa, e tirei a chave extra debaixo dos vasos de flores. Segurei a maçaneta, porém nem precisei inserir a chave no miolo da fechadura, porque a porta se abriu sozinha.

Eu voltei para casa rapidamente para trocar minha roupa, pelo uniforme do Adam’s, e obviamente esqueci de trancar a porta.

Por um segundo me perguntei se eu encontraria algum intruso, fazendo um lanche na cozinha – na melhor das hipóteses.  No entanto tudo continuava igual, e no lugar, incluindo minhas chaves na mesa do centro.

— Não seria engraçado se a gente encontrasse alguém no meio da sala? – brinquei embora eu não tenha achado graça alguma da piada. - Acho que eu sairia correndo, ou pularia no seu colo.

Gabriel ergueu uma sobrancelha, e eu desejei ter ficado calado.

— Eu gosto da parte em que você pula no meu colo – opinou com seu habitual sorriso torto.

Rolei os olhos. - Tenho certeza que sim.

Um sorriso pirata brilhou em seus lábios.

— É sua vez de cozinhar para mim, Formiguinha?

Cozinhar e meu nome na mesma frase?

— Não foi você quem disse que eu não cozinho bem?

Caminhei até a cozinha, e abri os armários e a geladeira, em busca de qualquer coisa pronta que pudéssemos comer. Estava vazia. Eu tinha planos de comprar algumas coisas, mas sempre deixava para depois.

— Desculpe, ainda não enchemos a despensa– falei com um meio sorriso apologético.

— Talvez na próxima – ele me deu uma piscadela, e encolheu os ombros.

Sorri.

— Eu vou tomar banho – murmurei. -Sinta-se em casa, você pode ligar para um delivery se quiser.

Suas lindas piscinas verdes obtiveram um brilho divertido, e eu soube imediatamente que ele estava pensando bobagem.

Franzi meus lábios. - Foi um comunicado, não realmente um convite.

Girei em meus calcanhares, e fui para meu quarto sem querer ouvir uma resposta.

Minha cama estava desarrumada, cobertores e lençóis enrolados juntos, parcialmente na cama, parcialmente no chão, e mesmo assim pareceu tentador me atirar sobre ela, e me esconder debaixo das cobertas como eu fazia quando criança. Sacudindo esse pensamento para fora da minha mente, eu distraidamente estendi minha roupa de cama, me ocupando apenas com esses movimentos mecânicos , quando acabei peguei tudo que precisava , e movi em direção ao banheiro para um banho quente.

O vapor faz a minha pele brilhar, mas a água quente não era o bastante para me aquecer. 

Coloquei um pouco de sabonete liquido na mão e massageei os músculos do meu pescoço tentando aliviar um pouco da tensão. Não funcionou. Eu sentia que estava carregando um peso invisível nos ombros, e que em breve ele me faria ceder.

***

Um cheiro delicioso encheu minhas narinas assim que eu saí do banheiro, meu estômago roncou, e minha boca encheu de saliva. Segui o cheiro.

— O que, nada de pizza congelada dessa vez? – perguntei puxando uma cadeira da ilha.

Gabriel olhou por cima do ombro, brevemente antes de voltar a se concentrar no que estava fazendo.

— Pensei em algo realmente preparado por mim dessa vez.

Torci meu cabelo molhado com o dedo, e sorri.

Ainda era estranho ter uma conversa livre de insultos com ele.

— Fico feliz que esteja levando o meu comentário sobre se sentir em casa a sério – sentei e o observei abrir armários e pegar pratos e talheres.

Quando ele franziu a testa, uma pequena ruga se formou entre suas sobrancelhas.

— Isso incomoda você?-perguntou.

Chacoalhei a cabeça.

— Não - assegurei temendo a possibilidade dele se sentir um intruso. - Na verdade estou um pouco aliviada de não estar aqui sozinha. Obrigada... Por tudo.

Meus olhos umedeceram, e em encarei minhas mãos que descansavam em meu colo para disfarçar.

— Então, o que cozinhou?- indaguei quando ouvi a torradeira apitar.

— Sopa de tomate – respondeu, e então serviu a mesma em um dos pratos que tirou do armário, colocando a minha frente junto com alguns sanduíches grelhados.

— Parece bom. – Esperei que ele se servisse, e sentasse ao meu lado para comer. _ Definitivamente está bom! – exclamei com um sorriso apreciativo.

— Obrigado- ele também sorriu, mas foi um sorriso diferente de todos que já vi. Quase envergonhado.

Comemos em silêncio, até acabarmos, quando isso aconteceu eu levantei e tirei nossos pratos sujos, colocando-os dentro da pia.

 – Você cozinhou então eu lavo e guardo.

Senti os olhos dele em mim, enquanto eu limpava tudo.

— Hum... Gabriel? – sequei minhas mãos no pano de prato, e me virei para fita-lo. – Você não precisa voltar para o hospital, pode ir para casa descansar.

Ele cruzou os braços sobre o peito, e suspirou.

— Não vou embora – seu tom era suave, mas firme, não deixava brechas para discussão. Eu argumentei mesmo assim.

— Você deve estar cansado, por que não vai para casa, e aproveita para tomar um banho e dormir um pouco?

Eu não queria que ele fosse embora, por isso abaixei a cabeça, tendo certeza que isso estava escrito no meu rosto. Apesar de tudo, não queria que ele ficasse por pena, ou obrigação.

— Não vou embora – repetiu, e ergueu meu queixo, me forçando a olhar para ele.

— Você tem que descansar – argumentei.

Ele suspirou. Sua respiração quente fez cócegas na minha bochecha.

— Tudo bem se eu tomar banho aqui?- sondou.

Senti meu rosto aquecer.

—Err- imaginei-o nu com a água caindo pelo seu corpo, e tive um ataque de tosse me engasgando. - Sem problemas. Precisa de roupas emprestadas?

— Não, eu tenho roupa extra no compartilhamento da harley.

***

Cerca de 30 minutos mais tarde, escutei a cama ranger, quando ele subiu na cama.

Eu tinha ido novamente para o meu quarto depois de mostrar onde ficava o banheiro para Gabriel, tentando fazer algo que sempre me acalmou: escrever. Toda vez que eu escrevo é como se as coisas já não fosse tão graves, mas de alguma forma eu não fiquei surpresa quando as palavras não vieram.

— Está acordada?

Abri um olho de cada vez e fiquei na mesma posição deitada.

— Estou.

— Eu devo ir para o sofá, ou dormir aqui... Com você?

— Fique – cheguei mais para a beirada da cama, para que nós dois pudéssemos deitar confortavelmente. Ele hesitou por um segundo, então deitou ao meu lado. Dividimos o mesmo travesseiro o que nos fez sentir desconfortáveis e estranhos.

— Não está dando certo – apontei. Por algum motivo estranho eu quis rir histericamente.

— Posso abraçar você? – perguntou.

Mordi o lábio, e balancei a cabeça.

Ele se aproximou de mim, e deslizou sua mão ao redor da minha cintura, me puxando para mais perto. Descansei minha cabeça no peito dele, aspirando o perfume amadeirado, – que eu comecei a assemelhar a ele – e sorri. Não havia nenhuma conotação sexual nisso. Nós apenas nos encaixávamos bem.

— Bons sonhos, Formiguinha – sussurrou no meu pescoço.

— Boa noite, Gabriel- falei de forma afetada e me aninhei ainda mais em seus braços, ansiosa para dormir na paz de espirito que seu corpo quente me trazia.

 


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