Wrong Love escrita por Mera Mortal


Capítulo 11
Capítulo 11 - ''Para sempre'':


Notas iniciais do capítulo

HEY GUYS, esse final de semana eu viajei para Curitiba. Visitei a UFPR, um shopping e a Ópera de Arame então eu fiquei o resto do domingo na casa da minha amiga por isso não pude postar antes. O capítulo estava quase pronto mas eu queria o aconchego do meu lar onde tento despertar minha criatividade. Não tenho nada a dizer sobre esse capítulo senão lembrem da dica que deixei nas notas finais do capítulo anterior. É isso. Espero que gostem. Beijos.



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Capítulo 11 – ‘’Para sempre’’:

Cinco minutos.

Faltavam apenas cinco minutos para que a aula entediante de Geometria acabasse e Clary sairia da sala, andando lentamente até a sala de Biologia para ser interrompida e arrastada por braços fortes. Ela admiraria os olhos dourados, o cabelo loiro desarrumado e então o beijaria. Por breves quatro minutos até que os dois se separassem e Clary corresse até chegar no recinto onde Ragnor Fell lecionava Biologia. Ela tentaria esconder o sorriso mas Jordan, seu parceiro de classe, notaria e riria também assim que ela pedisse desculpas pelo atraso e se sentasse à mesa.

Tinha sido assim há quase um mês desde o acampamento. Toda terça e quinta-feira Clary e Jace se encontravam. Eles optaram por manter o relacionamento escondido até dos amigos. Não se sabe quando uma informação pode acabar escapando sem querer. E sim, os dois pensaram em Isabelle. Que sabia manter um segredo tão bem quanto viver sem maquiagem. Não era sua culpa mas Isabelle ficaria eufórica demais e como Clary fazia várias aulas com ela, não queria que de repente em uma simples tarde para realizar um trabalho escolar sua mãe arruinasse sua vida amorosa por escutar uma conversa entre ela e Isabelle. Os dois preferiam não correr o risco.

Ela mal ouviu o habitual ‘’bom fim de semana’’ da senhorita Loss. Simplesmente juntou seu material e saiu correndo da sala. Clary caminhou cinco passos e foi puxada para trás de um armário. Ela riu mas sentiu um perfume diferente. Franzindo as sobrancelhas ela levantou a cabeça até se deparar com olhos negros. Ela se distanciou imediatamente enquanto ele gargalhava suavemente.

­— Ora, ora. Não era quem você esperava, querida?

Irritantemente correto. Pensou ela. Clary cruzou os braços como se fosse uma auto-proteção.

— O que quer, Sebastian?

— Eu lhe desejo minhas sinceras desculpas sobre aquele incidente há algumas semanas.

O sangue dela ferveu.

— Oh sim. Suponho que com Camille também fora um incidente. Ela só não... – Clary fez um ruído de susto e tampou a própria boca. Como ela fora estúpida de revelar o que Jace tinha dito a ela? Logo a ele. O causador daquilo tudo.

Ele ficou pálido mas deu um sorriso cruel. Sebastian se aproximou lentamente dela enquanto Clary recuava até a parede. Aquele espaço era tão pequeno. Ela queria se fundir ao concreto. Queria apertar o botão de alarme de incêndio. Queria correr mas naquele momento Clary ficou o mais distante e imóvel que conseguia.

A voz dele assustadoramente baixa sussurrou em seu ouvido.

— Acho que Jace não gostaria de mais uma morte, não é?

Ela encarou os olhos negros dele enquanto ele se afastou. Sebastian assobiava uma melodia qualquer e sumia pelo corredor. Ela reconheceu o ritmo poucos segundos depois.

Por algum motivo, a música de O Fantasma da Ópera arrepiara a espinha de Clary.

...

Na última aula, a barriga de Clary estremecia de nervosismo. Ela já não sabia se queria encontrar Jace. O que ela diria? ‘’Ah, Jace à propósito Sebastian tecnicamente me ameaçou e saiu cantando a musiquinha dos Smurfs. Vamos ignorar isso.’’

Mesmo tremendo de medo até os ossos Clary mentiria. Ela sabia que o erro de Camille tinha sido contar a ele. A ruiva não faria isso.

O sinal bateu. Fim de semana. Ela não participaria das três aulas de tarde. Alegaria dor de cabeça para a secretária e voltaria para casa.

Clary caminhava até seu armário quando foi abordada pela segunda vez no dia.

— Princesa? – uma voz baixa mas firme chamou. Bastou ela se virar e dar três passos. Todas as preocupações desapareceram. Ela sorriu e o abraçou.

— Hey.

Ele a afastou instantes depois. Seus dedos compridos acariciaram a bochecha dela.

— Clary – ele olhou para o rosto dela e sorriu – sabe que pode me contar o que quiser, não é?

Ela assentiu e olhou para os olhos dourados que tanto amava.

— Eu sei.

Ele encarou os olhos verdes dela.

— Então o que houve para você não me encontrar no término da minha aula de Francês?

Touché.

— Senhorita Loss passou vinte questões para realizarmos nos últimos cinco minutos então eu queria terminar e entregar para ela. Eram todas objetivas mas muito elaboradas. Perdi tempo respondendo e quando vi... – ela deu de ombros para parecer mais natural. Não tinha facilidade para mentir e odiava fazer isso mas não se deixaria intimidar por Sebastian. Ele queria estragar a felicidade de Jace e ela definitivamente não faria nada para vê-lo infeliz.

Jace arqueou uma sobrancelha mas sorriu depois.

Ele a abraçou e sussurrou.

— Ainda está de pé nosso encontro?

Clary se retesou.

— O quê?

Jace riu levemente.

— Minha casa. Noite de se esgueirar pelas sombras e pedalar dois quilômetros?

Ela sorriu.

— É claro.

O loiro franziu a testa.

— Clary? Tudo bem?

— Sim. Sim. Eu...preciso ir para casa. Antes que minha mãe...

Jace se distanciou um pouco mais e assentiu.

— Temos que tomar cuidado. Te vejo depois?

Ela deu um passo para o corredor mas seu pulso foi segurado por uma mão forte.

— Se cuida anãzinha ruiva.

Clary tentou descontrair.

— Eu sou basicamente um gnomo.

Jace sorriu e piscou para ela enquanto Clary voltava para casa.

Enquanto Clary desenhava olhou para a janela e percebeu que o céu tinha escurecido rapidamente.

Ela colocou um moletom preto, amarrou o cabelo vermelho em um rabo-de-cavalo e saiu pela escada que foi posicionada ao lado da janela.

Clary pegou a bicicleta escondida atrás da casa e pedalou até chegar no destino que queria.

Sorriu ao ver a escada branca e larga pertinho da janela que queria. Ele tinha pensado em tudo.

Ela subiu com cuidado e encontrou o quarto todo escuro. Clary ficou estática. Será que ela tinha errado o quarto?

— Vai ficar aí por muito tempo?

Ao ouvir a voz familiar Clary colocou uma perna no batente da janela e quando foi colocar a outra, tropeçou no carpete do quarto. Estava preparada para o impacto que receberia nos cotovelos e nos joelhos quando braços fortes a seguraram. Ela sorriu ao encontrar os olhos dourados.

— Sempre graciosa – um sorriso sarcástico surgiu em seu rosto.

— O que posso fazer? Tenho fraqueza por herois loiros.

Ela roçou levemente os lábios nos dele. O beijo era urgente. Ela precisava dele. Mas havia algo errado. Ele correspondia mas Clary sentia algo estranho.

— Jace – murmurou beijando seu pescoço. Ele se afastou rapidamente.

Ele andou pelo quarto enquanto Clary ficava parada perto da janela.

— O que houve?

Quando Jace permaneceu de costas quietamente ela perguntou novamente.

— Jace, tudo bem?

— Não. Nós precisamos parar com isso.

— Como?

— Precisamos parar de nos ver, Clarissa.

Todo o corpo de Clary fraquejou.

— Você está pedindo um...um tempo?

Ele continuou de costas. A ruiva só conseguia pensar que ele tinha descoberto sobre a ameaça de Sebastian e que ela tinha mentido sobre isso. Ele deveria estar irritado com ela.

— Não. Não é um intervalo. É permanente. Não poderemos nos ver mais.

— O quê?

Ela conseguiu caminhar até Jace. Enlaçou seus braços no peito dele e escorou sua cabeça nas costas do rapaz. Ele gemeu quando ela apertou os braços finos ao redor do seu corpo mas a afastou.

— Se Sebastian estiver...

— Ele não tem nada a ver com isso. Eu quero terminar. Não sinto nada por você.

— Sua convicção é impressionante – resmungou ela de cabeça baixa.

— Percebi isso há algum tempo.

— Então...isso não faz sentido, okay? Por que...uma pessoa não deixa de gostar da outra em apenas sete horas!

Jace sorriu com deboche.

— Entenda. Há pessoas que não se apegam às outras com facilidade. Você por exemplo. É ingênua. Eu não sou um cara de relacionamentos sérios. Eu sou daquele tipo que viaja, curte coisas novas. Mas...acredito que eu tive minha experiência de verão. Você.

Clary estava com os punhos cerrados. Ela não choraria. Não na frente dele.

— Mas você disse...

— Como você mesma afirmou eu sou bem convincente quando quero.

Ela não podia acreditar. Tinha sido enganada por um cara e percebeu tardiamente que ele não a amava.

— Você...

Ele permanecia firme com o fantasma de um sorriso no rosto.

Clary caminhou até ele e lhe deu um tapa. Jace continuou imóvel, apenas com o rosto virado para a janela. Ele ouviu os passos dela correndo pela escada, ela parando instantaneamente e batendo a porta da frente.

O coração de Jace estava despedaçado. Clary nunca o perdoaria. Doeu ver ela saindo sabendo que talvez nunca mais a veria.

Ele mandou uma mensagem simples e curta mas que para o destinatário faria todo o sentido.

Feito. Cumpra sua parte.

Clary foi andando até chegar em casa. Ela nem ligou para a bicicleta que deixou no terreno da casa de Jace. Só queria caminhar e chorar. Ela também não ligou para o fato de que saiu escondida pela janela do quarto e portanto, não deveria entrar pela porta da frente. Mas mesmo assim o fez. Ela se escorou na porta pelo lado de dentro e fechou os olhos pronta para subir e tomar um banho quente quando o segundo acontecimento que viraria sua vida de cabeça para baixo teve início.

Sua mãe chorava compulsivamente na sala enquanto malas estavam dispostas no piso branco delicado.

Ela franziu as sobrancelhas e abriu a boca para perguntar o que estava acontecendo quando Michael Wayland desceu as escadas com o braço esticado levando consigo um terno.

— Mãe? – Clary olhou para Jocelyn. Jocelyn que parecia sempre imponente, elegante mas amável. Jocelyn com sua interminável rede de contatos no mundo das artes. Agora ela aparentava uma mulher comum triste. Sua figura frágil encolhida no sofá fez o coração de Clary doer mais uma vez naquela tenebrosa noite.

Fungando, a mulher mais velha ajeitou os cabelos vermelhos.

— Tudo bem. Está tudo bem querida.

Clary ficou furiosa. No impulso foi para cima de Michael.

— O que você fez com ela seu imbecil? Que merda você fez, han? – Indagou enquanto pressionava seu antebraço na garganta do padrasto.

Michael sorriu discretamente. O sorriso com o tom explícito de deboche irou ainda mais Clary.

Alguém a pegou pelos ombros e segurou ela enquanto Clary olhava com repúdio para o homem.

— Filha. Tudo bem. Eu e Michael já conversamos. Temos diferenças irreconciliáveis. Não moraremos mais juntos mas eu não quero que perca o respeito por ele.

Diferenças irreconciliáveis? Esse era o termo para quem traía a mulher e chantageava a enteada?

Ela se virou para a mãe e passou as mãos nos próprios cabelos.

— Mãe, você não entende. Eu nunca vou respeitar esse cara. Nunca. Porque porcos não merecem respeito.

Jocelyn a olhou de forma assustada.

­— Clarissa!

Michael se manteve perto do pilar de concreto mas seu tom era plenamente audível.

— Ela tem razão. Eu traí você Jocelyn. Não mereço respeito.

Clary apontou com o indicador para ele.

— Você merece o inferno!

Jocelyn franziu as sobrancelhas e murmurou.

­— Não parece surpresa de descobrir que Michael tinha um caso.

A adolescente ficou pálida e desviou o olhar da progenitora. Jocelyn balançou a cabeça em um gesto negativo.

— E se você não está surpresa só pode significar que...

Clary encarou a mãe com os olhos cheio de lágrimas.

— Você sabia.

De todas as situações desgastantes emocionalmente que ela teve durante o dia esta foi a pior. Seu coração parecia rasgado em mil pedaços. Ela fora mesquinha de não contar nada para a mãe apenas para proteger seu relacionamento com Jace. Era irônico se fosse considerar que Jace não pensava nos dois como casal. Ela duvidava que Jace sequer pensasse nela.

Não tinha mais o que negar, então lentamente Clary afirmou com a cabeça até encontrar a própria voz minutos depois.

— Sim, eu sabia.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
OBS.: EU ADORARIA MAIS UMA LINDA RECOMENDAÇÃO....



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