Capítulo 13 – O passado retorna:

19 vezes. Era isso ou Clary havia adormecido, sentada no sofá da loja. Mas ela tinha praticamente certeza de que Isabelle Lightwood estava provando seu vigésimo vestido ou algo assim.

Escutou uma porta sendo aberta e abriu seus olhos. A morena usava um vestido na altura dos joelhos, rendado e vermelho com os ombros a mostra. Ela deu uma volta em torno de si e sorriu.

— Como estou?

Clary levantou-se com a bolsa de couro pendurada em seu ombro e se aproximou da amiga.

— Você estava incrível com os outros vestidos...

Isabelle olhou entristecida para a seda vermelha que vestia.

— Quer dizer que este não está bom?

— Isabelle, você fica perfeita em qualquer roupa. Mas este vestido está espetacular.

Ela olhou duvidosa para a amiga.

­— Acha mesmo?

Clary sorriu.

— Eu tenho certeza. Simon vai babar.

As duas terminaram as compras e foram para a casa da morena.

***

Alec passeava pelas ruas de Veneza com Magnus quando seu celular tocou.

Ele olhou para o companheiro.

­­— Atenda, eu vou visitar algumas lojas para te dar privacidade.

— Você sabe que eu não tenho nada para esconder de você, não é? – Perguntou o moreno receoso.

— Claro que não, você não consegue Alexander.

Magnus sorriu e deu um selinho em Alec antes de sair.

— Fala rápido.

— Oi para você também, Alec.

— Olha só Jace, não foi certo o que você fez mas...

— Você não sabe o que aconteceu.

— Não quero me envolver com seus problemas.

— Eu sei mas é ele de novo. E dessa vez foi com o Max.

— Com o Max? Ele sabe que o Max tem só 16 anos? O que aconteceu?

— Max está bem mas...ele mandou, Robert disse que um carro suspeito seguiu Max na saída de uma festa. Não aconteceu nada mas...

— Não aconteceu nada? Não aconteceu? Ser seguido já não é mais do que suficiente pra você?

— Alec..

— Jonathan, isso foi longe demais. É do meu irmão caçula que estamos falando.

— Eu sei. Se eu pudesse voltar no tempo nunca tinha ido para aquele clube.

— Então por que você me ligou? O que eu posso fazer daqui?

— Ele tem companhia.

— Uma gangue? Capangas? Quantos?

— Alec, ele é muito mais maluco do que imaginávamos...

***

A ruiva lavava as louças do jantar enquanto Isabelle dizia quantas flores teriam em cada arranjo, quem entraria com quem, quem dançaria com quem...por Deus! Logo, ela decidiria se alguém respiraria e se precisava ou não de companhia para isto.

Clary parou de lavar um prato.

— Isabelle! Se acalme. Isso tudo é um colapso nervoso? Você parece até uma grávida – Debochou a amiga.

A morena empalideceu e ficou muda.

— Izzy, eu estava só brincando, não precisa se...Izzy?

A garota se sentou na cadeira e começou a chorar.

Clary, que não se lembrava de ter visto a Lightwood chorar, se assustou e secou as mãos em um pano de prato.

— Hey, calma. Vai dar tudo certo.

­— Eu tô tão nervosa. Nem sei o que fazer.

­— Você é Isabelle Lightwood. É a garota mais resistente, inteligente e bonita que eu conheço. Não chore, por favor.

­— Oh Clary, eu sinto tanto...

­— Não tem porquê se desculpar.

— Na verdade tem sim.

— Tem? – a ruiva arqueou a sobrancelha.

­— Lembra quando eu disse que Jace só viria para o casamento e diferente de você que é minha madrinha, ele só seria um convidado?

— Lembro mas o que...Isabelle, o que você fez?

Neste momento, o som da campainha ecoou pela casa. A morena enxugou o rosto e se levantou.

— Eu tenho que atender, acho que é Alec.

— Izzy! Espera, temos que conversar. – a garota acompanhou a outra pela casa.

— Eu preciso atender a porta, Clary. Podemos conversar sobre isso depois...além do que eu tenho certeza que Jace não virá para o jantar de noivado no sábado. Ele me ligou.

Isabelle ficou de frente para a porta e suspirou. A morena mal sabia a confusão que as esperava.

­— Oi Izzy, nós podemos entrar?

Clary permanecia estática atrás da amiga. Ele estava com o mesmo porte elegante e arrogante, seu cabelo loiro penteado para o lado, úmido pela neve, os olhos dourados que a enganaram, que trouxeram tanta dor, continuavam do mesmo jeito.

Mas o que Clary não conseguia entender era a acompanhante de Jace. Ela não deveria, era impossível...

Isabelle olhou aterrorizada para Clary. A ruiva olhou para Jace, que sorriu fraco.

— E, bom. Vocês já conhecem a Camille, minha noiva.