Wrong Love escrita por Mera Mortal


Capítulo 4
Capítulo 4 - A esperança não é a última que morre:


Notas iniciais do capítulo

Enfim, vocês devem estar se perguntando ''O QUE ELA ESTÁ FAZENDO AQUI?'' Resposta: Eu estava tão ansiosa e o capítulo já estava pronto que a lâmpada se acendeu sobre minha cabeça: Por que não postar mais de um capítulo hoje? E como estou tratando minha saúde, não tenho certeza de quando terei essa oportunidade para postar mais capítulos, aí vai. Beijos



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Capítulo 4 – A esperança não é a última que morre:

Clary estava calmamente lendo pela terceira vez seu livro predileto: Os Miseráveis.

Ela respirou fundo e olhou para sua janela enquanto a neve caía. Um ruído insistente perturbava sua leitura. Era mais do que um ruído, parecia uma espécie de terremoto.

Clary fechou seu livro impacientemente. Isto deveria ser obra dele. Ela bufou exasperada e desceu as escadas.

— Pelo amor de Deus Jonathan, desliga essa porcaria!

A menina de cabelo vermelho parou no meio da escada. Um degrau maior para separar os dois lances. Jace olhou de esguelha para ela, seus braços repousados suavemente em seus joelhos. Clary olhou para o grande monitor da sala. A origem do barulho foi descoberta. Jace estava jogando um videogame de tiroteio.

O garoto voltou a olhar para a tela como se a voz de Clary fosse uma abelha insistente rondando ao redor de seu ouvido.

Surpreendentemente, Clary notou outra presença na sala. Um corpo de garoto, sentado ao lado de Jace. Ela desceu o lance restante e se posicionou na frente da tela. Jace desviou a cabeça para o lado e ela ficou de braços cruzados enquanto encarava o moreno de olhos azuis ao lado do seu ‘’irmão’’. Ele não parecia incomodado em desviar o olhar da garota. Seus olhos azuis contrastavam com a pele branca e o cabelo negro. Ele lembrava a Clary um personagem...Jace pigarreou.

Ela o encarou e ele devolveu o olhar. Clary ficou revoltada. Era proibido ela olhar o amigo encantador e lindo dele?

— Clarissa, este é Alexander Lightwood, meu melhor amigo. Alec, esta é minha irmã de criação.

O tom na voz de Jace era meio raivoso ou Clary tinha ficado insana?

A garota balançou a cabeça levemente como para afastar os pensamentos. Ela sorriu e estendeu a mão como se para fechar um negócio.

Ouviu sua própria voz soar de forma delicada.

— Prazer, me chame apenas de Clary. Por favor.

Ao invés de apertar a mão com dedos delgados que passavam a maior parte do tempo desenhando, o rapaz estendeu o dorso da mão pálida de Clary e roçou levemente seus lábios na pele dela.

— O prazer é meu Clary, pode me chamar de Alec.

Clary sorriu de novo e ao olhar para o rosto de Jace soltou sua mão para longe instintivamente.

O olhar dele de leão que estava prestes a atacar assustou Clary. Alec falou sem perceber nada aparentemente.

— Peço perdão se atrapalhamos suas atividades. Garanto que não faremos tanto barulho daqui em diante.

Clary corou.

— Ah ah, eu estava apenas lendo. Não se incomode com minha infantilidade.

Jace fez uma careta como se tivesse comido algo indigesto.

— Mas você sempre grita co...

Clary chutou sua canela antes que ele pudesse terminar a sentença. Jace a encarou, descrente que ela tinha o chutado para calar sua boca. De certo ninguém nunca chutou ele. Pensou Clary.

Alec a encarou com suposta curiosidade.

— Seria rude eu perguntar o título do livro?

— De forma alguma. Os Miseráveis. De Victor Hugo. Eu amo o jeito como os personagens dele parecem denunciar a injustiça e a necessidade de construir um mundo melhor.

Jean se tornou uma espécie de heroi, apesar de quase todos que conheço acharem um mártir eu discordo.

Clary ficou pasma. Alguém interessante realmente tinha lido seu livro preferido. Quer dizer, não era de se esperar que pelo menos um adolescente não conhecesse o livro porém mais por obrigação ao invés de gosto. O caso dela era diferente. Ela amava o livro simplesmente por ser uma pessoa que apreciou a história.

Jace interrompeu-a antes dela falar qualquer coisa.

— Bem, parece que alguém fez a lição de literatura.

Seu tom saiu brusco e sarcástico. Clary olhou feio para ele.

— Não é errado apreciar o hábito da leitura. Faria bem a você. Possivelmente, tiraria esta estupidez sua.

— Então deixarei você na ótima companhia do meu amigo perspicaz.

A figura de seu irmão de criação sendo sarcástico tinha se tornado comum para Clary mas ele agindo como alguém magoado tinha transformado-o em alguém...vulnerável. Impotente, ela gaguejou.

— J-Jace.

O loiro sorriu e se aproximou de Clary.

Tocando levemente o rosto dela, falou.

— Relaxe Fray. Não somos namorados, somos?

E saiu. Assim como se fosse normal chocar garotas como Clary. Ela se irritou. Isso era exatamente o que ele queria. Que ela fosse como as outras garotas e caísse no papo dele. Clary massageou suas têmporas discretamente enquanto Alec sorria.

— Não se preocupe. Jace é assim quando está com ciúmes.

— Ciúmes? – Ela fez uma careta e sentou-se no sofá.

— É, sendo irmã dele e tudo. Tenho uma irmã. Sei exatamente como Jace se sente. Ele quer proteger você.

Clary sentiu-se levemente doente. Irmã? Proteger? Ciúmes?

Alec pegou a mão branca dela e sorriu.

— Desculpe-me se causei algum desconforto entre vocês mas eu queria te ver novamente Clary.

— Oh, isso é...isso é gentil de sua parte, eu apenas não tenho...hum...espaço na minha agenda agora.

O moreno aproximou-se da menina. Ela percebeu um perfume cítrico e aspirou secretamente.

— Irei entender se não quiser minha companhia...

Clary apertou a mão dele e fixou seu olhar na imensidão azul dos olhos de Alec.

— Alec, eu adorei conhecer você. Mas eu realmente não tenho dias suficientes para um encontro ou algo assim por pelo menos um mês. Estou fazendo um curso de desenho que é realmente importante pra mim.

— Sinto muito Clary, não queria que se sentisse pressionada.

— E eu não quis parecer rude. Desculpe-me.

Ele saiu e dez minutos depois Clary teve que atender a porta. A garota de cabelos vermelhos ficou pálida ao ver o ser familiar de cabelos escuros, olhos castanhos e óculos de grau.

— Mas por que maldição você está aqui? Eu fui bem explícita quanto ao ‘’nunca mais’’. Não quero você aqui, vá embora Simon!

— Clary, se ao menos me escutasse...

— Eu disse para sair daqui Simon.

Uma voz soou atrás dela. E tudo que pôde pensar foi Oh não.

— Ora ora se não é o Lewis.

Jace apareceu atrás de Clary, tão perto que a respiração dele soava como uma brisa no pescoço dela.

Seus olhos em tom esverdeado suplicaram aos olhos dourados dele.

Suba agora, por favor Jace.

Ele olhou para ela e lançou um sorriso sarcástico como se não tivesse entendido a mensagem.

Jace encarou Simon como se ele fosse uma bactéria. O menino dos olhos de cor de café pareceu estremecer sob o olhar do loiro.

— Desculpe, creio que não conheço você.

Jace abriu a boca mas Clary falou antes.

Eu vou me arrepender amargamente disto.

Pensou antes de pronunciar as palavras.

— Simon, este é Jace. Somos amigos e estamos nos conhecendo melhor.

Simon pareceu doente por um momento.

— Se conhecendo melhor?

Jace sorriu.

— Acho que já ouviu este termo antes. Clary está sendo educada, seria mais como estamos ficando mas sem compromisso. – Depois de relatar isso em uma voz firme, Jace colocou a mão na cintura de Clary. Isso enviou choques na corrente sanguínea da garota. Ela estremeceu.

— Sim, Jace é magnífico. Não vejo motivos para você continuar aqui, Simon. Já que não devo satisfação a você ou a ninguém. – Clary disse com a mão no peito de Jace. Ele lançou um olhar curioso para ela.

O garoto de olhos castanhos pareceu acenar.

— Entendi. Boa sorte no relacionamento com esse cara.

Ele saiu, dando passos rápidos até seu carro.

Clary fechou a porta de casa e suspirou. Só depois de fazer isso notou que Jace permanecia com a mão em sua cintura.

Ela olhou para ele e em um movimento rápido, Jace a encostou na porta, com seu corpo próximo ao dela. Ele apoiou o braço perto da cabeça de Clary. Os dois mantinham o olhar firme, verde encarando dourado. Clary desejou não ser tão branca, pois assim poderia esconder o rubor que vinha agora em suas bochechas.

— Achei que fosse me beijar, com beijo eu cobro mais pelo favor.

Clary ouviu sua própria voz, insegura e trêmula.

— Ótima atuação Wayland, e obrigada por isso. Garanto que não irá acontecer novamente.

Ele exterminou a fina camada de ar que separava os corpos deles. Seu rosto se aproximou do dela.

— Sempre há uma exceção. Você sabe...talvez eu não cobre um preço pelo beijo.

Ela virou o rosto para encará-lo. Suas bocas estavam tão próximas que Clary podia sentir o hálito dele. Era menta com algo mais que ela não pôde definir.

Com uma coragem sem origem determinada, Clary colocou sua mão no peito dele.

— Você quer começar os testes da cena do beijo agora?

Ele sorriu e tocou os lábios dela com seu dedo indicador, Clary sorriu também.

— Poderíamos tentar. – Ele disse em uma voz rouca.

Jace se aproximou e...o ruído ensurdecedor do telefone os interrompeu.

Clary arfou e ajeitou o cabelo. Ela saiu rapidamente para o lado e atendeu o telefone.

A voz do outro lado da linha era feminina e nauseante. A menina de cabelo vermelho falou.

— Alô, quem está falando?

A linha do outro lado ficou muda e Clary ouviu o clique do telefone sendo desligado.

Clary respirou fundo e encarou Jace, que estava de costas.

Ela forçou sua voz a sair.

— Eu...vou lá pra cima, okay? Se precisar, me chame.

Ela subiu as escadas, nervosamente, sem querer ver a resposta do loiro. Clary passou pelo quarto da mãe e parou. Era errado ouvir atrás da porta mas a voz irritada de Michael surpreendeu Clary, até porque Michael nunca ficava irritado.

—...não, eu já falei que não. Você está doida? Ligar para a minha casa! Amatis! Já disse para não fazer isso! E se alguém descobre sobre você? E se alguém descobre sobre nós dois?

Michael estava traindo sua mãe? Isso era um pesadelo, e ela queria acordar agora.

Com náuseas e vertigem, Clary esbarrou na mesa retangular do corredor.

Michael parou de falar.

— Espera, acho que tem alguém ouvindo...

Sentindo que o mundo estava desabando aos seus pés, Clary correu para o próprio quarto e trancou a porta.


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Notas finais do capítulo

Revelações bombásticas, ''Michael traindo Jocelyn?'' Adorei fazer este capítulo então espero que gostem. Beijos, Miss Herondale



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