Wrong Love escrita por Mera Mortal
Notas iniciais do capítulo
Olá queridos, então fui ameaçada com uma lâmina serafim para continuar a fic (brincadeira). Espero que gostem e comentem o capítulo. Beijos - Miss Prior.
Capítulo 2 – Destino:
Clary e Luke chegaram a sorveteria dez minutos depois. Ela saiu do Jeepe preto e Luke, com seu boné azul envelhecido pelo tempo, a abraçou.
A garota de cabelo avermelhado sorriu ao olhar para o velho amigo de sua mãe. Clary amava Luke. Ele era sua figura paterna, apesar de gostar de Michael e conhecê-lo desde os 2 anos, Clary preferia Luke. Ele a levava para tomar sorvete sempre que a buscava na escola, contava histórias para adormecê-la, ajudava-a quando ela se machucava. Luke tinha se tornado um pai para Clary. Michael sempre foi um bom homem, ela nunca passou necessidades com ele. Mas o sentimento de que sua mãe havia o colocado no lugar de seu pai, nunca abandonou o coração de Clary.
Percebendo que tinha derramado algumas lágrimas, a menina enxugou os olhos rapidamente.
Luke franziu a testa e a abraçou mais uma vez.
— Hey pequena, por que está chorando?
— Nada, vamos entrar. Está frio.
— Se você quer assim...
Clary entrou e se acomodou no local. Várias fotografias de sorvetes enfeitados estavam expostas ao redor.
Uma voz fina surgiu ao lado da mesa de Clary.
— O que vão querer? – Perguntou a garota com um uniforme roxo.
Clary levantou os olhos e encontrou o olhar surpreso da morena que causou o apocalipse de sua vida amorosa.
A garota de olhos em tom esverdeado olhou para Luke e sorriu. Clary mexeu em seu cabelo vermelho e falou com naturalidade.
— Sugestão da casa?
— Infelizmente nenhuma a não ser o sabor de Iougurte e...
— Eu quero um sorvete de chocolate e outro de Iougurte. – Interrompeu Clary sorrindo. Luke franziu a testa confuso.
— Que apetite pequena.
— Pois é. – A garota de cabelo vermelho deu de ombros.
— Mais alguma coisa? – Maia sorriu de forma nervosa.
Luke e Clary negaram, a morena saiu para o balcão. Clary insistiu para que Luke pagasse antecipadamente, o homem estranhou o pedido mas assim o fez.
Maia chegou com os sorvetes, um em cada mão. Clary se levantou e pegou o de chocolate.
— Obrigada. – Disse com um sorriso enorme. Ela pegou o de Iougurte na outra mão da garota e hesitou. Ia parecer muito vingativo mas Clary precisava descontar em algo.
Clary amassou o sorvete no rosto de Maia e lambeu os dedos.
Luke ficou estático enquanto ela o chamava.
— Vamos Luke, já fiz o que precisava.
O homem insistiu em deixar algum dinheiro com Maia mas ela se recusou.
— O senhor não entende, eu mereço a raiva dela. Eu cometi um erro e por isso ela terminou com Simon.
Luke ficou surpreso com a declaração da moça e saiu mais uma vez pedindo desculpas.
Clary estava escorada no próprio carro, de braços cruzados esperando Luke. O homem bufou e encarou Clary. Ela estremeceu sob aquele olhar. A garota sabia que quando Luke a olhava daquele jeito, a bronca seria significativa.
— Clarissa. – Ele suspirou e a jovem de olhos tão verdes quanto esmeralda gemeu em reprovação.
— Luke, eu fui traída, tá legal? Eu peguei Simon beijando ela e sim, errei em ‘’tacar’’ um sorvete na cara dela mas me diz o que você faria?
— Eu não sou você, Clary. Este é o problema. Eu vou deixar você refletindo.
Luke foi andando até que a voz de menina o parou. Ela soava desesperada.
— Luke, espera. Você n-não quer carona? – Clary o olhava, ansiosa.
— O bar precisa de mim. É perto daqui. Eu vou a pé. – O tom de Lucian era de desapontamento.
Clary viu sua figura paterna indo embora, e indignada chutou o pneu do próprio carro.
Ela entrou e dirigiu até sua casa.
Clary suspirou antes de rodar a chave na porta e tentou sorrir para a possível maratona de perguntas de Jocelyn.
Mas não havia ninguém na sala, a garota estranhando não haver ninguém jogado no sofá chamou pela mãe e pelo padrasto.
— Mãe, Mike! Cheguei!
Cinco minutos depois sua mãe desceu as escadas e sorriu ao ver Clary.
— Pensei ter dito que voltava às oito e já são...
— Nove e meia, eu sei. Tive um imprevisto.
— Um imprevisto? – Jocelyn cruzou os braços e parou no degrau da escada.
— Simon e eu... – Uma voz forte e masculina acompanhada de um perfume agradável veio a tona.
— Sinto muito Clary, sua explicação ficará para depois. Estou indo para um lugar pegar o Jonathan. Você vem comigo?
— Pegar a peste? Nem pensar.
Jocelyn lançou um olhar irritado à filha.
— Hum, desculpe Mike. Vou sim, onde temos que ir?
— Parece um desses tipos de clube que vocês, jovens de hoje, gostam.
— Ok, espere uns dez minutos, sim?
— Claro.
Clary subiu as escadas até seu quarto. Tomou um banho rápido, colocou um vestido preto, sandálias com salto 10, passou um batom vermelho e deixou o cabelo solto, com cachos vermelhos abaixo dos seios.
— Estou pronta. – Avisou Clary descendo as escadas. Jocelyn olhou alarmada para a filha. A garota de cabelos vermelhos e olhos verde-esmeralda girou, procurando por alguma imperfeição.
— Algo errado, mãe? – Clary terminou de descer os degraus.
— Você está perfeita! Linda! Quem diria minha menininha...
Jocelyn tinha os olhos marejados. As mãos escorregavam por conta do suor, o nervosismo e a emoção de ver sua filha amadurecida eram imensos.
Clary a abraçou. Michael sorriu.
— Vamos Clary?
— Vamos Mike.
***
O lugar era conhecido por Clary. O clube, na verdade era uma boate. Clary e Michael entraram acompanhados pelos feixes de luz em tom de azul, branco e roxo.
O homem mais velho viu pessoas familiares a ele e acenou.
— Espere um pouco Clary, vou falar com uns amigos e já volto. Você trouxe o celular para nos comunicarmos?
Clary afirmou apesar de não ter certeza sobre a pergunta que ouviu. O som estava alto. As conversas das pessoas saíam abafadas pela música eletrônica.
Ela decidiu ficar na parte do bar. Clary estava observando a estrutura metálica do local, tudo parecia revestido por aço e...
— Dois encontros em uma noite? Acho que o destino está ao nosso favor. – Ela quis descobrir quem atrapalhava seus devaneios quando virou e encarou os olhos dourados que ficara admirando horas atrás.
Se recompondo, Clary sorriu.
— Você acredita em destino?
— Você não?
— Talvez. Você vem sempre aqui?
— Geralmente sou eu quem pergunta isso. Mas cantada válida. De vez em quando. Voltei de Londres há dois dias.
— E você é muito confiante. Foi uma simples pergunta, não te cantei ou coisa parecida. Mas Londres, o que fazia lá? Trabalho?
— Na verdade eu estava em um...
— Uau! Você tá uma gata. – Uma voz estridente rompeu a fala do rapaz. O loiro encarou o outro garoto com desprezo.
— E é óbvio que você está bêbado.
Clary o olhou, horrorizada.
— Eric, este é... – Por um momento Clary parou com a mão no ar apontada para o loiro. Eles trocaram poucas palavras e olhares mas a menina não tinha a mínima noção do nome dele. O jovem, por sua vez, sorriu ao perceber o olhar de Clary e disse suavemente.
— Sou Jace. – Apesar de vir de Londres, Jace não tinha sotaque britânico. Se virou para Clary. – O que me lembra, que eu não sei seu nome.
— Oh, esta é... – Eric foi interrompido pelo próprio soluço. A garota abriu a boca para dizer o nome mas Michael surgiu de repente, entre as pessoas. Ele encarou Jace dos pés a cabeça, Clary sentiu a necessidade de dizer ‘’não é nada do que está pensando’’ mas o homem grisalho abraçou o rapaz, ao que Jace retribuiu.
Em uma voz calma como se a melhor coisa lhe tivesse acontecido, Michael pronunciou.
— Clary, este é Jonathan.
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